Buscar

Projeto Final conteúdo pós apresentação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE \* MERGEFORMAT�15�
1 – INTRODUÇÃO
	A pesquisa pretende analisar a percepção ambiental dos produtores rurais dos Projetos de Assentamento Lago Verde e São Judas Tadeu (daqui por diante denominados PA Lago Verde e PA São Judas), presentes na região da planície do médio Araguaia, Estado do Tocantins, Brasil. Propõe-se um estudo fenomenológico desses sujeitos, quanto aos aspectos e impactos ambientais em suas propriedades rurais e no entorno dos projetos de assentamento, o que compreende áreas de planícies inundáveis, de rica biodiversidade. 
A pesquisa busca, portanto, conhecer as percepções da qualidade ambiental em meio rural, inserindo-se na linha denominada Impactos Ambientais e Alternativas Sustentáveis, do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Está também inserida no contexto do projeto “Ecossistemas de Cerrado sob diferentes sistemas de manejo agrícola – indígena, de subsistência e agricultura de subirrigação: consequências para a diversidade de grupos biológicos indicadores da ciclagem de carbono em água e solo”, contemplado pela Chamada Pública MCT/CNPq/MEC/CAPES - Ação Transversal nº 06/2011 - Casadinho/Procad.
Na década de 1950, com o processo de industrialização do Brasil, a zona rural passou a receber inovações tecnológicas oriundas da indústria, com incentivos do Governo Federal. Já na década de 1960, com o êxodo rural decorrente deste processo, o fortalecimento dos movimentos sociais e manifestações de trabalhadores rurais, amplia-se a demanda histórica pela reforma agrária no país (MIRALHA, 2006).
Em meados da década de 1980, com o fim da ditadura, o Brasil retorna ao regime democrático, havendo reforço dos movimentos sociais de luta pela terra, em favor da reforma agrária. O primeiro governo democrático do Brasil, pós-ditadura militar, elaborou o Plano Nacional da Reforma Agrária (PNRA); no entanto, o plano não avançou na prática, pois as oposições à reforma (por parte das elites ruralistas) eram maiores. 
No entanto, apesar desse histórico, a importância da produção familiar no Brasil, oriunda das pequenas propriedades, continua resistindo, embora não haja por parte do governo incentivo suficiente, uma vez que os recursos públicos estão direcionados, na sua maioria, para a grande produção monocultora (financiamentos, investimentos em logística etc.). No entanto, se houvesse por parte do governo o apoio necessário para a reforma agrária e a produção familiar, poder-se-ia desenvolver ainda mais a produção agrícola brasileira, aliada a ganhos de ordem social.
O PA Lago Verde foi criado em 2006, pela Portaria nº 040 de 13/10/2006 do INCRA e, é formado por 90 (noventa) famílias�, que estão instaladas diretamente em suas parcelas rurais, não havendo a presença de agrovila. Tal configuração de assentamento demonstra ser favorável, uma vez que o contato com a terra é maior, havendo um aproveitamento para o cultivo com objetivo de melhorar a produção.
Já o PA São Judas Tadeu foi criado em 2000, pela Portaria nº 00022 de 28/02/2000 do INCRA, sendo formado por 153 (cento e cinquenta e três) famílias�, que estão instaladas em sistema de agrovila e parcelas. A configuração desse assentamento aparenta ser desfavorável, visto que as parcelas estão localizadas, aproximadamente, a quatro quilômetros da agrovila, havendo o desinteresse de parte dos assentados em cultivar a terra. 
Alguns assentados demonstram grande desejo pela obtenção de projetos de irrigação, no intuito de viabilizar um melhor cultivo da terra. Este interesse ocorre, visto que há pouca disponibilidade de água nas parcelas. Atualmente, a água utilizada nos assentamentos é oriunda de poços artesanais (cisternas, em geral de apenas 4,5 metros de profundidade) e bombeada para caixas d’água.
