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Resumos: O que é política (Leo Maar) e Política como vocação (Max Weber)

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.O que é política – Wolfgang Leo Maar
Dividido em quatro capítulos, "O que é política" de Wolfgang Leo Maar esboça algumas temáticas do universo político, abordando a história da política no Ocidente para, então, poder apresentar os conceitos e as instituições políticas.
Leo Maar começa a obra desmistificando a ideia de que a política se restrinja apenas ao âmbito institucional, pois como seres humanos, somos seres políticos e a praticamos no nosso cotidiano. Sendo assim, o que existe, de fato, são diferentes "políticas" propostas na sociedade, almejando alcançar o poder. 
A política é vista pelo autor como resultado de um processo histórico. Para justificar sua ideia, ele comenta sobre a visão histórica da mesma desde a Grécia e Roma Antiga, abordando as atividades desta área dessas sociedades e as ideias de Platão e Aristóteles, as quais contribuíram com bagagem teórica para a política no mundo ocidental. Retrata também o pensamento de Nicolau Maquiavel sobre o Estado e o governo, no qual, de acordo com suas ideias, pode-se extrair uma comparação entre o príncipe e os partidos políticos que têm como meta assumir o poder do Estado. Para Maquiavel o governo é agente da atividade política do Estado. Assim o dirigente deste governo – o príncipe - deve ter virtude, ou seja, capacidade política para poder se sobressair diante os acontecimentos políticos, para se permanecer no poder. Além disso, o príncipe deve possuir força e astúcia para se governar e ter sorte.
Outro pensador apresentado é o Karl Marx, no qual elaborou uma teoria em que a política é uma disputa entre classes sociais, sendo o Estado a representação de uma classe dominante e o povo tem que ser submetido a ele. Como forma de diminuir a disparidade social, cabe a classe explorada a busca do socialismo como superação da sociedade de classes. 
Outrossim, ao comentar sobre o Estado, o autor mostra que esta foi desenvolvida a fim e organizar a vida coletiva e tem o poder de coerção para alcançar tal objetivo e o atendimento dos interesses comuns. Destaca funcionamento do Estado para com a sociedade, a forma que este pode atuar sendo poder agente de coerção, dominação e imposição ou pode ser agente a persuasão, do consenso, ou seja, pode agir através da coerção ou da hegemonia. Como exemplo, é citado um caso de uma coerção realizada com universitários da Bahia que faz com que seja questionada a legitimidade de um Estado democrático que impõe uso de força e não respeita, por vezes, a liberdade de expressão e manifestação. Nestes momentos que devemos nos questionar sobre o poder e a legitimidade do poder do Estado, dito democrático, mas que em nome da ordem, se impõe com o uso da força do seu aparelho repressivo.
Leo Maar demonstrando a sua influência marxista da sua formação define de forma clara qual é o objetivo do Estado dentro da sociedade capitalista e da democracia representativa burguesa – "A finalidade específica da política institucional, do prisma do Estado, é a imposição de uma estrutura econômica à sociedade". Porém muitas vezes a política institucional do Estado, de classe, é apresentada como interesses gerais da sociedade. Mas apenas alguns cidadãos são de fatos representados, o Estado atende os interesses destes, da sua classe. 
Além disso, há também uma diferenciação entre sociedade civil, conjunto de organizações e instituições cívicas que constituem os alicerces de uma sociedade em funcionamento, tendo as suas próprias instituições para levar as reivindicações ao Estado, sendo os partidos políticos as principais instituições, como os partidos, escolas, empresas, os sindicatos, movimentos sociais e populares; e sociedade política que diz respeito à administração pública, como o poder judiciário e as forças armadas. 
Dessa forma, o livro estudado levanta questões essenciais para os cidadãos como seres políticos, abrindo seus olhos e mentes quanto à verdadeira atividade política vigente. Com isso, questiona-se a representação do Estado perante a diferentes classes sociais, privilegiando a elite hegemônica; a real aplicabilidade da democracia vigente, o papel do Estado e seus limites na busca pelo controle social. Portanto, com tais questionamentos Leo Maar nos faz pensar qual o nosso papel em sociedade e como podemos mudar nossa realidade política de nosso país. 
Política como vocação – Max Weber
O autor começa dizendo que “por política entendemos tão somente a direção de agrupamento político hoje denominado ‘Estado’ ou a influência que ele exerce nesse sentido”. Ou seja, o conceito de política é reduzido “tão-somente” as ações e fazeres que giram em torno e no interior do Estado. Por sua vez, Estado é definido também de saída como: “uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território – a noção de território corresponde a um dos elementos essenciais do Estado – reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física”. Citando Trotski, Weber concorda que todo Estado se fundamenta na força, sendo o Estado Moderno aquele que a monopoliza legitimamente, tornando-se a única fonte de direito à violência. Por conseguinte, a política é “o conjunto de esforços feitos visando a participação do poder ou a influenciar a decisão do poder, seja entre Estados, ou no interior de um único Estado”.
