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DEPUTADO DONADOM (1)

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
CIÊNCIAS JURÍDICAS - DIREITO
DEPUTADO FEDERAL DONADON, CONDENADO PELO STF E MANTIDO MANDATO EM VOTAÇÃO SECRETA
PEDRO ELIAS NETO
DEONTOLOGIA JURÍDICA
ADELAINE KREHNKE
LETICIA DONAYRE
MAIARA KOLSTULSKI
MAYRA MARTIS
VITOR TIMM KUMLEHN
 5° SEMESTRE AM
2013
INTRODUÇÃO
	Pesquisa proposta em sala, na disciplina de deontologia jurídica, na qual, durante o primeiro bimestre letivo, foi feita ampla abordagem sobre a ética geral das profissões, em especial no exercício da advocacia, bem como do comportamento pseudônimo do direito, sob a ótica de este não servir o ser humano, mas sim posto ao ser humano a uma visão critica a respeito de determinados princípios.
	O enfoque do presente trabalho será a análise da manutenção, em eleição secreta na Câmara dos Deputados, do deputado Donadom no seu cargo político, muito embora condenado pelo STF.
 
O QUE É DEONTOLOGIA? 
	Antes de começarmos a falar da pesquisa que foi feita, vamos conhecer um pouco a matéria a qual deu origem a essa pesquisa: o que seria deontologia?
	Segundo o dicionário online fornecido pelo sítio significados.com, a palavra Deontologia tem sua origem, em grego,  na ciência do dever e da obrigação, referindo-se a uma filosofia da moral. Seria uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, quais são moralmente necessárias e servem para nortear o que realmente deve ser feito. O termo em si foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é os fundamentos do dever e das normas. É também conhecida como "Teoria do Dever".
	Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em dois conceitos: razão prática e liberdade. Para Kant, agir por dever seria a maneira de dar à ação o seu valor moral, cuja perfeição só pode ser obtida por uma livre vontade.
	A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para regular o exerício da profissão,  e de acordo com o Código de Ética de sua categoria. Para os profissionais, são normas estabelecidades não pela moral e sim para a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios. 
 	Assim, diz-se que a Deontologia é um nome mais rebuscado de Ética profissional. 
DEFINIÇÃO DE ÉTICA
	A ética, por sua vez, é uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral. O dicionário Abbagnado, entre outras considerações nos diz que a ética é "em geral, a ciência da conduta" (ABBAGNANO, sd, p.360) e Sanchez VASQUEZ (1995, p.12) amplia a definição afirmando que "a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano." E reforça esta definição com a seguinte explicação:
	"Assim como os problemas teóricos morais não se identificam com os problemas práticos, embora estejam estritamente relacionados, também não se podem confundir a ética e a moral. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência histórico-social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.''' (ibid., p.12) 
	
