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Prescrição no Direito Penal

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1 
 
 
Direito Penal II 
Profa. M.Sc. Lidiane Lopes 
Prescrição 
1. Conceito: a prescrição consiste na perda do direito de punir do Estado em 
decorrência do seu não exercício no prazo legal (limite temporal para o Estado 
exercer o jus persecutionis). 
Temos: 
a) Prescrição da Pretensão Punitiva (P.P.P) - antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória. Logo, é possível que já tenha sido proferido um decreto condenatório. 
Consequência: exclui os efeitos penais e extrapenais da decisão condenatória (não gera 
reincidência). 
b) Prescrição da Pretensão Executória (P.P.E): ocorre após o trânsito em julgado da 
decisão e acarreta o não cumprimento da sanção penal aplicada, mas gera a reincidência. 
Contagem: art. 109, CP (+ 1/3 se o condenado for reincidente). 
MARCOS TEMPORAIS: 
Cometimento Antes do Após o 
 do crime trânsito em julgado trânsito em julgado da sentença penal 
 da sentença condenatória 
 P.P.P P.P.E 
Observação: trata-se de matéria de ordem pública que pode ser conhecida e declarada em 
qualquer fase do processo, inclusive, de ofício pelo magistrado. 
 
2. Natureza Jurídica: causa extintiva da punibilidade, nos termos do art. 107, CP: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
2 
 
Regra: os crimes prescrevem. 
CF/88: Art. 5º. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Exceção: a Constituição Federal de 1988 elenca os crimes imprescritíveis, são eles: 
Art. 5º. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Pergunta: seria esse rol taxativo, sem possibilidade de ampliação pelo legislador 
infraconstitucional? O tema é controverso. A despeito do assunto formaram-se algumas 
posições tanto na doutrina quanto na jurisprudência. Ademais, existe uma discussão 
acerca do crime de tortura que pelo Estatuto de Roma (art. 29) é imprescritível (crime de 
lesa-humanidade), porém inexiste previsão nesse sentido na Lei 9.455/97. 
3. Espécies de Prescrição 
 Prescrição propriamente dita 
A PPP possui três espécies: Prescrição retroativa 
 (PPP) Prescrição superveniente/intercorrente ou 
 subsequente 
Prescrição da Pretensão executória (PPE) 
Vejamos cada uma: 
a) Prescrição propriamente dita: trabalha com a tabela construída pela análise do artigo 
artigo 109, CP: 
Prazo Prescricional Pena 
20 anos + 12 anos 
16 anos + 8 anos a 12 anos 
12 anos + 4 anos a 8 anos 
8 anos + 2 anos a 4 anos 
4 anos 1 ano a 2 anos 
3 anos menos de 1 ano 
3 
 
Observação: o prazo prescricional é contado de acordo com a regra do artigo 10 do CP: 
Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e 
os anos pelo calendário comum. 
Consequência prática: o prazo termina à véspera do dia correspondente. 
Ex: Caio cometeu o crime de furto simples (pena de 1 a 4 anos) no dia 10 de janeiro de 
2010. Olhando a tabela do artigo 109, CP concluímos que a PPP ocorrerá no dia 09 de 
janeiro de 2018. 
 
Observação: incidem causas de interrupção e de suspensão, nos termos dos artigos 117 
e 116 do CP, respectivamente, conforme veremos oportunamente. 
 
Entram no cálculo da PPP propriamente dita: 
a) Causas de Aumento e Diminuição de pena (3ª fase) 
b) Tentativa (diminui de 1/3 a 2/3) - neste caso, considera-se o mínimo de diminuição = 
1/3. 
c) Qualificadoras 
d) Art. 115 do CP - menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 anos na data da 
sentença: redução pela 1/2 
Redução dos prazos de prescrição 
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao 
tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 
(setenta) anos. 
 
Não entram no cálculo da PPP propriamente dita: 
a) Concurso de crimes (material/formal/crime continuado): a prescrição deve incidir 
de forma isolada em relação a cada um: 
4 
 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena 
de cada um, isoladamente. 
STF: 
Súmula 497. Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena 
imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 
b) Agravantes e Atenuantes (2ª fase) 
c) Reincidência: não influi na PPP e sim na PPE. 
STJ: 
Súmula 220. A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva (PPP). 
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória (PPE) 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se 
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente (+ 1/3 para o reincidente). 
 
