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UNOESTE – UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/CURSO DE FISIOTERAPIA DISCIPLINA: Anatomia Humana I DOCENTES: Prof.ª Cristiane Pissulin e Prof. Flávio Pissulin DISCENTE: Rhuan Gustavo Duran Miron Atividade: Ligamentos e Articulação ARTROSE - Conceito e descrição da etiologia/mecanismos da lesão. A artrose é uma das doenças mais antigas e mais comum do mundo (as alterações que a caracterizam foram encontradas em esqueletos de animais pré-históricos). Trata-se de processo primariamente degenerativo (erosão progressiva da cartilagem articular) e não inflamatório (este é discreto e secundário); portanto, a denominação mais apropriada para essa condição é artrose ou osteoartrose. O termo osteoartrite, embora usado por muitos, é menos indicado. A artrose é afecção degenerativa eminentemente crônica das articulações moveis, sobretudo do quadril, do joelho e das vértebras (que sustentam mais peso), que se caracteriza por degeneração progressiva e perda da cartilagem articular, coexistindo esclerose óssea subcondral e proeminências ósseas nas bordas articulares (osteófitos). Ela pode ser primária ou secundária. A primária, de causa desconhecida, tem como base fenômenos degenerativos que se iniciam já na 2a e 3a décadas de vida e progridem com o avançar da idade, atingindo 80 a 85% da população com mais de 70 anos. A secundária pode surgir em qualquer idade e em qualquer articulação já́ alterada por outras doenças ou por anomalias congênitas. As lesões degenerativas são as mesmas, e na prática nem sempre é possível separar a artrose primária da secundária. Como em tantas outras doenças, na gênese da artrose atuam fatores genéticos e ambientais. Entre os fatores ambientais destaca-se o papel do estresse biomecânico nas articulações. Quanto a estes, devem ser consideradas a intensidade e a duração da pressão sobre a cartilagem e a resistência da cartilagem e da lâmina óssea subcondral. A pressão suportada pela cartilagem depende da intensidade da força e da área sobre a qual ela atua. Assim, são considerados fatores capazes de provocar artrose, ou pelo menos como coadjuvantes: (a) aumento do peso corporal; (b) uso excessivo de determinada articulação (a do joelho em jogadores de futebol; do tornozelo e metatarsofalangianas em bailarinos); (c) doenças congênitas ou adquiridas, como malformações e desvios do joelho em valgo ou varo; (d) redução da resistência da cartilagem e do osso subcondral, que ocorre em artropatias que alteram a nutrição e a vitalidade da articulação, como na gota, na ocronose, na artrite reumatoide, na artrite séptica etc. Embora de etiologia desconhecida, são propostos alguns mecanismos para explicar a menor resistência da cartilagem articular e do osso subcondral. Um deles atribui a redução da resistência à despolimerização das proteínas contidas nos complexos proteico-monossacarídeos, que são fragmentadas em moléculas menores, causando aumento da pressão oncótica e do teor de hidratação da matriz, com perda progressiva de elasticidade da cartilagem. A aceleração desse processo “fisiológico” em indivíduos geneticamente suscetíveis explicaria a artrose precoce. Nas pessoas acima de 50 anos, quase sempre há́ certo grau de degeneração articular, muitas vezes sem expressão clínica e radiológica (artrose fisiológica ou “senilidade articular”). Outro mecanismo seria o espessamento do osso subcondral. A maior espessura da lâmina óssea subcondral, presente nas artroses idiopáticas, dificultaria sua deformação normal pela força de pressão. A cartilagem ficaria como que esmagada entre a força de pressão e a lâmina óssea espessada, resultando em alterações degenerativas da matriz cartilaginosa. A patogênese da artrose pode ser analisada também à luz das chamadas teorias biomecânica e bioquímica, que incluem algo já́ comentado anteriormente. A primeira propõe que a sobrecarga articular excessiva provoca disfunção dos condrócitos, gerando desequilíbrio entre mobilização e síntese da matriz. Algumas áreas da cartilagem sofreriam “amolecimento” pela perda de glicosaminoglicanos, dissociando o colágeno da matriz (fibrilação) e propiciando a formação de fissuras. Os condrócitos lesados liberariam colagenases e outras proteases, contribuindo para degradação da matriz. Frente a essas agressões são liberadas citocinas por macrófagos, as quais estimulam a liberação de enzimas líticas pelos condrócitos e sinoviócitos, inibem a síntese de glicosamino- glicanos e promovem inflamação. A teoria bioquímica propõe que o envelhecimento ou as forças de pressão anormais provocariam, inicialmente, uma sinovite. Esta seria responsável pela liberação de proteases e de citocinas, especialmente IL-1 e TNF-α, que levam a distúrbios metabólicos na cartilagem, seguindo-se as alterações descritas anteriormente. - Referências Bibliográficas BOGLIOLO, L.; BRASILEIRO FILHO, G. Patologia. 8ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. http://www.criasaude.com.br/N2748/doencas/artrose.html
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