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ANÁLISE DAS PATOLOGIAS DE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS PATRIMONIAIS

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1 
ANÁLISE DAS PATOLOGIAS DE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS PATRIMONIAIS NO 
ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL 
José Alberto Ventura Couto (1),Cinthia Cristina Hirata Pinetti(2) 
(1) Prof. Mestre DEC/CCET, UFMS, Brasil. 
(2) Aluna do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Bolsista de Iniciação Científica. Centro de Ciências e Tecnologia, 
UFMS, Brasil. 
 
Resumo: A realização do estudo de materiais e técnicas construtivas patrimoniais possibilita o 
resgate dos procedimentos da arte de construir, apresentando o potencial de contribuição para 
a produção de habitações mais sustentáveis. Portanto, ao estudar os materiais, as técnicas 
construtivas, o uso, a manutenção e as patologias dessas técnicas pode-se contribuir para a 
identificação dos problemas, seja nas etapas do processo de construção ou na conservação dos 
edifícios, e agregar melhorias nos sistemas construtivos e nos materiais utilizados. O presente 
trabalho buscou estudar os materiais e técnicas construtivas utilizados na restauração e 
conservação do patrimônio histórico Museu José Antonio Pereira, localizado na cidade de 
Campo Grande – MS, a qual apresenta como característica marcante o uso dos materiais terra 
crua e madeira. Através de levantamento histórico, entrevistas, visitas in loco e identificação 
dos materiais, técnicas construtivas e patologias encontradas neste museu, foi realizada a 
avaliação do processo de construção e da conservação do edifício, bem como a prescrição de 
orientações e recomendações quanto à forma de escolher e aplicar os materiais mais 
sustentáveis e de como usar corretamente a edificação, respeitando as exigências de resistência, 
durabilidade, higiene, conforto e sustentabilidade. 
Palavras-chave: sustentabilidade, patrimônio histórico, terra crua, taipa de mão. 
 
Abstract: The completion of a study of materials and construction techniques allows property 
redemption procedures of the art of building, showing the potential to contribute to the 
production of more sustainable housing. This study aimed to study the materials and 
construction techniques used in restoration and conservation of historical museum José Antonio 
Pereira, located in Campo Grande - MS, which presents as characteristic the use of raw 
materials and timber land. Through historical survey, interviews, site visits and identification of 
materials, construction techniques and diseases found in this museum, was evaluating the 
construction process and conservation of the building, and prescription of guidelines and 
recommendations on how to choose and implement more sustainable materials and how to 
 
 
2 
properly use the building, respecting the requirements for strength, durability, hygiene, comfort 
and sustainability. 
 
1. INTRODUÇÃO 
As técnicas construtivas utilizadas nos séculos passados foram substituídas devido os 
avanços da indústria e da popularização das tecnologias. Os materiais produzidos em grande 
escala tais como concreto, gesso e plástico deram origem a novas técnicas construtivas em 
substituição as técnicas mais antigas à base de terra e madeira. 
O resgate das culturas de construções antigas, das técnicas regionais, das artesanais e de 
materiais de construção locais contribui para a compreensão e aplicação prática de 
procedimentos considerados fundamentais na relação de usuários e proprietários de edificações 
de interesse histórico a partir do momento em que se estuda e utiliza técnicas e materiais 
adequados para a restauração e conservação do patrimônio; bem como proporciona a melhoria 
dos sistemas e processos construtivos atuais sob o aspecto da necessidade de novos estudos em 
busca do desenvolvimento social e recomendações e diretrizes projetuais para as práticas 
(tecnologias e materiais) de uma construção sustentável. 
O objetivo deste trabalho é estudar os materiais, as técnicas, o processo de construção e 
conservação, e as patologias do Museu José Antonio Pereira, bem como contribuir para a 
prescrição de orientações e recomendações quanto à forma de escolher e aplicar os materiais 
mais sustentáveis e de como usar corretamente a edificação, respeitando as exigências de 
resistência, durabilidade, higiene, conforto e sustentabilidade, dessa forma agregando melhorias 
aos sistemas construtivos. 
2. ESTUDO DE CASO – MUSEU JOSÉ ANTONIO PEREIRA 
Para o estudo de caso foi escolhido o conjunto arquitetônico da Fazenda Bálsamo, atual 
Museu José Antonio Pereira, situado no município de Campo Grande, capital do Estado de Mato 
Grosso do Sul. A Fazenda Bálsamo é terra doada pelo fundador da cidade, José Antonio Pereira, 
sendo um marco dos primeiros tempos da cidade de Campo Grande e exemplar singular de 
construção do século XIX. 
José Antonio Pereira deixa Monte Alegre, em Minas Gerais, acompanhado de seu filho 
Antônio Luiz e dos ex-escravos João Ribeira e Manoel, guiados pelo sertanista uberabense 
Manoel Pinto, que havia participado da Guerra do Paraguai, em busca de terras ricas. Após 
pouco mais de três meses de viagem a cavalo chegam à confluência de dois córregos, mais tarde 
 
