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PRISÃO PREVENTIVA

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PRISÃO PREVENTIVA
Trata-se da hipótese mais ampla de prisão cautelar. A preventiva pode ser decretada pelo juiz durante a fase de investigação criminal ou durante o curso do processo.
Se for durante a investigação, o juiz não poderá decretar de ofício, dependendo: 
a) da representação da autoridade policial; ou 
b) requerimento do MP
Se, todavia, já houver ação penal em andamento, a preventiva pode ser decretada pelo juiz: 
a) a requerimento do MP; 
b) a requerimento do querelante; 
c) a requerimento do assistente de acusação; 
d) de ofício.
Para que o juiz decrete a preventiva, é necessário que a situação se enquadre em uma das hipóteses de cabimento, estejam presentes o "fumus comissi delicti" e o "periculum libertatis". Além disto, é necessário que uma das medidas cautelares alternativas à prisão (art. 319, CPP) não sejam adequadas ou suficientes.
O CPP contempla cinco hipóteses de cabimento da preventiva:
a) nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
b) reincidência;
c) se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
d) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida;
 e) quando houver descumprimento de alguma das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP.
Não é possível a decretação da preventiva se o juiz constatar que o réu (ou investigado) praticou a infração penal em uma das hipóteses de excludente de ilicitude.
Os pressupostos da preventiva constituem o fumus comissi delicti (a probabilidade de que a pessoa tenha praticado o delito, e está representado por meio do binômio: prova da materialidade e indícios de autoria ou participação) e o perculum libertatis.
Além de estar presente a prova da materialidade e os indícios de autoria (fumus comissi delicti), a decretação da preventiva pressupõe a existência de, pelo menos, uma das hipóteses autorizadoras do art. 312 do CPP (periculum libertatis). 
São quatro as hipóteses:
1 - Garantia da ordem pública: A expressão “ordem pública” é imprecisa e ainda há controvérsias acerca da sua delimitação conceitual. Tem prevalecido o entendimento de que é possível prender para garantir a ordem pública para evitar a reiteração da prática criminosa;
2 -  Garantia da ordem econômica: Este fundamento da preventiva foi trazido pela Lei n.º 8.884/94, objetivando evitar a reiteração da prática criminosa que atente contra a ordem econômica.
3 - Conveniência da instrução criminal: Neste caso, o juiz prende quando a liberdade do réu (ou investigado) pode prejudicar a produção de provas. É o que ocorre, por exemplo, quando o réu ameaça uma testemunha.
4 - Assegurar a aplicação da lei penal: Deve o juiz decretar a prisão preventiva quando houver um fundado risco de fuga.
Há uma quinta hipótese, não prevista no CPP. 
Além destas hipóteses previstas no CPP, há uma quinta situação prevista na Lei de crimes contra o sistema financeiro nacional (Lei n.º 7.492/86). Com efeito, referida Lei faculta ao magistrado decretar a prisão preventiva por força da magnitude da lesão causada..
5 -  A doutrina majoritária considera que esta quinta hipótese não foi recepcionada pela Constituição de 88, pois permitiria uma prisão sem que houvesse qualquer necessidade de segregação cautelar. O argumento, todavia, não tem sido acolhido pela jurisprudência.
A prisão preventiva é decretada com prazo indeterminado. Desta forma, enquanto durarem os requisitos que autorizam a preventiva, deverá ser mantida esta prisão.
Sobre prazo para a prisão, seguem as súmulas do STJ:
Súmula 21/ STJ: “Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução”;
Súmula 52/STJ: “Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo”;
Súmula 64/STJ: “Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa”.
É possível conceder a liberdade provisória nos crimes inafiançáveis?
Sim, é possível conceder a liberdade provisória sem fiança, sempre que não estiverem presentes os requisitos da preventiva.

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