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Fonologia e Fonética
1. FONOLOGIA = É a parte da Gramática que estuda o comportamento dos fonemas de uma língua, tomando-os como unidades sonoras capazes de criar diferença de significados.
2. FONÉTICA= É a parte da Gramática que estuda as particularidades dos fonemas, ou seja, as variações que podem ocorrer na realização dos fonemas.
Fonema é a menor unidade sonora e distintiva de uma língua. Os fonemas dividem-se em vogais, semivogais e consoantes. Convém reforçar que o fonema é uma realidade acústica.
Uma única letra pode representar dois fonemas. A esse fenômeno, chama-se dífono. 
Exemplo: táxi (lê-se “táksi” – x = ks).
Duas letras podem representar um único fonema. A esse fenômeno, chama-se dígrafo. 
Exemplo: chave (lê-se “xávi” – ch = x).
Encontros Vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato.
1) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal. 
Por Exemplo:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal. 
Por Exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal)
c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca. 
Exemplos: pai, série
d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. 
Por Exemplo: Mãe
2) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:
Paraguai - Tritongo oral
quão - Tritongo nasal
3) Hiato
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. 
Por Exemplo:
saída (sa-í-da)
poesia (po-e-si-a)
Encontros Consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem basicamente dois tipos:
- os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra,  pla-no, a-tle-ta, cri-se... 
- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta...
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,psi-có-lo-go...
Dígrafos
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra.
Por Exemplo:
lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras. Por Exemplo:
bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
Dígrafos Consonantais
	Letras
	Fonemas
	Exemplos
	lh
	lhe
	telhado
	nh
	nhe
	marinheiro
	ch
	xe
	chave
	rr
	Re (no interior da palavra)
	carro
	ss
	se (no interior da palavra)
	passo
	qu
	que (seguido de e e i)
	queijo, quiabo
	gu
	gue (seguido de e e i)
	guerra, guia
	sc
	se
	crescer
	sç
	se
	desço
	xc
	se
	exceção
Dígrafos Vocálicos: registram-se na representação das vogais nasais.
	Fonemas
	Letras
	Exemplos
	ã  
	am  
	tampa
	 
	an
	canto
	 
	em
	templo
	 
	en   
	lenda  
	 
	im
	limpo
	 
	in
	lindo
	õ
	om
	tombo   
	 
	on  
	tonto   
	 
	um
	chumbo
	 
	un
	corcunda
Observação:
"Gu" e "qu" são dígrafos somente quando, seguidos de "e" ou "i", representam os fonemas /g/ e /k/:guitarra, aquilo. Nesses casos, a letra "u" não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o "u" representa um fonema semivogal ou vogal (aguentar, linguiça, aquífero...) Nesse caso, "gu" e"qu" não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são seguidos de "a" ou "o" (quase, averiguo).
Morfologia
A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.
Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:
Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado.
inh - indica que a palavra é um diminutivo
a - indica que a palavra é feminina
s - indica que a palavra se encontra no plural
Formação das Palavras
Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.
Derivação
Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:
	Primitiva
	Derivada
	mar
	marítimo, marinheiro, marujo
	terra
	enterrar, terreiro, aterrar
Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. 
Tipos de Derivação
Derivação Prefixal ou Prefixação
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos:
crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz
Derivação Sufixal ou Sufixação
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical.
Por Exemplo:
alfabetização
No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
A derivação sufixal pode ser:
a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.
Por Exemplo:
papel - papelaria 
riso - risonho	
b) Verbal, formando verbos.
Por Exemplo:
atual – atualizar
c) Adverbial, formando advérbios de modo.
Por Exemplo:
feliz - felizmente
Derivação Parassintética ou Parassíntese
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.
Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer".
	Palavra Inicial
	Prefixo
	Radical
	Sufixo
	Palavra Formada
	mudo
	e
	mud
	ecer
	emudecer
	alma
	des
	alm
	ado
	desalmado
Derivação Regressiva
Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução.
Exemplos:
	comprar (verbo)
	beijar (verbo)
	compra (substantivo)
	beijo (substantivo)
Sufixos
Sufixos que formam nomes de ação
		-ada - caminhada
	-ez(a) - sensatez, beleza
	-ança - mudança
	-ismo - civismo
	-ância - abundância
	-mento - casamento
	-ção - emoção
	-são - compreensão
	-dão - solidão
	-tude - amplitude
	-ença - presença
	-ura - formatura
Sufixos que formam nomes de agente
		-ário(a) -secretário
	-or - lutador
	-eiro(a) - ferreiro
	-nte - feirante
	-ista - manobrista
	
Além dos sufixos acima, tem-se:
	Sufixos que formam nomes de lugar, depositório
	-aria - churrascaria
	-or - corredor
	-ário - herbanário
	-tério - cemitério
	-eiro - açucareiro
	-tório - dormitório
	-il - covil
	
Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração,coleção
		>-aço - ricaço
	-ario(a) - casario, infantaria
	-ada - papelada
	-edo - arvoredo
	-agem - folhagem
	-eria - correria
	-al - capinzal
	-io - mulherio
	-ame - gentame
	-ume - negrume
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência
		-ite
	bronquite, hepatite (inflamação)
	-oma
	mioma, epitelioma, carcinoma (tumores)
	-ato, eto, ito
	sulfato, cloreto, sulfito (sais)
	-ina
	cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais)
	-ol
	fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto)
	-ite
	amotite (fósseis)
	-ito
	granito (pedra)
	-ema
	morfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística)
	-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)
	
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos
		-ismo
	budismo
kantismo
comunismo
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos
Feminino: menina
Aumentativo: meninão
Diminutivo: menininho
Flexão de Gênero
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino.
Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
	- O velho e o mar
- Um Natal inesquecível
- Os reis da praia
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
	A história sem fim
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas
Classificação DOS SUBSTANTIVOS
1-  Substantivos Comuns e Próprios
Observe a definição:
	   s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).
Qualquer "povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas" será chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Substantivo Comum: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma genérica.
Por exemplo: 
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.
	Estamos voando para Barcelona.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. Esse substantivo é próprio.
Substantivo Próprio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular.
Por exemplo:
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
 
2 - Substantivos Concretos e Abstratos
	
	
	
