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Etica no Servico Social 02

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AN02FREV001/REV 4.0 
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
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CURSO DE 
ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
3 NORMAS ÉTICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS PARA ASSISTENTES 
SOCIAIS 
 
 
Vimos no Módulo I os aspectos gerais da ética e sua interface com o Serviço 
Social. Agora é hora de nos debruçarmos melhor sobre as normas nacionais e 
internacionais desta profissão. 
 
 
3.1 CÓDIGO BRASILEIRO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL 
 
 
O Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais foi criado a partir da 
RESOLUÇÃO do Conselho Federal de Serviço Social N.º 273/93, de 13 março de 
1993, com o objetivo de resguardar as “questões do compromisso ético-político e da 
avaliação da qualidade dos seus serviços” (p. 2). Seu corpo apresenta os seguintes 
tópicos: 
 
Introdução 
Princípios Fundamentais 
Título I - Disposições Gerais 
Título II - Dos Direitos e Das Responsabilidades Gerais do Assistente 
Social 
Título III - Das Relações Profissionais 
Capítulo I - Das Relações com os Usuários 
Capítulo II - Das Relações com as Instituições Empregadoras e Outras 
Capítulo III - Das Relações com Assistentes Sociais e Outros Profissionais 
Capítulo IV - Das Relações com Entidades da Categoria e Demais 
Organizações da Sociedade Civil 
Capítulo V - Do Sigilo Profissional 
Capítulo VI - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento 
Título IV - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento 
 
 
 
 
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Seus princípios fundamentais contemplam: 
 
 Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais; 
 Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo; 
 Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda 
sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das 
classes trabalhadoras; 
 Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida; 
 Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
 Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o 
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e 
à discussão das diferenças; 
 Garantia do pluralismo, por meio do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o 
constante aprimoramento intelectual; 
 Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de 
uma nova ordem societária, sem dominação e exploração de classe, etnia e 
gênero; 
 Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que 
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores; 
 Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o 
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; 
 Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por 
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, 
opção sexual, idade e condição física. 
 
 
 
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As disposições gerais tratam da competência do Conselho Federal de 
Serviço Social que se resume em zelar pela observância dos princípios e diretrizes 
do Código de Ética, realizar alterações no código e firmar jurisprudência na 
observância do código e nos casos de omissão. Ainda neste tópico (Título I) consta 
como competência dos conselhos regionais zelar pela observância dos princípios e 
diretrizes do código de ética e funcionar como órgão julgador de primeira instância. 
O Título II ao tratar dos direitos e das responsabilidades gerais do assistente 
social apresentam seus direitos, deveres e vedações em sua prática. Este e os 
demais tópicos serão apresentados a partir das especificações do próprio código de 
ética seguidos de comentários realizados em caixas para distinguir as normas dos 
comentários, quando necessário. 
Como direitos do profissional do serviço social há em seu artigo 2º (CFESS, 
1993): 
 
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de 
Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código. 
 
 
 
 
 
 
b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão. 
 
 
A profissão do assistente social é regulamentada pela Lei nº 8.662, de 7 de 
junho, de 1993 (Ver anexo I). Dentre outros aspectos define quem pode exercer 
a profissão de assistente social, suas competências e atribuições privativas e 
competências dos conselhos federal e regionais de serviço social (BRASIL, 
1993). 
Você Sabia? 
A primeira lei que regulamentou a profissão do assistente social foi aprovada 
em 1957 (BRASIL, 1957). A Lei nº 3.252, de 27 de agosto, foi revogada pela Lei 
nº 8.662/1993 em vigor. 
As atividades do assistente social são expostas no artigo 4º e 5º da Lei nº 8.662, 
de 7 de junho, de 1993 (Ver anexo I). 
 
 
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c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação 
e implementação de programas sociais. 
 
 
d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, 
garantindo o sigilo profissional. 
e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional. 
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos 
princípios deste Código. 
 
 
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de 
assuntos de interesse da população. 
 
 
h) ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar 
serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções. 
i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de 
participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. 
 