 
3 
nomeados de Prosa e Segredo, situados na atual cidade de Campo Grande. O fundador Pereira 
regressa a Minas Gerais para buscar a família e reúne, entre amigos e voluntários, 62 pessoas em 
sua caravana, a qual chega definitivamente na região no dia 23 de junho de 1875. José Antônio 
Pereira chama o lugar de Arraial Santo Antônio do Campo Grande, em homenagem ao santo de 
sua devoção. Posteriormente o local é concedido por ele a um dos seus filhos, Antônio Luiz 
Pereira. 
Em 1966, o conjunto arquitetônico foi doado por Carlinda, filha de Antônio Luiz, à 
Prefeitura Municipal de Campo Grande com o intuito de incorporar a área ao Patrimônio 
Histórico da cidade. 
 
 
 (a) (b) 
Figura 1. Museu José Antonio Pereira. 
 
2.1. Tipologia arquitetônica 
O conjunto arquitetônico do Museu José Antonio Pereira é composto pela casa principal, 
pela cozinha/ monjolo e pelo abrigo. Nota-se na Figura 2 que a planta do conjunto possui a casa 
principal como foco, com o abrigo situado ao lado e a cozinha com monjolo nos fundos. 
O programa de necessidades da casa principal é claramente dividido em três setores: o 
íntimo, relativo à família; o social, relativo ao convívio com estranhos; e o de serviços. As 
plantas são quase sempre formadas por cômodos retangulares ou quadrados. Ao redor da casa 
principal outras construções compõem o núcleo da fazenda. São currais, senzala, paióis, tulhas, 
casa do tacho, casa de máquinas (serraria), monjolo, moinho de milho e engenho de cana 
(CRUZ, 2008). 
 
 
 
 
4 
2.2. Restaurações e manutenções 
Segundo relatório da Prefeitura Municipal de Campo Grande (1983), o museu perdeu 
algumas das suas características de sua primeira constituição. O bloco principal (casa principal) 
permaneceu inalterado, mas o abrigo foi reduzido à metade. O bloco anexo (cozinha/ monjolo) 
não possui mais a despensa e o despejo (compartimento da casa onde se guardam objetos de 
pouco uso). O “banheiro” foi eliminado e o poço original destruído e furado em outro local. 
 
Figura 2. Configuração original do Museu José Antonio Pereira. 
Fonte: Prefeitura Municipal de Campo Grande, 1983. 
 
Algumas obras de recuperação no museu foram realizadas e devido à falta de orientação 
técnica causou descaracterização do conjunto. 
Em 1979 o Museu passou por restauração e readquiriu algumas características originais, 
mas depois desta data ficou semi-abandonado até 1983, quando a área do Museu José Antonio 
Pereira foi tombado como Patrimônio Histórico do Município de Campo Grande (Decreto de 
Tombamento n. 4934, de 20 de abril de 1983). Em 1984 o conjunto arquitetônico passa por 
reforma com durabilidade de aproximadamente sete anos. 
O local ficou sem manutenção desde o início dos anos 90 e somente em1999, depois de 
ficar 8 anos abandonado, a Secretaria de Cultura de Campo Grande aprovou o projeto de 
recuperação do museu proposto pela FUNCESP/ FUNDAC - Fundação Municipal de Cultura, 
Esporte e Lazer/ atual Fundação Municipal de Cultura de Campo Grande. 
 
 
5 
Os serviços de recuperação foram programados em parceria entre a Prefeitura Municipal 
de Campo Grande e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O projeto 
previa junto à restauração do complexo arquitetônico do Museu José Antonio Pereira, o 
tratamento paisagístico de toda área física de dez mil metros quadrados e construção da casa do 
zelador, de um módulo Cantina/ Sanitários e um módulo Lojinha/ Cozinha de treinamento/ 
Administração da FUNDAC. 
Como Patrimônio Histórico do Município de Campo Grande, a Prefeitura Municipal 
através da Fundação Municipal de Cultura é responsável pela manutenção e conservação do 
Museu. 
Em entrevista, Maria de Lourdes Maciel, historiadora e coordenadora do Museu, 
constatou que a manutenção é realizada a cada 12 a 18 meses. Não há relatórios técnicos sobre as 
obras de manutenção, mas segundo a entrevistada, primeiramente é realizada a análise dos 
desgastes visíveis para depois executá-las. Os locais de patologias são variáveis, não sendo assim 
possível detectar a maior incidência de patologias. 
 