	LÂMPADA
	
	MALA
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são  independentes de outros seres. São assim, substantivos concretos.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres.
	Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário.
          Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc.
          Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc.
ARTIGOS
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.
Classificação dos Artigos
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as.
Por exemplo:
Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas.
Por exemplo:
Eu matei um animal.
Combinação dos Artigos
É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma assumida por essas combinações:
Preposições	Artigos
o, os	a, as	um, uns	uma, umas
a	ao, aos	à, às	-	-
de	do, dos	da, das	dum, duns	duma, dumas
em	no, nos	na, nas	num, nuns	numa, numas
por (per)	pelo, pelos	pela, pelas	-	-
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por crase.
- As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.
ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. 
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Classificação do Adjetivo
Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.
Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.
Formação do Adjetivo
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
ADJETIVO SIMPLES	Formado por um só radical.	Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.
ADJETIVO COMPOSTO	Formado por mais de um radical.	Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVO	É aquele que dá origem a outros adjetivos.
Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.
ADJETIVO DERIVADO	É aquele que deriva de substantivos ou verbos.
Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.
NUMERAIS
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência.
Exemplos:
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]
Eu quero café duplo, e você?
...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"]
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
Classificação dos Numerais
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Leitura dos Numerais 
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e.
Por exemplo: 
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis. 
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
FLEXÃO DOS NUMERAIS
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro	segundo	milésimo
primeira	segunda	milésima
primeiros	segundos	milésimos
primeiras	segundas	milésimas
PRONOMES
Pronome é a palavra que se usa em lugar donome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma.
Exemplos:
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
[substituição do nome]
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
[referência ao nome]
Essa moça morava nos meus sonhos!
[qualificação do nome]
Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.
Exemplos:
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Exemplos:
[Fala-se de Roberta]
Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica "escola" = concordância adequada]
[neste: pronome que determina "ano" = concordância adequada]
[ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada]
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
ADVÉRBIO
Compare estes exemplos:
O ônibus chegou.
O ônibus chegou ontem.
A palavra ontem acrescentou ao verbo chegou uma circunstância de tempo: ontem é um advérbio.
Marcos jogou bem.
Marcos jogou muito bem.
A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bem: muito, aqui, é um advérbio.
A criança é linda.
A criança é muito linda.
A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo linda: muito, nessa frase, é um advérbio.
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.
Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração.
Por exemplo:
As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como:
Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
Modo: Eles agiram mal.
Negação: Ela não saiu de casa.
Dúvida: Talvez ele volte.
Observações:
- Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, podendo assim, ser classificados como determinantes.
Por exemplo:
Ninguém manda aqui!
mandar: verbo
aqui: advérbio de lugar = determinante do verbo
- Quando modifica um adjetivo, o advérbio acrescenta a ideia de intensidade.
Por exemplo:
O filme era muito bom.
- Na linguagem jornalística e publicitária atuais, têm sido frequentes os advérbios associados a substantivos:
Por exemplo:
" Isso é simplesmente futebol" - disse o jogador. 
"Orgulhosamente Brasil" é o que diz a nova campanha publicitária ufanista.
PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.
Exemplos:
Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.
amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição
de: preposição
Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.
esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição
com: preposição
Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.
Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.
Exemplos:
A hora das refeições é sagrada.
hora das refeições: elementos ligados por preposição
de + as = das: preposição
hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"
refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"
Alguém passou por aqui.
passou por aqui: elementos ligados por preposição
por: preposição
passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"
aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"
As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde.
Por exemplo:
de + o = do
por + a = pela
em + um = num
As preposições podem introduzir:
a) Complementos Verbais
Por exemplo:
Eu obedeço "aos meus pais".
b) Complementos Nominais
Por exemplo:
Continuo obediente "aos meus pais".
c) Locuções Adjetivas
Por exemplo:
É uma pessoa "de valor".
d) Locuções Adverbiais
Por exemplo:
Tive de agir "com cautela".
e) Orações Reduzidas
Por exemplo:
"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.
Conjuções 
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
Observe os exemplos:
- Ela foi ao cinema e ao teatro.
- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.
- ADVERSATIVAS
Expressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:
- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.
- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
ALTERNATIVAS
Expressam ideia de alternância.
- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.
CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:
- Estudei muito por isso mereço passar.
- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:
- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito friolá fora.
- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:
- Não pude comprar o CD porque estava em falta.
- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.
COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que.
- Ela fala mais que um papagaio.
CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.
- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)
- Apesar de ter chovido fui ao cinema.
CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante
- Cada um colhe conforme semeia.
- Segundo me disseram a casa é esta.
Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.
CONSECUTIVAS
Expressam uma idéia de conseqüência.
Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).
- Falou tanto que ficou rouco.
- Estava tão feliz que desmaiou.
FINAIS
Expressam idéia de finalidade, objetivo.
- Todos trabalham para que possam sobreviver.
- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),
PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.
- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.
TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
- Quando eu sair, vou passar na locadora.
- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.
Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".
O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.
Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.
Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las.
Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.
“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.
Ficaram cansados porque correram muito.
“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.
INTERJEIÇÕES
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição
sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
ai: interjeição
sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico.
Exemplos:
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.
Exemplos:
Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua
significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"
Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital
significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição
tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição
tom da fala: decepção
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.
Por exemplo:
- Você faz o que no Brasil?
-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.
Por exemplo:
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
Conectivos
Os conectivos são palavras que unem orações num período frasal. Não deu para entender ainda, não é? Os conectivos são aquelas palavras que dão sentido em uma frase longa, em que queremos unir e/ou repelir diferentes ideias.
Os conectivos é que nos ajudam a dar coesão e sentido às nossas frases. Quando escolhemos de forma errada os conectivos que usaremos podemos acabar com todo o sentido da frase que queríamos comunicar.
Falando assim, parece que os conectivos são palavras muito difíceis, mas são aquelas que sempre estão em nosso vocabulário e, às vezes, nem nos damos conta de sua importância.
Alguns exemplos são: e, mas, nem, também, senão, porém, entretanto, contudo, ou, ora, que, porque, pois, como, entre vários outros.
Dentro desse próprio texto tivemos várias frases com esses conectivos. Para que você entenda o uso deles, pode procurar dentro das explicações esses usos, além de reparar nesse exemplo que usa três conectivos:
“Amanhã iremos ao parque fazer um piquenique, mas ainda não decidimos se levaremos comida ou se compraremos lá mesmo, pois ainda estamos calculando o que sairá mais em conta.”
Preste atenção na frase e em como os conectivos passam desapercebidos por nossos olhos, mas, na verdade, são eles que dão o grande sentido à frase. Talvez por não notarmos a importância deles muitas vezes temos dúvida na hora de utilizá-los e por isso vamos ao próximo tópico.
Sintaxe
A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações.
ÍNDICE
 
Análise Sintática
Frase
Tipos de Frases
Estrutura da Frase: Oração
Período: Período Simples, Período Composto
Objetivos da Análise Sintática / Estrutura de um Período / Termos da Oração
 
Termos Essenciais da Oração
Sujeito e Predicado / Posição do Sujeito na Oração
Classificação do Sujeito: Sujeito Determinado
SujeitoIndeterminado
Oração Sem Sujeito
Predicado
Predicação Verbal: Verbo Intransitivo, Verbo Transitivo, Verbo de Ligação
Classificação do Predicado: Predicado Verbal
Predicado Nominal / Predicativo do Sujeito
Predicado Verbo-Nominal / Estrutura do Predicado Verbo-Nominal
 
Termos Integrantes da Oração
Complementos Verbais: Objeto Direto
Objeto Indireto
Complemento Nominal / Agente da Passiva
 
Termos Acessórios da Oração
Sobre os Termos Acessórios
Adjunto Adverbial
Classificação do Adjunto Adverbial
Adjunto Adnominal / Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal
Aposto / Classificação do Aposto
Vocativo / Distinção entre Vocativo e Aposto
 
Período Composto
Coordenação e Subordinação
 
Coordenação
Período Composto por Coordenação
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas: Aditivas, Adversativas
Alternativas, Conclusivas, Explicativas
 
