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Violência no Brasil

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PERSPECTIVAS DA CRIMINALIDADE 
NA SOCIEDADE BRASILEIRA 
 
 
Todos os créditos ao Professor Doutor Luis Flavio Sapori 
 
 
 
 
 
 
• O processo de retomada da Democracia na sociedade 
brasileira, desde meados da década de 1980, não 
trouxe consigo avanços na provisão da ordem pública. 
deterioração intensa dos padrões de 
segurança pública 
Manifestação de um inquietante paradoxo : 
 a democratização tem sido acompanhada pela violência 
NÚMERO ABSOLUTO DE HOMICÍDIOS – BRASIL 
 
FFFONTE: Sistema de Informações sobre Mortalidade/DATASUS 
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
TAXA DE HOMICÍDIOS – BRASIL 
 
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade/DATASUS 
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
 Taxa de homicídios - Brasil (exclusive São Paulo) 
 
0
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35
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte : DATASUS 
Taxa de homicídios - Regiões do Brasil 
 
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Norte
Nordeste
 Sudeste
 Sul
 Centro-Oeste
Fonte : DATASUS 
TAXAS DE HOMICÍDIOS EM PAÍSES SELECIONADOS - 2008 
0 10 20 30 40 50 60
EL SALVADOR
GUATEMALA
AFRICA DO SUL
UGANDA
BRASIL
REPUBLICA DOMINICANA
ANGOLA
PARAGUAI
NIGERIA
RUSSIA
ARGENTINA
EUA
INDIA
BULGÁRIA
AUSTRÁLIA
FRANÇA
INGLATERRA
TUNISIA
JAPÃO
TAXAS DE HOMICIDIOS – ESTADOS BRASILEIROS 
 2011 
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade/DATASUS 
 
TTAXAS DE HOMICIDIOS – CAPITAIS BRASILEIRAS 
 201 
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade/DATASUS 
 
Taxa de homicídios por faixa etária - Brasil 
. 2011 
Taxa de homicídios por faixa etária - Brasil . 2011 
Se a magnitude de homicídios correspondentes ao conjunto da população já pode ser 
considerada muito elevada, a relativa ao grupo jovem adquire caráter de epidemia. 
Os 34,6 milhões de jovens(15 a 24 anos) que o IBGE estima que existiam no Brasil em 
2008, representavam 18,3% do total da população. Mas os 18.321 homicídios que o 
DATASUS registra para esse ano duplicam exatamente essa proporção: 36,6%, 
indicando que a vitimização juvenil alcança proporções muito sérias. 
 
Até 12 anos de idade, o número de vítimas é relativamente baixo. Como máximo, nos 12 
anos,foram 70 as vítimas em 2008. A média de homicídios, nessa faixa de 0 a 12 
anos, foi de 32,6 vítimas no ano por idade simples. A partir dos 13 anos, o número 
de vítimas de homicídio vai crescendo rapidamente, até atingir o pico de 2.304 na 
idade de 20 anos. A partir desse ponto, o número de homicídios vai caindo lenta e 
gradativamente. 
Os dados evidenciam que a vitimização negra entre os jovens acontece de forma 
semelhante,seguindo os mesmos padrões que no restante da população, mas ainda 
com maior intensidade. O número de homicídios de jovens brancos caiu 
significativamente no período 2002/2008,passando de 6.592 para 4.582, o que 
representa uma queda de 30% nesses seis anos. 
Já entre os jovens negros, os homicídios passaram de 11.308 para 12.749, o que 
representa um incremento de 13%. Com isso, a brecha de mortalidade entre brancos 
e negros cresceu 43% num breve lapso de tempo. 
Ao longo dos diversos mapas que vêm sendo elaborados desde 1998, emerge 
uma constante: a elevada proporção de mortes masculinas nos diversos 
capítulos da violência letal do país, principalmente quando a causa são os 
homicídios. 
 
Assim, por exemplo, nos últimos dados disponíveis,os de 2008, pertenciam ao 
sexo masculino 92,0% das vítimas de homicídio 
• O recrudescimento da violência tem sido acompanhado 
de uma lenta e gradual melhoria dos indicadores sociais. 
 
