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10/30/13 1 Profa. Daniele Rubert Nogueira REOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA INDUSTRIAL DISCIPLINA DE FARMACOTÉCNICA – FID 102 ! Introdução -‐ Definições ² Termo criado por Eugene Cook Bingham – 1929 ² Do Grego RHEO = Fluir e LOGOS = Ciência ² “A reologia é o estudo científico das propriedades de deformação e fluxo da matéria” ² “A expressão reologia descreve a fluidez dos líquidos ou a deformação dos sólidos sob a influência de forças mecânicas” ² A reologia pode ser aplicada para a matéria em estado sólido, líquido e gasoso: -‐ sólidos: completamente resistentes à deformação -‐ líquidos: menos resistentes à deformação -‐ gases: completamente não-‐resistentes à deformação ² Na área farmacêutica, a discussão da reologia é aplicada principalmente para formas farmacêuticas líquidas e semissólidas. Ciência que estuda o escoamento e a deformação ou fluidez da matéria quando submetida a uma tensão. Introdução -‐ Definições ² A reologia é empregada para descrever a consistência de diversos produtos, através de duas características: a viscosidade e a elasticidade; ² A viscosidade é a medida da resistência para fluir, ou espessamento. Tem relação com a composição e temperatura (inversamente proporcional à temperatura): materiais líquidos, semissólidos; ² A elasticidade refere-‐se à pegajosidade (aderência) ou estrutura: materiais sólidos; ² Quanto maior for a viscosidade de um produto, maior será sua resistência para fluir; ² A viscoelasticidade é um fenômeno observado em materiais que exibem simultaneamente comportamento elástico e viscoso. Ex: géis de carbopol Introdução -‐ Importância As propriedades reológicas exercem papel importante no desenvolvimento, no preparo e na avaliação do desempenho de formas farmacêuticas e cosméticas: no processo de misturar ou fazer fluir substâncias, de envasá-‐las em recipientes, de vertê-‐las de um frasco ou de fazê-‐las sair de um tubo por meio de pressão. ² Determinar a funcionalidade dos componentes no desenvolvimento de produtos ² Escolha da embalagem do produto final ² Controle de qualidade do produto final ou intermediário ² Avaliação da textura (aparência) ² Aplicação do produto sobre a pele: sensação e modo como se espalha na pele ² Processo de produção: agitação, bombas, enchimento ² Determinação da vida de prateleira Introdução -‐ Importância « Características reprodutíveis lote a lote, como consistência e extensibilidade; « Avaliação da viscosidade através de dados analíticos; « Conhecimento das propriedades de fluidez antes e após aplicação de uma força. Formas Farmacêuticas Semissólidas Introdução -‐ Definições v Fluxo: quando se aplica uma força de cisalhamento em um líquido, este origina uma deformação = fluxo v Tensão de cisalhamento: quantidade de força (tensão) aplicada em uma determinada área do fluido que pode gerar ou não uma deformação, um fluxo. v Velocidade de cisalhamento: é o gradiente de velocidade de cisalhamento por uma determinada distância. v Reograma (curva de fluidez): é a representação em um sistema de coordenadas gráficas da tensão de cisalhamento frente à velocidade de cisalhamento. 