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Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico

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Disciplina: Sociologia
Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do 
Método Sociológico
Professor: Marcelo Ottoni Durante
Universidade Federal de Viçosa 
Bibliografia:
• ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento
Sociológico, São Paulo: Martins Fontes, 2008 –
Segunda Parte - Durkheim
02/12
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
• Épinal, 15 de abril/1858 — Paris, 15 de novembro/1917
• Considerado um dos pais da sociologia moderna, foi
fundador da escola francesa de sociologia, que
combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica.
• Descendente de uma família judia. Iniciou seus estudos
na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para
Alemanha. Ainda moço decidiu não seguir o caminho
dos familiares levando uma vida bastante secular.
• Seu principal trabalho é a reflexão sobre "Consciência
Coletiva“, partindo do princípio que o homem seria
apenas um animal selvagem que só se tornou Humano
porque foi socializado e aprendeu hábitos e costumes
característicos de seu grupo social para poder conviver
no meio deste.
• A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus
seguidores. Suas principais obras são: Da divisão do
trabalho social (1893); Regras do método sociológico
(1895); O suicídio (1897); As formas elementares de vida
religiosa (1912).
Émile Durkheim
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
03/13
Concepção Filosófica do Homem
• Durkheim como Hobbes, vê o homem dominado pelo egoísmo natural, animado 
por desejos infinitos, tendo necessidade, portanto, de ser disciplinado. Não basta 
que os animais vivam em grupo para que desenvolvam uma linguagem e as formas 
superiores de inteligência. O homem só é homem, ou seja, um animal diferente dos 
demais, na medida em que é civilizado na e pela sociedade.
• Nas sociedades primitivas, cada indivíduo é o que são os outros, pois na 
consciência de cada um predomina os sentimentos comuns a todos (sentimentos 
coletivos). 
• A tomada de consciência da individualidade decorre do desenvolvimento histórico, 
ou seja, o indivíduo não vem em primeiro lugar. O primado da sociedade sobre o 
individuo tem dois sentidos: 
1. Prioridade histórica das sociedades em que os indivíduos se assemelham uns 
aos outros com relação àquelas outras sociedades cujos membros adquiriram 
ao mesmo tempo consciência da sua responsabilidade e da capacidade que 
têm de exprimi-la. 
2. Prioridade lógica de não se poder explicar os fenômenos da diferenciação 
social e da solidariedade orgânica a partir dos indivíduos pois a consciência da 
individualidade não poderia existir antes da divisão do trabalho.
04/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Estruturação da Sociedade
• A divisão do trabalho é o fenômeno fundamental de estruturação da vida em 
sociedade e surge da desintegração da sociedade de estrutura segmentária.
• Abordando a relação entre indivíduo e coletividade, Durkheim destaca:: 
– Solidaridade Mecânica: Os indivíduos têm os mesmos sentimentos e valores e 
reconhecem os mesmos objetos como sagrados. A coerência da coletividade 
resulta da promoção de uma uniformidade entre os indivíduos. 
– Solidariedade Orgânica: O consenso, isto é, a coerência da coletividade, resulta 
de uma diferenciação dos indivíduos, fazendo analogia com os órgãos de um 
ser vivo, cada um dos quais exercendo uma função própria. 
• Durkheim invoca o conceito de luta pela vida (Darwin) para explicar a origem da 
divisão social do trabalho. Quantos mais numerosos os indivíduos que buscam 
viver em conjunto, mais intensa é a luta pela vida. A diferenciação social é a luta 
pacifica pela vida, pois em vez de alguns serem eliminados para que outros 
sobrevivam, cada um passa a ter um papel e preencher uma função na sociedade. 
• Esta diferenciação é a condição criadora da liberdade individual. Nessa sociedade 
individualista, o problema é manter o mínimo de consciência coletiva, sem a qual a 
diferenciação orgânica provocaria a desintegração social.
• Esta sociedade não se manteria fora do reino contratual, se não houvesse valores 
ou objetos sagrados coletivos, que vinculasse as pessoas ao todo social. 05/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Consciência Coletiva e o Direito
• Os atos da existência social são definidos com precisão e impostos pela consciência 
coletiva. O adjetivo social significa que os imperativos e proibições sociais têm por 
origem o grupo e não o indivíduo, denotando o fato de que este se submete aos 
imperativos e proibições sociais como a um poder superior. 