» Queda na proporção de pobres 
» Queda da miséria 
» Avanços nos indicadores de saúde e educação 
» Melhoria do IDH 
Há um processo em curso caracterizado por uma 
crescente inclusão social e não por uma exclusão social 
1998 2003 2002 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 
9,71 9,94 9,96 10,37 10,56 10,85 11,38 11,85 11,69 12,46 
 Produto Interno Bruto Per Capita (US$ mil) - Brasil 
Fonte: IPEADATA 
Taxa de desemprego . Regiões Metropolitanas. 
 
0
2
4
6
8
10
12
2002.12 2003.12 2004.12 2005.12 2006.12 2007.12 2008.12 2009.12 2010.12
Fonte: IPEADATA 
PROPORÇÃO DE PESSOAS EM EXTREMA POBREZA - BRASIL 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
 
 
Fonte: IPEADATA 
 PROPORÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA - BRASIL 
 
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: IPEADATA 
 
COEFICIENTE DE GINI - BRASIL 
 
0,5
0,52
0,54
0,56
0,58
0,6
0,62
1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: IPEADATA 
 
 PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS URBANOS COM SANEAMENTO BÁSICO 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO
OESTE
1999
2009
Fonte: IBGE (2010) 
 
Proporção das pessoas de 18 a 24 anos de idade economicamente ativas 
com 11 anos de estudo e com mais de 11 anos de estudo - Brasil 
 
 
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
COM 11 ANOS DE ESTUDO COM MAIS DE 11 ANOS DE ESTUDO
1999
2009
Fonte: IBGE (2010) 
 
Taxa de escolarização líquida dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO OESTE
1999
2009
Fonte: IBGE (2010) 
 
Censo 2010: escolaridade e rendimento aumentam e cai 
mortalidade infantil 
 
No período de dez anos, o número de óbitos de crianças menores de um ano caiu de 
29,7 para 15,6 para cada mil nascidas vivas, um decréscimo de 47,6% na taxa 
brasileira de mortalidade infantil. Entre as regiões, a maior queda foi no Nordeste, de 
44,7 para 18,5 óbitos, apesar de ainda ser a região com o maior indicador. 
 
Por outro lado, a taxa de fecundidade no Brasil também caiu, de 2,38 filhos por mulher 
em 2000 para 1,90 em 2010, número abaixo do chamado nível de reposição (2,1 
filhos por mulher) que garante a substituição das gerações. 
 
O nível de instrução da população aumentou: na população de 10 anos ou mais de idade 
por nível de instrução, de 2000 para 2010, o percentual de pessoas sem instrução ou 
com o fundamental incompleto caiu de 65,1% para 50,2%; já o de pessoas com pelo 
menos o curso superior completo aumentou de 4,4% para 7,9%. 
 
De 2000 para 2010, o percentual de jovens que não frequentavam escola na faixa de 7 a 
14 anos de idade caiu de 5,5% para 3,1%. As maiores quedas ocorreram nas 
Regiões Norte (de 11,2% para 5,6%, que ainda é o maior percentual entre as 
regiões) e Nordeste (de 7,1% para 3,2%). 
 
Em 2010, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas com 
rendimento de trabalho foi de R$ 1.345, contra R$ 1.275 em 2000, um ganho real de 
5,5%. Enquanto o rendimento médio real dos homens passou de R$ 1.450 para R$ 
1.510, de 2000 para 2010, o das mulheres foi de R$ 982 para R$ 1.115. O ganho 
real foi de 13,5% para as mulheres e 4,1% para os homens. A mulher passou a 
ganhar 73,8% do rendimento médio de trabalho do homem; em 2000, esse 
percentual era 67,7%. 
 
Na análise por classes de rendimento, as pessoas que ganhavam mais de 20 salários 
mínimos de rendimento mensal de todos os trabalhos representaram 0,9% da 
população ocupadado país em 2010, enquanto a parcela das sem rendimento foi de 
6,6% e a das com remuneração até um salário mínimo, 32,7%. As pessoas que 
ganhavam mais de 10 salários mínimos de remuneração mensal de trabalho 
abrangiam 3,1% da população ocupada 
 
Segundo o Censo 2010, os micromputadores faziam parte dos bens de 38,3% dos 
domicílios, sendo 30,7% com acesso à internet, proporções com mais que o dobro 
de diferença entre o Sudeste (48,0% e 39,6%, respectivamente) e as regiões Norte 
(22,7% e 15,4%) e Nordeste (21,2% e 16,8%). 
 
