Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
PreparaPreparaçções ões RadiofarmacêuticasRadiofarmacêuticas e e suas aplicasuas aplicaçções ões Prof. Júnia Carla de Oliveira Alves Radiofármacos � Radiofármacos são compostos, sem ação farmacológica, que têm na sua composição um radionuclídeo, e são utilizados na medicina nuclear para diagnóstico e terapia de várias doenças (Farmacopéia Europeia, 2005). � Um nuclídeo é uma espécie de átomo caracterizada pelo número de prótons e nêutrons no seu núcleo e também pelo seu estado energético. � Isótopos de um elemento são nuclídeos com mesmo número atômico, mas número de massa diferente. � Os nuclídeos radioativos (radioisótopos) possuem uma conformação instável de prótons e nêutrons, que se transformam espontaneamente em outro elemento estável ou instável, dependendo da característica do nuclídeo. Essa transformação decorre por decaimento radioativo. � O radiofármaco contém o radionuclídeo: - Como um elemento atômico ou molecular; - Como um íon; - Na forma de moléculas orgânicas, por processo de quelação ou ligação covalente. Radiofármacos � As características físico-químicas do radiofármaco determinam a sua farmacocinética, isto é, a sua fixação no órgão alvo, metabolização e eliminação do organismo, enquanto que as características físicas do radionuclídeo determinam a aplicação do composto em diagnóstico ou terapia. Radiofármacos � Além das aplicações em Medicina Nuclear, a radioatividade tem sido aplicada em Medicina sob diferentes formas: - Fonte de radiação externa ao organismo, em radiologia e radioterapia convencional; - Radioesterilização de produtos e materiais com utilização médica; - Doseamento de hormônios. Radiofármacos � A medicina nuclear obtém as imagens através da administração de radiofármacos e medindo externamente a radiação emitida que atravessa o organismo. A dose de um radiofármaco necessária a um exame é muito mias baixa do que a dose de agentes utilizados em outras técnicas de diagnóstico, como radiografia e ressonância magnética nuclear (RMN). Radiofármacos � Para que a qualidade das imagens de raios X e de RMN ofereçam contraste mais elevado, utilizam-se agentes de contraste que são administrados em doses elevadas, o que pode acarretar problemas alérgicos ou de toxidade. Radiofármacos � No caso do radiofármaco a massa do produto que se introduz no organismo quando o utiliza, em Medicina Nuclear, é mínima, não se provocando, em geral, qualquer problema de alergia ou toxidade. Radiofármacos � Apesar das técnicas de RMN e de raio-X apresentarem melhor resolução, estas técnicas são menos específicas. As técnicas de Medicina Nuclear fornecem imagens de menor detalhe anatômico, mas permitem avaliação funcional. Radiofármacos � Em termos de terapia a medicina nuclear utiliza radiofármacos, que têm na sua composição um radionuclídeo, que emite radiação ionizante. O efeito desta radiação sobre os tecidos ou órgãos alvo promove a destruição das células tumorais. Radiofármacos � A captação do radiofármaco no órgão alvo deve ser seletiva, de modo a minimizar os efeitos secundários, que são uma das grandes desvantagens da radioterapia externa em que é delicado controlar a dose de radiação fornecida, especialmente para tratamento de metástases disseminadas. No caso da radioterapia externa, os tecidos saudáveis estão também expostos a elevadas doses de radiação, o que pode aumentar a incidência de leucemias e cancros secundários. Radiofármacos � Um nuclídeo é uma espécie caracterizada pelo seu número atômico (Z) e número de massa (A), cuja estabilidade é determinada pela relação entre o número de prótons e nêutrons. Noções de radioatividade � Sempre que um nuclídeo é instável (radionuclídeo), transforma-se espontaneamente noutro mais estável emitindo partículas (α, β- , β+, elétrons Auger) e/ou radiação eletromagnética (raios ¥ ou X). Este fenômeno denomina-se radioatividade e a sua unidade de medida designa-se por atividade, que é o número de desintegrações por segundo (d.p.s., Ci ou Bq). Noções de radioatividade � O tempo de meia-vida (t1/2) é definido como o tempo necessário para reduzir à metade a atividade inicial de um radionuclídeo, sendo independente das condições físico-químicas e característico de cada radionuclídeo. Noções de radioatividade � Apesar das radiações beta e gama terem poder penetrante maior dos que as partículas alfa, são as que originam menores danos biológicos. Estes danos biológicos potencializam-se com a ionização em meios aquosos (como é o caso do corpo humano), que pode originar a quebra das moléculas de água e a formação de radicais livres, que podem danificar o material biológico. Noções de radioatividade Produção dos radionuclídeos � São produzidos artificialmente em reatores ou aceleradores de partículas; � Também podem ser produzidos através de geradores de radioisótopos, que permitem a utilização de radionuclídeos de t1/2 curto, a partir do decaimento de um radionuclídeo com t1/2 longo. Os radionuclídeos de t1/2 longo são produzidos em reator ou ciclótron. � Os radionuclídeos que decaem por emissão de