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ATPS DE SS AO CONTEXTO URBANO E RURAL

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
PÓLO – APARECIDA DE GOIÂNIA - GO
ELIANE CÂNDIDA PEREIRA RA 388825
MARIA ABADIA SOUSA TEIXEIRA RA 398378
MARIA MADALENA ALVES SANTOS RA 398650
PRISCILA DE SOUZA PINHO RA 369423
ATPS DE SERVIÇO SOCIAL AO CONTEXTO URBANO E RURAL
Prof.ª Ma Laura Santos
Aparecida de Goiânia 24 de Setembro de 2015
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS DE SERVIÇO SOCIAL AO CONTEXTO URBANO E RURAL
*Eliane Cândida Pereira
*Maria Abadia Sousa Teixeira
*Maria Madalena Alves Santos
* Priscila de Souza Pinho
RESUMO
Neste artigo buscamos mostrar a importância do assistente social junto aos movimentos sociais e a relação entre as demandas do espaço rural e a formação dos espaços urbanos. Abordamos a importância da Reforma Agrária e as políticas públicas e os anseios dos movimentos populares agrários no contexto rural e urbano. Observamos também a problemática do êxodo rural influenciando o modo de organização social urbano.
Palavras-chave: Reforma Agrária, Movimentos dos Sem Terra, Êxodo Rural
SUPERVISED PRACTICE ACTIVITIES OF MONITORING AND EVALUATION IN SOCIAL SERVICE
ABSTRACT
In this article we seek to show the importance of social worker with the social movements and the relationship between the demands of the countryside and the formation of urban spaces. We address the importance of Agrarian Reform and public policies and wishes of the popular agrarian movements in rural and urban context. We also observed the problem of the rural context influencing the way of urban social organization.
KEY-WORDS: Agrarian Reform, Movements of Landless, Rural Exodus
A história da reforma agrária brasileira se inicia tardiamente, no final dos anos 50 e início dos anos 60, quando a reivindicação pelas “reformas de base” (agrária, urbana, bancária e estudantil) tomou corpo e passou a fazer parte das discussões populares.
Se destacando em meio as demais, a reivindicação pela reforma agrária, exigia a extinção do latifúndio existente desde a época de colonização do Brasil e a melhoria das condições de vida no campo.
De fato, já havia no Brasil, uma discussão em torno do modelo fundiário e os possíveis obstáculos que ele impunha ao desenvolvimento do país. Na década de 40 houve diversas propostas de lei para a reforma agrária baseadas nos modelos adotados por países da Europa e EUA, mas nenhuma delas foi aprovada.
No Brasil o modelo de colonização contribui para a perpetuação de um sistema fundiário baseado na grande propriedade, afinal, o início da colonização no Brasil se deu através da concessão de grandes latifúndios no nordeste do país (as Capitanias Hereditárias e Sesmarias), e o processo de criação dos latifúndios apenas aumentou com a vinda de diversos imigrantes ao Brasil e a mecanização da agricultura principalmente durante o período da ditadura militar.
A primeira iniciativa em prol da reforma agrária foi a criação da SUPRA – Superintendência Regional de Política Agrária – em 1962 em resposta a criação das Ligas Camponesas no Nordeste e com o objetivo de promover a reforma agrária no Brasil. Mas, só no início de março de 1964 foi elaborado um decreto que desapropriava terras em torno de rodovias federais e as destinava ao propósito da reforma. Porém, a iniciativa veio tarde demais, pois no final do mesmo mês um golpe de estado iniciou o período da Ditadura Militar que por 21 anos distorceu completamente a questão.
Contraditoriamente, logo no início da ditadura os militares aprovaram a Lei N.º 4.504 sobre o Estatuto da Terra, o primeiro documento oficial sobre a reforma agrária no Brasil e criaram o IBRA e o INDA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário, respectivamente) em substituição a SUPRA, e também, o INCRA (Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária) com o intuito de realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União.
Porém, os militares ao invés de alavancar a reforma, apenas pioraram a situação ao incentivar as culturas de exportação, como a soja, e a mecanização do processo produtivo. Estas medidas favoreciam os latifúndios e fizeram com que, ao invés de diminuir, o número de latifundiários aumentasse consideravelmente.