Termo Inicial da PPP (lembre-se: antes do trânsito em julgado da decisão) 
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final (PPP) 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou; 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro 
civil, da data em que o fato se tornou conhecido; 
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste 
Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, 
salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. (Redação dada pela Lei nº 
12.650, de 2012 - de 17 de maio de 2012 - lex gravior - não retroage) 
 
5 
 
Observação: 
Quanto aos crimes permanentes trazemos à colação importante posicionamento do STF 
(1ª e 2ª Turmas): 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. 
CRIME DE ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO. RÉU BENEFICIÁRIO DAS PARCELAS 
INDEVIDAS. CRIME PERMANENTE. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. HIGIDEZ DA 
PRETENSÃO PUNITIVA. PRECEDENTES. 1. Em tema de estelionato previdenciário, o 
Supremo Tribunal Federal tem uma jurisprudência firme quanto à natureza binária da 
infração. Isso porque é de se distinguir aquele que, em interesse próprio, recebe o 
benefício ilicitamente daquele que comete uma falsidade para permitir que outrem 
obtenha a vantagem indevida. No primeiro caso, a conduta, a despeito de produzir efeitos 
permanentes no tocante ao beneficiário da indevida vantagem, materializa, 
instantaneamente, os elementos do tipo penal. Já naquelas situações em que a conduta é 
cometida pelo próprio beneficiário e renovada mensalmente, o crime assume a natureza 
permanente, dado que, para além de o delito se protrair no tempo, o agente tem o poder 
de, a qualquer tempo, fazer cessar a ação delitiva. Precedentes. 2. Agravo regimental 
desprovido. (STF, ARE663735 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, p. 19/03/12) 
No mesmo sentido posicionou-se a 3ª Seção do STJ: 
CRIMINAL. RESP. ESTELIONATO CONTRA O INSS. CRIME PERMANENTE. TERMO 
INICIAL PARA A CONTAGEM DO LAPSO PRESCRICIONAL. CESSAÇÃO DO 
RECEBIMENTO DAS PRESTAÇÕES INDEVIDAS. PRESCRIÇÃO INCORRETAMENTE 
DECRETADA EM PRIMEIRO GRAU. RECURSO DESPROVIDO. Sendo o objetivo do 
estelionato a obtenção de vantagem ilícita em prejuízo alheio, nos casos de práticacontra a 
Previdência Social, a ofensa ao bem jurídico tutelado pela norma é reiterada, mês a mês, 
enquanto não há a descoberta da aplicação do ardil, artifício ou meio fraudulento. 
Tratando-se, portanto, de crime permanente, inicia-se a contagem para o prazo 
prescricional com a supressão do recebimento do benefício indevido, e não do 
recebimento da primeira parcela da prestação previdenciária, como entendeu a decisão 
que rejeitou a denúncia. Recurso conhecido e desprovido, nos termos do voto do relator. 
(STJ, Terceira Seção, REsp 1206105/RJ, Rel. Ministro Gilson Dipp, j. 27/06/2012, DJe 
22/08/2012). 
Observação: o mesmo entendimento se aplica aos crimes habituais, cujo prazo 
prescricional (PPP) inicia-se ao cessar a atividade criminosa (reiteração dos atos). 
6 
 
Causas Interruptivas da PPP: o prazo volta a correr por inteiro (salvo o inciso V) 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II - pela pronúncia; 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; são causas interruptivas da 
VI - pela reincidência. PPE 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição 
produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam 
objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo 
começa a correr, novamente, do dia da interrupção. 
 
Vejamos algumas peculiaridades: 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa: 
1º Grau: conta-se da data em que o escrivão recebeu os autos do processo com o despacho 
ou, em sendo o processo eletrônico, da data em que o despacho consta no sistema. 
2º Grau: ex: julgamento de RESE contra o não recebimento da denúncia. O prazo é 
contado da data da sessão de julgamento (e não da publicação do acórdão no D.O). 
Implicações processuais - momento do recebimento da peça acusatória: 
CPP: 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, 
se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para 
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
7 
 