2.3. O sistema construtivo 
A arquitetura do Museu José Antonio Pereira se caracteriza basicamente pelo uso de 
estrutura independente de madeira e fechamento de pau-a-pique. 
O museu é formado por três edificações estruturadas com troncos roliços de aroeira que 
compõem um sistema de baldrames, pilares e cintas. As paredes externas e internas foram 
executadas originalmente de pau-a-pique e revestidas com barro e por fim caiadas. 
Segundo Oliveira et al. (2007), a composição da taipa de mão ou pau-a-pique do Museu 
José Antonio Pereira, é composta por baldrame e esteio de aroeira e frechal de peça roliça em 
baru (cumbaru); e para a parede de vedação, a trama de pau-a-pique é de madeira do cerrado e 
varas de guariroba amarradas com cipós ou outras fibras vegetais. A argamassa de 
preenchimento é uma mistura de barro de olaria (barro forte, solo argilosos), barro de várzea 
(barro fraco, solo arenoso), areia e esterco. 
A estrutura da cobertura é de baru, madeira da região também conhecida como cumbaru, 
com ripamento de carandá e as telhas artesanais de barro queimado são tipo capa canal. As 
esquadrias são todas de folhas de madeira, planas, trabalhadas com coxó. 
 
 
6 
O bloco principal possui piso de tijolos artesanais de barro queimado com exceção da 
sala que tem piso de tábuas corridas. A cozinha possui o piso revestido de tijolos artesanais de 
barro queimado e o abrigo que na restauração de 1984 possuía piso em terra batida, hoje possui 
revestimento de tijolos. 
As construções de taipa de mão são simples. Consistem na montagem de uma trama 
reticulada de madeira e a posterior cobertura dessa trama com uma massa de solo plástico 
misturado com água e fibras vegetais. Também chamado de taipa de mão ou taipa de sebe, é um 
sistema indicado para vedações por sua leveza, pouca espessura, economia e rapidez de 
construção. 
Inicialmente paus, freqüentemente roliços com diâmetro entre 0,10 e 0,15 cm, são fixados 
perpendicularmente por meio de furos ou pregos entre os baldrames e os frechais. 
Posteriormente, são amarrados outros mais finos, ripas ou varas, tanto de um lado como de outro, 
colocadas duas a duas no mesmo nível ou alternadamente. As varas horizontais podem ser 
roliças, de taquaras inteiras ou de canela de ema. Para a amarração podem ser utilizados diversos 
gêneros próprios para cordas, conhecidos no Brasil pelo nome genérico de embiras. Algumas 
delas são: seda em rama, linho, cânhamo, canabis sativa, tucum, cravete, guaxima, imbé ou 
buriti. Para a formação da trama podem ser utilizados também pregos ou couro. O espaçamento 
dos paus-a-pique, fixados verticalmente, varia em torno de um palmo, e as varas horizontais com 
espaçamento um pouco menor. 
Com a trama feita, a mistura plástica de solo+água+fibras vegetais é jogada e apertada 
sobre a trama com as mãos, sem auxílio de qualquer ferramenta e posteriormente é realizado um 
reboco da mistura plástica de solo+água. 
 
 
 (a) (b) 
Figura 3. (a) Conjunto dos paus a pique com varas amarradas; (b) Disposição das varas. 
Fonte: Vasconcellos, 1979. 
 
 
7 
3. RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE 
PATOLOGIAS NO AMBIENTE CONSTRUÍDO 
Através da bibliografia sobre análise de patologias de autores como: PICHHI e 
AGOPYAN; DÓREA e SILVA citado por COSTA JUNIOR e SILVA (2003) ; GOMIDE et al. 
(2006); MACHADO e OLIVEIRA (2004), foi possível abordar as patologias segundo 3 tipos de 
definições distintas: 
(1) como fatores relacionados às etapas do processo de construção, 
(2) pela distinção entre patologias e falhas construtivas, 
(3) pela classificação das patologias de acordo com as suas manifestações. 
 