Após esse período, diversos programas de ação regional, também chamados de “projetos de colonização”, foram criados, como o PIN (Programa de Integração Regional), o PROTERRA (Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste), o PROVALE (Programa Especial para o Vale do São Francisco), o POLAMAZÔNIA (Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais na Amazônia), e o POLONORDESTE (Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste). Mas nenhum deles trouxe resultados muito significativos.
A esta altura o Estatuto da Terra servia apenas para tratar das questões referentes a política agrícola, enquanto que a questão da reforma agrária e do modelo fundiário brasileiro permaneciam praticamente como no século XVI.
Na década de 80 os movimentos sociais em torno da reforma agrária tomam força ao mesmo tempo em que surgem conflitos importantes no norte do país em torno de terras ocupadas irregularmente. Com o fim de resolver este problema são criados os Ministérios Extraordinários para Assuntos Fundiários e dos Grupos Executivos de Terras do Araguaia/Tocantins e do Baixo Amazonas (GETAT e GEBAM). Também sem muita representatividade.
Ainda na década de 80 (1985) o então Presidente José Sarney elabora um plano previsto no Estatuto da Terra, o PNRA (Plano Nacional de Reforma Agrária) para o qual é criado a MIRAD (Ministério Extraordinário para o Desenvolvimento e a Reforma Agrária). Porém suas metas são irreais e acabam fracassando. Em 1987 é extinto o INCRA e dois anos depois a MIRAD e a responsabilidade sobre a reforma agrária passa a ser do Ministério da Agricultura. No governo de Fernando Collor (1990-1992) os projetos de colonização são encerrados e não é feita nenhumadesapropriação de terras com o intuito de reforma agrária, que só é retomada em 1992 com a posse de Itamar Franco. Em 1996 é criado o Ministério Extraordinário de Política Fundiária ao qual é incorporado o INCRA. E, finalmente em 2000 é criado o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ao qual o INCRA é definitivamente vinculado.
Os governos seguintes prosseguiriam com projetos em torno da reforma agrária, até que em 2003 um relatório publicado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, criado em 1970) declara que o governo de Fernando Henrique Cardoso realizou o maior assentamento da história do Brasil com 635 mil famílias assentadas nas cinco regiões brasileiras.
A questão é que embora os números de assentamentos impressionem pela magnitude, dados fornecidos pelo próprio INCRA mostram que a maioria das famílias assentadas não recebe a infra-estrutura necessária para se instalar e produzir no campo. A maioria dos acampados à espera de terras é gente desempregada que saiu das cidades em busca de um pedaço de terra e não possui experiência com o trabalho no campo. Ou então, pessoas que já foram donos de terra que por causa de problemas financeiros tiveram de abandonar suas propriedades. Estes fatos nos mostram que o problema da reforma agrária no Brasil exige uma solução muito mais complexa do que simplesmente distribuir pedaços de terra.
 Em busca pela reforma agrária surge o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que é um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do campo. Como se sabe, no Brasil prevaleceu historicamente uma desigualdade do acesso a terra, consequência direta de uma organização social patrimonialista e patriarcalista ao longo de séculos, predominando o grande latifúndio como sinônimo de poder. Desta forma, dada a concentração fundiária, as camadas menos favorecidascomo escravos, ex-escravos ou homens livres de classes menos abastadas teriam maiores dificuldades à posse da terra.
 Assim, do Brasil colonial da monocultura a este do agronegócio em pleno século XXI, o que prevalece é a concentração fundiária, o que traz à tona a necessidade da discussão e da luta política como a encabeçada pelo MST. 