Os deveres do assistente social estão descritos no artigo 3º do Código de Ética e 
corresponde à: 
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, 
observando a legislação em vigor. 
Políticas sociais são ações governamentais desenvolvidas em conjunto por meio 
de programas que proporcionam a garantia de direitos e condições dignas de 
vida ao cidadão de forma equânime e justa, garantindo à população o exercício 
de sua cidadania. Educação, Saúde, Trabalho, Assistência Social, Previdência 
Social, Justiça, Agricultura, Saneamento, Habitação Popular e Meio Ambiente 
são políticas sociais (CRESS-MS, 2012). 
Aprimoramento profissional não corresponde apenas aos cursos de pós-
graduação (especialização, mestrado ou doutorado), são cursos de extensão e 
de capacitação de curta ou longa duração.Participação em congressos, seminários, colóquios, bancas examinadoras, 
entrevistas, palestras e outros. 
 
 
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b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da Profissão. 
 
 
 
c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a censura, o 
cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua 
ocorrência aos órgãos competentes. 
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade 
pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades. 
 
 
 
O Artigo 4º do Código de Ética do Assistente Social coloca que é vedado ao 
assistente social: a) transgredir qualquer preceito do código, bem como da Lei de 
Regulamentação da Profissão; b) praticar e ser conivente com condutas antiéticas, 
crimes ou contravenções penais na prestação de serviços profissionais; c) acatar 
determinação institucional que fira os princípios e diretrizes do código; d) 
compactuar com o exercício ilegal da profissão, mesmo que em situações de estágio 
acadêmico; e) permitir ou exercer a supervisão de aluno de serviço social em 
instituições públicas ou privadas que não tenham em seu quadro assistente social; f) 
assumir responsabilidade por atividade para as quais não esteja capacitado pessoal 
e tecnicamente; g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os 
O registro no Conselho Regional é estabelecido pela lei de Regulamentação 
Profissional como condição para a habilitação ao exercício da profissão de 
Serviço Social. Trabalhar sem registro constitui ilegalidade, podendo ser 
caracterizada como contravenção penal sujeita a processo penal por crime de 
responsabilidade. O registro profissional é emitido pelo Conselho de cada região 
com representação em cada estado do Brasil (CRESS-RJ, 2012). 
 
Os programas de apoio e proteção à população atingida por situações de 
emergências e calamidades públicas têm como objetivo assegurar acolhimento 
imediato em condições dignas e de segurança; manter alojamentos provisórios, 
quando necessário; identificar perdas e danos ocorridos e cadastrar a população 
atingida; articular a rede de políticas públicas e redes sociais de apoio para prover 
as necessidades detectadas; promover a inserção na rede socioassistencial e o 
acesso a benefícios eventuais (MDS, 2012). 
 
 
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princípios da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, 
demissão ou transferência; h) pleitear para si ou para outros emprego, cargo ou 
função que estejam sendo exercidos por colega; i) adulterar resultados e fazer 
declarações falaciosas sobre situações ou estudos de que tome conhecimento; j) 
assinar ou publicar em seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros, mesmo que 
executados sob sua orientação. 
O Título III trata das relações profissionais com os usuários, com as 
instituições empregadoras, com profissionais da mesma área e de outras categorias 
profissionais, com entidades das categorias e outras, do sigilo profissional e das 
penalidades, observâncias e aplicação e cumprimento de suas funções. 
Esse tópico é de extrema relevância, pois o trabalho do assistente social, em 
sua maioria, é realizado em conjunto com outros profissionais. 
A relação com os usuários é definida por oito deveres (Art. 8º): 
a) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas 
decisões institucionais. 
 
 
b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências 
das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos 
usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos 
profissionais, resguardados os princípios do código de ética. 
 
 
c) democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço 
institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos usuários. 
 
Apesar das instituições terem normas próprias e terem planos de atendimento a 
participação da população é fundamental para atendermos às demandas. Muitas 
vezes, a nossa percepção sobre uma situação pode ser distorcida e o 
posicionamento da população nos ajuda a estabelecer metas mais concretas. 
Nosso posicionamento nunca deve ser arbitrário, mesmo tendo valores e 
crenças distintas. Manter uma escuta neutra, por mais difícil que seja, nos 
ajuda a compreender melhor as situações e como podemos auxiliar na 
busca de respostas para os problemas apresentados. 
 
 
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d) devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no 
sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses. 
 
 
 
e) informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro 
audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados 
obtidos. 
 
 
f) fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao 
trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o 
sigilo profissional. 
g) contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação 
com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. 
 