No entanto, para o autor o Estado consiste em uma relação de dominação do homem pelo homem, tendo como base o uso legítimo da violência física. Isso quer dizer que “o Estado pode existir somente sob condições de que os homens dominados se submetam a autoridade continuamente reivindicada pelo dominadores”. Desse modo, qualquer homem que se arrisque na política quer poder, isto é, quer se colocar na posição de dominador. 
Assim Weber questiona-se sobre a própria dominação, indagando os porquês da submissão e quais os fatores que levam a ela. Em resposta, aponta três razões que justificam a dominação: 
Domínio tradicional, que se fundamenta e se legitima no passado, pela tradição. 
Domínio exercido pelo carisma e se fundamenta em dons pessoais e intransferíveis do chefe-político.
Domínio exercido pela legalidade, baseado em regras racionalmente criadas e se fundamenta na competência. 
Evidentemente, Weber alerta que a submissão e a obediência dos dominados está condicionada por motivos extremamente poderosos, sobretudo pela força física e implantados pelo medo ou pela esperança. Não obstante, são as formas de dominação legítimas que importam para o Estado Moderno.
Escolhendo focar no domínio pelo carisma, questiona “de que maneira conseguem as forças dominantes impor sua autoridade?” Primeiro que a obediência dos súditos ou funcionários dentro do estado-maior se dá, nesse sentido, pela retribuição material e pelo prestígio social que o líder ou chefe de Estado possibilita. Segundo que há a separação entre os funcionários e trabalhadores burocráticos e os meios de gestão, sendo esses últimos subordinados a gerência dos dirigentes, políticos que detém o poder de distribuir cargos. 
Nesse contexto, viu-se surgir o “político profissional”. Partindo de um critério econômico, o autor distingue aqueles que “vivem para a política”, pessoas com condições financeiras que se dedicam exclusivamente à política; daqueles que “vivem da política”, nos quais têm a política como profissão principal.
 Essa dinâmica relacionada à outra característica descrita acima, qual seja, a separação entre funcionários do Estado e os meios de gestão, faz com que o Estado Moderno tenha a tendência à corrupção e ao apego a máquina, nas palavras do autor, “uma tendência que leva a criação de uma casta de filisteus corruptos”.
No entanto, paralelo ao político profissional desenvolveu-se junto ao Estado Moderno outro agrupamento de funcionários, o qual se opõe a tendência descrita acima. A função pública, nos dias de hoje, “exige um grupo de trabalhadores especializados, altamente qualificados e que se preparam, durante muito tempo, para o desempenho de sua tarefa profissional” e se opõe ao funcionário político. 
Entrando,então, na análise do partido político moderno, Weber vai defini-lo como uma “empresa de interesses”, e defende que um dos fundamentos dessa organização é a distinção entre uma camada de políticos ativos, militantes, que são recrutados dentre a massa eleitoral que, por sua vez, é um corpo passivo que apenas, ocasionalmente participa. Essa distinção, entre poucos ativos e muitos passivos, é o fundamento dos partidos que se organizam em suas disputas como uma empresa e, sobretudo, através da distribuição de cargos.
Enquanto “empresa de interesses” o partido conta, como visto, com uma gama de políticos profissionais. Dentre esses, Weber destaca o político carismático e os empresários políticos, ao estilo do boss norte-americano. O líder carismático é aquele que por seus dons pessoais e intransferíveis coloca-se a frente da organização política mobilizando e convencendo a maioria, fazendo seguidores. Já o “empresário político” é descrito por Weber como o gerente capitalista dentro da lógica partidária: “é o homem indispensável para coletar diretamente os fundos que os grandes magnatas destinam às organizações”, e quando não, é o próprio magnata o mandatário nos bastidores da máquina partidária. 
Diante disso, Weber questiona as características necessárias ao político. Conclui, então, que necessita de três qualidades determinantes: paixão, sentido de responsabilidade e senso de proporção. O romantismo das grandes causas deve, então, estar conciliado à frieza e precisão da responsabilidade e da proporção. 
Outrossim, abre uma questão sobre a relação entre ética e política: “Qual é, em outras palavras, o lugar ético que a política reside?” Antes de mais nada, o autor afasta a ética utilizada como forma de culpabilizar o passado pelos fracassos ou vitórias presentes. Essa maneira de proceder é um crime político para Weber.
Afastada essa possibilidade, o autor passa a definir duas máximas que são irredutivelmente opostas seja qual orientação ética se adote: a ética das últimas finalidades e a ética de responsabilidade. A primeira é exemplificada por Weber através da ética proposta na religião cristã, no qual os cristãos cumprem seus deveres e confiam os resultados a Deus. Diferentemente, a ética de responsabilidade se orienta pela responsabilização: “sempre devemos responder pelas consequências previsíveis de nossos atos”. O importante aqui é distinguir que, enquanto a primeira visa às atitudes exemplares e coerentes com os fins últimos; a segunda mede os meios existentes para se chegar a tal ou qual fim, aceitando que mesmo completamente distante um pequeno avanço é razoável. Quem segue a ética de responsabilidade busca sempre o cálculo e a medida para ver se suas ações têm resultado positivo, pois no final sempre dirá: “esses resultados são atribuídos a minha ação”.

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