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SISTEMAS DE GOVERNO 1. NOÇÕES: Sistema é a maneira como procede o Governo, tendo a relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo como base principal. Consiste na relação existente entre os Poderes constituídos do Estado, sobremaneira da organização dos Poderes Executivo e Legislativo, e das relações entre um e outro Poder, o que, ao final, vai dar origem aos sistemas conhecidos. Pode-se classificar os sistemas de governo tomando por base o princípio da separação dos poderes, tendo-se, então, o sistema de confusão dos poderes (DITADURA) – que não é considerado um Sistema de Governo em si -, o de concentração de poderes ( quando não existe independência ou divisão entre os Poderes – SISTEMA SOVIÉTICO) – que já não mais existe, quando o Soviet Supremo concentrava todos os poderes -, o de colaboração de poderes (PARLAMENTARISMO) e o de separação de poderes (PRESIDENCIALISMO). 2. CONCEITOS DOUTRINÁRIOS: I – “(...) não se confunde com forma de governo. Sistema de Governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente o Legislativo e o Executivo, que dá origem aos sistemas parlamentarista, presidencialista e diretorial”. (José Afonso da Silva, p. 105) II – Reis Friede, na verdade, não chama os Regimes Parlamentarista, Presidencialista e Diretorial (Colegiado) de Sistemas de Governo, pois, estes, são apenas a Monarquia Constitucional e a República. Para ele, o que chamamos de Sistemas de Governo nada mais são do que Regimes de Governo e que “traduzem, em última instância, o grau de concentração de poder nas mãos do governante, e, particularmente, o grau de coesão e/ou independência das funções clássicas do poder estatal (executiva, legislativa e judiciária), associadas ou não a um poder de moderação”. 3. CLASSIFICAÇÕES: 3.1. SISTEMA PRESIDENCIALISTA: O Presidencialismo é um sistema de governo representativo marcado por uma rígida separação de poderes, e tem como fonte de inspiração a Monarquia Limitada. Foi criado nos EUA, na Convenção de Filadélfia e passou a constar na Constituição Federal de 1787, e, no Brasil, passou a viger somente a partir de 1889. Características Gerais: o Executivo é do tipo monocrático, ou seja, não se divide, sendo o Presidente o Chefe de Estado e o Chefe de Governo simultaneamente; os ministros são ocupantes de cargos de confiança (cargos em comissão) do Chefe do Poder Executivo e dependem de sua nomeação; os membros de um Poder não podem cumular funções em outro; indissolubilidade da Assembléia (divisão dos Poderes); os Poderes são independentes, no limite de sua competência; harmonia entre os Poderes. Elementos: a) O Chefe de Estado é simultaneamente Chefe de Governo; b) O Presidente da República é eleito por sufrágio universal (voto); c) A chefia do Poder Executivo é unipessoal; d) O Presidente da República dispõe de poder de veto em relação aos Projetos de Lei aprovados no Poder Legislativo; e) O Presidente da República é eleito por um período determinado. (( Características do Sistema Presidencialista Americano: 1 – a constituição dos ministérios (tradição): os ministros são considerados como funcionários do Estado e não têm direito algum de intervirem no Congresso Nacional; 2 – a iniciativa da legislação: exclusiva do Poder Legislativo (vide arts. 61 e 62 da CR/88); 3 – o direito de veto: recusa de sanção de projeto de lei aprovado pelo Legislativo, pelo Chefe do Executivo; (( Características do Sistema Presidencialista Brasileiro: 1 – separação de poderes rígida; 2 – Poder Executivo unipessoal (Chefe de Estado é o Chefe de Governo); 3 – predominância política do Chefe do Executivo; 4 – mandato presidencial de 04 anos, permitida reeleição. 3.2. SISTEMA PARLAMENTARISTA: É o Sistema de Governo representativo que, sob a base da separação atenuada de Poderes, estabelece o equilíbrio entre o Governo, o Parlamento e o Povo, mediante as técnicas de responsabilidade governamental e de solução parlamentar. Trata-se de uma lenta criação da história política da Inglaterra, onde surgiu em 1688. Características Gerais: divisão de poderes; interdependência entre os Poderes Executivo e Legislativo, embora separados; para a manutenção do Primeiro-Ministro no poder é necessário ter-se a maioria parlamentar. “Apresenta, sob o ângulo funcional-orgânico, os três poderes clássicos (Executivo, Legislativo e Judiciário) acrescidos do Poder Moderador, representado pelo rei (em caso de Estado monárquico) ou pelo presidente da República (em caso de Estado republicano)”. (Reis Friede, p. 168) “Tanto o rei quanto o presidente da República permanecem fora da articulação político-partidária, havendo, para o presidente da República, um gabinete ou conselho de ministros que essencialmente dirige a política geral do país”. (Reis Friede, p. 168) Elementos: a) Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo – O Chefe de Estado representa o Estado e não lhe cabe participar das decisões políticas. O Chefe de Governo exerce o Poder Executivo. Ele é apontado pelo Chefe de Estado e somente assume a chefia de Governo depois de obter a aprovação do Parlamento; b) Responsabilidade política do Chefe de Governo; c) Possibilidade de dissolução do Parlamento – O Chefe de Estado tem o direito de dissolução do Parlamento, ou da Câmara Efetiva (no caso do bicameral); d) Colaboração entre o Executivo e o Legislativo. 2 tipos: 1 – PARLAMENTARISMO CLÁSSICO: proveniente da Inglaterra, que exerceu influência na Bélgica, França e outros países. Características: # consagração da irresponsabilidade real, pelo sistema inglês; # o ministério exerce a direção política e administrativa de Governo, ficando sua chefia a cargo do Primeiro-Ministro; # responsabilidade do Governo perante a Câmara dos Comuns; # a moção ou questão de desconfiança do Governo pode resultar em sua queda 2 – PARLAMENTARISMO MODERNO: proveniente da Alemanha, na Constituição de Weimar, em 1919, e que exerceu influência na Áustria, na Grécia e outros países. Características: # participação do povo nos Poderes Executivo e Legislativo; # ampliação dos poderes do Presidente da República, eleito pelo povo, que tem duração, por exemplo, na Alemanha, de 07 anos; # o Presidente da República pode ser reeleito e/ou afastado por plebiscito. 3.3. SISTEMA DIRETORIAL: (COLEGIADO) É aquele em que o Poder Executivo é confiado a um grupo ou comissão de pessoas, todas eleitas pelo Legislativo, que têm a tarefa de dirigir o Estado. Dentre estas pessoas, anualmente, uma será designada presidente do colegiado. Este Sistema teve aplicação na França, em sua Constituição Convencional de 1795, quando o Poder Executivo era então dirigido por 24 membros designados pela Assembléia Federal, e também no Uruguai. O exemplo clássico é o da Suíça, que até hoje assim se constitui. O Sistema Diretorial Suíço assim se divide: Conselho Nacional = câmara baixa ASSEMBLÉIA FEDERAL: Conselho dos Estados (dos Cantões) = câmara alta A Assembléia Federal é o órgão supremo do Poder Legislativo. 3.4. SISTEMA CAMERALISTA: Não é considerado um Sistema de Governo propriamente dito. Cuida-se de um “Sistema de Administração” Governamental, baseado na idéia de que a Administração Pública precisa e necessita se profissionalizar (pessoal e órgãos), de modo a conseguir a excelência administrativa, buscando e atingindo a maxime efetividade na prestação do serviço público, com eficiência, agilidade, economia e satisfação da população. Suas idéias são originárias do Mercantilismo.
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