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Organização e Metodologia da Educação infantil E Brinquedoteca e o Elemento Lúdico.

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Universidade Anhanguera-UNIDERP
Centro de Educação à Distância
Polo de Apoio Presencial de Araguaína
	
Desafio Profissional
Disciplinas Norteadoras: Organização e Metodologia da Educação infantil E Brinquedoteca e o Elemento Lúdico. 
Tutora presencial: Cristiane Palmeira de Souza de Jesus.
Anacléia Nunes de Araújo – RA - 9653527139
Ana Mourão Muniz – RA - 9612488617
Odete Dias Medrado – RA -9648493881
ARAGUAÍNA
17/09/2015
INTRODUÇÃO
A hospitalização infantil interrompe o desenvolvimento de inúmeras habilidades, dando lugar a sentimentos como dor, angústia, tristeza e com o objetivo amenizar esse sofrimento, fez-se necessário a instalação de brinquedotecas nos hospitais brasileiro como forma de promover o bem estar, durante a sua internação, buscando desenvolver ações recreativas, estimulando a criança a brincar, tendo em vista que a realidade hospitalar é complexa, pouco conhecida e peculiarmente diferente da realidade da criança, pois o brincar ajuda a criança a liberar suas emoções reprimidas, permitindo representa seus medos, ansiedade, proporcionando-lhes meios para enfrentar condições de estresses e acelerar a recuperação e também permite a aproximação entre pais e filhos.
Nesse sentido, Laplantine (1997, p. 21) considera que a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são para nós as mais distantes, leva a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. “Presos a uma única cultura, somos não apenas cega à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa”. O autor ainda comenta que a experiência da alteridade e a elaboração dessa experiência leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar. Devido a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é habitual, familiar, cotidiano e que consideramos evidente. Por fim, Laplantine (1997, p. 21) postula que “o conhecimento (antropológico) da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das 17 outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única”. No estudo em foco, o outro que proponho pesquisar trata-se de alguém muito próximo, ou seja, do outro que nos deparamos cotidianamente. O outro a que me refiro pode ser um membro da família, do círculo de amizade, filhos de um colega de profissão, que por uma eventualidade vieram a desenvolver um câncer e que precisam submeter-se aos procedimentos de tratamento em instituições especializadas. De forma geral os seres humanos tendem a acreditar que o câncer só acomete os outros e acabam esquecendo que estamos suscetíveis a sermos surpreendidos a qualquer momento, tendo em vista que a neoplasia não escolhe idade, classe social, sexo, etnia e tampouco, nacionalidade. Dada a necessidade de entender a dinâmica do espaço hospitalar, em que a criança acometida passa a co-habitar temporariamente, apresento algumas considerações sobre instituição hospitalar, a partir dos pontos de vista apresentados por Goffman (2005) e Foucault (1982), nos quais a pretensão é buscar compreender o pensar de cada um deles a respeito dos estudos realizados sobre instituições. Para tanto, busco focalizar aspectos importantes acerca do objeto de pesquisa. O sociólogo Erving Goffman (2005) realizou um trabalho de campo com doentes mentais em um hospital federal no Distrito de Columbia e tinha como objetivo buscar conhecer o mundo social do internado, na medida em que esse mundo é subjetivamente vivido por eles. Para tanto, enfocou as “instituições totais” de modo geral e, especialmente, os hospitais para doentes mentais, tendo como foco o mundo dos internados, e não o dos dirigentes.
 
