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Superintendência de Outorga e Fiscalização – SOF Gerência de Apoio à Regulação – GEREG Curso OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOS Brasília, de 07 a 10 de julho de 2009 ANÁLISE PARA EMISSÃO DE DRDH ANÁLISE COMPLETA HIDROLOGIA (Condições naturais e atuais) • Série de vazões médias • Vazões máximas • Vazões mínimas • Curvas-chave • Sedimentos • Qualidade da água USOS MÚLTIPLOS (Compatibilização e impactos) • Consumos a montante • Cenários • Impacto sobre usos existentes • Potencial de utilização do reservatório EMPREENDIMENTO (Caracterização e impactos) • Estruturas hidráulicas • Enchimento • Remanso • Impacto sobre qualidade da água • Assoreamento • Condições operativas • Monitoramento DECLARAÇÃO DE RESERVA DEFINIÇÃO DAS CONDIÇÕES E CONDICIONANTES AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOS ANÁLISE DO EMPREENDIMENTO REMANSO RUBENS MACIEL WANDERLEY Especialista em Recursos Hídricos da ANA Superintendência de Outorga e Fiscalização – SOF Gerência de Apoio à Regulação - GEREG email para contato: rubensw@ana.gov.br Brasília, 09 de julho de 2009 REMANSO Remanso Pode ser definido como o ajuste gradual do perfil da linha d’água a uma determinada alteração no escoamento Em reservatórios, o remanso ocorre com maior destaque nas entradas do reservatório Superfície horizontal do reservatório esperada Remanso do reservatório Remanso REMANSO Com isso, o remanso promove uma elevação dos níveis d’água na entrada do reservatório, acarretando em aumento da área alagada 1) Rio normal 2) Barragem e reservatório 3) Elevação dos níveis d’água 4) Aumento da área alagada na entrada do reservatório REMANSO REMANSO Finalidades do estudo Com a elevação dos níveis d’água, a área alagada do reservatório é ampliada, indo além daquela determinada pela curva de nível relativa ao NA no barramento A principal finalidade do estudo é avaliar as interferências do reservatório sobre • Desapropriações • Infra-estruturas – Pontes – Estradas – Ferrovias – Hidrovias e portos • Outras usinas • Outros usos de recursos hídricos REMANSO Remanso O remanso é calculado como um escoamento gradualmente variado Para isso, é aplicada a equação de energia entre duas seções transversais do rio E1 = E2 + ∆E → Z1 + Y1 + V1²/2g = Z2 + Y2 + V2²/2g + ∆E → dE/dX = I0 – If I0 = declividade do fundo If = declividade da linha de energia ∆E Y1 V1²/2g Y2 V2²/2g Z2 Z1 REMANSO Como o cálculo é uma aproximação do comportamento do perfil da linha d’água entre duas seções transversais, quanto mais próximas as seções transversais, mais precisos serão os resultados • Seja o caso de avaliar o comportamento da linha d’água entre duas seções transversais • Se tomarmos somente as duas seções, incorreremos em erros que podem ser significativos na descrição do rio e na determinação da linha d’água • Para melhorar a precisão dos resultados, a melhor alternativa é aprimorar os dados, aumentando significativamente o número de seções transversais REMANSO Dados necessários para o estudo Seções transversais do rio que serão alagadas pelo reservatório • De preferência, levantamentos topobatimétricos devem ser realizados ao longo do estirão do rio afetado pelo reservatório • Seções baseadas em levantamentos aerofotogramétricos podem ser utilizadas, mas estas não contém informações detalhadas do leito do rio • É desejável uma maior concentração de seções transversais nas entradas do reservatório e em singularidades hidráulicas, tais como bifurcações Características do leito e das margens • Conhecimento da rugosidade do leito e das margens para definição dos coeficientes de Manning Vazões • São consideradas as vazões máximas com determinados Tempos de Retorno • O estudo é realizado considerando o escoamento em regime permanente REMANSO Metodologia O emprego de modelos matemáticos é a metodologia mais comum