Enquanto, em 2000, havia, no Brasil, 39,7% de domicílios com linha telefônica instalada, 
em 2010, eram 87,9% com telefone fixo, ou celular, ou ambos. Os domicílios só com 
telefone fixo eram apenas 4,7% do total. No Sul do país, os domicílios com linha 
telefônica chegam a 93,5%, enquanto o menor percentual foi no Nordeste (77,3%). 
 
• O recrudescimento da violência na sociedade brasileira 
nos últimos vinte anos não pode ser explicada pela 
pobreza absoluta. 
Jovens negros e residentes nas periferias das grandes 
cidades brasileiras tornaram-se as principais vítimas 
e algozes deste espiral de violência 
Combinação perversa de fatores psicossociais : 
 
• disseminação de valores individualistas e consumistas 
• consolidação do tráfico de drogas 
• disseminação das gangues de jovens 
• manutenção de altos níveis de desigualdade social 
• Solidifica-se a ineficiência do Estado na provisão da 
ordem pública, acentuando elevados níveis de 
IMPUNIDADE na sociedade brasileira. 
 Baixo grau de certeza da punição 
 
 
• as ‘taxas de atrito’ do sistema de justiça criminal são muito 
baixas 
 
• níveis elevados de crimes não reportados à polícia 
 
• taxas baixas de esclarecimento de crimes 
 
• tempo expressivo de processamento dos crimes 
 
• taxas baixas de encarceramento, considerados os elevados 
índices de criminalidade 
INQUÉRITO FINAL DO 
IP 
DENUNCIA SENTENÇA DE 
PRONUNCIA 
AUDIÊNCIA 
DO JURI 
1985 a 1990 2,25 251,29 324,17 885,9 1729,54 
1989 a 1996 2,00 170,29 369,10 802,33 1303,5 
1997 a 2003 3,00 414,98 452,5 707,5 1485,33 
Fonte : Fluxo do crime de homicídios no sistema de justiça criminal de Minas Gerais 
Relatório de Pesquisa. Fundação João Pinheiro .2006 
 
TEMPO DECORRIDO EM DIAS DO FATO CRIMINOSO (HOMICÍDIO) 
PARA ETAPAS DO PROCESSO – COMARCA DE BELO HORIZONTE 
• O Estado brasileiro não detém o 
monopólio da força física em diversos 
territórios 
Proliferação de territórios (bairros e favelas) onde poderes criminosos 
paralelos instituem mecanismos informais da manutenção da ordem 
Grupos de traficantes e milicianos apresentam-se como 
verdadeiros ‘PODERES PARALELOS’ 
• A prevalência do gerenciamento de crises como 
racionalidade administrativa preponderante na área de 
segurança pública. 
ausência de planejamentos sistemáticos bem como 
de mecanismos adequados de monitoramento de projetos 
Trabalha-se basicamente com o curtíssimo prazo, não 
havendo planos de ações que contemplem o médio e o 
longo prazos 
A mídia determina, em boa medida, a agenda de trabalho 
das secretarias estaduais de segurança pública 
INEFICÁCIA 
 
 E 
 
INEFICIÊNCIA 
• Uma das principais características das 
políticas de segurança pública no Brasil é 
a baixa confiabilidade dos dados 
estatísticos criminais. 
Dados do DATASUS têm sido a principal fonte de 
informações sobre os homicídios 
Falta de transparência na gestão das informações 
criminais 
Experiências esparsas de gestão mais 
racionalizada do setor 
 
• A gestão da segurança pública no estado de São Paulo 
nos últimos 12 anos 
• A gestão da segurança pública no estado de Minas Gerais 
 partir de 2003 
• A gestão da segurança pública no estado de Pernambuco a partir de 
2007 (PACTO PELA VIDA) 
No âmbito federal, somente a partir de 2000 é que 
são elaborados planos nacionais de segurança pública 
São raros os exemplos de Municípios que se 
dispuseram a implementar planos locais de controle 
da criminalidade 
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