partículas beta negativa, são geralmente produzidos em reator, por fissão do 235 U ou por reações de captura de nêutrons (n, gama, ou n, p), numa amostra alvo apropriada. Produção dos radionuclídeos � Os radionuclídeos que decaem por captura eletrônica ou emissão de partículas beta positiva, são produzidos em cíclotrons. Nestas reações, partículas de elevada energia interagem com núcleos estáveis de alvos apropriados, originando produtos deficientes em prótons. Produção dos radionuclídeos Métodos de produção ou obtenção de radionuclídeos � É um aparelho que produz feixes de átomos, elétrons, moléculas ou algumas partículas menos usuais, como antiprótons, pósitrons ou mésons, com alta velocidade, geralmente superiores a 1/1000 da velocidade da luz. � Essa velocidade é obtida por meio de forças eletromagnéticas, normalmente geradas por imãs. A conformação dos imãs e as velocidades vão depender do tipo de acelerador, assim como da partícula a ser acelerada ou obtida. � Entre os diferentes tipos de aceleradores temos: - Os “tandems”: neles íons negativos são acelerados por um potencial elétrico positivo até um alvo gasoso ou sólido onde perdem elétrons, virando íons positivos e sendo acelerados novamente. - Os “Van de Graaff”: uma esfera é carregada eletricamente até alguns MV (megavolts) e dentro dela se coloca uma fonte de íons, os quais são acelerados. - Os “lineares”: um campo magnético variável induz um campo elétrico variável na direção do tubo acelerador, com o campo elétrico sendo oscilante, mas com o feixe sendo pulsado, para só percorrer o tubo quando o campo aponta no sentido desejado. - Os “cíclotrons”: o íon descreve semicírculos sob a ação de campo magnético, entre esses semicírculos é acelerado por um campo elétrico e, como passa diversas vezes nessa mesma região, um potencial elétrico pequeno resulta em uma grande energia fina. - Os eletrostáticos de baixa voltagem: (até algumas centenas de KeV), nos quais um elétron ou íon são acelerados por um gerador externo. � Os geradores permitem obter um radionuclídeo de t1/2 curto a partir de um radionuclídeo de t1/2 longo. As propriedades químicas dos dois radionuclídeos tem que ser distintas para que sejam facilmente separados. Produção dos radionuclídeos � Os geradores são constituídos por uma coluna de alumina, ou por uma resina de troca iônica, na qual se fixa o radionuclídeo “pai” de tempo de meia-vida longo. Por decaimento deste último, forma-se o radionuclídeo “filho”, que é separado por eluição, com um eluente adequado. Produção dos radionuclídeos � O eluído pode ser utilizado diretamente em aplicações clínicas, constituindo, neste caso, a substância radiofarmacêutica, ou pode servir para preparar radiofármacos mais complexos. O eluído deve ser obtido na forma estéril e isenta de pirogênios. A utilização do gerador deve ser feita de forma a nunca se perder a esterilidade e a apirogenicidade. Produção dos radionuclídeos Produção dos radionuclídeos � No caso do gerador 99Mo/99mTc, a atividade do radionuclídeo “filho” (99mTc) vai aumentando à medida que o radionuclídeo “pai” (99Mo) vai decaindo. O 99 Mo, na forma química de MoO4-2, encontra-se adsorvido numa coluna de alumina e por eluição com soro fisiológico é apenas eluído o 99mTcO4-, recolhido sob vácuo, enquanto o molibdato fica retido na coluna. Produção dos radionuclídeos � Um gerador ideal deverá ter uma proteção de chumbo para minimizar a exposição à radiação do experimentador, deverá ser simples, rápido de utilizar e originar eluídos isentos do radionuclídeo “pai”, do material que constitui a coluna, assim como isento de outros possíveis radionuclídeos contaminantes. Produção dos radionuclídeos Produção dos radionuclídeos � A preparação de um produto final radioativo, a preparação da dose a ser administrada e a administração dessa dose ao paciente deve ser feita o mais próximo possível, seguindo as regras de qualidade, segurança(farmacêutica e nuclear) e eficácia. Produção dos radionuclídeos � A produção de radiofármacos envolve dois aspectos fundamentais: a proteção radiológica e o trabalho em condições especiais de assepsia. Produção dos radionuclídeos � O controle de qualidade inclui: integridade da embalagem do produto final, pureza radioquímica, pureza radionuclídea, pureza radioativa, pureza química, esterilidade e pirogênio. Todos estes parâmetros devem ser analisados: CLAE, cromatografia gasosa, e teste de esterilidade e apirogenicidade. � O responsável pela produção necessita que o radionuclídeo esteja disponível em quantidade e qualidade suficientes para o desempenho satisfatório da síntese. Para tanto, algumas etapas devem ser cumpridas com rigor analítico: a) um tempo maximizado de bombardeamento do alvo (precursor da síntese); b) as reações químicas sejam rápidas e simples; c) os equipamentos sejam adaptados a procedimentos remotos e automatizados; d) e que a limpeza seja feita da forma mais eficiente e eficaz, e com o menor manuseio possível. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia � Quando um radiofármaco é administrado a um paciente sofre, de modo geral, processos de distribuição, metabolização e excreção como qualquer outro fármaco. � Excreção: - Renal; - Biliar. Segue lei exponencial semelhante ao decaimento do radionuclídeo. O tempo necessário para que a quantidade de radiofármaco existente no organismo se reduza à metade chama-se tempo de meia-vida biológica. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia � Num sistema biológico, o deaparecimento de um radiofármaco deve-se ao decaimento físico do radionuclídeo e à eliminação biológica do radiofármaco. � A combinação destes dois parâmetros é designada por tempo de meia-vida efetiva. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia � O tempo de meia-vida efetiva deve ser suficientemente curto para minimizar a exposição do paciente à radiação, mas suficientemente longo para permitir adquirir e processar as imagens. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia � Os radiofármacos que se destinam a diagnóstico clínico tem na sua composição um radionuclídeo emissor de gama. � É desejável neste caso, que o nuclídeo não emita partículas alfa e nem beta, uma vez que estas apenas serviriam para aumentar a dose de radiação absorvida pelo paciente. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia � O radiofármaco deve ser fixado seletivamente pelo órgão ou sistema que se deseja analisar sendo também desejável localização rápida no órgão alvo, metabolização e excreção eficientes, de modo a aumentar o contraste da imagem e reduzir a dose de radiação absorvida pelo paciente. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia � Um radiofármaco deve ser de fácil produção, baixo custo e facilmente acessível aos centros de medicina nuclear. � A distância geográfica entre o utilizador e o fornecedor limita também a utilização dos radiofármacos contendo nuclídeos de meia-vida curta e que não se encontrem disponíveis comercialmente na forma de geradores de radionuclídeos. Radionuclídeos para diagnóstico ou terapia Radiofármacos para diagnóstico � A escolha de um radionuclídeo para o desenvolvimento de um radiofármaco para aplicação em diagnóstico ou terapia em medicina nuclear depende principalmente das suas características físicas: tipo de emissão nuclear, tempo de meia-vida e energia das partículas e/ou radiação eletromagnética emitida. � Energia do fóton gama (diagnóstico): 80-300 KeV. � Os raios gama com energia inferior a 80 KeV são absorvidos pelos tecidos e não são detectados exteriormente. Já, quando sua energia é superior a 300 keV a eficiência dos detectores atualmente existentes baixa e daí resulta imagens de má qualidade. Radiofármacos para diagnóstico � Em qualquer dos casos, o tempo de meia- vida deve ser suficiente para preparar o radiofármaco, administrar ao paciente e realizar a imagem. Radiofármacos para diagnóstico Radiofármacos para diagnóstico � Os radiofármacos para diagnóstico podem ser: - Perfusão (1º geração) - Específicos (2º geração) Radiofármacos para diagnóstico � Radiofármacos de perfusão: são transportados no sangue e atingem o órgão alvo na proporção do fluxo sanguíneo. � A maior parte dos radiofármacos existentes são de perfusão. Radiofármacos para diagnóstico � Radiofármacos específicos: são direcionados por moléculas biologicamente ativas, como anticorpos e peptídeos, que se ligam a receptores específicos ou são transportados para o interior de determinadas células. A capacidade da biomolécula reconhecer os receptores vai determinar a fixação do radiofármaco no tecido pretendido e não deverá ser alterada com a incorporação do radionuclídeo. Radiofármacos para diagnóstico � A maioria (90%) dos radiofármacos de diagnóstico, tem em sua composição 99mTc . � Características físicas do 99mTc: - Tempo de meia-vida de 6 horas; - Emissão gama com energia adequada ao detector (140 keV) - Disponível em gerador de baixo custo. Radiofármacos para diagnóstico � O tempo de meia-vida do tecnécio é longo o suficiente para preparação dos radiofármacos, administração e aquisição das imagens e suficientemente curto para minimizar a dose de radiação para o paciente. Radiofármacos para diagnóstico � Os radiofármacos específicos são classificados de acordo com o receptor específico ou o alvo específico. Os radiofármacos desenvolvidos para se ligarem a receptores tem como objetivo detectar alterações na concentração dos mesmos em tecidos biológicos, especificamente em tecidos tumorais para os quais a expressão dos receptores se encontra alterada significativamente pela diferenciação celular. Radiofármacos para diagnóstico � Fatores que influenciam na interação dos radiofármacos com os receptores: - Depuração plasmática; - Atividade específica: deve ser elevada, para evitar a saturação dos receptores; - Afinidade e Especificidade - Estabilidade in vivo para que o radiofármaco alcance intacto o local alvo; - Fluxo sanguíneo: a captação do radiofármaco depende do fluxo sanguíneo, perfusão tecidual, permeabilidade capilar e capacidade de difusão. Radiofármacos para diagnóstico Radiofármacos de perfusão para diagnóstico Radiofármacos Específicos para diagnóstico clínico FIM!!!
Compartilhar