na determinação dos efeitos de remanso em reservatórios • O modelo mais empregado na prática é o modelo HEC-RAS Para a aplicação do modelo, é necessário realizar a sua calibração • Isso é feito buscando avaliar os valores dos coeficientes de rugosidade de Manning para cada seção transversal • Para isso, deve ser considerada a situação natural do rio, sem a interferência do barramento e do reservatório • Variando os coeficientes de Manning, procura-se ajustar os níveis d’água calculados a níveis d’água observados em determinadas seções, para um evento específico de vazão • O ideal é realizar este ajuste para vários valores de vazões, preferencialmente cobrindo os períodos de cheias O modelo calibrado é aplicado então aos valores desejados de vazões • Devem ser simuladas as situações natural e com o reservatório para avaliar a extensão e a abrangência do reservatório REMANSO Resultados do estudo Elevações de nível acima do NA do reservatório Remanso com o reservatório na cota 90,0 m 40 50 60 70 80 90 100 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 Distância ao eixo (m) C o t a s ( m ) Fundo rio Situação natural Com reservatório REMANSO Um dos principais efeitos do remanso é a alteração da curva-chave das seções • Por isso, as usinas logo a montante na divisão de quedas podem sofrer alteração da curva-chave do canal de fuga • Isso produz o efeito de diminuição da queda útil da usina, reduzindo a produção de energia Efeito do remanso sobre a curva-chave 78 80 82 84 86 88 90 92 94 2000 7000 12000 17000 22000 27000 32000 Vazão (m) C o t a ( m ) Curva-chave natural Curva-chave com remanso OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOS ANÁLISE HIDROLÓGICA TRANSPORTE DE SEDIMENTOS RUBENS MACIEL WANDERLEY Especialista em Recursos Hídricos da ANA Superintendência de Outorga e Fiscalização – SOF Gerência de Apoio à Regulação - GEREG email para contato: rubensw@ana.gov.br Brasília, 09 de julho de 2009 TRANSPORTE DE SEDIMENTOS Sedimentos Todo corpo d’água transporta alguma quantidade de sedimentos Os reservatórios funcionam como bacias de sedimentação, devido à diminuição da velocidade de fluxo da água A deposição desses sedimentos diminui consideravelmente a capacidade de armazenamento dos reservatórios, podendo comprometer a operação do empreendimento Pode provocar problemas em outros usos O conhecimento da quantidade de sedimentos transportados é de fundamental importância para o planejamento de empreendimentos hidrelétricos TRANSPORTE DE SEDIMENTOS Finalidade dos estudos Subsidiar os estudos de assoreamento e vida útil do empreendimento Metodologia Os estudos sedimentométricos devem ter sido iniciados já na fase de inventário hidrelétrico do rio Preferencialmente, é desejável a instalação de um posto de monitoramento sedimentológico, onde serão realizadas coletas e medições de descarga sólida • Tributários também podem ser monitorados, aumentando o grau de conhecimento do aporte de sedimentos ao reservatório Os estudos deverão considerar tanto os sólidos suspensos quanto as descargas de fundo No entanto, as medições de sedimentos normalmente consideram somente a descarga de sólidos suspensos, o que não é suficiente TRANSPORTE DE SEDIMENTOS A quantidade total de sedimentos transportados por um curso d’água pode ser expresso por QST = QSS + QSF onde QST é a descarga total de sedimentos, QSS é a descarga de sedimentos em suspensão e QSF é a descarga de sedimentos no fundo por arrasto Segundo o Guia de Avaliação de Assoreamento de Reservatórios, da ANEEL (2000), a descarga de sólidos em suspensãoQSS representa a maior parcela da descarga total O Guia de Práticas sedimentométricas, da ANEEL, informa que, geralmente, a descarga de sedimentos no fundo QSF varia de 5 a 10% da QSS, podendo, no entanto, chegar a até 30% Existem diversos métodos para estimar a descarga de sedimentos no fundo QSF a