Subordinação
Período Composto por Subordinação
Forma das Orações Subordinadas
Orações Subordinadas Substantivas
Classificação das Orações Subordinadas Substantivas: Subjetiva
Objetiva Direta / Orações Especiais
Objetiva Indireta, Completiva Nominal
Predicativa, Apositiva
Orações Subordinadas Adjetivas / Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Emprego e Função dos Pronomes Relativos : Pronome Relativo QUE
Pronome Relativo QUEM / Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s) / Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS
Pronome Relativo ONDE / Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO
Orações Subordinadas Adverbiais
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais: Causa, Consequência, Condição
Concessão, Comparação
Conformidade, Finalidade, Proporção, Tempo
 
Coordenação e Subordinação
Período Composto por Coordenação e Subordinação
 
Orações Reduzidas
Sobre as Orações Reduzidas
Orações Reduzidas Fixas / Orações Reduzidas de Infinitivo
Orações Reduzidas de Gerúndio / Orações Reduzidas de Particípio
 
Estudo Complementar do Período Composto
Sobre o Período Composto
 
Sintaxe de Concordância
Concordância Verbal e Nominal / Concordância Verbal: Sujeito Simples, Casos Particulares I
Casos Particulares II
Casos Particulares III
Casos Particulares IV
Sujeito Composto / Casos Particulares I
Casos Particulares II
Outros Casos: O Verbo e a Palavra "SE"
O Verbo SER I
O Verbo SER II
O Verbo PARECER / A Expressão "Haja Vista"
Concordância Nominal
Casos Particulares
 
Sintaxe de Regência
Regência Verbal e Nominal / Regência Verbal
Verbos Intransitivos
Verbos Transitivos Diretos
Verbos Transitivos Indiretos
Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos I
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos II
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado I: AGRADAR, ASPIRAR, ASSISTIR
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado II: CHAMAR, CUSTAR, IMPLICAR
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado III: PROCEDER, QUERER, VISAR
Regência Nominal
 
Sintaxe de Colocação
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Próclise I
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Próclise II
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Mesóclise / Ênclise
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais
 
Emprego da Crase
Crase I
Crase II
Casos em que a crase SEMPRE ocorre
Crase diante de Nomes de Lugar / Crase diante de Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais / Crase com o Pronome Demonstrativo "a" / A Palavra Distância
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
Sujeito, predicado e predicativo.
Predicado
Na frase, o verbo e todo o seu complemento constitui o predicado. Isso significa que, como predicador, ele pode precisar de termos para completar-lhe o sentido, ou seja, de argumentos: um argumento fora dele, diz-se argumento externo; e argumento(s) interno(s), isto é, junto a ele, que são os seus complementos. O sujeito não pertence ao predicado. O predicado compreende o verbo e todos os seus complementos, ou seja, todos os seus argumentos internos:
«O moço de terno azul compra suas roupas no Shopping Iguatemi.»
predicado: compra suas roupas no Shopping Iguatemi
Predicativo
Diz-se que há um predicativo quando há na frase alguns verbos especiais, e por isso, é possível que, na frase, outros termos também passem a predicar. Quando o sujeito torna-se também um predicador, e há na frase um termo subordinado a ele, diz-se que há um predicativo do sujeito:
«As meninas estão caladas.» (= meninas caladas é predicativo)
«O tempo continua nublado.» (= tempo nublado é predicativo)
A classe dos verbos que geram o predicativo do sujeito são os verbos denominados copulativos: ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se etc. Isto significa que esses verbos estão ligando (copulando) sujeito e o termo pós verbo.
Mais exemplos:
«O que ele fez é nada.»
«Eram trinta e dois naquela 6ª série.»
«O trabalho tornou-se um suplício.»
«Somos o que fazemos.»
Predicado Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
c) Indica estado ou qualidade.
Por Exemplo:
Leonardo é competente.
 Predicado Nominal
 No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:
Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)
A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)
O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)
Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação)
Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)
Predicativo do Sujeito
É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:
a) Adjetivo ou locução adjetiva:
Por Exemplo:
O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)
b) Substantivo ou palavra substantivada:
Por Exemplo:
Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)
Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado)
c) Pronome Substantivo:
Por Exemplo:
Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)
d) Numeral:
Por Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)
Objeto direto, indireto, complemento nominal e agente da passiva.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:
complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);
complemento nominal;
agente da passiva.
Complementos Verbais
Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:
1) Objeto Direto
É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição.
Por Exemplo:
	Abri
	os braços
	ao vê-lo.
	