 1) Etapas do processo de construção: (PICHHI e AGOPYAN; DÓREA e SILVA citado 
por COSTA JUNIOR e SILVA, 2003). 
 
Durante as etapas do processo de construção vários são os fatores que interferem na 
qualidade final do produto, dentre eles pode-se citar: 
(I) no planejamento, a definição dos níveis de desempenho desejados; 
(II) no projeto, a programação de todas as etapas da obra, os desenhos, as 
especificações e as descrições das ações; 
(III) nos materiais, a qualidade e a conformidade com as especificações, 
(IV) na execução, a qualidade e a conformidade com as especificações, e 
(V) no uso o tipo de utilização previsto para o ambiente construído aliado ao 
programa de manutenção. 
 
 
2) Patologias e falhas: (GOMIDE et al., 2006) 
 
Para melhor compreender a causa do problema é importante distinguir e classificar as 
patologias das falhas. As etapas construtivas mal executadas são consideradas vícios 
construtivos e podem ser denominadas como patologias ou anomalias e se diferenciam 
das falhas por, estas, serem consideradas vícios de manutenção. 
Quando inspecionadas, as patologias construtivas são classificadas em: 
- endógenas: provenientes de vícios de projeto, materiais e execução; 
- exógenas: decorrentes de danos causados por terceiros; 
- naturais: oriundas de danos causados pela natureza; 
 
 
8 
- funcionais: provenientes de degradação. 
 
E as falhas de manutenção podem ser classificadas como: 
- de planejamento: decorrentes de falhas do plano e programa (manuais); 
- de execução: oriundas dos procedimentos e insumos; 
- operacionais: provenientes dos registros e controles técnicos; 
- gerenciais: devido a desvios de qualidade e custos. 
 
3) Manifestações patológicas: 
 
Segundo Machado e Oliveira (2004) as patologias se manifestam de maneiras distintas e 
podem ser classificadas em: 
- Estético-formais: A estética fica comprometida pelo surgimento, por exemplo, de 
trincas não estruturais e deslocamento de revestimento; 
- Estruturais: Além do surgimento de trincas e rachaduras, desnivelamento e recalques, 
elevações de pisos; 
- Instalações elétricas: relacionadas com a qualidade da distribuição de energia; 
- Instalações hidráulicas: envolve a qualidade de abastecimento e tratamento de resíduos 
sanitários da edificação; 
- Esquadrias. 
 
Machado e Oliveira (2004), sugerem a abordagem sistêmica como a mais adequada para 
analisar as patologias das construções. A análise de unidades ou elementos também chamados de 
subsistemas facilita na compreensão das causas e efeitos das patologias. Essa abordagem 
permite ao profissional uma visão global durante a resolução de problemas complexos, como os 
relativos à patologia,permitindo-lhe identificar as ações necessárias em cada segmento, assim 
como entender as influências ou conseqüências entre as diversas partes intervenientes. 
Porém, não basta a identificação das patologias em cada subsistema. Dessa forma, as 
recomendações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado/ RS - IPHAE, 
“Patrimônio Edificado: Orientações para sua preservação”, complementam a bibliografia sobre o 
tema ao expor em itens os subsistemas a serem inspecionados para a possível detecção de 
patologia. A presente pesquisa fundamenta-se, principalmente, nesta bibliografia, pois além de 
 
 
9 
identificar as patologias é possível traçar um roteiro para a identificação e prevenção das 
mesmas. 
 