 
Temos que ter a percepção de que os programas só funcionam com a 
participação da população e para isso temos que nos engajar para disseminar as 
informações sobre os programas e suas formas de acesso, mesmo quando não 
temos cargos de diretores ou coordenadores de departamentos responsáveis 
pela criação dos mesmos. Uma das formas mais comuns utilizadas pelos 
assistentes sociais que fazem o encaminhamento da população a programas 
específicos do serviço social e de outras áreas. 
A pesquisa científica tem por objetivo contribuir com a evolução dos saberes 
humanos em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e executada 
por meio de rigorosos critérios de processamento das informações (CAMPOS; 
SANTOS; CAMPOS, 2009). Ela deve servir como meio e não como fim. Isso 
significa que a pesquisa deve ajudar a conhecer uma realidade e identificar 
pontos que precisam de uma intervenção e não apenas apresentar dados. 
 
Todos os procedimentos, seja para pesquisas acadêmicas ou institucionais, 
devem ser de conhecimento da população. É por isso que é necessário que o 
projeto de pesquisa, antes do seu início, seja submetido a um Comitê de Ética 
em Pesquisa. Além disso, toda pesquisa e os meios de coleta de dados devem 
ser autorizados pelos participantes que devem ter acesso aos resultados finais. 
 
Para agilizar processos burocráticos é necessário que os profissionais tenham 
conhecimento de sua existência, seus objetivos e formas de acesso. 
 
 
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h) esclarecer aos usuários, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude de 
sua atuação profissional. 
 
 
No trabalho com a população é vedado ao assistente social, conforme 
consta no art. 6º do Código de Ética: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim como na relação com usuário, nas relações com as instituições 
empregadores e afins, também é possível verificar que os assistentes sociais 
possuem direitos e deveres, conforme consta nos artigos 7º e 8º do Código de Ética 
Profissional: 
 
Como mencionamos anteriormente, muitos trabalhos desenvolvidos pelos 
assistentes sociais são realizados em parcerias com profissionais de outras 
áreas. É importante que o usuário saiba qual a função dos profissionais para que 
ele busque auxílio quando achar necessário. Além disso, é preciso esclarecer os 
objetivos do trabalho, como será todo o processo e seus objetivos finais. 
 
1º 
Exercer sua autoridade de maneiraa limitar ou cercear o 
direito do usuário de participar e decidir livremente sobre 
seus interesses. 
2º 
Aproveitar-se de situações decorrentes da relação 
assistente social - usuário para obter vantagens pessoais 
ou para terceiros. 
3º 
Bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos 
pelas instituições, por meio de atitudes que venham 
coagir e/ou desrespeitar aqueles que buscam o 
atendimento de seus direitos. 
 
 
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DIREITOS DEVERES 
a) dispor de condições de trabalho 
condignas, seja em entidade pública ou 
privada, de forma a garantir a qualidade do 
exercício profissional; 
b) ter livre acesso à população usuária; 
c) ter acesso a informações institucionais 
que se relacionem aos programas e políticas 
sociais e sejam necessárias ao pleno 
exercício das atribuições profissionais; 
d) integrar comissões interdisciplinares de 
ética nos locais de trabalho do profissional, 
tanto no que se refere à avaliação da 
conduta profissional, como em relação às 
decisões quanto às políticas institucionais. 
a) programar, administrar, executar e 
repassar os serviços sociais assegurados 
institucionalmente; 
b) denunciar falhas nos regulamentos, 
normas e programas da instituição em que 
trabalha, quando os mesmos estiverem 
ferindo os princípios e diretrizes deste 
Código, mobilizando, inclusive, o Conselho 
Regional, caso se faça necessário; 
c) contribuir para a alteração da correlação 
de forças institucionais, apoiando as 
legítimas demandas de interesse da 
população usuária; 
d) empenhar-se na viabilização dos direitos 
sociais dos usuários, por meio dos 
programas e políticas sociais; 
e) empregar com transparência as verbas 
sob a sua responsabilidade, de acordo com 
os interesses e necessidades coletivas dos 
usuários. 
 