partir do conhecimento das características do corpo d’água • Métodos de Colby, de Einstein, de Einstein modificado por Colby e Hembre, de Meyer-Peter e Muller etc. TRANSPORTE DE SEDIMENTOS Os resultados dessas medições poderão ser correlacionados com as medições de descarga líquida, de modo a obter uma relação funcional entre as mesmas, a chamada Curva-Chave de Sedimentos QST = a·QLn TRANSPORTE DE SEDIMENTOS Deve-se ter em mente que, assim como as medições de vazão, as medições de descarga sólida são pontuais no tempo, isto é, são realizadas para um dia específico. Por isso, essa correlação deve ser realizada utilizando-se a série de vazões diárias Com base na série de vazões diárias, pode ser calculado o aporte total de sedimentos ao reservatório Eventualmente, algumas publicações de referência são utilizadas para estimar o aporte de sedimentos ao reservatório • “Mapa de Produção de Sedimentos do Brasil”, Campagnoli, F. et al. (2004) • “Diagnóstico das Condições Sedimentológicas dos Principais Rios Brasileiros”, Eletrobrás (1991) • “Diagnóstico do Fluxo de Sedimentos em Suspensão na Bacia Araguaia Tocantins”, Embrapa Cerrados/ANEEL/ANA (2004) TRANSPORTE DE SEDIMENTOS Estudos de regionalização da produção de sedimentos também podem ser realizados para locais sem medições • Pode ser utilizados dados de postos na mesma região • De preferência, devem ser utilizados postos dentro da mesma bacia Estes estudos devem ser usados com muita cautela O estudo do transporte de sedimentos é bastante especializado e não existe uma metodologia padrão para a sua condução As condições da bacia, os dados disponíveis, o arranjo e o porte do empreendimento determinarão a profundidade dos estudos Os resultados dos estudos sedimentométricos serão utilizados como base para os estudos de assoreamento do reservatório e para a avaliação da sua vida útil OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOS ANÁLISE DO EMPREENDIMENTO ASSOREAMENTO RUBENS MACIEL WANDERLEY Especialista em Recursos Hídricos da ANA Superintendência de Outorga e Fiscalização – SOF Gerência de Apoio à Regulação - GEREG email para contato: rubensw@ana.gov.br Brasília, 09 de julho de 2009 ASSOREAMENTO Assoreamento A diminuição de velocidade de fluxo em reservatórios forma um ambiente propício para a deposição dos sedimentos transportados pelo rio Com o assoreamento, a capacidade de armazenamento do reservatório diminui consideravelmente Os sedimentos depositam-se de forma heterogênea ao longo do reservatório, formando depósitos com características específicas • Na entrada do reservatório, depositam-se os sedimentos mais grossos • Os sedimentos mais finos vão depositando-se mais para jusante, à medida em que a velocidade de fluxo torna-se cada vez mais baixa ASSOREAMENTO Distribuição de sedimentos no reservatório ASSOREAMENTO Finalidade do estudo Comprovar que o arranjo adotado no projeto e a sistemática de operação prevista garantirão uma vida útil compatível com o período de concessão do empreendimento Metodologia mais empregada Com base na série de vazões e na curva-chave de sedimentos, é calculado o aporte total de sedimentos ao reservatório DST • DST pode ser determinado como um valor médio anual (ton/ano) O volume de sedimentos retidos no reservatório pode ser calculado por S é o volume de sedimentos retidos no reservatório ER é a eficiência de remoção de sedimentos do reservatório γAP é o peso específico aparente dos sedimentos AP RST EDS γ ⋅= ASSOREAMENTO A eficiência de retenção de sólidos no reservatório pode ser obtida de gráficos • Curva de Brune – para médios e grandes reservatórios ASSOREAMENTO A eficiência de retenção de sólidos no reservatório pode ser obtida de gráficos • Curva de Churchill – para pequenos reservatórios ASSOREAMENTO O peso específico aparente dos sedimentos depositados no reservatório varia com a idade dos depósitos e depende