4. RECOMENDAÇÕES GERAIS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE 
AMBIENTE CONSTRUÍDO 
A degradação é um processo que pode ser relacionado por diversos fatores como os 
aspectos ambientais, o entorno, as propriedades dos materiais utilizados, a concepção 
arquitetônica e a ausência de detalhes construtivos adequados. 
Segundo Rodrigues (2002), quando considerar-se necessário a intervenção na trama de 
um muro de terra, uma gama de técnicas poderão ser utilizadas para a estabilização e 
preservação, incluindo: a reintregação de material similar, colocação de sistemas na parte 
superior das paredes para diminuir os efeitos das chuvas, a consolidação de superfícies e paredes, 
integração de materiais novos naqueles lugares onde ocorram instabilidade estrutural. É 
importante frisar, segundo Rodrigues (2002) que pode-se aplicar técnicas e metodologias novas, 
desde de que o uso destas tecnologias estejam inseridos no contexto da sustentabilidade. 
Nesta mesma linha de pensamento, o relatório elaborado pelo Projeto Monumenta/BID e 
IPHAN foi indicada a manutenção das técnicas tradicionais nas obras patrimoniais, pois somente 
a sua utilização sistemática poderá fazer com que esta se mantenha. A utilização de materiais 
contemporâneos mais rígidos acarreta dificuldades de assimilação de esforços, resultando em 
respostas dissonantes no diálogo entre os elementos incompatíveis inseridos no conjunto. Outro 
grande erro apontado é afirmar que, ao se manter as técnicas tradicionais de construção, estamos 
incorrendo em uma falsidade histórica. E conclui que a substituição de madeiras por concreto, a 
eliminação de parede de taipa por tijolos cerâmicos, a utilização de cimento, entre outras, seria a 
forma mais adequada para condenar o patrimônio à descaracterização. Assim, as intervenções 
que respondem legitimamente às demandas do uso contemporâneo devem ser levadas a cabo 
mediante a introdução de técnicas e materiais que mantenham um equilíbrio de expressão, 
aparência, textura e forma com a estrutura original. 
A manutenção não tem como finalidade principal a execução de reformas e/ ou alterações 
de sistemas, devido a erros de concepção ou execução de projetos. 
A Norma NBR 5674 (1999) – Manutenção Predial: Procedimentos, define várias 
metodologias para o sistema de manutenção e sua qualidade e descreve manutenção 
como:“Conjunto de atividades a serem realizadas para conservar e recuperar a capacidade 
funcional da edificação e de suas partes constituintes a fim de atender às necessidades e 
 
 
10 
segurança dos seus usuários”. Esta norma não é específica, nem apresenta diretrizes particulares 
por sistema construtivo, o que deveria existir em outras normas de procedimentos. Segundo 
Gomide et al. (2006) as atividades de manutenção podem ser classificadas em: preditivas, 
preventivas, corretivas e detectivas. 
- Manutenção Preditiva: Implantada juntamente com a manutenção preventiva, visa 
controlar e previnir falhas através de estudos de sistemas e equipamentos com análises de seus 
comportamentos em uso. 
- Manutenção Preventiva: Atua antecipadamente para que não haja reparações. São 
atividades programadas em datas preestabelecidas que obedecem a critérios técnicos e 
administrativos baseados em dados ou pelo próprio histórico de manutenções anteriormente 
realizadas. 
- Manutenção Corretiva: Visa à reparação, caracterizada por serviços planejados ou não, 
com a finalidade de corrigir falhas. 
- Manutenção Detectiva: Visa apurar a causa de problemas e falhas para a sua análise. 
Esta auxilia nos planos de manutenção. 
Os mesmos autores relacionam outros aspectos que norteiam a manutenção relacionados 
à gestão de conhecimento e a sustentabilidade do ambiente construído. A gestão de 
conhecimento implica no estabelecimento de registros, controles e históricos das atividades de 
manutenção, pois assim possibilita a reavaliação contínua e integrada com a qualidade. Este 
processo contribui, também, para que as intervenções de manutenção sejam pró-ativas, ou seja, 
manutenção detectiva, com estudos sobre a falha e a possível solução da causa, a fim de 
racionalizar os procedimentos existentes e evitar situação de retrabalho, o que também está 
ligado à sustentablidade. 
Segundo Rodrigues (2008) a manutenção é a chave para a longevidade de qualquer 
estrutura. Deve-se atentar a uma programação de ciclo de manutenção que opere conjuntamente 
com inspeções e monitoramentos praticados com regularidade. 
A orientação de atividades periódicas de limpeza e manutenção faz-se necessária para a 
preservação do bem arquitetônico. Segundo IPHAE (2004) existe um limite entre as ações de 
manutenção a cargo do proprietário ou usuário e as ações preventivas ou corretivas que requerem 
a intervenção de um profissional especializado. 
As ações para manutenção são simples e fáceis de realizar e, em geral, com a orientação 
de serem realizadas periodicamente. Para evitar patologias ocasionadas pela presença excessiva 
de umidade como manchas e fungos recomenda-se atenção ao sistema de drenagem, mantendo 
 