	Objeto Direto
	
O objeto direto pode ser constituído:
a) Por um substantivo ou expressão substantivada.
Exemplos:
O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.
b)  Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Exemplos:
Espero-o na minha festa. / Ela me ama.
c)  Por qualquer pronome substantivo.
Por Exemplo:
O menino que conheci está lá fora.
Atenção:
Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhadode preposição facultativa. Isso pode ocorrer:
- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.
- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.
- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.
Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).
Objeto Indireto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.
Exemplos:
Não desobedeço	a meus pais.
Objeto Indireto
Preciso	de ajuda. (Preposição clara "de")
Objeto Indireto
Enviei-lhe	um recado.	(Enviei a ele - a preposição a está subentendida)
Objeto Indireto		
Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte.
Por Exemplo: 
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)
Complemento Nominal
 É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.
Exemplos:
Cecília tem orgulho da filha.
 substantivo complemento nominal
Ricardo estava consciente de tudo.
 adjetivo complemento nominal
A professora agiu favoravelmente aos alunos.
 advérbio complemento nominal
Saiba que:
 O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.
4) Agente da Passiva
 É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição "de".
Por Exemplo:
 A vencedora foi escolhida pelos jurados.
 Sujeito Verbo Agente da 
 Paciente Voz Passiva Passiva
Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja:
Os jurados escolheram a vencedora.
 Sujeito Verbo Objeto Direto
 Voz Ativa
Outros exemplos:
 Joana é amada de muitos.
Sujeito Paciente Agente da Passiva
 