Para compreensão desse cenário complexo que se insere o brincar no espaço hospitalar, a pesquisa foi realizada com o público infantil internando na pediatria do Hospital do Câncer Drº Thomas Beatson. Norteados pelos princípios da pesquisa qualitativa tipo etnográfica, com uso da observação participante como instrumento para coleta de dados, nas concepções do brincar tendo como base teórica, escritores das ludicidades, com remissão às práticas desse brincar no ambiente hospitalar, estabelecendo as relevâncias da ludicidade na qualidade da vida dessas crianças acometidas pelo câncer. 
A abordagem qualitativa de pesquisa como opção metodológica para este estudo centra-se naquilo que se considera uma abordagem ou construção etnográfica, no âmbito do paradigma interpretativo-compreensivo, o que permite, pelo detalhe, observação e minúcia, aproximarmo-nos do objeto de estudo, ou das suas significações manifestas privilegiando o olhar, a descrição e a interpretação do fluxo do discurso, ao invés de metodologias mais quantitativas.
	O uso dessa abordagem, fundamenta-se sobretudo por um contato direto e privilegiado do pesquisador com o sujeito, permitindo assim, que sejam reconstruídos os processos e as relações que configuram a experiência cotidiana entre crianças e o jogo simbólico.
Para o estudo em questão, foi elaborado critérios para auxiliar na escolha do participante: faixa etária entre 18 meses a 06 anos de idade com diagnostico de algum tipo de câncer infantil e está em fase de tratamento.
	Optamos pela realização das atividades propostas por nós para observar as representações realizadas pelas crianças durante as atividades. Em todas as atividades proposta pôr nós, aconteceu com a participação da mãe, para que pudéssemos observar como se dar à relação entre mãe-filho.
	Observação Narrativa 
	Observador: Polyana Almeida Souza.
	Nome da criança: Eloisa Costa Miranda.
	 Idade da
 Criança
	05 Anos 03 Meses 
	 Sexo da
 Criança
	
	 Masculino
	
	
	
	X
	 Feminino
	Responsáveis pela criança durante o período de observação
	Nome: Claudia Ferreira da Silva.
	Função: Enfermeira.
	Contexto de observação: A Brinquedoteca Hospitalar.
	Data da Observação: 22/08/2015 Horário de início: 09:15 Horário de término: 10:15
	Escolha da criança
	Faixa etária entre 18 meses a 06 anos, está consciente e em bom estado geral, tempo médio de permanência e internação da criança, aceitar participar da atividade propostas, acompanhada pelo responsável.
	Breve descrição das características marcantes da criança
	Tem 05 anos, não frequenta escola, gosta de brincar de bonecas, desenhar, pintar. Demonstra interesse em ler, escrever e brincar. Trata-se de uma criança determinada, personalidade forte, afetiva e sensível, porém demonstra irritabilidade quando contrariada, fica nervosa com facilidade, chora bastante e sempre que exposta a situação de medo, segura com força a mão da mãe.
	Descrição das características físicas e sociais do cenário de observação
	A brinquedoteca, situada na pediatria, trata-se de uma sala bem iluminada e bem ventilada, onde há estantes com brinquedos: estas são divididas em três compartimentos para colocar os brinquedos, não há portas e as crianças observadas alcançavam os brinquedos das duas divisões mais baixas. Na primeira estante estavam, os brinquedos de plásticos, que em sua maioria representa meios de transporte, além de boliche. Na prateleira superior, estão os jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e outros. Na segunda, haviam sido colocados utensílios domésticos nas prateleiras inferiores e na parte superior os ábacos e blocos de montar. Na terceira encontravam-se, em geral, brinquedos sonoros e brinquedos de madeira, principalmente barcos. Há um espaço para o bebê: onde estavam colchonetes, almofadas e móbiles. Tapete de encaixe com tema alfabético. Cômoda com um aparelho de TV, DVD, e aparelho de som, sendo que em volta da TV se encontram brinquedos pequenos. Na parte da frente tem uma estrutura para teatro de fantoches e atrás dela se encontra uma caixa com fantoches. Espaço de leitura: tem um banquinho, um tapete pequeno e duas estantes de livros com exemplares de literatura infantil, infanto-juvenil, romances, crônicas, contos e poesias. Banheiro de uso exclusivos dos funcionários.Há uma mesa de plástico, onde os brinquedos de borracha são colocados, particularmente miniaturas de animais e bonecos de super-heróis. Acima destas mesas há um mural com desenhos ou pinturas feitas por crianças. Tem um armário onde estavam guardados os materiais descartáveis e material de expediente. Neste local havia uma casinha e utensílios domésticos, como fogão, mesas e cadeiras infantis. Há um bebedouro, um arquivo onde estavam guardados documentos e objetos pessoais dos técnicos, um cesto com diversos tipos de papéis, um quadro de aviso, um computador para uso dos técnicos, um cesto de lixo e um cesto para depositar brinquedos utilizados. Vale ressaltar que estão ausentes jogos eletrônico, computador e internet para a clientela. Verificou-se que a brinquedoteca dispõe de material lúdico diversificado, com brinquedos para diferentes faixas etárias. Em relação à disposição dos brinquedos, foi observado que aqueles compostos por peças pequenas e móveis ficavam dispostos nas prateleiras mais altas, o que torna o ambiente mais seguro
	Narrativa das Descrições Comportamentais Objetivas (DCOs)
	Criança (s) observada (s): Eloisa Costa Miranda.
	Área de observação: Brinquedoteca Hospitalar
	DOC 01
	Horário de início: 09:10
	Horário de término: 09:30
	