	Quando na antigüidade grega Aristóteles apresentou o problema teórico de definir o conceito de Bem, seu trabalho era de investigar o conteúdo do Bem e não definir o que cada indivíduo deveria fazer numa ação concreta, para que seu ato seja considerado bom ou mau.
	Evidentemente, esta investigação teórica sempre deixa conseqüências práticas, pois quando definimos o Bem, estamos indicando um caminho por onde os homens poderão se conduzir nas suas diversas situações particulares.
	A ética também estuda a responsabilidade do ato moral, ou seja, a decisão de agir numa situação concreta é um problema prático-moral, mas investigar se a pessoa pôde escolher entre duas ou mais alternativas de ação e agir de acordo com sua decisão é um problema teórico-ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos. Se o determinismo é total, então não há mais espaço para a ética, pois se ela se refere às ações humanas e se essas ações estão totalmente determinadas de fora para dentro, não há qualquer espaço para a liberdade, para a autodeterminação e, conseqüentemente, para a ética.
	A ética pode também contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral. Assim, se a ética revela uma relação entre o comportamento moral e as necessidades e os interesses sociais, ela nos ajudará a situar no devido lugar a moral efetiva, real, do grupo social. Por outro lado, ela nos permite exercitar uma forma de questionamento, onde nos colocamos diante do dilema entre "o que é" e o "que deveria ser", imunizando-nos contra a simplória assimilação dos valores e normas vigentes na sociedade e abrindo em nossas almas a possibilidade de desconfiarmos de que os valores morais vigentes podem estar encobrindo interesses que não correspondem às próprias causas geradoras da moral. A reflexão ética também permite a identificação de valores petrificados que já não mais satisfazem os interesses da sociedade a que servem. Jung Mo SUNG e Josué Cândido da SILVA (1995, p. 17) nos dão um bom exemplo do que estamos falando:
		Sendo a ética uma ciência, devemos evitar a tentação de reduzi-la ao campo exclusivamente normativo. Seu valor está naquilo que explica e não no fato de prescrever ou recomendar com vistas à ação em situações concretas. 
	A ética também não tem caráter exclusivamente descritivo pois visa investigar e explicar o comportamento moral, traço inerente da experiência humana.
	Não é função da ética formular juízos de valor quanto à prática moral de outras sociedades, mas explicar a razão de ser destas diferenças e o porque de os homens terem recorrido, ao longo da história, a práticas morais diferentes e até opostas.[2]
DEPUTADO FEDERAL DONADON CONDENADO PELO STF E MANTIDO NO MANDATO POR VOTOS SECRETOS
	O deputado foi acusado de participação em desvio de cerca de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia em simulação de contratos de publicidade. O julgamento dele ocorreu no STF por ele ser deputado e ter foro privilegiado.
	Após a condenação, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados emitiu parecer favorável a cassação por entender que as ações de Donadon, enquanto diretor da Assembleia Legislativa, configuravam quebra de decoro parlamentar.
	O advogado Gilson Stefanes tentou convencer os deputados da CCJ da inocência de seu cliente argumentando que o deputado não cometeu nenhum erro durante seu mandato e, por isso, não deveria ser condenado à perda do mesmo. Ainda, disse que houve falhas em diversos pontos nas investigações que resultaram na condenação do parlamentar no Supremo e na sua prisão. Afirmou também que ele é uma pessoa ética e íntegra, que tem compromisso com o mandato.
	Finalmente, a Câmara dos Deputados, em votação secreta, decidiu por manter o mandato do deputado condenado.
	Aí se cinge o objeto da presente análise: como podem os deputados, representantes do povo, absolverem colega já comprovadamente culpado, e, ainda, ocultarem os seusvotos do povo, a quem deveriam prestar contas?
	A falta de ética no exercício das suas profissões é evidente. Foram designados não por um, mas pela maioria proporcional dos eleitores, que depositaram nestes a confiança de, quando requisitados, seja qual for o cenário, agirem com ética profissional, revelando as suas escolhas, que devem, sobretudo, antes mesmo de seguirem ideologias, serem éticas.
	Já fora dito, aqui mesmo, que a ética é o estudo das faculdades morais, característica essa inexistente no plenário da câmara por ocasião da votação. 
	Inicialmente, muito embora a questão do caráter secreto dos votos tenha sido superada recentemente por Lei que proibiu votações desse tipo no congresso nacional, ocultar a intenção dos nossos representantes vai contra o principio da transparência e publicidade dos atos políticos, pilar de qualquer sistema democrático.
	Esconder dos eleitores o que fazem aqueles que estes elegem foi cenário que tardou a ser extinto, independentemente de tratar-se de cassação de mandato dos seus colegas, de reforma constitucional ou de mero debate ideológico.
	No que se refere a escolha em si, não há como considerar justa a opção dos políticos pela proteção a um colega, em troca, por certo, de favores políticos, ou ainda financeiros, o que, tratando-se de Brasil, especialmente destes cidadãos, não é de se duvidar.
	Prosseguindo, o desrespeito a próprio constituição também é flagrante. Os deputados não possuem dispositivo na carta Magna que os exime das responsabilidazações ali previstas. Assim, tem-se um caso em que aqueles que tem o dever da feitura das leis não se comprometem em cumpri-las.
	Finalmente, a submissão do caso a análise da câmara dos deputados, pelo STF, configura outra decisão política, tribunal este que, como prova também o recente julgamento do mensalão, está esvaziado de ética, assim como as demais instituições vizinhas, em Brasília.
 	A decisão do plenário da Câmara Federal de não cassar o mandato do deputado federal Natan Donadon, de Rondônia, revela a "falta de coragem ética" dos parlamentares, afirma Roberto Romano, professor de ética e política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Em uma votação secreta no plenário, a grande maioria votou a favor da cassação de Donadon, com essa informação Roberto Romano completa que a votação foi um grande “desastre”.
	Logo após a decisão o presidente da casa, determinou o afastamento de Donadon de suas funções. Donadon também foi condenado pelo STF a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
[1] http://www.significados.com.br/deontologia/ : ACESSADO EM 21/09/13 
[2] http://eticanotrabalho.no.comunidades.net/index.php?pagina=1129203526 : acessado em 21/09/13
[3] http://superaaoomaiordesafio.blogspot.com.br/2013/08/o-egoismo-chaga-da-humanidade.html ACESSADO EM 21/09/13
[4] http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/08/28/deputado-donadon.htm ACESSADO EM 21/09/13

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