de vários fatores • Tipo de operação do reservatório • Grau de compactação dos sedimentos • Granulometria dos sedimentos No início da operação do reservatório, o peso específico aparente inicial γAP0 é calculado por γAP0 = WC·PC + WM·PM + WS·PS WC, WM e WS são os coeficientes de compactação da argila, do silte e da areia, respectivamente, definidos segundo o tipo de operação do reservatório PC, PM e PS são as frações de argila, de silte e de areia, respectivamente, contidas no sedimento afluente ASSOREAMENTO Com o passar do tempo, o peso específico aparente altera-se, devido à consolidação dos depósitos O peso específico aparente γAPt passa a ser dado por γAPt = γAP0 + K·log T K é um coeficiente que depende da granulometria do sedimento afluente e do tipo de operação do reservatório T é o tempo de compactação do sedimento depositado O coeficiente K é dado por K = KC·PC + KM·PM + KS·PS KC, KM e KS são as constantes de consolidação da argila, do silte e da areia, respectivamente, definidos segundo o tipo de operação do reservatório Deve-se então verificar, a cada tempo, o volume de sedimentos acumulados no reservatório, considerando a sua compactação ASSOREAMENTO Esta metodologia é bastante simplificada, pois não considera a distribuição dos sedimentos dentro do reservatório Alternativamente, modelos matemáticos, como o HEC-6, podem ser aplicados para avaliar o assoreamento e determinar esta distribuição Vida útil A vida útil é estimada verificando-se o tempo para que o volume de sedimentos atinja as estruturas do circuito de geração (tomada d’água ou canal de aproximação) Eventualmente, o arranjo do empreendimento prevê que as estruturas de extravasamento (vertedor e/ou descarga de fundo) sejam locadas em cotas inferiores às das tomadas d’água ou canais de aproximação. Neste caso, há possibilidade de ocorrerem descargas de sedimentos periódicas, que atenuem os efeitos do assoreamento ASSOREAMENTO Impactos decorrentes do assoreamento Com o aumento do volume de sedimentos retidos no reservatório, o reservatório perde parte da sua capacidade de armazenamento. Com isso, vários problemas podem surgir • Comprometimento da operação das estruturas hidráulicas e de geração do aproveitamento hidrelétrico • Diminuição de calado para a navegação • Problemas em sistemas de bombeamento para abastecimento e irrigação Além disso, os efeitos de remanso podem tornar-se mais acentuados, promovendo alagamentos maiores na entrada do reservatório Com a retenção dos sedimentos no reservatório, a água a jusante do barramento passa a ter menor quantidade de sólidos e, consequentemente, maior capacidade erosiva, podendo provocar erosões no leito e nas margens do rio OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOS OBRIGADO PELA SUA ATENÇÃO! RUBENS MACIEL WANDERLEY Especialista em Recursos Hídricos da ANA Superintendência de Outorga e Fiscalização – SOF Gerência de Apoio à Regulação - GEREG email para contato: rubensw@ana.gov.br Brasília, 09 de julho de 2009 Superintendência de Outorga e Fiscalização – SOFGerência de Apoio à Regulação – GEREGCursoOUTORGA PARA APROVEITAMENTOS H ANÁLISE PARA EMISSÃO DE DRDH OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOSANÁLISE DO EMPREENDIMENTOREMANSO REMANSO REMANSO REMANSO REMANSO REMANSO REMANSO REMANSO REMANSO REMANSO OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOSANÁLISE HIDROLÓGICATRANSPORTE DE SEDIMENTOS TRANSPORTE DE SEDIMENTOSTRANSPORTE DE SEDIMENTOS TRANSPORTE DE SEDIMENTOS TRANSPORTE DE SEDIMENTOS TRANSPORTE DE SEDIMENTOS TRANSPORTE DE SEDIMENTOS OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOSANÁLISE DO EMPREENDIMENTOASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO ASSOREAMENTO OUTORGA PARA APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS E RESERVATÓRIOSOBRIGADO PELA SUA ATENÇÃO!
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