 
11 
limpas as caixas de inspeção e as valas, assim como as calhas e os condutores. Quando 
necessário, eliminar a vegetação próxima à edificação. As manchas e fungos em ambientes 
internos podem ser evitados pela ventilação e circulação de ar diariamente. Deve-se atentar 
também na proteção e vedação das frestas entre as esquadrias e o sistema de vedação com a 
finalidade de evitar a infiltração de água. A imunização de peças de madeiras deve ser feita 
periodicamente com a aplicação de produtos de acordo com as especificações do fabricante e 
fumigação contra a ação dos xilófagos (IPHAE, 2004). 
Quando se fala em conversar e restaurar o patrimônio edificado é importante conhecer 
suas técnicas construtivas e os materiais tradicionais. O surgimento de outros materiais vem 
substituindo os materiais que são utilizados tradicionalmente na fabricação de revestimentos, é o 
caso do cimento que substitui a cal. O uso inadequado de revestimento com cimento, traz como 
conseqüência efeitos nocivos visíveis e irreversível para as construções tradicionais, por sua 
rigidez e impermeabilidade ao vapor de água (STEINER, 2008). 
A cal quando é substituída pelo cimento em intervenções de manutenção pode 
comprometer a capacidade de bom desempenho térmico das paredes. As argamassas à base de 
cimento e areia formam uma casca com grande capacidade de impermeabilização, o que impede 
as trocas de calor e umidade do material terra crua com do meio interno/externo, causando 
ineficiente desempenho térmico da edificação assim como destacamento do revestimento devido 
à incompatibilidade entre materiais. 
Segundo Kanan (2007) a problemática da escolha de materiais para a conservação e 
restauração do edifício deve estar embasada em critérios e princípios de conservação, sendo 
assim os materiais devem apresentar características e propriedades compatíveis ao sistema 
utilizado. Os materiais também devem apresentar reversibilidade/ flexibilidade e facilitar a 
continuidade das intervenções futuras. O material de restauro deve apresentar resistência 
comparávelou menor do que o material existente, pois caso apresente resistência mais forte é 
provável que acelere a deterioração das partes em contato. 
Em muitos casos de edifícios construídos com sistemas construtivos a base de terra torna-
se necessário e fundamental alterar as características do solo pela inclusão de aditivos com 
objetivos distintos, mas complementares, tais como: melhorar o comportamento à fissuração por 
retração, resistência aos agentes atmosféricos, e aumentar as suas propriedades mecânicas como 
resistência à compressão e ao corte (LANÇA e SOARES, 2007). 
Segundo Luso et al. (2007), um dos processos possíveis para o melhoramento mecânico 
de construções em terra pode ser conseguido através da introdução de elementos de reforço, tal 
 
 
12 
como a injeção de materiais adequados como caldas fluidas à base de cimento e cal. A 
consolidação através de injeções de caldas ou argamassas tipo “grout” permite a reparação de 
cavidade, sejam elas fissuras ou vazios internos, e áreas de perda física de material. Este 
processo também permite a melhoria das propriedades mecânicas, em geral, por conseqüência do 
aumento da coesão, porém é uma técnica de caráter irreversível. 
Segundo Steiner (2008) para aprofundar a deteriorização e as patologias, requer estudos 
específicos no campo da física e química, para analisar a degradação, a formação e a 
transformação dos materiais constituintes, e assim avaliar a conservação do degrado. 
 
4. METODOLOGIA 
Para a presente pesquisa foram realizadas as seguintes etapas: pesquisa histórica e 
documental; documentação e execução de levantamento físico-arquitetônicos; visitação e a 
inspeção in loco do conjunto arquitetônico do Museu José Antonio Pereira, utilizando-se do 
roteiro de subsistemas de identificação das patologias e/ou falhas. Posteriormente, foram 
realizadas a análise e a discussão da eficiência dos procedimentos de restauração e conservação 
aplicados no Museu, como também, a prescrição de recomendações para melhor manutenção e 
uso destas edificações e seus sistemas construtivos. 
Para facilitar a identificação das patologias e/ ou falhas, a edificação pode ser analisada 
de acordo com um roteiro de subsistemas, pois esta divisão apresenta caráter didático e prático: 
1. Entorno 
 
2. Edifício 
2.1. Fundações 2.2. Vedações 2.3. Reboco 
2.1.1. Recalques 2.2.1. Paredes 
2.1.2. Nível Exterior 2.2.2. Colunas 
2.1.3. Umidade 2.2.3. Vergas e Arcos 
 
2.4. Pintura 2.5. Entrepisos 2.6. Pisos 
2.4.1. Tintas à base de cal 2.6.1. Pisos Frios 
2.4.2. Tintas de PVA 2.6.2. Pisos de madeira 
 
2.7. Esquadrias 2.8. Cobertura 2.9.Instalações/ Equipamentos 
 
 
 