Embora ambos os projetos de assentamento estejam localizados em área do Município de Santa Rita do Tocantins, encontram-se a grande distância desta cidade (cerca de 100 km), demonstrando uma relação mais estreita com o Município de Lagoa da Confusão, estando a cerca de 60 km de sua área urbana. Na zona rural do município de Lagoa da Confusão, em área vizinha aos dois projetos de assentamento, estão localizadas propriedades rurais voltadas para a produção de grãos. Estas propriedades, ditas como de médio e grande porte, possuem projetos de irrigação por meio de canais, deixando evidente a diferença em relação às propriedades não beneficiadas. No caso dos PA Lago Verde e PA São Judas, pode-se perceber o interesse no acesso a esse benefício, pois melhoraria a escala da produção agrícola no local, segundo alguns moradores�. 
Precisa-se observar que aspecto ambiental pode ser “qualquer elemento das atividades, produtos ou serviços que possam interagir com o meio ambiente”, ou seja, um potencial impacto ambiental (VITERBO 1998, p. 76). Sendo assim, “aspecto é uma interação com o ambiente, e um impacto é o resultado dessa interação” (HARRINGTON 2001, p. 89). Por isso, os PA Lago Verde e PA São Judas necessitam de uma ampla consciência sobre as questões ambientais, usufruindo-as sem que haja degradação. 
Martins (2005, p.280) afirma que na região “foram identificadas 77 ações impactantes, todas com potencial de desencadear impactos ambientais”. Sabe-se que as ações impactantes foram identificadas na agricultura irrigada, predominante na região. Nesse sentindo, os estudos realizados apontam a seguinte recomendação:
Realização de estudos voltados para a quantificação dos impactos ambientais, a fim de compor o seu quadro de significância e magnitude. Isso posto, estarão sendo criadas condições favoráveis para efetivar a institucionalização do processo de avaliação de impactos ambientais. (MARTINS, 2005, p. 280)
Neste sentindo, os aspectos objetivos voltados para avaliar a qualidade ambiental nos projetos de assentamentos, serão obtidos juntamente com as demais equipes envolvidas no Projeto Casadinho/Procad (pesquisas nas áreas de solos, qualidade da água e indicadores de fauna), além de trabalhos já publicados sobre a área, como o exemplo de Martins (2005).
A percepção dos assentados do PA Lago Verde e PA São Judas, quanto aos potenciais impactos ambientais que poderão ocorrer em seus assentamentos, torna-se uma importante fonte de investigação, baseando-se em fatos e experiências do dia-a-dia, vividos pelos próprios sujeitos. O estudo fenomenológico contribuirá para compreender a percepção de cada indivíduo perante a sua realidade e para fornecer subsídios para melhorar sua condição de vida mediante ao uso da terra. Esta pesquisa representa, neste sentido, uma tentativa de contribuição para o estudo interdisciplinar envolvendo as percepções do sujeito para com o meio ambiente, por meio da subjetividade dos envolvidos nessa relação.
2 – OBJETIVOS
2.1 – Objetivo Geral
O objetivo geral que norteará esta pesquisa é identificar a percepção dos assentados do PA Lago Verde e PA São Judas quanto à qualidade ambiental na área onde estão inseridos, bem como aos principais impactos ambientais identificados, sobretudo aqueles ligados às atividades produtivas no âmbito das propriedades rurais, considerando os modelos distintos de assentamento (com parcelas, e com agrovila e parcelas, respectivamente).