10/30/13 2 LEI DE NEWTON DA VISCOSIDADE v Descreve o fenômeno que ocorre em camada paralelas de líquido, sendo que a mais inferior mantém-‐se estacionária. v Relação linear entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade. η = F / G Onde: η = viscosidade F = tensão/força de cisalhamento G (dv/dx) = velocidade de cisalhamento = velocidade de deformação Quanto maior for a viscosidade de um líquido, maior deve ser a força de cisalhamento para produzir determinada velocidade de cisalhamento. Classificação dos fluidos segundo seu comportamento reológico: FLUIDOS NEWTONIANOS v Cumprem a relação formulada por Newton; v Velocidade de cisalhamento é diretamente proporcional à tensão de cisalhamento; v Caracterizado por apresentar viscosidade constante, independentemente da força aplicada; v Ex: água, solventes, soluções muito diluídas, óleos minerais. FLUIDOS NÃO-‐NEWTONIANOS v Não seguem o comportamento descrito na equação de fluxo de Newton; v A viscosidade depende da estrutura e varia em função da velocidade de cisalhamento; v O quociente entre a força e a velocidade de cisalhamento não é constante; v Exemplos: soluções coloidais, emulsões, suspensões líquidas, géis e pomadas; v Podem apresentar comportamento plástico, pseudoplástico ou dilatante (independentes do tempo). Fluidos não-‐newtonianos v Não fluem em condições normais; v Precisam de uma determinada força de cisalhamento para desencadear o processo de fluir;v Reograma não passa pela origem, mas cruza o eixo da tensão de cisalhamento em um ponto denominado valor de cedência (yield point) v Comporta-‐se como um material sólido (elástico) em condições estáticas e após aplicação de uma força começa a fluir v Ex: pomadas; suspensões concentradas (fase contínua de alta viscosidade ou com partículas floculadas). Tipos de comportamento não-‐newtoniano (independentes do tempo) FLUXO PLÁSTICO (OU DE BINGHAM) Fluidos não-‐newtonianos v Não há ponto de cedência, o material começa a fluir quando lhe é aplicada uma força de cisalhamento; v Com o aumento da força de cisalhamento, a velocidade de cisalhamento também aumenta; v A viscosidade diminui com o crescimento da força de cisalhamento, com a qual o sistema se torna mais fluido; v Uma mesma substância pode mostrar comportamento pseudoplástico ou plástico, dependendo da sua concentração ou temperatura (ex: cremes); v Ex: dispersões aquosas de hidrocolóides naturais ou sintéticos, tintas, emulsões cremosas FLUXO PSEUDOPLÁSTICO 10/30/13 3 Fluidos não-‐newtonianos v Viscosidade aumenta com o aumento da velocidade de cisalhamento; v Volume aumenta quando submetidos ao atrito; v Efeito reversível; v Problemas de processamento industrial, quando misturadores de alta velocidade e moinhos são utilizados; v Ex: dispersões com alta concentração (50%) de partículas pequenas, defloculadas (argila, amido de milho em água). FLUXO DILATANTE Fluidos não-‐newtonianos Comportamento plástico Comportamento pseudoplástico Comportamento dilatante FLUXO NÃO-‐NEWTONIANO (independentes do tempo) Fluxo newtoniano Fluidos não-‐newtonianos v Diminuição reversível da viscosidade com o aumento da velocidade de cisalhamento; v Determinação: material é submetido a velocidades crescentes de cisalhamento, seguido, imediatamente, por velocidades decrescentes de cisalhamento (ex: soluções concentradas, emulsões). Tipos de comportamento não-‐newtoniano (dependentes do tempo) TIXOTRÓPICO (“MUDAR PELO TOQUE”) v Comportamento inverso ao tixotrópico; v Aumento da viscosidade com o aumento da velocidade de cisalhamento, retornando a viscosidade inicial quando esta força cessa (ex: argila de bentonita). REOPÉXICO Determinação das propriedades de fluxo: Viscosímetros capilares: Viscosímetro de Ostwald ou Viscosímetro de Ubbelohde v Velocidade de escoamento sob influência da gravidade ou de uma pressão aplicada Viscosímetro de queda de esfera: viscosímetro de Höppler v Lei de Stokes: “Quando um corpo cai por um meio viscoso ele sente a resistência ou arraste viscoso que se opõe ao movimento de queda” Fluidos Newtonianos Viscosímetros rotatórios: cilindros concêntricos e cone e prato Fluidos Não-‐newtonianos v Arraste viscoso exercido por um corpo quando ele é girado em um fluido
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