13 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Para Rodrigues (2008), a premissa básica na conservação e manutenção de edificações 
em terra crua consiste em intervir na estrutura física o mínimo possível, mediante a intervenções 
não-estruturais como a construção de cobertas protetoras sobre uma parte ou totalidade do 
monumento, alterações de padrões de drenagem que podem estar gerando impactos negativos, 
enterramento parcial ou total de ruínas arqueológicas. Assim, estes cuidados resolvem ou 
diminuem, em grande parte, os problemas de deterioração que uma estrutura pode estar sofrendo. 
Ao analisar o plantio de árvores existentes próximas às edificações do Museu José 
Antonio Pereira (e seu entorno), constatou-se que as árvores existentes nas proximidades da casa 
principal, assim como no abrigo, não interferem na conservação do Museu. Porém, a cozinha 
fica comprometida pelo sombreamento e umidade proporcionada pela copa grande da árvore 
locada próxima a essa edificação. 
As manchas e os fungos são as patologias mais encontradas em todas as edificações do 
conjunto arquitetônico Museu José Antonio Pereira. Assim como pode ser observado nas Figuras 
4 a 6, a maioria dos pontos encontrados com este tipo de patologia está localizada próxima aos 
baldrames e as esquadrias, tanto na parte interior, como exteriormente as edificações. 
 
 (a) (b) 
Figura 4. Umidade próxima ao baldrame – (a) casa principal, (b) cozinha – exterior. 
 
Figura 5. Umidade próxima ao baldrame (interior). Figura 6. Umidade próxima a esquadria (interior). 
 
 
14 
As fissuras e os destacamentos de rebocos aparecem em pequena quantidade. Quando 
detectadas, as fissuras e os destacamentos de rebocos localizam-se próximas às esquadrias. Nas 
colunas, nenhum tipo de patologia foi detectado visto que, segundo Oliveira (2007), são de 
aroeira, madeira de grande resistência. 
Atualmente as paredes do conjunto arquitetônico do Museu José Antonio Pereira 
encontram- se pintadas da maneira de como foi feita na última restauração em 1999, com tinta à 
base de cal, ou seja, caiação. 
O conjunto arquitetônico do Museu possui piso de madeira somente na sala da Casa 
Principal, e após a restauração de 1999 e as manutenções no decorrer dos anos, permanece em 
bom estado. Os pisos de tijolos cerâmicos artesanais assentados nos outros cômodos da casa 
principal, da cozinha/ monjolo e do abrigo encontram-se em bom estado de conservação. 
Durante a inspeção ficou constatado que as esquadrias não apresentam nenhum tipo de 
patologia, assim como a cobertura, que tanto a sua estrutura quanto as telhas estão bem 
conservadas. 
Muitas das patologias encontradas em paredes são decorrentes de umidades acumuladas, 
causadas em sua maioria por capilaridade dos alicerces/solo/lençol freático, por infiltrações de 
coberturas, por exposição constante as intempéries, gerando desagregação de material 
constituinte da parede ou mesmo deterioração da estrutura interna da parede (caso do pau-a-
pique), manchas, fungos, perda da parede por vegetação ou animais roedores, etc. Patologias 
como trincas, rachaduras e perda de amarrações podem ocorrer devido as constantes infiltrações 
de água como a ocorrência recalques, acomodações da estrutura, trepidações no solo, etc. 
Segundo Rodrigues (2008), a execução de passeio com pequena inclinação junto ao 
perímetro das construções é uma maneira de evitar que as águas pluviais, que escorram dos 
telhados, se acumulem junto à base das paredes. Outra solução citada por Rodrigues (2008) seria 
a execução de drenos, o que exige a escavação de valas de escoamento na profundidade 
necessária, perpendicular ao sentido do lençol freático, espalhando-se 10 cm de brita no fundo da 
mesma e colocando feixes de bambu verde ao longo de toda a sua extensão, finalizando-se com o 
cobrindo de terra. Tais recomendações foram utilizadas no Museu. Nas obras de restauração de 
1999, foi executado o sistema de drenagem ao redor das edificações. O sistema consiste em 
caixas de coleta tubuladas em PVC 200 mm cobertas com pedras britadas com piso de tijolo 
cerâmico assentado em base de areia e caldeado com nata de cimento. Também foram 
 