2.2 – Objetivos Específicos
Caracterizar os assentamentos PA Lago Verde e PA São Judas, considerando os aspectos ambientais, os modelos de assentamento utilizados, os aspectos produtivos e as formas de manejo;
Identificar os principais impactos ambientais presentes nos PA’s Lago Verde e São Judas, sobretudo aqueles ligados ao processo produtivo no âmbito das propriedades, levando em consideração as demais pesquisas objetivas em elaboração e aquelas já realizadas sobre a área;
Averiguar a existência e examinar o conteúdo do plano de desenvolvimento de assentamento (PDA), bem como a aplicabilidade do mesmo nos PA’s, com destaque para questões ambientais;
Identificar a percepção dos sujeitos quanto a qualidade ambiental, bem como aos principais impactos ambientaisidentificados na área de estudo;
Averiguar as formas de valoração ambiental dos sujeitos no que diz respeito aos recursos naturais presentes na área de estudo;
3 - REVISÃO DE LITERATURA
3.1 – Projetos de assentamentos rurais
	Com o intuito, ao menos em caráter retórico, de reduzir a desigualdade social, o governo federal intensificou, em meados da década de 1990, a política de assentamentos. Segundo Coca (2008, p. 09), política de assentamentos,
É confundida como se fosse reforma agrária. Na verdade trata-se de uma política de assistência social, apenas para se livrar dos sem-terra e não para resolver o problema da propriedade da terra. Ou seja, fazer assentamento não significa fazer reforma agrária.
Sendo assim, a política de assentamentos rurais pode ser caracterizada por possuir um alcance reduzido. “Essa política não consegue desconcentrar a terra, diminuir as desigualdades sociais ou impedir o êxodo rural” (GIRARDI e FERNANDES, 2008, p. 73). Para Santos (2006, p. 153), “a implantação de um Projeto de Assentamento estimula transformações no local de sua instalação, a partir de uma ocupação diferenciada do espaço rural”.
O sentindo de implantar um projeto de assentamento está diretamente relacionado à conquista pela terra. Neste sentindo, Santos (2006, p. 153), afirma que,
O assentamento se consolida como expressão concreta da luta pela terra, ocasião em que começam a surgir as casas, cercas, plantações e os equipamentos coletivos como: escolas, creches, posto de saúde, etc., dando origem a produção de um novo espaço, culminando com o estabelecimento de uma nova configuração territorial.
Muitas vezes, os projetos de assentamentos são criados em propriedades avaliadas como improdutivas. Com base na afirmação de Eduardo P. Girardi e Bernardo M. Fernandes, pode-se dizer que existem três formas de criar assentamentos, que são:
a) terras desapropriadas, cujos proprietários são indenizados (a terra é comprada pelo Estado); b) reconhecimento de posses e; c) projetos de conservação ambiental, que reconhecem unidades de conservação de uso sustentável como assentamentos (Girardi e Fernandes, 2008, p. 75).
	Sabe-se que, normalmente, para a implantação de projetos de assentamentos não há um planejamento prévio, visto que a pressão dos movimentos sociais gera emergências para criação dessas áreas (SANTOS, 2006, p. 156).
	Segundo o NATURATINS�, no Tocantins, os projetos de assentamentos rurais, normalmente, são criados sem que haja estudo de impacto ambiental/relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), cabendo aos órgãos reguladores realizar tal estudo posteriormente à implantação dos assentamentos.
	A realização do EIA/RIMA permite que haja um maior conhecimento das características ambientais da área, orientando uma melhor definição do modelo de parcelamento do projeto de assentamento, além de melhores condições de manejo ambiental da área (SANTOS, 2006, p. 156).
3.2 – Projetos de assentamento no Tocantins
Até 2011, o Estado do Tocantins atingiu o número de 366 imóveis desapropriados, num total de 1.261.550 ha, para realização de reforma agrária. Com isso, foram assentados, aproximadamente, 40.923 famílias em 287 assentamentos (INCRA, 2012).
O Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS) informa ainda que, no Tocantins, os assentamentos foram implantados sem a realização do Plano de Desenvolvimento de Assentamento (PDA), impossibilitando uma avaliação, pelo NATURATINS, dos possíveis impactos ambientais, conforme preconizam as Resoluções CONAMA� nº 387/2006 e COEMA/TO� nº 07/2005.
 Em virtude disso, o Estado do Tocantins, em 2008, por meio do Ministério Público, instituiu um termo de ajustamento entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS), visando regularizar a situação de Licenciamento Ambiental de Projetos de Assentamento de Reforma Agrária.� 
Então, fica clara a necessidade de realização do PDA para a implantação de assentamentos no Tocantins, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais com base no EIA/RIMA, possibilitando aos assentamentos a utilização correta do solo e do lençol freático, além de indicar a melhor forma de instalar a infraestrutura necessária.
