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METODOLOGIA DA PESQUISA (ESTACIO DE SÁ) Metodologia da Pesquisa é uma disciplina comum a diferentes cursos que pretende mostrar a importância da pesquisa acadêmica e orientar a elaboração dos trabalhos de conclusão de curso, com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). AULA 1 - A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de graduação objetiva alcançar uma qualificação teórica e metodológica dos graduandos (BOAVENTURA, 2009, p.20) . Sua elaboração exige um cuidadoso processo de pesquisa que se inicia com a definição do tema, sua delimitação, investigação bibliográfica, atendendo às orientações da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. O conceito de Pesquisa Desmistificando o conceito de Pesquisa! Pesquisa: ( ... ) atividade intelectual intencional que visa responder às necessidades humanas. ( ... )Pesquisar é o exercício intencional da pura atividade intelectual, Visando melhorar as condições práticas de existência (SANTOS,2007, 17- 20). A pesquisa e um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados, soluções ou leis, em qualquer área do conhecimento. Dessa forma, a pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico. Podemos, assim, indicar os três elementos que caracterizam a pesquisa: a) o levantamento de algum problema; b) a solução à qual se chega; c) os meios escolhidos para chegar a essa solução, a saber os instrumentos científicos e os procedimentos adequados (RAMPAZZO ., 2005, p.49). Uma definição pertinente de pesquisa poderia ser: diálogo inteligente com a realidade, tornando-se como Processo e atitude, e como integrante do cotidiano. ( ... ) Diálogo é fala contrária, entre atores que se encontram e se defrontam (DEMO,2009, p.37). Pesquisar é pensar, refletir, ler, discutir, perguntar, criticar, descobrir, enfim, e buscar uma visão, uma explicação, uma ideia, uma solução para as perguntas e problemas que nos movimentam e interessam; é construir, formar e organizar um pensamento (próprio ou não); é alcançar um resultado que apazígue ou que confirme a inquietude inicial. Saber pesquisar é uma maneira para enfrentar qualquer desafio novo, e a vida dos profissionais é uma constante renovação destes desafios (MARQUES, 2003). Segundo Pedro Demo (2009) pesquisar coincide com criação e emancipação. Através da pesquisa se estabelece um verdadeiro diálogo com a realidade nos permitindo construir uma consciência crítica, um espírito crítico. Por isso, não se trata de copiar o que já foi dito, mas reconstruir oferecendo novas possibilidades., Podemos concluir que toda pesquisa revela um: Procedimento reflexivo, Procedimento sistemático, Procedimento crítico É uma atividade voltada para a solução de problemas Três elementos caracterizam a pesquisa: a) o levantamento de algum problema; b) a solução à qual se chega; c) os meios escolhidos para chegar a essa solução . A pesquisa pressupõe o conhecimento dos conteúdos mais importantes, a atualização nas polêmicas teóricas, a precisão no uso dos conceitos e a criatividade na interpretação. Como afirma Pedro Demo (2009), quem não pesquisa apenas reproduz ou apenas escuta. Ou aproveitando uma ideia do senso comum: o que os olhos não veem [leia-se leem], o coração não sente! Na vida, encontramos muitas razões que direcionam um profissional a realizar uma pesquisa. Na universidade, a pesquisa assume um lugar de destaque. É indiscutível que o ensino sempre foi considerado uma atividade primordial da universidade, desde a Idade Média. Todavia o princípio que relaciona ensino e pesquisa foi apresentado por Wilhelm Von Humboldt, na ocasião que criou a Universidade de Bertim, em 1810, introduzido no ensino brasileiro em 1968, para enriquecer a atividade universitária (BOAVENTURA, 2009, p. 20). Nesse sentido, a nossa trajetória tem mostrado que essa relação se tomou um instrumento útil de qualificação teórica para os estudantes. O ponto de partida! Para iniciar uma pesquisa é preciso conhecer os tipos disponíveis. E, nesse sentido, uma classificação com base em critérios poderá ser útil. Nesse processo alguns cuidados são recomendáveis. Encontramos em farta literatura sobre o assunto uma classificação do ponto de vista de: •Sua natureza, ou seja, essência; •Sua abordagem, que significa forma de tratar alguma questão; •Seus objetivos, entenda-se finalidade ou motivo; •Seus procedimentos, que se traduz no sentido de maneiras de agir ou instruções. Recomendamos a você que estude o significado de cada um, considerando a pesquisa que terá de realizar. O que se pode pesquisar na internet? A internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro. Nesse sentido, permite a pesquisa de milhares de informações diferentes, hoje, um acervo extraordinário. Como encontramos muitas informações, temos que selecionar o material de pesquisa em sites confiáveis. Para pesquisar na internet, temos sites de busca tais como: Google, Alta Vista, Excite e Yahoo. Além de vários endereços eletrônicos de bibliotecas que colocam disposição informações de fontes bibliográficas. Também, encontramos disponível na internet o site das editoras contendo informações sobre os lançamentos editoriais; sites de revistas eletrônicas, jornais, instituições de pesquisas e entidades culturais. Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações disponíveis. Nunca utilize informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais, observe a veracidade das informações postadas na Web. Administre as imperfeições no conteúdo, verificando a fonte da informação obtida. Lembre-se, a internet é livre, mas há autoria que deve ser respeitada. Wikipédia A Wikipédia é uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo de forma colaborativa. Qualquer pessoa poderá se tomar um editor de algum conteúdo. Observe que é uma enciclopédia multilíngue, podendo ser escrita em diversos idiomas e em diferentes regiões. Por ser uma enciclopédia livre, não há fins lucrativos e qualquer informação publicada poderá ser transcrita, modificada e ampliada por qualquer pessoa. Será que é confiável? AULA 2 - O PROBLEMA CIENTÍFICO: A ESCOLHA DO TEMA E IMPORTÂNCIA DE SUA DELIMITAÇÃO Inicia-se uma pesquisa pela escolha do tema. Para tanto é preciso uma série de cuidados e, nesse sentido, é importante observar que independente da área de saber, todos enfrentam desafios parecidos: escolher um tema para pesquisar não é fácil! O tema representa o objeto da pesquisa. Por objeto, entende-se aquilo que é pensado, que será investigado (LALANDE, 1993). Assim, deve ser mais restrito que o assunto, faz parte dele. Isso mostra que o assunto é mais amplo e abrangente que o tema (LEITE, 2008, p. 190). Acrescente-se, também, que o tema precisa ser específico para que as respostas, ao final da pesquisa, sejam igualmente específicas. Por isso, costuma-se dizer que a primeira e fundamental fase de qualquer pesquisa é a definição do que vai ser pesquisado. Logo, a escolha do tema não deve ser apressada (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2007). Nesta tarefa requer-se habilidade teórico-crítica, ou seja, conhecer e dominar os conceitos, as abordagens e os autores relevantes para a pesquisa como um pressuposto importante para a escolha do tema. Há uma recomendação neste caso: Ler tanto quanto o tempo permita sobre o seu tema pode-lhe dar ideias não somente sobre a pesquisa que outros têm feito, mas também sobre sua abordagem e seus métodos (BELL, 2008, p. 57). Do tema ao objeto de pesquisa! Quando se pretende construir um objeto de pesquisa, deve-se transformar o assunto em tema e este num objeto de investigação delimitadoe preciso. Se por hipótese, um pesquisador desejar investigar o assunto violência. Deve-se indagar a que tipo de violência se refere, pois há muitas possibilidades. Poderá investigar tal assunto sob o enfoque teórico, mas deverá escolher as teorias, os autores, por exemplo. Podemos investigá-la sob o ponto de vista social, jurídico, psicológico, filosófico etc. Se preferir direcionar sua pesquisa para um estudo empírico precisará delimitar a um caso concreto, descrevendo-o minuciosamente. Assim, conseguirá transformar um tema em um verdadeiro objeto de pesquisa. Poderá pesquisar, por exemplo, os aspectos da violência doméstica contra adolescentes na realidade fluminense e suas relações com as conciliações sociais e econômicas das famílias moradoras nas comunidades carentes. Temos aqui um tipo específico de violência: a violência doméstica. Acrescente-se que a pesquisa pretende focalizar adolescentes na realidade fluminense e, em comunidades carentes. A partir de um tema específico poderemos alcançar respostas específicas. Imagine que um pesquisador pretende investigar o tema liderança. Para tanto, deverá transformá-lo num objeto de pesquisa, porque falar tudo o que sabe sobre liderança não caracteriza seu trabalho como um trabalho científico. E mais. O tema é muito amplo e fatalmente haverá omissões. O tema deve ser ESPECÍFICO! O autor do tema deve ser, nas palavras de Umberto Eco, "a maior autoridade viva sobre o assunto". Não se assuste, mas é preciso conhecer e dominar o assunto escolhido, pois um tema mal delimitado eliminará qualquer possibilidade de uma contribuição inovadora. Segundo Welber Oliveira Barrai (201 O, p. 38), com um tema muito amplo, o pesquisador fará, no máximo, a revisão bibliográfica do tema, ou seja, um "fichamento": uma listagem aborrecida de "fulano disse", "beltrano falou" que não trará novidade à matéria. Não se esqueça! - Um tema amplo possibilita omissões; - Um tema específico dará mais segurança ao pesquisador; O tema deve ser ACESSÍVEL! Um tema acessível