 
Em sua relação com as instituições empregadoras é vedado ao assistente 
social: a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, organizações ou 
empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço Social; b) usar ou permitir 
o tráfico de influência para obtenção de emprego, desrespeitando concurso ou 
processos seletivos; c) utilizar recursos institucionais (pessoal e/ou financeiro) para 
fins partidários, eleitorais e clientelistas. 
Acredito que falar da relação com outros assistentes sociais e outros 
profissionais é algo que a maioria já insere na sua rotina de trabalho, mas o Código 
de Ética delimita outros fatores que não apenas o respeito e a solidariedade no 
exercício da profissão. 
Sendo assim, é dever do assistente social denunciar atos que contrariem os 
postulados éticos; repassar ao seu substituto as informações necessárias à 
 
 
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continuidade do trabalho; mobilizar sua autoridade funcional, ao ocupar uma chefia, 
para a liberação de carga horária de subordinado, para fim de estudos e pesquisas 
que visem ao aprimoramento profissional, bem como de representação ou 
delegação de entidade de organização da categoria e outras, dando igual 
oportunidade a todos; incentivar, sempre que possível, a prática profissional 
interdisciplinar; respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões; e ao 
realizar crítica pública a colega e outros profissionais, fazê-lo sempre de maneira 
objetiva, construtiva e comprovável, assumindo sua inteira responsabilidade. 
Por outro lado, não cabe ao assistente social intervir na prestação de 
serviços que estejam sendo efetuados por outro profissional, prevalecer-se de cargo 
de chefia para discriminar ou abusar de sua autoridade, ser conivente com falhas 
éticas e com erros técnicos praticados por assistente social e qualquer outro 
profissional e prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro 
profissional. 
 
FIGURA 8 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.ielv.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=64&Itemid=68>. 
Acesso em: 5 dez. 2012. 
 
 
Resumidamente, a participação dos assistentes sociais em entidades da 
categoria e demais organizações da sociedade civil é permitida como forma de 
produzir conhecimento, defender ou fiscalizar o exercício profissional, bem como 
apoiar movimentos sociais e organizações populares (Art. 12). 
Nesses locais é dever deste profissional denunciar ao conselho regional as 
condições de trabalho, casos de violação da Lei e dos Direitos Humanos e respeitar 
 
 
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a autonomia dos movimentos populares e das organizações de classes 
trabalhadoras da qual faz parte (Art. 13). 
Há apenas uma vedação quanto à participação do assistente social nessas 
entidades: utilizar a posição que ocupa na direção da entidade para obter vantagens 
pessoais. 
O capítulo V do Título III trata do sigilo profissional que consiste em proteger 
o usuário de tudo o que o assistente social tome conhecimento, sem esquecer que 
mesmo em trabalhos multidisciplinares apenas os conteúdos necessários devem ser 
repassados. 
A quebra de sigilo só pode ocorrer quando a situação relatada pelos 
usuários trouxer prejuízos a ele mesmo, a terceiros e à coletividade (Art. 17 e 18). 
Quando envolver a Justiça, o assistente social deverá (Art. 19): 
 
a) apresentar à justiça, quando convocado na qualidade de perito ou testemunha, as 
conclusões do seu laudo ou depoimento, sem extrapolar o âmbito da competência 
profissional e violar os princípios éticos. 
b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar 
depoimento, para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional nos termos 
do seu Código Ético e da Legislação em vigor. 
 
 
 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
Mesmo quando convocado a depor como testemunha sobre alguma 
situação sigilosa e mesmo quando autorizado o Código de Ética Profissional 
do Assistente Social veda essa possibilidade. 
Também é vedado ao assistente social aceitar nomeação como perito e/ou 
atuar em perícia quando a situação não se caracterizar como área de sua 
competência ou de sua atribuição profissional, ou quando infringir os 
dispositivos legais relacionados a impedimentos ou suspeição. 
 
Código de Ética Profissional do Assistente Social (Art. 20, 1993). 
 
 
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No Título IV, que dispõe sobre observâncias, aplicação e cumprimento do 
código de ética, constituem-se como infrações disciplinares (as infrações 
disciplinares correspondem às seguintes especificidades): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso cometa alguma infração o assistente social pode sofrer penalidades 
que vão desde a multa até a cassação do seu exercício profissional, sendo este 
último aplicado em casos mais graves. 
 
