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Nutrição no Desporto – GCA155 Prof. Wilson César de Abreu Nutrição/DCA/UFLA Carboidratos no exercício físico CARBOIDRATOS: São substâncias formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio, cuja formula padrão é Cn(H2O)n. Classificação: Monossacarídeos: são açúcares simples Hexoses: 6 carbonos Glicose: é o principal monossacarídeo encontrado na natureza. Frutose: também chamada de levulose é encontrada principalmente na frutas e mel. Classificação: Galactose: é encontrada em produtos lácteos. Classificação: Monossacarídeos: são açúcares simples Pentoses: 5 carbonos Ribose e desoxirribose: componentes dos ac. Nucleicos (DNA e RNA) Classificação: Dissacarídeos: são formados por dois monossacarídeos Sacarose: FrutoseGlicose + Classificação: Lactose: sintetizada pelos mamíferos Lactose: Adoça 1/6 da sacarose GalactoseGlicose + Classificação: Maltose: grãos germinados Maltose: Proveniente da quebra do amido. GlicoseGlicose + isomaltose: GlicoseGlicose + α (1-4) α (1-6) isomaltose Classificação: Oligossacarídeos: contém de 3 a 10 monossacarideos. Rafinose: Fibra encontrada nas leguminosas (Gal + Gal +Gli + Fru). Fibra encontrada na beterraba (Gli + Gli + Fru) Estaquiose: Classificação: Polissacarídeos: contém mais de 10 monossacarideos. celulose: Sua energia não está disponível para humanos. Fibra insolúvel composta por moléculas de glicose unidas por ligações β-(1-4). Classificação: Amido: polímero de glicose (reserva energética do vegetais). Amilose: cerca de 15-20% (insolúvel) Amilopectina: cerca de 80-85% (solúvel) Classificação: Dextrinas: são produtos intermediários da quebra do amido. Glicogênio – é o polissacarídeo de reserva no animal, sendo formado por varias moléculas de glicose. Presente em todas as células Fígado Músculos Cada grama de glicogênio retém 2,7 g de água. A quantidade de glicogênio pode ser aumentada pela atividade física Glicogênio cereais (arroz, milho, trigo, aveia, cevada), pães, biscoitos, massas, tubérculos e raizes (batata, mandioca, inhame), frutas, doces etc. Fontes de carboidratos: Carboidratos na Pirâmide Alimentar Boca: α-amilase salivarAmido Todos os CHO são hidrolisados a monossacarídeos para serem absorvidos. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS Dextrinas maltosepH ótimo 6,0-7,0 A mastigação promove a fragmentação (dentes) e umedecimento do alimento (saliva). α-amilase salivar continua agindo até ser inibida pelo HCL (pH<4,0). O amido é transformado em dextrinas e maltose pela amilase salivar. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS α-amilase pancreática continua o desdobramento dos carboidratos DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS α-amilase Glicose, maltose e dextrinas Etapa final da digestão dos carboidratos Ø Poupador de proteína. Ø Manutenção da glicemia. Ø Principal combustível em exercícios de alta intensidade. Ø Reposição do glicogênio muscular e hepático. Importância dos carboidratos no exercício físico “Quanto > a intensidade dos exercícios > será a participação dos carboidratos como fornecedores de energia”. A energia consumida depende da intensidade e duração dos exercícios (Silveira et al., 2011) Treinamento x substrato energético Tempo de exercício físico e substrato energético utilizado ENERGIA Carboidratos Presença de O2 (metabolismo aeróbio) Ausência de O2 (metabolismo