significa que as fontes devem ser examinadas pelo pesquisador. Como sugestão, observamos que: (a) não se pode fazer uma pesquisa sobre tema cujas fontes primárias estejam em idioma estrangeiro; (b) se a pesquisa for sobre a obra de um autor estrangeiro, deve-se ler no original; (c) algumas disciplinas dependem mais da literatura estrangeira na revisão bibliográfica" (BARRAL, 2010, p. 39-40). Imagine que alguém resolva fazer uma pesquisa original sobre a estrutura familiar entre os ianomâmis. Provavelmente, não encontrará literatura disponível sobre o assunto. Neste caso, vale indagar: teria disponibilidade para viver por algum tempo numa reserva indígena? Que resposta daria? E se um pesquisador decidir realizar uma pesquisa sobre o novo código civil húngaro. Teremos aqui um grande problema: ele não domina a língua húngara. Certamente, não terá acesso às fontes primárias mais importantes para desenvolver o seu tema. A necessidade de que o tema seja EXEQUÍVEL no prazo estipulado! Um erro comum é acreditar que um trabalho inovador poderá ser feito em poucos dias. Um trabalho científico exige tempo para pesquisar as fontes, ler a bibliografia, refletir, escrever, revisar, corrigir. Nesse sentido, o pesquisador deve estar atento ao prazo determinado por sua instituição de ensino e "não ceder à tentação de mudar de tema ao longo da pesquisa" (BARRAL, 201 O, p. 39-40) . A escolha do tema também deve considerar as EXIGÊNCIAS INSTITUCIONAIS! O curso pode ter linhas de pesquisa específicas, dentro das quais devem se encaixar os trabalhos realizados pelos alunos. Esse direcionamento temático é relevante porque reflete na disponibilidade de um orientador, ou seja, um professor que domine o tema, e possa, assim, auxiliá-lo ao longo da pesquisa (BARRAL, 201 O, p. 39-40) . Sugere-se que o tema seja ATUAL e CONTROVERTIDO! Um tema histórico pode ser interessante se há a necessidade de se esclarecer um problema atual. O conhecimento das experiências passadas, certamente, contribui para a compreensão da atualidade, bem como poderá minimizar eventuais erros. Todavia, há algumas dificuldades num tema histórico, principalmente no que tange ao acesso às fontes. A escolha de um tema do momento - também traz riscos e dificuldades. Algumas recomendações podem ser feitas também para se identificar temas atuais: conversas com o orientador e outros pesquisadores, participação em congressos na área de interesse e leitura de periódicos atualizados (BARRAL, 201 O, p. 43). A aptidão para o tema, o interesse pessoal e a maturidade intelectual! Entende-se por aptidão, a facilidade de aprendizado de uma determinada área de conhecimento. E neste ponto, é bom recomendar que "será mais fácil ao estudante dedicar-se a uma área de conhecimento para a qual tenha aptidão para a qual demonstre facilidade de aprendizado e entusiasmo para conhecer mais"'. Deve-se tomar muito cuidado para não ser seduzido pela simpatia a professores, palestrantes. e não a temas (BARRAL. 201 O. p. 43) . Possivelmente o trabalho será árduo se o estudante não tiver maturidade intelectual para enfrentar os desafios do tema escolhido. Essa maturidade se adquire com o tempo e com horas de leitura e análise. Não se pode aguardar a inspiração chegar pois não há atalhos ou fórmulas mágicas para elaboração de um trabalho. A recomendação é a seguinte: o estudante deve se esforçar para compatibilizar o tema escolhido com o seu interesse pessoal. Segundo Antônio Carlos Gil (201 O, p. 1). há razões de ordem intelectual e de ordem prática que determinam uma pesquisa. Welber Oliveira Barrai (2010. p. 43) . ilustra. com muita propriedade, o critério da maturidade intelectual a partir de um exemplo interessante: Imagine um pesquisador que apresentou um excelente projeto sobre a caracterização do crime na obra de Michel Foucault, sobre quem havia lido apenas um artigo. Ora, Foucault é um autor difícil com obras extremamente densas, que demandam prévias leituras, para conhecer termos e conceitos criados pelo próprio autor. E isso não era possível no prazo que o pesquisador tinha à disposição e que não lhe permitiria desenvolver a maturidade necessária à compreensão do tema. De um modo geral os autores em metodologia da pesquisa observam que o envolvimento com a pesquisa exige a disposição para a aprendizagem de e da área de saber escolhida pelo estudante. À medida que o estudante se insere nessa tarefa vai adquirindo mais autonomia intelectual para produzir uma pesquisa. As atividades acadêmicas, tais como elaboração de resumos, resenhas, pesquisa bibliográfica, relatórios. seminários e fichamento de textos contribuem para a ideia de atividade científica, a partir de três elementos, a saber: adquirir conhecimentos, criar novos conhecimentos e comunicá-los à comunidade científica através de um trabalho de conclusão de curso. A