FIGURA 9 
PENALIDADES
1) MULTA
3) ADVERTÊNCIA 
PÚBLICA
2) ADVERTÊNCIA 
RESERVADA
4) SUSPENSÃO DO 
EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL
5) CASSAÇÃO DO 
REGISTRO 
PROFISSIONAL
 
FONTE: Elaboração da autora com base no Art. 24 do 
Código de Ética Profissional do Assistente Social (1993). 
Exercer a Profissão quando 
impedido de fazê-lo, ou facilitar, 
por qualquer meio, o seu exercício 
aos não inscritos ou impedidos. 
Não cumprir, no prazo 
estabelecido, determinação 
emanada do órgão ou autoridade 
dos Conselhos, em matéria 
destes, depois de regularmente 
notificado. Deixar de pagar, regularmente, as 
anuidades e contribuições devidas 
ao Conselho Regional de Serviço 
Social. 
Fazer ou apresentar declaração, 
documento falso ou adulterado, 
perante o Conselho Regional ou 
Federal. 
Participar de instituição que, tendo 
por objeto o Serviço Social, não 
esteja inscrita no Conselho 
Regional. 
 
 
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 34 
Com base no referidocódigo de ética, a suspensão corresponde à interdição 
do assistente social na prática profissional, podendo o mesmo deixar de exercer sua 
função pelo prazo de trinta dias a dois anos. 
São consideradas violações graves, que podem culminar em penas mais 
severas: 
 
Art. 3º c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a 
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, 
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes 
Art. 4º a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de 
Regulamentação da Profissão; b) praticar e ser conivente com condutas antiéticas, 
crimes ou contravenções penais na prestação de serviços profissionais, com base 
nos princípios deste Código, mesmo que estes sejam praticados por outros 
profissionais; c) acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes 
deste Código; g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os 
princípios da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, 
demissão ou transferência; i) adulterar resultados e fazer declarações falaciosas 
sobre situações ou estudos de que tome conhecimento; j) assinar ou publicar em 
seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros, mesmo que executados sob sua 
orientação. 
Art. 5º b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e 
consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as 
decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças 
individuais dos profissionais, resguardados os princípios deste Código; f) fornecer à 
população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao trabalho 
desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o sigilo 
profissional. 
Art. 6º a) exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito do usuário 
de participar e decidir livremente sobre seus interesses; b) aproveitar-se de 
situações decorrentes da relação assistente social - usuário, para obter vantagens 
pessoais ou para terceiros; c) bloquear o acesso dos usuários aos serviços 
oferecidos pelas instituições, por meio de atitudes que venham coagir e/ou 
desrespeitar aqueles que buscam o atendimento de seus direitos. 
Art. 8º b) denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da instituição 
em que trabalha, quando os mesmos estiverem ferindo os princípios e diretrizes 
deste Código, mobilizando, inclusive, o Conselho Regional, caso se faça 
necessário; e) empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, 
de acordo com os interesses e necessidades coletivas dos usuários. 
Art. 9º a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, organizações ou 
empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço Social; b) usar ou permitir 
o tráfico de influência para obtenção de emprego, desrespeitando concurso ou 
processos seletivos; c) utilizar recursos institucionais (pessoal e/ou financeiro) para 
fins partidários, eleitorais e clientelistas. 
Art.11 b) prevalecer-se de cargo de chefia para atos discriminatórios e de abuso de 
autoridade; c) ser conivente com falhas éticas de acordo com os princípios deste 
Código e com erros técnicos praticados por assistente social e qualquer outro 
 
 
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profissional; d) prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro 
profissional. 
Art. 13 b) denunciar, no exercício da Profissão, às entidades de organização da 
categoria, às autoridades e aos órgãos competentes, casos de violação da Lei e 
dos Direitos Humanos, quanto a: corrupção, maus-tratos, torturas, ausência de 
condições mínimas de sobrevivência, discriminação, preconceito, abuso de 
autoridade individual e institucional, qualquer forma de agressão ou falta de respeito 
à integridade física, social e mental do cidadão. 
Art. 14 É vedado ao assistente social valer-se de posição ocupada na direção de 
entidade da categoria para obter vantagens pessoais, diretamente ou por meio de 
terceiros. 
Art. 16 O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente social tome 
conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional. 
Art. 17 É vedado ao assistente social revelar sigilo profissional. 
Art. 18 Parágrafo único - A revelação será feita dentro do estritamente necessário, 
quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele 
devam tomar conhecimento. 
Art. 19 b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar 
depoimento, para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional nos 
termos deste Código e da Legislação em vigor. 
Art. 20 a) depor como testemunha sobre situação sigilosa do usuário de que tenha 
conhecimento no exercício profissional, mesmo quando autorizado; b) aceitar 
nomeação como perito e/ou atuar em perícia quando a situação não se caracterizar 
como área de sua competência ou de sua atribuição profissional, ou quando infringir 
os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou suspeição. 
 