anaeróbio) Baixa ingestão de CHO + exercícios Ø Depleção crônica do glicogênio; Ø Fadiga precoce; Ø Diminuição do desempenho físico; Ø Redução da massa magra. Uma ingestão deficiente de carboidratos depleta o glicogênio muscular e hepático e conseqüentemente, reduz o desempenho nos exercícios intensos e de curta duração, bem como interferem nas atividades de endurance. ATENÇÃO!!! Glicogênio Hepático energia Glicemia METABOLISMO DOS CHO Glicogênio Muscular energia Glicose-6- fosfatase Controle Hormonal Controle Hormonal Durante o treino ou competição: Função: converter lactato em glicose para ser utilizada pelos tecidos corporais. Função: remover o excesso de amônia do tec. Muscular de maneira não tóxica e produzir glicose. Recomendações diárias: Atletas jovens: 55 a 60% do VCT Atletas Adultos: SBME, 2003 e 2009 ü 60 a 70% do VCT; ü 5 a 8g/kg/d; ü 10g/kg/d (treino intenso) ACSM, ADA, DC (2009): 6 a 10 g/kg/dia. valores inferiores a 5g/kg/dia não são suficientes para a restauração do estoque de glicogênio muscular de atletas. Recomendações diárias: Índice Glicêmico É um indicador que mede a capacidade de um carboidrato (alimento) elevar os níveis séricos de glicose. Utiliza-se a glicose (50g) ou o pão branco (50g) como padrão. Este padrão recebe valor igual a 100. Os valores de todos os outros alimentos será determinado em relação ao padrão. Alimentos de alto índice glicêmico (> 85) Alimentos de moderado índice glicêmico (60- 85) Alimentos de baixo índice glicêmico (< 60) abóbora All Branâ ameixa batata-inglesa arroz amendoim beterraba aveia cereja biscoitos doces e salgados banana ervilha bala batata frita feijões bolo batata doce figo cenoura chocolate frutose Corn Flakesâ ervilha grão-de-bico fubá inhame iogurte glicose laranja leite maltodextrina massas lentilha mamão milho maçã mandioca pêra nozes manga pêssego pêra mel uva sorvete melado Yakultâ tâmara Musliâ tomate pães pipoca pizza sacarose trigo uva passa (Azen, 2002) Tabela índice glicêmico Fonte: Adaptação FAO/WHO, 1998 Tabela de índice glicêmico de alimentos Consumo de carboidratos antes treino ou competição: Deve ser rica em carboidratos (baixo ou moderado IG) ü Manter a glicemia; ü Maximizar os estoques de glicogênio hepático e muscular. Atenção !!! ü Evitar elevadas quantidades de proteínas, gorduras e fibras que podem exigir mais de três horas para o esvaziamento gástrico. ü Escolher uma preparação com consistência leve ou líquida. ü A refeição dever ser familiar ao atleta. Características da refeição pré-treino ou competição 1 a 4 horas antes do exercício: 1 a 4,5 g/kg peso corporal. Consumo de carboidratos antes treino ou competição: 1 hora antes do exercício = 1g/kg peso 2 horas antes do exercício = 2g/kg peso 3 horas antes do exercício = 3 g/kg peso 4 horas antes do exercício = 4 a 4,5g/kg peso. (Burke, 2000) Consumo de carboidratos antes treino ou competição: 200 a 300g -- 3 a 4 h antes do treino ou competição. ACSM, ADA, DC (2009): 78,8 77,6 83,6 Os autores não observaram diferença na glicemia final entre os tratamentos. 