Observação: em regra, o oferecimento de aditamento à denúncia não interrompe a 
prescrição. Exceção: quando o aditamento acrescenta novo fato 
(crime) ou novo corréu, a prescrição fica interrompida com relação a este. Neste sentido: 
ADITAMENTO DA DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE MODIFICAÇÃO SUBS 
TANCIAL DA EXORDIAL ACUSATÓRIA. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. 
IMPOSSIBILIDADE. O aditamento da denúncia somente acarreta a interrupção da 
prescrição quando importar em modificação substancial do conteúdo da exordial 
acusatória, como a inclusão de novos fatos criminosos e de novos corréus. No caso dos 
autos, o aditamento da vestibular acusatória limitou-se a apenas retroagir a data do último 
ato delituoso e a corrigir o montante desviado, não podendo, pois, ser marco interruptivo 
do lapso prescricional. (STJ: REsp 1045631/SP, j. 08.11.2011). 
 
Mutatio e Emendatio Libelli: nestas situações, o prazo prescricional observará à nova 
capitulação legal, mas desde que não tenha ocorrida a prescrição com base na capitulação 
anterior. 
 
No Tribunal do Júri: 
Decisão de Desclassificação: 
a) pelo juiz (1ª fase): não interrompe a prescrição 
b) pelo Tribunal ao julgar o recurso interposto contra a decisão de pronúncia: não 
interrompe a prescrição 
c) pelo Tribunal do Júri (reconhecimento em Plenário): a decisão de pronúncia 
anteriormente proferida, continua sendo o marco interruptivo da prescrição. Neste 
sentido: 
STJ: 
Súmula 191. A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri 
venha a desclassificar o crime. 
 
Inimputável: a sentença é absolutória imprópria. Não interrompe a prescrição. 
8 
 
COMUNICABILIDADE DAS CAUSAS INTERRUPTIVAS 
Art. 117. 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição 
produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que 
sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer 
deles. 
 
1ª parte: O dispositivo ao dispor que "(...) a interrupção da prescrição produz efeitos 
relativamente a todos os autores do crime", visa evitar que o corréu absolvido seja 
beneficiado com a demora na apreciação de um eventual recurso da acusação, pois do 
contrário, não haveria interrupção da prescrição. 
2ª parte: "Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos 
demais a interrupção relativa a qualquer deles" Ex: réu que responde por furto + 
estelionato e é absolvido pelo primeiro e condenado pelo segundo. 
 
Causas Suspensivas da PPP: o prazo prescricional volta a correr de onde parou (pelo 
tempo restante). Estão previstas no art. 116 do CP, sob a rubrica de "causas impeditivas", 
vejamos: 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento 
da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição (PPE) não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo. 
 
 
9 
 
Outras causas suspensivas: 
CF: Deputados e Senadores: 
Art. 53 § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
 
CPP: 
a) Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, 
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz 
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
Tempo de suspensão: há divergência entre o STF e o STJ, vejamos: 
STF: prazo indeterminado (RE 460971/RS, j. 13.02.2007) 
STJ: Súmula 415. O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo 
da pena cominada. 
 
b) Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante 
carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu 
cumprimento. 
 
Lei 9.099/95: 
Art. 89. 
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. 
 
Análise do art. 108, CP - Crime Pressuposto 
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo 
ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção 
da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena 
resultante da conexão. 
10 
 
Prescrição superveniente/intercorrente ou subsequente: ocorre entre a data da 
publicação da sentença condenatória recorrível e o seu trânsito em julgado (lapso 
temporal). É umaespécie de PPP. 
Marco Inicial = data da publicação da sentença condenatória recorrível (mas com trânsito 
em julgado para a acusação) 
Marco Final = trânsito em julgado para ambas as partes (acusação e defesa) 
CP: Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória (PPE) 
Art. 110. § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado 
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não 
podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou 
queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
Lembrar: PPP Superveniente - da condenação ao trânsito em julgado. 
Exemplo: Caio no ano de 2008 praticou o crime de furto simples (pena de 1 a 4 anos). Foi 
condenado em 2009 à pena de reclusão de 1 anos e 5 meses. A acusação não recorreu. A 
defesa apelou alegando a atipicidade da conduta em face do Princípio da Insignificância e 
requerendo a absolvição. Houve o trânsito em julgado para a acusação. Vamos agora à 
tabela do art. 109, CP: 
Prazo Prescricional Pena 
20 anos + 12 anos 
16 anos + 8 anos a 12 anos 
12 anos + 4 anos a 8 anos 
8 anos + 2 anos a 4 anos 
4 anos 1 ano a 2 anos 
3 anos menos de 1 ano 
 