 
15 
executados calçamentos de tijolos cerâmicos no entorno de todas as edificações do conjunto 
arquitetônico do Museu. 
Porém, apenas com emprego destas alternativas construtivas não esta sendo suficiente 
para a contenção da umidade nas paredes. Como pode ser observada, a umidade nas paredes é de 
ocorrência por capilaridade alicerces/solo. Talvez o uso de intervenções estruturais fosse a 
solução mais adequada para a conservação destas paredes, como por exemplo, a integração de 
materiais novos ao redor de todo a fundação da edificação (revestimentos, impermeabilizações 
no alicerce - troncos roliços de aroeira). 
Quanto às fissuras e os destacamentos de rebocos próximas às esquadrias são patologias 
causadas pela constante absorção de água ao longo do tempo, sendo que a terra do revestimento 
tende a dilatar-se com maior significância que a parede, e consequentemente, ocorrem à 
fissuraçãoou destacamento deste reboco/emboço. 
Para a manutenção destas ocorrências pode ser uma das alternativas a aplicação de 
argamassas de revestimento sendo a terra como um dos agregados. Rodrigues (2008) recomenda 
os seguintes traços: 2:1:1 – areia, pasta de cal e pó de tijolo para reintegração; 3:1:1 – areia, 
pasta de cal e terra do local para emboço; e 3:1 – areia e pasta de cal para reboco. Oliveira 
(2002) destacou a utilização de consolidantes em revestimentos como silicato de etila, que tem 
sido aceito pelos especialistas pela sua capacidade de impregnação e por redundar, após a 
secagem, em sílica, que não é matéria estranha ao solo. Também têm sido de grande ajuda as 
resinas acrílicas já polimerizadas, principalmente as suas suspensões aquosas, que permite a 
respiração da vedação, como também os consolidantes naturais pela extração de mucilagens de 
cactáceas. Ou mesmo, em estudos de Vargas-Neumann e Blondet (2008), pode-se comprovar a 
eficiência da reparação de fissuras e trincas das paredes de terra crua através de injeção de pastas 
de solo líquido (grout de barro), conseguindo alcançar as resistências originais das construções. 
Os referidos autores descrevem os procedimentos necessários para execução da restauração de 
obras patrimoniais de terra crua, bem como de edificações que sofrem com problemas de 
umidades e abalos sísmicos. A primeira etapa faz-se necessário selar os lados (internamente e 
externamente) da fissura com gesso ou silicone, sendo colocados em todo a selagem, tubos de 3 
mm de diâmetro para a formação de bicos onde será injetado o grout de barro. A segunda etapa é 
a injeção de água nos bicos para evitar que o material fino existente na superfície interior das 
fissuras funcione como um isolante do grout injetado. Também visa proporcionar uma melhor 
lubrificação para a injeção do barro, aumentar a umidade nas paredes fissuradas, diminuir a 
velocidade de secagem e reduzir a formação das micro-enchimento do grout. Como terceira 
 
 
16 
etapa, injetar o grout de barro de baixo para cima, através dos bicos com equipamentos simples 
como tubos injetores de silicone. Como etapa final, retirar a selagem e rebocar a superfície 
exterior do grout injetado até um acabamento aceitável. 
 Através de levantamentos bibliográficos sobre o Museu José Antonio Pereira e suas 
restaurações e manutenções, constata-se que foi desconsiderado a planta original do Museu, pois 
as partes demolidas do abrigo, do bloco anexo (cozinha/ monjolo) e o banheiro não foram 
reconstruídas. Não há relatos sobre o método de intervenção das primeiras restaurações, porém, 
em relatório (1983) fica evidente que a preocupação dos responsáveis pelas obras seguintes 
sempre foi pela busca de autenticidade do sistema construtivo de taipa do edifício. 
 A ausência de registros, controles e históricos das atividades de manutenção impossibilita 
avaliar com maior clareza as falhas e as possíveis soluções da causa das patologias encontradas 
no Museu José Antonio Pereira. 
 
 
6. CONCLUSÃO 
O sistema construtivo em terra crua pode ser utilizado nos dias atuais dentro do contexto 
de sustentabilidade, seja com o emprego de materiais encontrados na região, a madeira e a terra, 
assim como aperfeiçoados com materiais contemporâneos com a menor necessidade de 
manutenções. Porém o monitoramento é fundamental, tanto para as construções históricas 
edificadas, como também como para as construções atuais com uso de cadernos de manutenção e 
uso pós-ocupação. 
Mesmo com poucas patologias detectadas no estudo de caso Museu José Antonio Pereira, 
foi possível relatar algumas recomendações quanto à forma de escolher e aplicar os materiais 
mais sustentáveis. Estes materiais podem ser mais sustentáveis tanto pela escolha de material da 
região ou quanto à durabilidade que pode proporcionar, ou seja, a necessidade de menor 
freqüência de manutenções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
7. REFERÊNCIAS 
 
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