– Impactos ambientais em projetos de assentamento
Compreende-se como Estudo de Impacto Ambiental todo “procedimento que visa à prevenção e ao monitoramento dos danos ao meio ambiente, resultantes de atividades antrópicas” (MARTINS, 2005, p. 27).
	Os impactos ambientais, segundo a International Organization for Standardization (ISO) 14004:2007�, são definidos como “qualquer mudança no ambiente, quer adversa ou benéfica, inteiramente ou parcialmente resultante das atividades, produtos ou serviços de uma organização” (ABNT, 2007, p. 02).
	No Brasil, a definição oficial de impacto ambiental está disponível no artigo 1º da Resolução nº 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 23 de janeiro de 1986, que considera:
Impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem - estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - à biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
De uma forma geral, com base nas definições expostas, pode-se dizer que “impactos ambientais são alterações de um parâmetro ambiental decorrentes de uma ação antrópica e que esta rebate sobre o homem, o agente casual e receptor” (MARTINS, 2005, p.27).
	Sabe-se que para a criação de um projeto de assentamento de reforma agrária é necessário a elaboração do Plano de Desenvolvimento de Assentamento (PDA) que, dentre outros objetivos, consiste em traçar diretrizes para a avaliação dos impactos ambientais. Para tanto, pode-se considerar um projeto de assentamento como sendo um empreendimento.
	Sendo assim, este contexto permite compreender a definição de gestão ambiental, que para Robles Jr. (2006, p. 44) significa,
Um conjunto de medidas e procedimentos definidos adequadamente aplicados que visam a reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente. O ciclo de gestão ambiental, para que haja eficácia, deve cobrir desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva e contínua dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado.
Nesse sentido, pode-se que dizer todos os projetos de uma organização devem incluir a gestão ambiental, iniciando no seu planejamento e execução e terminando com a completa desativação, para que passivos ambientais não sejam gerados após a finalização do empreendimento (PEARSON 2011, p. 97).
	Dessa forma, Monosowski (apud MARTINS, 2005, p. 28), diz que “os estudos de impacto ambiental poderão ser úteis para a integração da gestão ambiental no planejamento do desenvolvimento, desde que sejam criadas as condições técnicas, institucionais e financeiras para a sua aplicação”. 
Assim, o PDA passa a ter maior valia, pois elaborá-lo antes da implantação do projeto de assentamento identificará os possíveis danos causados ao meio ambiente, permitindo a redução e/ou a sua eliminação.
4- MATERIAIS E MÉTODO
Considerando a natureza do problema em questão, optar-se-á pelo desenvolvimento de uma pesquisa exploratória, orientada por uma abordagem qualitativa com base nos pressupostos da fenomenologia. Tal preferência fundamenta-se nas seguintes palavras de Gil (1999, p. 43):
Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, do tipo aproximativo, a cerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. 
	Em relação à abordagem qualitativa, Minayo (1994, p. 21-22) diz que esta envolve “um universo de significados,motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.
	Em se tratando de uma pesquisa qualitativa de base fenomenológica, muitos são os significados atribuídos pelos sujeitos que vivenciam os fenômenos investigados. Esses significados são evidenciados na expressão desses sujeitos se no decorrer da pesquisa irão formar conjuntos reveladores da estrutura do fenômeno estudado, os quais estão atreladas aos aspectos operacionais para aquisição de dados verbais e sua manipulação (BICUDO, 2011). A pesquisa está voltada, pois, para os aspectos práticos dos trabalhos de campo em percepção ambiental, analisando a consciência do sujeito. 
Para o desenvolvimento desta pesquisa, servirá como campo de investigação os Projetos de Assentamentos (PA) Lago Verde e São Judas Tadeu, localizados na Planície do Médio Araguaia, no Município de Santa Rita do Tocantins, Estado do Tocantins. Os referidos assentamentos têm, respectivamente, 95 e 150 famílias assentadas, que têm como principal atividade econômica a pecuária e o cultivo de milho, feijão e mandioca, sendo esses últimos basicamente com vistas à subsistência.