• A consciência coletiva só existe em função dos sentimentos e crenças presentes nas 
consciências individuais, mas se distingue destas, pois evolui segundo suas próprias 
leis e não é apenas a expressão ou o efeito das consciências individuais.
• Quando reina a solidariedade mecânica, a maior parte da existência é orientada 
pelos imperativos e proibições sociais, a consciência coletiva abrange grande parte 
da existência individual e os sentimentos coletivos tem força extrema. Quando 
reina a solidariedade orgânica, temos uma redução da existência que cobre a 
consciência coletiva e um enfraquecimento das reações coletivas contra as 
violações das regras. Cada indivíduo passa a ter a liberdade de crer, de querer e de 
agir conforme as suas preferências. 
• Consciência coletiva se expressa por meio do direito. O Direito Repressivo revela a 
consciência coletiva nas sociedades de solidariedade mecânica, onde os crimes são 
vistos como atos que ferem a consciência da coletividade. O Direito Restitutivo 
busca restabelecer o estado das coisas como deve ser segundo a justiça e , assim, 
visa organizar a coexistência dos indivíduos já diferenciados. 06/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Relação entre Socialismo e Individualismo
• O problema central da Divisão do Trabalho é a relação entre o socialismo (grupo) e 
o individualismo (indivíduo). Durkheim não vê este problema como um problema 
econômico, mas como um problema de consenso ou de socialização. Trata-se de 
fazer do indivíduo um membro da coletividade e inculcar-lhe o respeito pelas 
obrigações e proibições sem as quais a vida coletiva seria inviável. 
• A Solidariedade Orgânica estrutura a relação entre individualismo e socialismo, 
conjugando o desenvolvimento do indivíduo no contexto de uma sociedade 
coletiva. O fato dos indivíduos poderem buscar realizar sua vocação se conjugaria à 
necessidade das crenças comuns, pelo menos a do respeito absoluto pela pessoa 
humana, para manter a coexistência pacífica dos indivíduos diferentes. 
• Ao esquecer as exigências da disciplina, o indivíduo terminaria numa situação 
perpétua de insatisfação, pois não há sociedade sem disciplina, sem limitação de 
desejos e sem uma desproporção entre as aspirações e as satisfações possíveis.
• A perspectiva socialista de Durkheim envolve a idéia de que uma melhor 
organização da vida coletiva resultaria da integração dos indivíduos em instâncias 
sociais ou em comunidades dotadas de autoridade moral e capazes de preencher 
uma função educativa, viabilizando uma reorganização consciente da vida 
econômica e, em vez de propor o retorno a uma vida simples, procura no 
desenvolvimento da capacidade produtiva a solução das dificuldades sociais. 07/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Individualismo Racionalista X Respeito às Normas Coletivas
• Durkheim quer estabilizar uma sociedade cujo principio máximo é o 
respeito à pessoa humana e o desenvolvimento da autonomia individual. 
Desta forma, no centrodo pensamento de Durkheim está a demonstração 
de que o pensamento racionalista, individualista e liberal é o termo último 
da evolução histórica.
• De acordo com Durkheim, a norma social não só autoriza o indivíduo a se 
realizar livremente, mas considera dever de cada um a utilização do próprio 
julgamento e a afirmação da sua autonomia. 
• Esta visão, que responde à estrutura das sociedades modernas, implica 
contudo o risco de provocar a desagregação social e o fenômeno da 
anomia, se as normas coletivas, indispensáveis a qualquer consenso, não 
forem reforçadas. 
• Assim, segundo Durkheim, a sociologia justifica o individualismo racionalista 
e prega, ao mesmo tempo, a necessidade do respeito pelas normas 
coletivas.
08/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Concepção Filosófica de Sociedade
• A insistência de Durkheim em salientar a necessidade de consenso, assim como sua 
relativa negligência com respeito aos fatores de conflito, estão vinculadas a certas 
tendências da sua filosofia em termos de conceito da sociedade e do homem.
• Durkheim define a sociedade como o meio social responsável por determinar os 
outros fenômenos e esta definição viabiliza a oposição da sociedade e divindade 
como duas coisas circunscritas e observáveis. 
– Mas o que é que determina o meio social? Durkheim se inclina a ver o meio 
social como uma realidade sui generis, objetiva e materialmente definida, 
quando na verdade ele é apenas uma representação intelectual. 