Caso o recurso não seja julgado após 4 anos da publicação da sentença (marco inicial) 
haverá o reconhecimento da PPP SUPERVENIENTE no ano de 2013. 
PPP Retroativa: conta-se da sentença condenatória para trás - não podendo ter marco 
inicial anterior ao recebimento da denúncia ou queixa: 
Art. 110. § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado 
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não 
11 
 
podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou 
queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
Pressuposto: trânsito em julgado para a acusação ou que o seu recurso seja improvido. 
Exemplo: Caio praticou o crime de furto simples em 2006 (pena de 1 a 4 anos). Em abril 
de 2007 o juiz recebeu a peça acusatória. No dia 20 de maio de 2011 foi publicada 
sentença penal condenatória recorrível, condenando-o à pena de 1 ano e 5 meses de 
reclusão. A acusação não recorreu. Levando em consideração a pena aplicada e o trânsito 
em julgado para a acusação, concluímos que: a prescrição retroativa ocorreu em abril de 
2011 (4 anos - entre a data do recebimento da denúncia - abril de 2007 e a data da 
sentença penal condenatória - 20 de maio de 2011). 
 
Prescrição da Pretensão Executória - PPE 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se 
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. 
Pressuposto: trânsito em julgado para a acusação e para a defesa (STF/STJ) ≠ redação do 
art. 112, CP (fala em trânsito em julgado para a acusação). 
 Consequência do reconhecimento da PPE: exclui o cumprimento da sanção penal, mas 
subsistem os efeitos secundários, entre eles a reincidência. 
Termo inicial da PPE: 
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a 
que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva 
computar-se na pena. 
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento 
condicional 
12 
 
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a 
prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 
Tema Polêmico: 
Polêmico Polêmico Polêmico 
 
 
Não há previsão legal. 
Leva em consideração uma análise pro futuro, projetando de acordo com o caso concreto 
qual seria a possível pena a ser aplicada em caso de condenação. 
Caso a pena a ser aplicada leva-se ao reconhecimento da prescrição, ensejaria a conclusão 
pela inutilidade da persecução penal. 
Exemplo: Em 21 de dezembro de 2000 Caio, primário e portador de bons atencedentes, 
praticou o crime de lesão corporal de natureza leve (art. 129, caput, CP - pena de 3 meses a 
1 ano). Em janeiro de 2001, o juiz recebeu a peça acusatória (causa interruptiva da 
prescrição). Em julho de 2004 (ou seja, transcorridos 3 anos e 6 meses) a instrução ainda 
não havia sido encerrada. 
Diante da situação acima esboçada, percebe-se que na aplicação da pena, concorrendo 
apenas circunstâncias judiciais favoráveis e inexistindo causas de aumento, a pena a ser ao 
final fixada ficaria aquém do máximo e em concreto prescreveria em 3 anos, dando ensejo 
ao reconhecimento da PPP Retroativa (ocorrida entre a data da publicação da 
sentença condenatória e o recebimento da denúncia). Diante disso, defende-se que o 
juiz deveria reconhecer a extinção da punibilidade em face da prescrição em perspectiva. 
STF e STJ - são contrários a Prescrição Virtual/Antecipada. 
STJ. Súmula 438. É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão 
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte 
do processo penal. 
 
 
 