Brincamos de médico, pegou uma seringa e começou a aplicar na minha veia um medicamento. Nesse momento solicitei a Julia para ajudar Eloisa a encontrar minha veia e fazer o medicamento. A mãe de Eloisa observava nossa brincadeira e sorria, porém, não brincou. A cada sorriso que a criança manifestava a mãe sorria junto. 
	Interpretação das Observações
	
Evidenciou-se que na brincadeira de médico a criança incorporou o papel desse profissional, assumindo suas atribuições e funções diante de uma consulta rotineira no leito hospitalar. Nesse fazer imaginário, ela consegue passar de um mundo, que lhe é próprio, mágico, para o mundo real, próprio aos adultos. Com isso, a criança entra na brincadeira e essa, por sua vez, transporta-a para longe de suas preocupações, angústias, medos e normas impostas pelo hospital.
	DOC 02
	Horário de início: 10:45
	Horário de término: 11:05
	
Eloisa foi para a brinquedoteca e levou a boneca em uma cadeirinha de rodas. Enquanto fazia algumas atividades pedagógicas na mesinha deixou a boneca no carrinho ao seu lado. Minutos depois lembrou de dar remédio para o bebê, fez a medicação na veia da boneca, terminando, voltou para o quarto.
	Interpretação das Observações
	
A criança ao brincar de puncionar veias encontra auxílio e lida melhor com os conflitos que a envolvem. Assim, observa-se que o brincar é um instigador para a criança representar papéis distintos, como por exemplo, na brincadeira de faz-de-conta quando assume o papel de mãe e presta os cuidados necessários ao bebê hospitalizado. É o que foi possível perceber ao olhar para essa realidade.
	DOC 03
	Horário de início: 15:45
	Horário de término:16:10
	
Eloisa, com o auxílio da acompanhante, desenhou sua família. Dois bonequinhos bem próximos um do outro que representavam o pai e a mãe. Um pouco mais afastado, mais dois bonequinhos que representavam os irmãos. 
	Interpretação das Observações
	