 Essa situação já era conhecida de todos.
Sujeito Paciente Agente da Passiva
Orações coordenadas
As sentenças coordenadas (ou orações coordenadas) são as orações que, como a própria nomeação sugere, se unem umas as outras, de forma justaposta ou por intermédio de uma conjunção. A referida ordenação tem por finalidade a composição de um período composto. Sob esse aspecto, cada sentença mantém a sua independência sintática, uma vez que uma não funciona como termo integrante da outra. Com o objetivo de clarear esse conceito, propõe-se a leitura deste trecho do romance A menina que roubava livros, do escritor australiano Markus Zusak:
Era o fim de maio de 1939, e a noite tinha sido como quase todas as outras. Mamãe sacudira seu punho de ferro. Papai havia saído. Liesel limpara a porta da frente e observara o céu da Rua Himmel. (p. 45).
A princípio, é pertinente lembrar que se concebe como período, a frase organizada em oração (período simples) ou orações (período composto). O primeiro e último períodos do trecho acima se compõem de duas orações, a saber:
Primeiro Período:
Oração 1: Era o fim de maio de 1939.
Oração 2: A noite tinha sido como quase todas as outras.
Último Período:
Oração 1: Liesel limpara a porta da frente.
Oração 2: Observara (referência à Liesel de maneira subentendida) o céu da Rua Himmel.
Constate que se trata de duas orações independentes entre si, inseridas em seu respectivo período. Cabe elucidar que, apesar de terem o sentido ligado por meio da conjunção “e”, mantêm-se fiéis a sua estrutura sintática original. Vale relembrar que a “conjunção” tem o propósito de conectar duas orações, como nos períodos analisados; ou duas palavras de função equivalente na oração: “A alegria e a ansiedade tomaram conta do seu coração.”. Observe que “e” une dois substantivos (núcleos) que constituem o sujeito da oração.
As orações coordenadas se dividem em: sindéticas e assindéticas. Observe:
Luiz Fernando compareceu ao evento no horário confirmado.
Luiz Fernando compareceu ao evento e não se atrasou.
Perceba que não há conjunção no primeiro período. Nesse caso, tem-se uma oração coordenada assindética, isto é, que não apresenta conjunção. O “a” exprime a ideia de negação, como, por exemplo, em “assintomático” (sem sintomas). Em contrapartida, no segundo período, as duas orações são interligadas por meio da conjunção “e”. Por isso, trata-se de uma oração coordenada sindética.
As orações coordenadas sindéticas dividem-se em cinco tipos, conforme a ideia estabelecida, por meio da conjunção, entre as orações, a saber:
Aditiva
No geral, expressa a ideia de adição:
Ainda não fiz o almoço, nem arrumei a casa. (nem = e não)
Outro exemplo: não só... mas também.
Adversidade
Exprime ideias que se opõem:
O time jogou bem, porém perdeu o jogo.
Outros exemplos: todavia, contudo, mas, entretanto...
Explicativa
Apresenta uma justificativa:
Na segunda-feira, não foi ao trabalho porque estava doente.
Mais exemplos: porque, pois (anteposto ao verbo).
Alternativa
Sinaliza uma opção/alternativa:
Alerte o seu filho, ou ele acabará sendo reprovado este ano.
Mais exemplos: quer...quer, ou...ou, ora...ora
Conclusiva
Indica uma conclusão
Os preços dos produtos se elevaram significativamente. Por isso, reduzimos a nossa compra.
Outros exemplos: logo, pois (posposto ao verbo), consequentemente, portanto, por conseguinte, de modo que.
É pertinente mencionar que um mesmo período pode ser composto por orações coordenadas sindéticas de diferentes tipos. Constate:
Marcos estudou para a prova e fez todos os trabalhos, porém não conseguiu a média na disciplina.
Note que o período se compõe de três orações, integradas pela conjunção aditiva “e” e pela conjunção adversativa “porém”.
Para finalizar: As sentenças coordenadas são as orações que se unem, por intermédio ou não de uma conjunção, compondo períodos. Trata-se de orações independentes entre si, apesar de serem instauradas novas relações de sentido.
Orações subordinadas
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
 "Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto."
Oração Principal Oração Subordinada
Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas.
Podemos modificar o período acima. Veja:
 Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
Oração Principal Oração Subordinada
Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações, desapareceu.As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou não - , gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introduzidas por preposição.
Sinais de pontuação
Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:
1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;
2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.
Vírgula ( , )
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada:
- Nas datas, para separar o nome da localidade.
Por Exemplo:
São Paulo, 25 de agosto de 2005.
- Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
Por Exemplo:
– Você gostou do vestido?
– Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
– Não, no final de semana.
- Após a saudação em correspondência (social e comercial).
Exemplos:
Com muito amor,
Respeitosamente,
- Para separar termos de uma mesma função sintática.
Por Exemplo:
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- Para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Por Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Por Exemplo:
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.
c) um vocativo
Por Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Por Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Por Exemplo:
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.
- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
Por Exemplo:
O documento de identidade, você trouxe?
- Para separar elementos paralelos de um provérbio.
Por Exemplo:
Tal pai, tal filho.
- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
Por Exemplo:
As flores, eu as recebi hoje.
- Para indicar a elipse de um termo.
Por Exemplo:
Daniel ficou alegre; eu, triste.
- Para isolar elementos repetidos.
Exemplos:
A casa, a casa está destruída.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- Para separar orações intercaladas.
Por Exemplo:
O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.
- Para separar orações coordenadas assindéticas.
Por Exemplo:
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.
Exemplos:
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.
Vá devagar, que o caminho é perigoso.
Estuda muito, pois será recompensado.
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal).
Por Exemplo:
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Por Exemplo:
A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.
Concordância Nominal
A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.
Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.
Por Exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Por Exemplo:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
Por Exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino).
Exemplos:
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.
Exemplos:
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
Por Exemplo:
Água é bom para saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.
Por Exemplo:
Esta água é boa para saúde.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.
Por Exemplo:
Juliana as viu ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular.
Por Exemplo:
Os jovens tinham algo de misterioso.
6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere.
Por Exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.
Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável.
Por Exemplo:
Eles só desejam ganhar presentes.
7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do últimoadjetivo.
Por Exemplo:
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.
Por Exemplo:
Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
Obs.: veja esta construção:
Estudo a cultura espanhola e portuguesa.
Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, espano-portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.
Concordância Verbal
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
a) Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural
Concordância Verbal: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa (Eu/Tu/Ele/Nós/Vós/Eles) e em número (singular/plural)
Sintaxe de colocação
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos
Fernanda, quem te contou isso?
Fernanda, contaram-te isso?
Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise.
1) Próclise
Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:
a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos:
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.
b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Por Exemplo:
Aqui, vive-se.
c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.
Exemplos: 
Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)
d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).
Exemplos: 
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração optativa)
e) Nas conjunções subordinativas:
Exemplos: 
Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.
É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.
f) Com gerúndio precedido de preposição "em".
Exemplos: 
Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
Só se lembram de estudar na véspera das provas.
Ou se diverte, ou fica em casa.
h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.
Exemplos:
Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.
Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.
 Mesóclise
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)
Observações:
a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.
Por Exemplo:
Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.
c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.
3) Ênclise
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.
b) Nas orações reduzidas de infinitivo.
Exemplos:
Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
Espero contar-lhe isto hoje à noite.
c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em".)
Exemplos:
A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.
d) Nas orações imperativas afirmativas.
Exemplos:
Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
Professor, ajude-me neste exercício!
Observações:
1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas.
2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por Exemplo:
Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.
3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.  
Exemplos: 
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais
As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.
1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio
a) Sem palavra que exija a próclise:
Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.
Por Exemplo:
Quero ajudar-lhe ao máximo.
b) Com palavra que exija próclise:
O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.
Exemplos:
Nunca me viram cantar. (antes)
Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)
Observações:
1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa.
Por Exemplo:
Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional.
Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.
2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo.
Por Exemplo:
Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.
2) Verbo Principal no Particípio
Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.
Por Exemplo:
As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.
a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome  ficará depois do verbo auxiliar.
Por Exemplo:
Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.
b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.
Por Exemplo:
Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.
Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:
Por Exemplo:
Haviam me convencido com aquela história.
Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.
Semântica
Em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico.
Sinônimos e Antônimos
Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:
Sinônimos
As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos:
casa - lar - moradia - residência
longe - distante
delicioso - saboroso
carro - automóvel
Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.
Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase:
Comprei um novo lar.
Obs.: o uso de palavras sinônimas podeser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos.
Antônimos
São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos:
mal / bem
ausência / presença
fraco /  forte
claro / escuro
subir / descer
cheio / vazio
possível / impossível
Homônimos e parônimos
Parônimos são palavras com escrita e pronúncia parecidas, mas com significado (sentido) diferente.
- O homem fez uma bela descrição da mulher.
- Use a sua discrição, Paulo.
Amoral – nem contrário e nem conforme a moral
Imoral - contrário à moral
Arrear – pôr arreios
Arriar – colocar no chão
Comprimento – extensão, grandeza e tamanho
Cumprimento – saudação
Descrição - falar sobre
Descriminar – inocentar
Emergir – mostra-se
Imergir – mergulhar
Homônimos são palavras com escrita ou pronúncia iguais, com significado (sentido) diferente.
- A manga está uma delícia.
- A manga da camisa ficou perfeita.
- O político foi cassado por corrupção.
- O lobo foi caçado por bandidos.
Tipos de homônimos: homógrafos, homófonos e homônimos perfeitos.
Homógrafos – mesma grafia e som diferente.
- Eu começo a trabalhar em breve.
- O começo do filme foi ótimo.
Homófonos – grafia diferente e mesmo som.
- A cela do presídio está lotada.
- A sela do cavalo está velha.
Homônimos perfeitos – mesma grafia e som.
- Vou pegar dinheiro no banco.
- O banco da praça quebrou.
Acender – colocar fogo
Ascender - subir
Aço - metal
Asso – verbo assar conjugado
Censo - recenseamento
Senso – julgar
Cessão - ceder
Seção - divisão
Sessão – reunião
Coser - costurar
Cozer - cozinhar
Manga - fruta
Manga – parte da camisa
Sexta – dia da semana (sexta-feira)
Cesta - receptáculo
Sesta – descanso
Denotação e conotação
A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes exemplos:
A menina está com a cara toda pintada.
Aquele cara parece suspeito.
No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivíduo".
Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretação. Veja:
Marcos quebrou a cara.
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos não se deu bem", tentou realizar alguma coisa e não conseguiu.
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades:
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é comum a exploração do sentido conotativo, como consequência da nossa forte carga de afetividade e expressividade.
Estilística
A Estilística estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras. Além disso, estabelece princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais no que se refere ao uso da língua.
Figuras de linguagem
São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som, figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de construção.
Classificação das Figuras de Linguagem
Observe:
1) Fernanda acordou às sete horas, Renata às nove horas, Paula às dez e meia.
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela."
3) Seus olhos eram luzes brilhantes.
Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de figuras de linguagem:
Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética ao deixar subentendido, na segunda e na terceira frase, um termo citado anteriormente - o verbo acordar. Repare que a segunda e a última frase do primeiro exemplo devem ser entendidas da seguinte forma: "Renata acordou às nove horas, Paula acordou às dez e meia. Dessa forma, temos uma figura de construção ou de sintaxe.
Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual entre as palavras fecha e abre, que possuem significados opostos. Temos, assim, uma figura de pensamento.