“ O MST nasceu da ocupação da terra e tem nesta ação seu instrumento de luta contra a concentração fundiária e o próprio Estado, pelo fato da não realização da reforma agrária, por meio das ocupações, os sem–terra intensificam a luta, impondo ao governo a realização de uma política de assentamentos rurais.” (BERNARDO M. FERNANDES, 2000)
 A organização do MST enquanto movimento social começou nos anos 80 do século passado e hoje já se faz presente em 24 estados da federação, fato que ilustra sua representatividade em termos nacionais. A fundação deste movimento se deu em um contexto político no qual o duro regime militar que se iniciava na década de 60 do século passado chegava ao fim, permitindo à sociedade civil brasileira uma abertura política para reivindicações e debates. Neste contexto de redemocratização do país, em 1985 surgiu a proposta para a elaboração do primeiro PNRA (Plano Nacional da Reforma Agrária). Sua segunda versão (II PNRA) foi proposta apenas em 2003, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 Os objetivos do MST, para além da reforma agrária, estão no bojo das discussões sobre as transformações sociais importantes ao Brasil, principalmente àquelas em relação a inclusão social. Se por um lado existiram avanços e conquistas nesta luta, ainda há muito por se fazer em relação à reforma agrária no Brasil, seja em termos de desapropriação e assentamento, seja em relação à qualidade da infraestrutura disponível às famílias já assentadas. Segundo dados do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o número de famílias assentadas nestes últimos anos foi de 614.093, sendo criados neste mesmo período 551 assentamentos. Ainda conforme o INCRA, no total, o Brasil conta com 85,8 milhões de hectares incorporados à reforma agrária e um total de 8.763 assentamentos atendidos, onde vivem 924.263 famílias.
 Os números apresentados são positivos. Porém, se levarmos em consideração as afirmações do próprio MST e de especialistas no assunto, até 2010 havia ainda cerca de 90 mil famílias acampadas pelo país, o que representa uma demanda por terra considerável por se atender, a despeito dos avanços sugeridos anteriormente. Em relação à infraestrutura disponível a estas famílias, alguns dados apresentados pela Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária promovida pelo INCRA em 2010 são muito significativos. A pesquisa mostra que 31,04% dos assentamentos possuem disponibilidade de energia, mas com quedas constantes ou com “pouca força” e 22,39% não possui energia elétrica, o que significa que mais da metade dos domicílios não contam plenamente com este benefício. No que diz respeito ao saneamento básico, os dados também mostram que ainda é necessário avançar, pois apenas 1,14% dos assentamentos contam com rede de esgotos, contra 64,13% (somados fossa simples e fossa “negra”) que possuem fossas. A dimensão negativa destes dados repete-se na avaliação geral de outros fatores como a condição das estradas de acesso e de satisfação geral dos assentados, tornando-se mais significativa quando quase a metade dos assentados não obteve algum financiamento ou empréstimo para alavancar sua produção. Isso mostra que muito ainda deve ser feito em relação aos assentamentos, pois apenas com o acesso a terra não se garante a qualidade de vida e as condições de produção do trabalhador do campo.
 Se por um lado a luta pela terra além de ser louvável é legítima, por outro, os meios praticados pelo movimento para promover suas invasões em alguns determinados casos geram muita polêmica na opinião pública. Em determinados episódios que repercutiram nacionalmente, o movimento foi acusado de ter pautado pela violência, além de ter permeando suas ações pela esfera da ilegalidade, tanto ao invadir propriedades que, segundo o Estado, eram produtivas, como ao ter alguns de seus militantes envolvidos em depredações, incêndios, roubos e violência contra colonos dessas fazendas.
 Contudo, vale ressaltar que em muitos casos a violência e a ação truculenta do Estado ao lidar como uma questão social tão importante como esta também se fazem presentes. Basta lembrarmos o episódio do massacre de Eldorado de Carajás, no Pará, em 1996, quando militantes foram mortos em confronto com a polícia. A data em que ocorreu este fato histórico, 17 de Abril, tornou-se a data do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Se a polêmica da violência (seja por parte do movimento, seja do Estado) não bastasse, outras vêm à tona, como a da regularização fundiária pelo país, a qual pode atender a interesses de latifundiários e famílias ligadas ao agronegócio. Dessa forma, a respeito das críticas que recebe (não apenas por seus atos polêmicos em si, mas algumas vezes por desconhecimento da opinião pública influenciada por uma mídia que pode ser tendenciosa). O MST trata-se de um instrumento importante na transformação de uma realidade rural no país: a concentração fundiária.
 	A reforma agrária está entre tantas outras reformas que a sociedade brasileira tanto almeja para uma agenda de erradicação da miséria e da desigualdade, valorizando a função social da terra. Assegurar os direitos do trabalhador do campo é, ao mesmo tempo, defender sua dignidade enquanto brasileiro.
No dia 17 de abril de 1996, aproximadamente às 16h00min, cento e cinquenta e cinco policiais militares cercaram mil e quinhentos trabalhadores rurais que encontravam-se acampados nas laterais do Km 96 da rodovia estadual PA 150, no Município de Eldorado do Carajás, Estado do Pará.