Saliento que durante a brincadeira a criança não se colocou no desenho da família. Levando-me a considerar que reconhece sua condição e que não se vê membro constituinte da família, por isso não se desenha. Logo, o fato de estar doente, a impede de frequentar o espaço da família e/ou dos que se encontram “saudáveis”. Tão logo, o brinquedo oferece condições para a criança fantasiar, cabe ao adulto permitir que assim o faça.
	Narrativas das Descrições Comportamentais Objetivas (DCOs) e Interpretações das Observações
	Criança (s) observada (s): Eloisa Costa Miranda.
	Área de observação: Brinquedoteca Hospitalar
	DOC 01
	Horário de início: 09:10
	Horário de término: 09:30
	Brincamos de médico, pegou uma seringa e começou a aplicar na minha veia um medicamento Nesse momento solicitei a Julia para ajudar Eloisa a encontrar minha veia e fazer o medicamento. A mãe de Eloisa observava nossa brincadeira e sorria, porém, não brincou. A cada sorriso que a criança manifestava a mãe sorria junto. 
	Interpretação das Observações
	Constatou-se que na brincadeira de médico a criança incorporou o papel desse profissional, assumindo suas atribuições e funções diante de uma consulta rotineira no leito hospitalar. Somente a brincadeira para ameniza esse sofrimento, visto que é na brincadeira que a criança transita do real ao simbólico e vice-versa, representando situações vividas no seu cotidiano hospitalar, o que acarretará em aprendizado, melhor aceitação de sua condição e dos procedimentos hospitalares.
	DOC 02
	Horário de início: 10:45
	Horário de término: 11:05
	Eloisa foi para a brinquedoteca e levou a boneca em uma cadeirinha de rodas. Enquanto fazia algumas atividades pedagógicas na mesinha deixou a boneca no carrinho ao seu lado. Minutos depois lembrou de dar remédio para o bebê, fez a medicação na veia da boneca, terminando, voltou para o quarto.
	Interpretação das Observações
	Durante o brincar, ela utilizou as experiências aprendidas decorrentes do tratamento, como recurso para conduzir as brincadeiras. Dessa forma a criança passa a assimilar de forma mais clara e pacífica os procedimentos invasivos do tratamento. O mundo fictício que as crianças passam a vivenciar a partir de uma brincadeira de faz-de-conta trata-se de um mundo à parte, desfigurado de normas que lhe são impostas, mas que existem, são criadas e respeitadas em decorrência da imaginação de cada criança.
	DOC 03
	Horário de início: 15:45
	Horário de término: 16:10
	Eloisa, com o auxílio da acompanhante desenhou sua família. Dois bonequinhos bem próximos um do outro que representavam o pai e a mãe. Um pouco mais afastado, mais dois bonequinhos que representavam os irmãos. 
	Interpretação das Observações
	A criança utiliza-se da brincadeira para lidar com um sentimento pessoal. As sucessivas internações favoreceram o distanciamento da criança de seu convívio familiar, uma vez que a ausência prolongada acarreta na criança considerável sofrimento e tristeza. Na brincadeira de faz-de-conta, a criança cria um ambiente que lhe permite lidar, entre outros sentimentos, com o de saudade. Ao representar pessoas em bonecos de massa, as crianças minimizam a sensação de saudade, de solidão e de tristeza. Isto porque, brincar fantasiosamente leva a criança a representar pessoas importantes em sua vida, além de expressar situações, tais como acontecem no dia-a-dia do hospitalizado.
	Lista de Verificação (checklist)
	Orientações: Marque apenas as declarações realmente verdadeiras sobre a criança. Não tente adivinhar (se não tiver certeza) nem fazer um julgamento prematuro.
	
	Vigoroso e energético ao iniciar um projeto.
	
	Cauteloso, não aventureiro, tem medo de tentar o que nunca fez.
	X
	Quase sempre realiza as tarefas apesar das dificuldades.
	X
	Voz animada e viva.
	X
	Não se cansa facilmente.
	
	Concentração ruim.
	
	Apenas copia as reações das outras crianças; não é original.
	X
	Concentra-se bem nas suas tarefas.
	X
	Reações originais e inventivas.
	
	Curioso e questionador.
	X
	Expressa-se bem para a idade.
	
	Habilidoso para lidar com situações difíceis.
	
	Pouco usa a linguagem para a sua idade.
	
	Paciente.
	