– Não existe a sociedade, e sim grupos humanos. É preciso substituir a noção de 
sociedade, unidade completa e integral, pela noção de grupos sociais, que 
coexistem nas sociedades complexas. 
• Ao admitirmos a pluralidade dos grupos sociais e o conflito das idéias morais, 
percebe-se que a ciência social será para sempre incapaz de dizer aos moralistas e 
educadores qual é a moral que devem pregar em nome da ciência. 
• A sociedade moderna terá seus fundamentos sempre e continuamente 
questionados. A sociologia poderá explicar as razões deste questionamento, mas 
não propor uma solução científica para os questionamentos dos indivíduos.
09/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Causalidade Eficiente
• Explicar um fenômeno social é procurar sua causa eficiente, identificar o fenômeno 
antecedente que o produz, no meio social. É a estrutura da sociedade que constitui 
a causa dos fenômenos que a sociologia quer explicar. 
• Fazer ver a utilidade de um fato, não é o mesmo que explicar como ele aconteceu. 
Suas utilizações pressupõem propriedades específicas que o caracterizam, mas não 
o criam. 
• A causalidade eficiente do meio social representa a condição de existência da 
sociologia científica e consiste em:
– estudar os fatos do exterior, 
– definir rigorosamente conceitos graças aos quais é possível isolar categorias de 
fenômenos, 
– classificar as sociedades em gêneros e espécies e
– dentro de uma dada sociedade, explicar um fato particular pelo meio social. 
• A prova da explicação é obtida pelo emprego do método das variações 
concomitantes.
10/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Fatos Sociais
• Para que haja sociologia, duas coisas são necessárias: 
– seu objeto seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e 
– seu objeto possa ser observado e explicado de modo semelhante ao que 
acontece com os fatos observados e explicados pelas outras ciências. 
• Precisamente por que temos deles uma idéia vaga e confusa, é importante 
considerar os fatos sociais como coisas, isto é, devemos nos livrar das pré-
noções e preconceitos e observar os fatos sociais do exterior, da mesma forma 
que fazemos quando observamos os fatos físicos. 
• Fatos sociais são: 
– gerais por que são coletivos, 
– diferentes nas suas repercussões que exercem sobre cada indivíduo e 
– têm como substrato o conjunto da coletividade, por conseguinte, se 
impõem aos indivíduos configurando um contexto de coerção.
11/13
Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Limitações das Noções de Coisa e Coerção
• Há um equívoco na noção de coisa, se isto implicar que os fatos sociais não 
comportam uma interpretação diferente da que comportam os fatos naturais, 
sugerindo que toda interpretação de significado que os homens atribuem aos fatos 
sociais deve ser afastada da sociologia.
– Esta regra é contrária à própria prática de pesquisa de Durkheim, que buscou 
sempre apreender o sentido que os indivíduos ou os grupos atribuem à sua 
maneira de viver, suas crenças e seus ritos.
• Há um duplo equívoco na noção de coerção. 
– Na linguagem comum não se fala de coerção a propósito da moda ou das 
crenças, pois as crenças e a moda são de tal forma interiorizadas que os 
indivíduos têm a impressão de se exprimirem de forma pessoal e não coletiva. 
– Durkheim usa o termo coerção de modo muito vago. Assim, ao usar o termo 
coerção, na realidade ele não pretende que a coerção seja característica 
essencial dos fatos sociais, mas apresenta-a apenas com a aparência externa 
que permite reconhecê-los.
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Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico
Ciência como Fundamento de Reformas: 
distinção entre normal e patológico
• Para Durkheim, a sociologia não valeria uma só hora de trabalho se não permitisse 
o aperfeiçoamento da sociedade. 
• O papel da ciência envolve sempre a distinção entre o normal e o patológico, que 
constitui uma das intermediações entre a observação dos fatos e os preceitos. Um 
fenômeno é normal quando pode ser encontrado, de modo geral, numa sociedade 
de determinado tipo, em certa fase de seu processo de desenvolvimento.
– Se um fenômeno é normal, não há porque querer eliminá-lo, mesmo que nos 
afete moralmente. 
– Se um fenômeno é patológico, temos um argumento científico para justificar 
projetos de reforma. 
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Curso Sociologia Durkheim: Divisão Social do Trabalho e Regras do Método Sociológico

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