Estes mil e quinhentos trabalhadores, ligados ao MST, eram parte do acampamento da Fazenda Macaxeira e deslocavam-se para Belém para exigir o cumprimento de acordo com o Incra e Governo do Estado, onde estava prevista a desapropriação da Fazenda Macaxeira.
Minutos após o cerco, os policiais militares começaram a atirar em direção aos trabalhadores. Uma hora após, no local estavam estendidos dezenove cadáveres de trabalhadores. Outros sessenta e nove trabalhadores gravemente feridos e dezenas de outros feridos levemente estavam escondidos nos arredores do local, após terem conseguido escapar ao cerco dos policiais.
A partir das pesquisas realizadas podemos relacionar o MST com o êxodo rural que é caracterizado como a migração de habitantes de uma determinada região para outra do país, em sua maioria em busca de melhores condições de vida, trabalho e serviços como saúde, escola e transporte.
As causas do êxodo rural são diversas, dentre elas temos a mecanização no processo de agricultura. Com o crescimento econômico de determinadas regiões, os campos modernizam-se e as atividades manuais passam a ser mecanizadas, substituindo a mão de obra por máquinas. O trabalhador rural, em desvantagem perante a modernização do campo, sem trabalho e sustento para a família, vê-se obrigado a migrar para a cidade em busca de emprego e melhores condições de vida.
A capitalização também é um fator determinante para essa transição do campo/cidade. As cidades industrializam-se e com as novas fábricas e empresas aumenta a oferta de trabalho, atraindo os moradores do campo que buscam melhoria de vida e melhores empregos. Contudo, a oferta torna-se escassa devido à quantidade de migrantes que vão surgindo e grande parte dessa população, que se desloca para os centros urbanos, não têm a qualificação adequada para as vagas oferecidas.
As consequências desse processo de migração em massa são inúmeras, tais como o número de trabalhadores superava o número de vagas de emprego ofertadas, muitos acabaram instalando-se nas regiões periféricas das cidades, lugares carentes de serviçosessenciais como saneamento, saúde, escola e transporte.
Esse crescimento desenfreado da população urbana causou o inchaço das cidades, deixando os trabalhadores amontoados nos morros, cortiços e com isso deu-se o surgimento de inúmeras favelas.
O grande salto no número de habitantes nas áreas carentes fez aumentar a violência e desempregados, muitos viram como opção o trabalho informal (como vendedores ambulantes). A falta de planejamento urbano junto com o êxodo rural também teve como consequência o aumento de doenças e miséria dentre as classes mais pobres.
Os problemas causados pelo crescimento desenfreado e falta de estrutura urbana para receber tal contingente de migrantes são vistos até os dias de hoje, na desigualdade social, violência e cidades com um grande número de favelas.
O êxodo rural, embora em menor percentual, ainda é praticado nos dias atuais e vem transformando a geografia do país. Ações governamentais como incentivo aos trabalhadores rurais, subsídios e melhor planejamento urbano podem ajudar a diminuir esse contingente de migrantes e a manter o homem do campo no campo, para que este não venha a se tornar mais um no percentual geográfico das grandes cidades.
Na imagem acima reproduzida por Cândido portinari retrata bem o exôdo rural, através desta arte vemos a emoção expressada pelo artista, que expõe o sofrimento dos migrantes com figuras que possuem expressões de sofrimento, fome e miséria.
Entendemos que as organizações populares devem ser analisadas não a partir de abordagens sobre o seu potencial transformador ou, ao contrário, suas limitações, mas a partir de seus momentos específicos, da sua dinâmica específica, procurando pensá-los como processos, abertos, sujeitos a contradições internas e pautados por uma composição heterogênea que potencializa a emergência de diferentes formas de ação coletiva e de interação e/ou negação em face do Estado.
Nos estudos sobre os movimentos populares urbanos, as análises têm oscilado entre as que enfatizam o seu potencial transformador, as que apontam as suas limitações políticas e, nas últimas décadas, as que salientam a sua crise quanto a mobilização e capacidade de intervir nas políticas públicas. Entendemos que os movimentos sociais em geral continuam a ter um papel imprescindível na democratização brasileira, e o movimento popular urbano em particular permanece provocando mudanças nas legislações e políticas urbanas em busca de melhores condições de vida e de acesso a direitos sociais básicos, abrindo espaços para a participação das classes populares na esfera pública.