É importante lembrar que mesmo não se referindo às penalidades mais 
graves, todos os dispositivos, quando não cumpridos, são passíveis de penalidades 
mais brandas. 
. 
 
3.2 NORMAS GERAIS DE CONDUTA ÉTICA PARA ASSISTENTES SOCIAIS 
 
 
3.2.1 Normas do Serviço Social: relação com os usuários 
Na animação, vamos apenas sintetizar o que foi apresentado acima para 
assimilar o conteúdo, principalmente, no que corresponde ao que deve ser realizado 
pelos assistentes sociais. 
 
 
3.2.2 Normas do Serviço Social: instituições, serviços e organizações 
 
 
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 Programar, administrar, executar e repassar os serviços sociais assegurados 
institucionalmente; 
 Denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da instituição em que 
trabalha, quando os mesmos ferirem o código de ética; 
 Contribuir para a alteração da correlação de forças institucionais, apoiando as 
legítimas demandas de interesse da população usuária; 
 Empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, por meio dos 
programas e políticas sociais; 
 Empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, de acordo 
com os interesses e necessidades coletivas dos usuários. 
 
3.2.3 Normas do Serviço Social: relacionamentos entre profissionais 
 
 
FIGURA 10 
 
FONTE: Elaboração da autora com base no Art. 24 do Código de Ética (1993). 
 
 
 
RELACIONA-
MENTO COM 
PROFISSIONAIS 
 
 
Ser solidário 
 
Denunciar atos 
contra a ética 
Facilitar a 
continuidade 
do trabalho em 
sua ausência 
Ser responsável 
ao criticar 
outros 
profissionais 
Incentivar a 
prática 
interdisciplinar 
Incentivar 
subordinados 
ao estudo e 
pesquisa 
 
 
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 37 
 
3.2.4 Normas Relativas à Profissão 
 
No Brasil, como podemos observar, as normas regulatórias da profissão do 
assistente social são condensadas pela Lei 8.662/1993, que regulamenta a 
profissão, e pela Resolução nº 273/1993, que institui o Código de Ética Profissional 
do Assistente Social. 
Estas normas legais não podem deixar de ser objeto de estudo aprofundado 
por qualquer assistente social e deve-se registrar, também, que nenhuma outra lei é 
maior no nosso país. 
Contudo, existe um documento importante e pouco discutido pelos 
profissionais que se trata da Declaração Internacional dos Princípios Éticos no 
Serviço Social que veremos brevemente a seguir. 
Também devemos levar em consideração documentos aprovados pelo 
próprio Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), muitos contaram com a 
participação de membros do CFESS em sua elaboração, que contribuem para 
pensarmos a prática profissional dos assistentes sociais. 
São orientações técnicase outras publicações que ajudam a pensar sobre o 
papel do assistente social e de outros profissionais que trabalham em serviços da 
Assistência Social, enquanto política social, e que podem contribuir para a prática 
profissional com populações específicas. Apresento abaixo alguns exemplos: 
 
 Caderno de Orientações sobre o Índice de Gestão Descentralizada do 
Sistema Único de Assistência Social – IGDSUAS. 
 Caderno SUAS Volume II – Financiamento da Assistência Social no Brasil. 
 Cartilha BPC – Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social. 
 Centro de Referência de Assistência Social (Cras) – Orientações Técnicas 
Estatuto do Idoso. 
 Inclusão das Pessoas em Situação de Rua no Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal. 
 Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS Anotada. 
 Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas – NOB-RH/SUAS. 
 O CRAS que temos, o CRAS que queremos – Volume 1. 
 