Prescrição 
Virtual / Projetada / em Perspectiva / Hipotética 
13 
 
Jurisprudência recente 
 
STJ: Informativo 532. DIREITO PENAL. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO EXECUTÓRIA. 
O termo inicial da prescrição da pretensão executória é a data do trânsito em julgado da 
sentença condenatória para a acusação, ainda que pendente de apreciação recurso 
interposto pela defesa que, em face do princípio da presunção de inocência, impeça a 
execução da pena. Isso porque o art. 112, I, do CP (redação dada pela Lei 7.209/1984) 
dispõe que a prescrição, após a sentença condenatória irrecorrível, começa a correr do dia 
em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação [...]” . Cabe registrar 
que a redação original do dispositivo não possuía a expressão para a acusação, o que 
gerava grande discussão doutrinária e jurisprudencial, prevalecendo o entendimento de 
que a contagem do lapso para a prescrição executória deveria ser a partir do trânsito em 
julgado para a acusação, tendo em vista que a pena não poderia mais ser aumentada. 
Posteriormente, com a reforma do CP, por meio da Lei 7.209/1984, o legislador, em 
conformidade com a orientação jurisprudencial predominante, acrescentou a expressão 
"para a acusação", não havendo mais, a partir de então, dúvida quanto ao marco inicial da 
contagem do prazo prescricional. É necessário ressaltar que a interpretação do referido 
dispositivo em conformidade com o art. 5º, LVII, da CF no sentido de que deve prevalecer, 
para efeito de contagem do prazo da prescrição da pretensão executória, o trânsito em 
julgado para ambas as partes, ante a impossibilidade de o Estado dar início à execução da 
pena antes da sentença condenatória definitiva não se mostra razoável, pois estaria 
utilizando dispositivo da CF para respaldar interpretação” totalmente desfavorável ao réu 
e contra expressa disposição legal. Na verdade, caso prevaleça o aludido entendimento, 
haveria ofensa à própria norma constitucional, máxime ao princípio da legalidade. 
Ademais, exigir o trânsito em julgado para ambas as partes como termo inicial da 
contagem do lapso da prescrição da pretensão executória, ao contrário do texto expresso 
da lei, seria inaugurar novo marco interruptivo da prescrição não previsto no rol taxativo 
do art. 117 do CP, situação que também afrontaria o princípio da reservalegal. Assim, 
somente com a devida alteração legislativa é que seria possível modificar o termo inicial 
da prescrição da pretensão executória, e não por meio de "adequação hermenêutica". Vale 
ressaltar que o art. 112, I, do CP é compatível com a norma constitucional, não sendo o 
caso, portanto, de sua não recepção. Precedentes citados: AgRg no AREsp 214.170-DF, 
14 
 