Enfim os movimentos populares urbanos são entendidos aqui como as ações coletivas organizadas pelas classes populares em prol de melhores condições de vida urbana e de acesso à habitação, ao uso do solo, aos serviços e equipamentos de consumo coletivo, contendo, portanto, “uma problemática urbana que tem a ver com o uso, a distribuição e apropriação do espaço urbano”. Esta problemática urbana é a manifestação da crise da cidade capitalista, decorrente da ação contraditória do Estado, que gera um processo de politização do cotidiano.
Podemos ter esses movimentos citados entre outros como matéria-prima do trabalho do assistente social que encontra-se no âmbito da questão social e suas manifestações.
“O objeto de trabalho, aqui considerado, é a questão social. É ela, em suas múltiplas expressões, que provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e ao adolescente, ao idoso, a situações de violência contra a mulher, a luta pela terra etc. Essas expressões da questão social são a matéria-prima ou o objeto de trabalho profissional. Pesquisar e conhecer a realidade é conhecer o próprio objeto de trabalho, junto ao qual se pretende induzir ou impulsionar um processo de mudanças.” (IAMAMOTO, 2006, p.63 ) 
Desse modo, o assistente social tem como recurso essencial de sua ação as bases teórico-metodológicas que contribuem para uma leitura crítica da realidade e norteiam seu trabalho. Nesse sentido, a questão agrária se inscreve como expressão da questão social, onde as suas múltiplas manifestações são experenciadas pelos sujeitos sociais e se particularizam no cotidiano. Tal particularização é observável por meio de um conjunto de elementos intrinsecamente interligados, que elucidam a questão agrária decorrente do modo de produção desigual e injusto do capitalismo no campo.
A partir da compreensão da realidade do assentado rural, podemos perceber a importância do assistente social no enfrentamento das demandas e necessidades do trabalhador, advindas da questão agrária e suas manifestações cotidianas, ou seja, a luta pela terra, por trabalho, saúde, educação e condições de moradia, enfim, um movimento de resistência em defesa da vida.
“Assim, apreender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção e de reinvenção da vida construídas no cotidiano”. (IAMAMOTO, 2006, p. 28)
Enfim concluímos que nesses contextos, emerge a necessidade de uma ação profissional que vai muito além da mera execução de políticas públicas, de distribuição de benefícios ou da simples assessoria e/ou consultoria aos movimentos dos trabalhadores rurais sem-terra. É muito importante a presença de assistentes sociais comprometidos com os projetos profissionais do Serviço Social imprimindo em seu trabalho nos assentamentos uma direção social cuja mediação é o desenvolvimento como liberdade. O ponto inicial é favorecer a expansão das capacidades humanas, para que às famílias assentadas a sustentabilidade no campo seja possível. Estabelece-se assim, uma direção ética, política e profissional balizada pelo princípio ético primordial: a liberdade.
REFERÊNCIAS 
CALDAR, Roseli Salete. O MST e a formação dos sem terra: o movimento social como princípio educativo. Estud. av. [online]. 2001, vol.15, n.43, pp. 207-224. ISSN 0103-4014.
GOHN, Maria da Glória (Org.). Movimentos Sociais e Redes de Mobilização no Brasil Contemporâneo. 3. ed. São Paulo: Vozes, 2012. PLT 591.
POR LONGOS dias. Direção: Mauro Giuntini. Brasil, Distrito Federal: 1998.
RIBEIRO, Paulo Silvino. "O MST no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/sociologia/mst.htm>. Acesso em 07 de novembro de 2015.
WESZ JUNIOR, Valdemar João. Novas configurações no meio rural brasileiro: Uma análise a partir das propriedades com agroindústria familiar. Agroalim [online].
2009, vol.15, n.28, pp. 25-34. ISSN 1316-0354.
http://www.brasil.gov.br/sobre/cidadania/brasil-rural
http://www.infoescola.com/geografia/exodo-rural/
*Acadêmicas do 7º período do curso de Serviço Social da Universidade Anhanguera – UNIDERP.

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