	Absorvido, autossuficiente em sua atividade.
	X
	Impaciente; certa insatisfação com sua própria atividade.
	
	Reticente, deseja estar em segundo plano.
	X
	Bem-humorado.
	
	Perturba-se com facilidade.
	X
	Perturba-se raramente; mudanças bruscas de humor frequentes.
	
	Lento para se adaptar a uma nova experiência.
	 X
	Original nas brincadeiras.
	
	Distrai-se facilmente da tarefa atribuída.
	
	Distrai-se facilmente; carece de persistência.Submete-se a qualquer criança que toma a iniciativa.
	
	Domina as crianças da sua idade (ambos os sexos).
	
	Está disposto a se submeter apenas a uma criança específica.
	
	Submete-se apenas a um líder apenas após uma briga pela liderança.
	
	É seguidor de apenas um grupo específico.
	 
	Às vezes, domina um grupo.
	
	Geralmente, lidera um grupo pequeno.
	X
	Decide quem deve participar das atividades do grupo.
	
	Organiza as atividades de um grupo para realizar um propósito definido.
	
	Lidera ou segue conforme a ocasião exige.
	 X
	Nem lidera, nem segue ou brinca sozinha.
	Verificação das habilidades – Identidade e Desenvolvimento Emocional
	Auto identidade
	Evidências
	Separa-se dos pais sem dificuldade.
	Não
	Não se apega aos adultos excessivamente.
	Sim
	Faz contato visual com adultos.
	Sim
	Faz escolhas autônomas das atividades.
	Sim
	Procura outras crianças para brincar.
	Sim
	Se mostra confiança em encenações.
	Sim
	Defende os próprios direitos.
	Sim
	Mostra entusiasmo ao fazer coisas para si.
	Às vezes
	Permite ser consolado após estresse.
	Às vezes
	Come, dorme, usa banheiro adequadamente.
	Sim
	Lida com mudanças bruscas controladamente.
	Às vezes
	Expressa raiva em palavras e não em ações
	Às vezes
	Desenvolvimento Social
	Sim
	Não
	Ás Vezes
	É amigável e extrovertido.
	X
	
	
	Brinca com a maioria das outras crianças.
	
	X
	
	Brinca apenas com algumas crianças
	X
	
	
	Busca a aprovação dos adultos.
	
	
	X
	Busca a provação dos pares.
	X
	
	
	Está disposto a revezar.
	
	
	X
	Faz transações facilmente de uma atividade a outa
	X
	
	
	Ajusta-se rápido às novas atividades descobertas.
	
	
	X
	É independente.
	
	X
	
	Habilidades Motoras (criança de 5 anos)
	Sim
	Não
	Caminha para trás com movimento calcanhar dedo.
	
	X
	Sobe e desce degraus sem ajuda; alterna os pés.
	
	X
	Dá cambalhotas.
	X
	
	Toca os calcanhares sem flexionar os joelhos.
	
	X
	Caminha sobre uma trave.
	
	X
	Aprende a pular alternando os pés.
	X
	
	Pode pegar uma bola arremessada a distância.
	
	X
	Anda de bicicleta e guia com habilidade.
	
	X
	Pula para frente com ambos os pés.
	X
	
	Controla bem o lápis e a caneta.
	X
	
	Começa a colorir com lápis.
	X
	
	Corta com tesoura em cima da linha.
	
	X
	Domínio das mãos bem estabelecido. 
	