Exemplo 3: a força expressiva da frase está na associação entre os elementos olhos e luzes brilhantes. Essa associação nos permite uma transferência de significados a ponto de usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos, então, uma figura de palavra.
Figura de Palavra
A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. Esses dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia.
Metáfora
A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo e momentâneo; se a metáfora se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com "pé de alface", "perna da mesa", "braço da cadeira").
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece.
Observe a gradação no processo metafórico abaixo:
Seus olhos são como luzes brilhantes.
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como.
Observe agora:
Seus olhos são luzes brilhantes.
Nesse exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim um símile, ou seja, qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo:
As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Essa é a verdadeira metáfora.
Observe outros exemplos:
1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." (Fernando Pessoa)
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum.
Vícios de linguagem
Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. Observe:
Pleonasmo Vicioso ou Redundância
Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há repetiçãodesnecessária de uma informação na frase.
Exemplos:
Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.
Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
Encontraremos outra alternativa para esse problema.
Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem.
Barbarismo
É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:
1) Pronúncia
a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico.
Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)
b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas.
Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas)
c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra.
Exemplos:
Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)
O segurança deteu aquele homem. (deteve)
2) Morfologia
Exemplos:
Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)
Sou a aluna mais maior da turma. (maior)
3) Semântica
Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)
4) Estrangeirismos
Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua.
Exemplos:
O show é hoje! (espetáculo)
Vamos tomar um drink? (drinque)
Solecismo
É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis:
1) Concordância
Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)
2) Regência
Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao)
3) Colocação
Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)
Ambiguidade ou Anfibologia
Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.
Exemplos:
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai  falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)
Cacofonia
Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou palavra inconveniente.
Exemplos:
Uma mão lava outra. (mamão)
Vi ela na esquina. (viela)
Dei um beijo na boca dela. (cadela)
Eco
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Por Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.
Hiato
Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância.
Exemplos:
Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará  o concurso.
Colisão
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Por Exemplo: Sua saia sujou.
Texto narrativo
A marca fundamental do texto narrativo é a existência de um enredo, do qual se desenvolvem as ações das personagens, marcadas pelo tempo e pelo espaço. Assim, a narração possui um narrador (quem apresenta a trama), as personagens (principais e secundárias), o tempo (cronológico ou psicológico) e o espaço (local que se desenvolve a história). Sua estrutura básica é: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
Texto expositivo
O texto expositivo pretende apresentar um tema, a partir de recursos como a conceituação, a definição, a descrição, a comparação, a informação e enumeração. Dessa forma, uma palestra, seminário ou entrevista são consideradas textos expositivos, cujo objetivo central do emissor é explanar, discutir, explicar sobre um assunto. São classificados em: texto informativo-expositivo (transmissão de informações) ou texto expositivo-argumentativo (defesa de opinião sobre um tema). Outros exemplos de textos expositivos são os verbetes de dicionários e as enciclopédias.
Estrutura dos poemas
Verso é considerado cada linha de um poema. Pode ser apresentada como uma palavra ou segmento de palavras com um tipo de rítmica. Ocorre em sílabas longas ou breves (versos métricos), de acordo com o número de sílabas (versos silábicos), segundo a acentuação (versos rítmicos).
“Quem é esse viajante } VERSO
Quem é esse menestrel
Que espalha esperança
E transforma sal em mel?”
(Milton Nascimento)
Rima é a sucessão de sons fortes ou fracos repetidos com intervalos regulares ou variados. Pode ser avaliada quanto ao valor e combinações.
Estrofe é o conjunto de vários versos.
Classificam-se em:
* Monóstico – só um único verso.
* Dístico – dois versos.
* Terceto – três versos.
* Quadra – quatro versos.
* Quintilha – cinco versos.
* Sextilha – seis versos.
* Septilha – sete versos.
* Oitava – oito versos.
* Nona – nove versos.
* Décima – dez versos
A poesia: Certa vez o escritor Oswald de Andrade disse a seguinte frase: "Aprendi com meu filho de 10 anos que poesia é o descobrimento das coisas que nunca vira antes". A poesia pode estar em tudo: em uma situação cotidiana, em uma paisagem, em uma fotografia, nas artes plásticas e em um poema. Isso significa que a poesia não é exclusividade da literatura, tampouco do poema. A poesia está associada a uma atitude criativa, e não a um gênero literário. É uma definição mais ampla, que pode estar presente em diversas manifestações artísticas. Responder à pergunta “O que é poesia?” nem sempre é tarefa fácil, deixando sem palavras até mesmo o experiente poeta Manuel Bandeira:
"Eu, que desde os dez anos de idade faço versos; eu, que tantas vezes sentira a poesia passar em mim como uma corrente elétrica e afluir aos meus olhos sob a forma de misteriosas lágrimas de alegria: não soube no momento forjar já não digo uma definição racional dessas que, segundo regra a lógica, devem convir a todo o definido e só ao definido, mas uma definição puramente empírica, artística, literária”.
Manuel Bandeira
O poema: Elemento pertencente ao gênero lírico, o poema é um gênero textual que apresenta características que permitem identificá-lo entre os demais gêneros: é um texto composto em versos e estrofes, em uma oposição aos textos compostos em prosa (textos escritos em parágrafos, ou seja, em linhas longas). Um bom poema geralmente está carregado de poesia, mas há também poemas que recusam qualquer lirismo. São recursos muito empregados no poema a musicalidade, a repetição e a linguagem metafórica, essa última responsável por conferir ao texto maior subjetividade.
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
O soneto: Considerada a mais longeva forma fixa de poema, o soneto tem origem na Itália, documentado pela primeira vez na obra do poeta Giacomo da Lentini, na primeira metade do século III. O soneto segue um molde literário rígido: é composto por quatro estrofes, sendo as duas primeiras quartetos (estrofes formadas por quatro versos) e as duas últimas tercetos (estrofes formadas por três versos). É importante observar também que todos os versos são decassílabos, isto é, todos possuem dez sílabas poéticas. No Brasil, Olavo Bilac, principal nome do parnasianismo, e Vinícius de Moraes, um dos principais representantes da poesia modernista da segunda fase, escreveram dois dos mais famosos sonetos de nossa literatura:
Ouvir estrelas
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Olavo Bilac
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar

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