A população será composta pelos moradores do PA Lago Verde e PA São Judas Tadeu, sendo que a amostra será definida ao longo da pesquisa. Nos estudos de base fenomenológica não deve existir a necessidade de seleção de uma amostra estatisticamente válida, uma vez que os aspectos abordados na pesquisa são subjetivos e, portanto, não passíveis de extrapolação para uma população. Nesse aspecto, o estudo fenomenológico se aproxima do que conhecemos como “estudo de caso”, que considera os resultados válidos apenas para o grupo diretamente envolvido na pesquisa, mas que não deixa de fornecer indicativos válidos para o conhecimento de uma população mais ampla, com características semelhantes. 
Como instrumento de coleta de dados será empregado, além da própria pesquisa documental que se desenvolverá, a observação, a coleta de descrições verbais e a entrevista do tipo semi-estruturada. 
	Optou-se pela entrevista semi-estruturada, porque esta, segundo Triviños (1987, p. 146) “ao mesmo tempo, que valoriza a presença do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação”. O uso da linguagem é importante para a pesquisa porque ela é uma expressão das experiências vivenciadas, que mostra o percebido sobre o mundo natural, cultural e social. Bicudo (2011, p.79-80) retrata que
Os aspectos essenciais do ser visto sob certa perspectiva, carregam consigo o esquema de sua totalidade. Esta totalidade por ser lida na linguagem que expressa por estar ali manifesta, podendo observar-se no dialogo. É, pois preciso ter a linguagem para que um ser a dois se constitua e possa expressar a nossa coexistência, a significação intersubjetiva da experiência do fenômeno que, por sua vez, nos revelará o mundo – mundo natural, constituído e em constituição.
	A linguagem do sujeito é fundamental para a pesquisa, pois é por meio dela que se buscam as percepções que constituem o objeto da investigação. É na construção do dialogo entre pesquisador e pesquisado que se observa a visão de mundo e o modo de agir do pesquisado, bem como verifica-se, também, um pouco das suas origens e trajetórias.
	Por fim, no que diz respeito à observação, será empregada a técnica de observação indireta que, segundo Whyte (1977), busca aproximar dos ambientes sinais ou indícios de comportamentos adotados pelos sujeitos. Assim, a utilização dessa técnica está voltada à observação de possíveis impactos ambientais presentes na área dos assentamentos, bem como de estratégias de manejo adotadas na produção agrícola. A observação com esse intuito se orientada pelo conteúdo de outras pesquisas referentes a impactos ambientais na área de estudo, tanto no âmbito das outras equipes do projeto mencionado, quanto fora dela, no sentindo de retratar os aspectos objetivos sobre a qualidade ambiental da área.
5- CRONOGRAMA
	ATIVIDADE
	Ago./
set.
2012
	Out./
nov.
2012
	Dez.
2012
Jan. 2013
	Fev./
mar.
2013
	Abr./
mai.
2013
	Jun./
jul.
2013
	Ago./
set.
2013
	Out./
nov.
2013
	Dez. 2013
Jan.
2014
	Fev./
Mar
2014
	Redação final do projeto
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Levantamento bibliográfico
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	Levantamento de informações
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	Trabalho de campo
	
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	Elaboração da dissertação
	
	
	
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	Entrega dos exemplares para a banca 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	Resultados e análises
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	Defesa da dissertação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
6- ORÇAMENTO
	MATERIAL
	VALOR
	Combustível para trabalho de campo (8 viagens) 
	R$ 800,00
	Alimentação e hospedagem em campo
	R$ 400,00
	Material de consumo (papelaria)
	R$ 30,00
	Gravador digital de voz
	R$ 600,00
	VALOR TOTAL
	R$ 1.830,00
Obs.: Esta pesquisa é parte integrante do projeto “Ecossistemas de Cerrado sob diferentes sistemas de manejo agrícola – indígena, de subsistência e agricultura de subirrigação: consequências para a diversidade de grupos biológicos indicadores da ciclagem de carbono em água e solo”, contemplado pela Chamada Pública MCT/CNPq/MEC/CAPES - Ação Transversal nº 06/2011 - Casadinho/Procad. Nesse sentido, os custos apresentados serão cobertos com recursos do referido projeto.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR IS0 14.004:2007 - Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Pesquisa qualitativa segunda a visão fenomenológica. São Paulo: Cortez, 2011. 