Sexta Turma, DJe 19/9/2012; e HC 239.554-SP, Quinta Turma, DJe 1/8/2012. HC 
254.080-SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 15/10/2013. 
 SITUAÇÃO DIFERENTE: 
DIREITO PENAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. 
A possibilidade de ocorrência da prescrição da pretensão executória surge somente com o 
trânsito em julgado da condenação para ambas as partes. Isso porque o título penal 
executório surge a partir da sentença condenatória definitiva, isto é, com o trânsito em 
julgado para acusação e defesa, quando também surgirá a possibilidade de ocorrência da 
prescrição executória. Antes do trânsito em julgado para ambas as partes, eventual 
prescrição será da pretensão punitiva. Todavia, esse entendimento não altera o termo 
inicial da contagem do lapso prescricional, o qual começa da data em que a condenação 
transitou em julgado para a acusação, conforme dispõe expressamente o art. 112, I, do CP. 
HC 254.080-SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 15/10/2013. 
NO MESMO SENTIDO: 
DIREITO PENAL. RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO ENQUANTO NÃO HOUVER 
TRÂNSITO EM JULGADO PARA AMBAS AS PARTES. 
Deve ser reconhecida a extinção da punibilidade com fundamento na prescrição da 
pretensão punitiva, e não com base na prescrição da pretensão executória, na hipótese em 
que os prazos correspondentes a ambas as espécies de prescrição tiverem decorrido 
quando ainda pendente de julgamento agravo interposto tempestivamente em face de 
decisão que tenha negado, na origem, seguimento a recurso especial ou extraordinário. De 
início, cumpre esclarecer que se mostra mais interessante para o réu obter o 
reconhecimento da extinção da punibilidade com fundamento na prescrição da pretensão 
punitiva, pois, ainda que ambas possam ter se implementado, tem-se que os efeitos da 
primeira são mais abrangentes, elidindo a reincidência e impedindo o reconhecimento de 
maus antecedentes. A prescrição da pretensão executória só pode ser reconhecida após o 
trânsito em julgado para ambas as partes, ainda que o seu lapso tenha início com o 
trânsito em julgado para a acusação, nos termos do que dispõe o art. 112, I, do CP. Nesse 
contexto, havendo interposição tempestiva de agravo contra decisão de inadmissibilidade 
do recurso especial ou extraordinário (art. 544 do CPC e art. 28 da Lei 8.038/1990), não se 
operaria a coisa julgada, pois a decisão do Tribunal de origem é reversível. Ademais, 
mostra-se temerário considerar que o controle inicial, realizado pela instância recorrida, 
prevalece para fins de trânsito em julgado sobre o exame proferido pela própria Corte 
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competente. Posto isso, enquanto não houver o trânsito em julgado para ambas as partes 
da decisão condenatória, não há que se falar em prescrição da pretensão executória, eis 
que ainda em curso o prazo da prescrição da pretensão punitiva, de forma intercorrente. 
Entretanto, se o agravo for manejado intempestivamente, sua interposição não impedirá o 
implemento do trânsito em julgado, o qual pode ser de pronto identificado, haja vista se 
tratar de evento objetivamente aferível, sem necessidade de adentrar o próprio mérito do 
recurso. Nesse caso, ainda que submetido ao duplo juízo de admissibilidade, inevitável o 
reconhecimento da intempestividade. REsp 1.255.240-DF, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 19/9/2013. 
ESTELIONATO. CONTINUIDADE DELITIVA. PRESCRIÇÃO. 
Trata-se de REsp contra o acórdão que manteve a pena-base do paciente em três anos de 
reclusão, pelo crime de estelionato em continuidade delitiva (art. 171, caput, c/c o art. 71, 
ambos do CP). Alega-se, em síntese, violação dos arts. 45, § 1º, 59, 107, IV, e 109, IV, todos 
do mesmo codex. Pretende-se o reconhecimento da prescrição punitiva estatal, pois 
ultrapassados oito anos desde a data do recebimento da denúncia e a do trânsito em 
julgado para o MP, bem como a revisão da dosimetria da pena, ao argumento de que o 
recorrente, embora seja primário e de bons antecedentes, teve sua pena fixada muito 
acima do mínimo legal. Diante disso, a Turma conheceu parcialmente do recurso, mas lhe 
negou provimento pelos fundamentos, entre outros, de que a interrupção do prazo 
prescricional ocorre na data do registro da sentença condenatória em cartório, e não na 
data de sua publicação ou do trânsito em julgado para o MP. 
Dessa forma, considerando que os fatos remontam a 1991, a denúncia foi recebida em 
23/11/1995 e a sentença publicada em cartório em 18/11/2003, não se ultrapassou o 
lapso de oito anos previsto em lei (art. 109, IV, do CP). Observou-se que o fato de o 
recorrente ser primário não conduz, invariavelmente, à fixação da pena-base no mínimo 
ou muito próxima do mínimo legal, como alega, se as demais circunstâncias judiciais foram 
consideradas desfavoráveis, como no caso, em que o grau de culpabilidade, as 
circunstâncias e consequências do delito justificam, por si só, a reprimenda fixada. O que 
não se admite, conforme entendimento reiterado tanto no STJ quanto no STF, é que a 
pena-base seja fixada acima do mínimo legal sem a devida fundamentação, o que não 
ocorreu na hipótese. Ressalte-se que o recorrente, pertencente a uma comunidade 
evangélica, junto com os demais corréus, teria criado cooperativa habitacional de fachada, 
já que não comprovada qualquer autorização oficial para seu funcionamento, com o intuito 
de comercializar casas populares em âmbito nacional. Mas, depois de receber o dinheiro 
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dos incautos, sob a alegação de impossibilidade de entregar as moradias prometidas, 
simulava a devolução das quantias, utilizando, no entanto, cheques sem provisão de 
fundos. Assim, o fato de o acusado valer-se de sua posição dentro da referida comunidade, 
a preparação meticulosa do ardil, o grande prejuízo causado e a quantidade de vítimas 
lesadas demonstram estar escorreita a sentença quando fixou a pena-base acima do 
mínimo legal. Precedentes citados do STF: HC 69.960-SP, DJ 6/8/1993; do STJ: HC 
44.230-SP, DJ 3/4/2006; HC 81.669-SC, DJ 22/10/2007; RHC 21.743-SC, DJe 
10/5/2010; HC 65.899-RS, DJ 5/2/2007, e HC 44.679-RS, DJe 6/10/2008. REsp 
1.154.383-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 21/9/2010. 
Informativo STJ n. 0448 - Período: 20 a 24 de setembro de 2010

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