	X
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A observação participante realizada com as crianças, possibilitou-me desvelar efeitos e saberes no contexto de hospitalização de crianças em fase de tratamento. Acompanhei momentos de angústia, incerteza, medo, estresse, tensão, debilidades físicas, convalescença e foi possível constatar a grande importância que o brincar traz paras as crianças, pois é através dele que os sentidos são desenvolvidos, há também a expressão dos sentimentos e aumento da criatividade e inteligência, pois eles possibilitam a criação de problemas e a resolução dos mesmos. Observando esses efeitos positivos que o brinquedo e o brincar trás, está sendo incentivado pelos órgãos governamentais a implantação de espaços para brincar no ambiente hospitalar, pois esses benefícios acima citados não podem ser interrompidos enquanto a criança está internada. Com o resultado desta pesquisa foi possível verificar que a brinquedoteca se configura em lugar agradável onde a criança pode desenvolver sua principal função o brincar. Que sua contribuição para o desenvolvimento da criança é perceptível por todos os que interagem com ela. Os brinquedos exercem um fascínio sobre a criança devido as suas cores, modelos e atribuições. Há a necessidade de ampliação do acervo com brinquedos e brincadeiras mais variadas, diferentes não só novidades que surgem no mercado, mas também a utilização de forma criativa dos recursos existentes no próprio ambiente hospitalar. Brincar não é apenas passar o tempo, mas é também desenvolver inúmeras habilidades de forma agradável, e é uma forma de socialização da criança, por isso é tão importante a brinquedoteca, inclusive as hospitalares, e seus brinquedistas de qualidade, para que todas as crianças tenham acesso a brincadeiras e possam desenvolver seu máximo potencial. 
Daquilo que pude perceber, o brincar pode transformar o mundo da criança pois, enquanto brinca demonstra inspiração para criar, coragem para enfrentar os desafios e expor verbalmente seus sentimentos. Isto oferece a certeza de que o brincar tende a melhorar as condições de vida da criança doente e assegurar a manutenção da saúde mental. Por ser o hospital um espaço repleto de privações e o isolamento outro espaço mais privado ainda, é na brincadeira fictícia que a criança cria, mesmo que mentalmente, um espaço de libertação.
 
REFERÊNCIAS
BENTZEN, Warren R. Guia para observação e registro do comportamento infantil. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
 BRASIL. Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005. Disponível em:<https://www2.mp.pa.gov.br/sistemas/gcsubsites/upload/14/legislacao_federal_11104.pdf> Acesso em: 22 de agosto. 2015.
 Resolução n° 41/1995. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, Seção I, p. 163/9-16320, 17 out. 1995. Disponível em:< http://www.mprs.mp.br/infancia/legislacao/id2178.htm >. Acesso em: 22 de agosto. 2015.
 KOSTELNIK, Marjorie J. et al. Guia de aprendizagem e desenvolvimento social da criança. (trad. da 7ª ed. norte-americana). São Paulo: Cengage Learning, 2012.
 FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987.
 MILLER, Darla Ferris. Orientação Infantil. Trad. 6ª ed. Norte-americana. São Paulo: Cengage Learning: 2012.
 PAULA, E. M. A. T.; FOLTRAN, E. P. Brinquedoteca Hospitalar: Direito das crianças e adolescentes hospitalizados. Conexão UEPG. Ponta Grossa, UEPG, v. 3, n. 1, p. 20- 23, 2007. 
SANTOS, Santa Marli Pires (Org.). Brinquedoteca. O lúdico em diferentes contextos. Petrópolis: Vozes, 2013. 
YOUTUBE. Conheça o Ursinho Elo do Hospital Amaral Carvalho. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cEZ4Ob1RLo8>. Canal: Amaral Carvalho. Acesso em: 22 de agosto. 2015.
 Superfórmula para Combater o Câncer. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GWwB0DTPDTw>. Canal: A. C. Camargo Câncer Center. Acesso em: 22 de agosto 2015. 
Teixeira, Sirlândia Reis de Oliveira, Jogos, brinquedos, brincadeiras e brinquedoteca: implicações no processo de aprendizagem e desenvolvimento, Rio de Janeiro, RJ: Wake rd. 2010 
LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. Tradução Maria-Agnes Chauvel. São Paulo: Brasiliense, 1997.
GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. Tradução Dante Moreira Leite. São
Paulo: Perspectiva, 2005.

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