10 sujeitos não atletas 250 mL bebida com 1g/kg de cho ou placebo 88 74 113 117 97 Os autores não observaram diferença no desempenho físico entre os tratamentos. Objetivos: ü Manter a glicemia; ü Minimizar a depleção do glicogênio. Retardar a fadiga/ melhorar o desempenho físico Consumo de carboidratos durante o treino ou competição: (SBME, 2003; ACSM, ADA, DC, 2009) 30 a 60g p/h de CHO a partir da 1h Recomendações: Consumo de carboidratos durante o treino ou competição: SBME (2009): ACSM, ADA, DC (2009): 0,7g/kg peso/h a partir da 1h Recomenda-se utilizar bebidas esportivas (4 a 8% de CHO). Energia + Hidratação Consumo de carboidratos durante o treino ou competição: (SBME, 2009; ACSM, ADA, DC, 2009) Durante o treino ou prova: CHO durante o treino ou prova: 250 mL de solução de CHO a 8% imediatamente antes do exercício e a cada 15 min. Aumento de 30% no tempo de exercício até exaustão(Coggan e Coyle, 1989) CHO após o exercício: ü Recuperar os estoques de glicogênio muscular e hepático. ü Estimular o anabolismo através do aumento da secreção de insulina. Objetivos: CHO após o exercício: carboidratos de alto índice glicêmico entre 0,7 e 1,5 g/kg (SBME, 2009) Imediatamente a 30 min. Pós treino Ingerir a cada 2h nas 6 primeiras horas. CHO após o exercício: ü Fluxo sanguíneo aumentado no músculo; ü Receptores de insulina mais sensíveis; ü Maior número de GLUT4 na membrana celular (4h); ü Glicogênio sintase com atividade elevada (2h) Por que iniciar a reposição de CHO imediatamente após o exercício? (Gomes et al., 2009) Loon et al. (2000) Síntese de glicogênio muscular • Carb: 0,8g/kg (malto + gli) • Carb + PRO: 0,8g cho +0,4g pro/kg • Carb + Carb: 1,2g/kg • 3,5 mL/kg de bebida a cada 30 min (0 a 270 min) 8 Ciclistas treinados Suplementos de carboidratos MALTODEXTRINA È uma mistura de carboidratos (glicose + maltose + dextrinas) de alto índice glicêmico produzido a partir da hidrólise parcial do amido milho. MALTODEXTRINA Apresentação: Sache de 1kg Bebida com maltodextrina a 8%: 500 mL de água + 4,0 colheres de sopa de maltodextrina É a glicose obtida a partir da hidrólise completa do amido de milho. É um carboidrato de alto IG. DEXTROSE: glicose Apresentação: Sache ou pote de 1kg 1 colher sopa = 10g DEXTROSE: glicose OBS: uso de dextrose para substituir a sacarose ????? Geralmente seu preço é superior ao da maltodextrina. Apresentação: Sache ou pote Waxy Maize: amido ceroso Custo elevado Nove ciclistas testaram 2 soluções com 1g/kg/peso Roberts et al. (2010) Waxy maize (95% de amilopectina) x maltodextrina Jozsi et al. (1996) Avaliaram a ressíntese de glicogênio em ciclistas após ingestão de diferentes carboidratos. T1: glicose T2: maltodextrina T3: amido ceroso (100% amilopectina) T4: amido resistente (100% amilose) Jozsi et al. (1996) RESULTADOS: glicogênio após 24h T1: 197.7 ± 31.6 mmol · kg-1 d.wa T2: 136.7 ± 24.5 mmol · kg-1 d.wb T3: 171.8 ± 37.1 mmol · kg-1 d.wa T4: 90.8 ± 12.8 mmol · kg-1 d.wc Composto por maltodextrina, frutose e glicose. OUTROS SUPLEMENTOS DE CARBOIDRATOS Carb up Gel: contém 10 saches de 30g cada Contem vitaminas e minerais. HIPERCALÓRICOS, MASSAS OU COMPENSADORES OUTROS SUPLEMENTOS RICOS EM CARBOIDRATOS Composição: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. HIPERCALÓRICOS, MASSAS OU COMPENSADORES Suplemento para substituição parcial de refeições de atletas: produto destinado a complementar as refeições de atletas em situações nas quais o acesso a alimentos que compõem a alimentação habitual seja restrito; (50-70% CHO, 13-20% ptn, 300Kcal/porção). (RDC nº18 2010) Suplemento energético para atletas: produto destinado a complementar as necessidades energéticas (CHO >75%, 15g/porção);
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