BRASIL. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. (Dispõe sobre as diretrizes gerais para uso e implementação de avaliação de Impactos Ambientais). Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23 Acesso em: agosto de 2012.
COCA, Estevan Leopoldo de Freitas. Análise e mapeamento dos tipos de assentamentos no Brasil: compreender a diversidade e a atualidade da reforma agrária brasileira - estudo dos assentamentos das regiões norte e nordeste – Relatório Final. Presidente Prudente: Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária – Nera, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GIRARDI, E. P.; FERNANDES, B. M.. A luta pela terra e a política de assentamentos rurais no Brasil: a reforma agrária conservadora. Revista Agrária, São Paulo, nº 8, 2008.
HARRINGTON, H. James. Implementação da ISO 14000 - como atualizar o sistema de gestão ambiental com eficácia. São Paulo: Atlas, 2001.
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Disponível em: http://www.incra.org.br. Acesso em: ago. 2012.
MARTINS, Iracy Coelho de Menezes, 1957 – Impactos ambientais decorrentes de orizicultura irrigada em regiões de florestas inundáveis – ipucas no estado do Tocantins. Viçosa, 2005. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal. UFV, Viçosa, 2005
MINAYO, Maria Cecília de s. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
MIRALHA, Wagner. Questão agrária brasileira: origem, necessidade e perspectivas de reforma hoje. Revista Nera, ano 9, n. 8, janeiro/junho de 2006.
PEARSON EDUCATIONS DO BRASIL. Gestão Ambiental. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2011.
ROBLES JR., Antonio. Gestão da qualidade e do meio ambiente: enfoque econômico, financeiro e patrimonial. São Paulo: Atlas, 2006.
SANTOS, Flávio Luiz Assiz dos. Reforma agrária e produção do espaço: Um estudo sobre o projetode assentamento Almas/BA. GeoTextos, v. 2, n. 2, 2006.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VITERBO Jr., E. Sistema Integrado de Gestão Ambiental - como implementar um sistema de gestão que atenda à norma NBR ISO 14001, a partir de um sistema baseado na norma ISO 9000. São Paulo: Aquariana, 1998.
WHYTE, A. Guildelines for Fields Studies in Environmental Perception. Paris: UNESCO, 1977.
� Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Projetos de Reforma Agrária Conforme Fases de Implementação. Disponível em � HYPERLINK "http://www.incra.gov.br" �www.incra.gov.br� Acessado em agosto de 2012.
�Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Projetos de Reforma Agrária Conforme Fases de Implementação. Disponível em � HYPERLINK "http://www.incra.gov.br" �www.incra.gov.br� Acessado em agosto de 2012.
� Informações obtidas em 02/06/2012 nos PA Lago Verde e PA São Judas.
� Informação concedida pelo Instituto Natureza do Tocantins – NATURATINS, em agosto de 2012, por intermédio do Servidor Valdir Silva.
� Conselho Nacional de Meio Ambiente.
� Conselho Estadual de Meio Ambiente do Tocantins.
� Termo de Compromisso Extrajudicial de Ajuste de Conduta que o Ministério Público Federal toma do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA e do Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS, com o objetivo de regularizar a situação de Licenciamento Ambiental de Projetos de Assentamento de Reforma Agrária, promovidos pelo INCRA, no Estado do Tocantins. Processo Administrativo PR/TO nº 1.36.000.000464/2008-73.
� ABNT NBR ISSO 14004 - Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio.

Continue navegando