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Resumo lisossomos

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LISOSSOMOS 
 
1. Caracterização 
Ao contrário da maioria das organelas citoplasmáticos, os lisossomos não foram descobertos 
pela observação, mas pela dedução. Com efeito, nos anos 50, De Duve (Prêmio Nobel) estudava 
as hidrolases celulares e descobriu que todas elas, que apresentavam um pH ótimo 
aproximadamente de 5, se acompanhavam quando se submetiam homegeneizados de tecidos 
a centrifugação diferencial. De Duve e colaboradores concluíram que as hidrolases deveriam 
encontrar-se agrupadas em uma organela desconhecida, limitada por uma membrana, a qual 
deveria romper-se para que as enzimas se tornassem ativas nas suspensões. Denominaram de 
lisossomo essa organela hipotética, e deduziram, a partir dos valores de sedimentação em 
centrifugação, que deveriam medir cerca de 0,4 µm de diâmetro. A microscopia eletrônica viria 
dar-lhes inteira razão. Os lisossomos são pequenas vesículas membranosas que 
encerram hidrolases ácidas. Mais de 50 hidrolases diferentes foram identificadas nos 
lisossomos. Entre estas, figuram como exemplos: enzimas específicas de diferentes substratos, 
tais como, lipases, proteinases, glucosidases, nucleases, entre outras. As hidrólises são reações 
que quebram moléculas, em presença de água, como se ilustra na reação abaixo esquematizada. 
 
2. Origem e modo de atuação 
Os lisossomos são produzidos pelo complexo de Golgi, libertando-se a partir da face de 
maturação. As hidrolases lisossômicas são proteinas que possuem, na sua estrutura, 
uma manose-6-fosfato. As membranas das cisternas golgianas possuem, por sua vez, na face 
interna, receptores que identificam a manose, e que fixam as hidrolases referidas. Só após esta 
operação, é que ocorre a formação de vesículas lisossômicas. Estas porém, não possuem ainda 
a acidez necessária ao pleno funcionamento das enzimas. A aquisição da acidez é um processo 
posterior à formação da vesícula lisossômica. Resulta do bombeamento de prótons (H+) para o 
interior do lisossomo, realizado por bombas proteicas intrínsecas à membrana lisossômica. Após 
esta fase de "maturação", o lisossomo está apto para intervir nos processos de digestão 
intracelular. 
3. Funções 
Os lisossomas têm funções múltiplas: (i) participam na nutrição celular, digerindo os materiais 
obtidos por endocitose; (ii) atuam no catabolismo celular, destruindo macromoléculas; (iii) 
intervêm no processo de reciclagem de estruturas celulares, destruindo as estruturas 
inoperantes ou desnecessárias; (iv) ou ainda nos mecanismos de defesa contra agentes 
exteriores. As hidrólises promovidas pelos lisossomos são, na maioria dos casos, endocelulares, 
referindo-se quer à digestão de materiais exógenos (heterofagia), quer a materiais próprios da 
célula (autofagia). No primeiro caso, a captação dos materiais opera-se por endocitose, ficando 
estes encerrados em endossomos, com os quais os lisossomos se formnam; no segundo caso, 
ocorre um fenômeno de envolvimento das estruturas celulares senescentes por parte do 
retículo endoplasmático liso (por exemplo, as mitocôndrias). Formam-se 
assim autossomos, com os quais fundem-se os lisossomos. Em alguns casos, a heterofagia 
processa-se no exterior da célula. As hidrolases lisossômicas atuam no exterior, sendo libertadas 
por exocitose. Este tipo de digestão ocorre, por exemplo, no processo de remodelação dos 
tecidos ósseo e cartilaginoso. Os fungos secretam igualmente hidrolases ácidas que degradam 
substâncias existentes no meio extracelular, como por exemplo a celulose. As pequenas 
moléculas resultantes da digestão são, em seguida, absorvidas pela célula, com recurso aos 
mecanismos habituais de transporte através da membrana. A autofagia constitui uma das 
funções principais dos lisossomos. Com efeito, regendo-se o funcionamento da célula, por 
rigorosos princípios de economia que não autorizam o desperdício de recursos, as estruturas 
envelhecidas ou desajustadas das necessidades, são eliminadas e os seus componentes, 
recuperados e utilizados na síntese de novas moléculas ou na edificação de novas estruturas. A 
célula mobiliza, para esta reciclagem de materiais, mecanismos idênticos aos que emprega para 
digerir as substâncias “importadas”.

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