 
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 38 
 Orientações para Conselhos da Área de Assistência Social – Tribunal de 
Contas da União (TCU). 
 Orientações Técnicas Gestão do Programa de Erradicação do Trabalho 
Infantil no SUAS. 
 Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos. 
 Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social - CRAS. 
 Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social - CREAS. 
 Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado para População 
em Situação de Rua. 
 Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes. 
 Perguntas e Respostas: Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social - CREAS. 
 Perguntas e Respostas: Centro de Referência Especializado para População 
em Situação de Rua (Centro POP). 
 Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária – PNCFC. 
 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e 
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. 
 Política Nacional de Assistência Social. 
 Política Nacional do Idoso. 
 Políticas Sociais para o Desenvolvimento - Superar a Pobreza e Promover 
Inclusão. 
 Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de 
Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. 
 Sistema único de Assistência Social (SUAS): Manual Informativo para 
jornalistas, gestores e técnicos. 
 Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. 
 
Todas as publicações acima estão disponíveis no site do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) 
 
 
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(http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-social-
snas/livros). 
O próprio CFESS disponibiliza em seu site publicações que também servem 
para o mesmo fim, com a vantagem de que ele amplia as áreas de atuação do 
serviço social que não seja apenas a Política de Assistência Social 
(http://www.cfess.org.br/publicacoes_livros.php). Abaixo constam alguns exemplos 
das publicações: 
 
 Atribuições Privativas do/a Assistente Social em Questão. 
 2º Seminário Nacional de Serviço Social no Campo Sociojurídico. 
 Instrumentos para a fiscalização do exercício profissional do/a Assistente 
Social. 
 Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação. 
 Serviço Social na Educação. 
 Legislação e Resoluções sobre o Trabalho do/a Assistente Social. 
 Seminário Nacional: O Trabalho do/a Assistente Social no SUAS. 
 Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência 
Social. 
 Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Saúde. 
 
Bom, agora que ampliamos as nossas possibilidades de leitura e estudo 
vamos seguir no nosso conteúdo e tratarmos da Declaração Internacional dos 
Princípios Éticos no Serviço Social para finalizar este Módulo. 
 
 
3.3 DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS NO SERVIÇO 
SOCIAL 
 
 
Antes de conhecermos as especificidades desta Declaração, vamos 
conhecer sobre o que ela trata? 
A partir de uma reunião internacional realizada em 1994, no Sri Lanka, a 
Federação Internacional dos Assistentes Sociais, a partir das discussões sobre as 
 
 
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 40 
áreas de atuação do assistente social, elaborou a Declaração Internacional dos 
Princípios Éticos do Serviço Social e as Normas Éticas Internacionais para 
Assistentes Sociais (FRANÇA, 2008) com o objetivo de formular um conjunto de 
princípios básicos de Serviço Social, identificar problemas éticos na prática do 
Serviço Social e elaborar um guia metodológico para lidar com questões éticas e 
problemas éticos (FIAS, s/d). 
Apesar dos dois documentos (Declaração e Normas Éticas) estarem 
apresentados no mesmo documento, aqui será apresentada apenas a Declaração. 
Contudo, a íntegra dos dois documentos encontram-se no Anexo II. 
 
 
3.3.1 Princípios 
 
 
Os princípios internacionais que regem a prática dos assistentes sociais não 
são poucos. Contudo, não é possível apresentar um resumo, já que ele engloba de 
forma precisa as ponderações da FIAS. 
 
 Cada ser humano tem um valor único em si mesmo o que justifica o respeito 
moral por esta Pessoa. 
 Cada indivíduo tem direito à sua autodeterminação, até ao limite em que isso 
não desrespeite os iguais direitos dos outros e tem a obrigação de contribuir 
para o bem-estar da sociedade. 
 Cada sociedade, seja qual for a sua estrutura, deverá proporcionar o máximo 
de condições favoráveis de vida aos seus membros; 
 Os assistentes sociais têm um compromisso com os princípios de Justiça 
Social. 
 Os assistentes sociais devem colocar os seus objetivos, conhecimentos e 
experiência ao serviço dos indivíduos, dos grupos, das comunidades e da 
sociedade, apoiando-os no seu desenvolvimento e na resolução dos seus 
conflitos individuais ou coletivos e nas consequências que dai advém. 
 Espera-se que os assistentes sociais providenciem o melhor apoio possível a 
toda e qualquer pessoa que procure a sua ajuda e conselho, sem 
 
 
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 41 
discriminação com base na deficiência, cor, raça, classe social, religião, língua, 
convicções políticas ou opções sexuais. 
 Os assistentes sociais respeitam os Direitos Humanos básicos, de indivíduos e 
grupos, consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos das 
Nações Unidas e em outras convenções internacionais derivadas daquela 
Declaração. 
 Os assistentes sociais salvaguardam os princípios de privacidade, 
confidencialidade e uso responsável da informação no seu trabalho 
profissional. Deverão ainda respeitar a confidencialidade mesmo quando a 
legislação do seu país é contrária a esta exigência. 
 Espera-se dos assistentes sociais um trabalho de estreita colaboração com os 
seus usuários, na defesa do seu próprio interesse e no interesse dos outros 
com ele envolvidos. Os usuários são encorajados a participar e devem ser 
informados dos riscos e benefícios prováveis no decurso do processo. 
 Os assistentes sociais, geralmente, esperam que os usuários assumam em 
colaboração com eles a responsabilidade de decidir a orientação a dar aos 
seus problemas que afetam as suas vidas. A pressão que venha a ser 
necessária exercer para resolver os problemas de uma parte à custa dos 
interesses das outras partes envolvidas, só deveria acontecer depois de uma 
aprofundada avaliação das reclamações das partes em conflito. Os assistentes 
sociais devem evitar o recurso à coação jurídica. 
 O Serviço Socialé incompatível com o apoio direto ou indireto a grupos de 
indivíduos, forças políticas ou sistemas de poder que dominem os Seres 
Humanos, pelo uso da força, tais como: a tortura ou meios violentos. 
 Os assistentes sociais tomam decisões e eticamente justificadas apoiando-se 
na “Declaração Internacional dos Princípios Éticos” e nas “Normas Éticas 
Internacionais para os Assistentes Sociais”, adaptadas pela sua Associação 
Profissional Nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
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 42 
 
3.3.2 Áreas Problemas e Zonas de Conflito 
 
 
Como apresenta a própria Declaração Internacional, esse tópico pondera 
questões reconhecidas universalmente, mesmo com tantas diferenças sociais, 
culturais e políticas, e que requer uma atenção especial do Serviço Social. As áreas 
problemas e zonas de conflito são divididas em três eixos. 
O primeiro trata do confronto da lealdade do assistente social com interesses 
contraditórios como, por exemplo, seus interesses com os dos usuários dos serviços 
ou do interesse de grupos de usuários com os demais membros da população ou, 
ainda, os interesses da instituição em que o assistente social trabalha e ele mesmo. 
O segundo eixo consiste no papel paralelo do assistente social quando este 
exerce a função de apoio e de controle. A Declaração Internacional coloca que: 
 
[...] quando se espera que os assistentes sociais desempenhem um papel 
no controle dos cidadãos, eles são obrigados a clarificar as implicações 
éticas desta função e em que medida este papel é aceitável relativamente 
aos “Princípios Básicos Éticos do Serviço Social” (p. 3). 
 
O último eixo trata do dever do assistente social em proteger os interesses 
dos usuários que entram em conflito com exigências relacionadas à eficiência e 
rentabilidade do trabalho, tirando o foco da demanda trazida pelo mesmo. 
Tais eixos devem ser considerados em nossas discussões, porém, devem 
ser tratados com uma relevância coerente da nossa sociedade. 
 
 
3.3.3 Metodologia para a resolução de situações e problemas 
 
 
Dentre as metodologias apontadas pela Declaração Internacional para 
resolver problemas e outras situações, é proposto acionar as diferentes Associações 
Nacionais de Assistentes Sociais que têm como função cuidar de assuntos 
referentes a problemas éticos. 
 
 
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 43 
No Brasil, temos a Federação Nacional dos Assistentes Sociais (FNAS) que 
tem como função viabilizar a reorganização política sindical dos assistentes sociais 
(FNAS, 2012). A Federação Nacional mantém articulação direta com a Mesa 
Nacional de Negociação do Sistema Único de Saúde (SUS), com o Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS). 
Além disso, temos o Conselho Federal de Serviço Social e os conselhos 
regionais de Serviço Social e devemos, somados a isso, considerar a rede mais 
próxima como apoio: coordenadores técnicos, chefes de departamento e 
supervisores cujos profissionais são da assistência social para discutir problemas e 
buscar a melhor resolução. 
E assim chegamos ao final de mais um módulo. 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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