atividade científica, nesse sentido. envolve criticidade. rigor. disciplina e sistematicidade no manejo do objeto da pesquisa. Uma dica! Procure elaborar um mapa conceituai sobre o tema da sua pesquisa. Podemos dizer que mapa conceitual é uma representação gráfica de um conjunto de conceitos que se relacionam dentro de um tema. Neste mapa, inserimos conceitos e observamos as relações que guardem entre si. As relações entre os conceitos são especificadas através de frases/palavras de ligação nos arcos que unem os conceitos. As frases/palavras de ligação têm funções estruturantes e exercem papel fundamental na representação de uma relação entre dois conceitos. Muitos denominam o mapa conceituai como um "Brainstorm" , expressão em língua inglesa que denota "tempestade de ideias". Definição Brainstorm - Técnica de discussão em grupoque se vale da contribuição espontânea de ideias por parte de todos os participantes, no intuito de resolver algum problema ou conceder um trabalho criativo ( Dic. HOUAISS) O problema científico Observe que o tema central é Tempos Modernos. Na tentativa de delimitar o tema, o pesquisador relacionou o conceito aos termos: filme, crescimento populacional, violência etc. Usou palavras de ligação tais como: facilitou, aumenta, ampliou, modifica etc. Siga este exemplo! Sempre que se inicia uma pesquisa, há muitas informações que precisam ser selecionadas, organizadas e classificadas. É preciso pensar nas questões-chave que envolvem o seu tema, as principais teorias, como foram aplicadas e desenvolvidas, bem como as principais críticas que foram elaboradas em relação ao tema escolhido. Com o mapa conceituai você terá um quadro contendo os pontos centrais que envolvem o seu tema, ou seja, elabora um esboço de estrutura teórica com os aspectos principais a serem estudados. AULA 3 – O Problema Científico: Realização da pesquisa bibliográfica e sua discussão. Isaac Newton foi considerado um grande pensador da Física Moderna, mas confessou que não chegou ao lugar que queria sozinho. Precisou investigar pensadores e suas obras. Newton não elaborou sua teoria da gravidade do nada mas seu ponto partida foram as ideias de quem veio antes dele. Assim, nos ensina uma boa lição: qualquer estudo científico deve partir de pesquisas bibliográficas e/ou documentais. Isto significa dizer que o estudante deve basear suas ideias em teorias já existentes ou informações específicas sobre o tema a ser estudado. Dessa maneira, não vai realizar o seu trabalho às cegas, mas tudo o que disser encontrará apoio em autores estudiosos do assinto e em trabalhos publicados. A estrutura teórica a ser utilizada na pesquisa cientifica deve resultar de dados bibliográficos e documentais selecionados criteriosamente em leituras e fichamentos. Segundo autores de metodologia: Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento do estado da arte do tema, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e as contribuições da própria pesquisa (CERVO; BERV1AN: SILVA, 2006, p. 60). Lembre-se, qualquer trabalho científico só assumirá esse caráter se discutido, analisado ou fundamentado em conceitos e teorias já consagradas, seja para confirmar ou não as ideias presentes no trabalho. Tal fundamentação teórica se faz por meio de uma pesquisa bibliográfica e/ou documental exaustiva. CONCEITOS IMPORTANTES! Antes de tudo é preciso conhecer alguns conceitos, tais como: fonte bibliográfica, fontes primárias e secundárias. Em metodologia, entende-se por fonte a informação essencial para a construção do conhecimento a partir da escolha do objeto de pesquisa. Nesse aspecto, é muito comum diferenciar fontes primárias de secundárias. Sendo a fonte primária, o objeto em análise. Nos dizeres de Welber Oliveira Barral (2010, p. 91), "numa pesquisa de laboratório, as fontes primárias serão os resultados obtidos a partir da experiência química. Numa pesquisa antropológica, serão os relatórios relativos ao comportamento do grupo social observado". Quando investigamos fontes secundárias, analisamos os comentários sobre as fontes primárias. Trata-se da literatura disponível sobre o tema, estudos publicados, palestras e conferências em que um pesquisador apresenta seus estudos sobre determinado objeto de pesquisa (BARRAL. 2010). Nesta classificação das fontes, uma consequência é inevitável: a fonte primária é prioritária para qualquer pesquisa. Não se deve construir o embasamento teórico de uma pesquisa apenas sobre fontes secundárias (BARRAL, 2010). Alguns cuidados são importantes: Não podemos usar a fonte secundária para confirmar a existência de um dado primário. Por exemplo: "Segundo Norberto Bobbio. o conceito de vontade geral é definido por Rousseau como...". Observe que Rousseau é a fonte primária, assim o estudante deve examiná-lo e interpretá-lo diretamente. Como adverte Welber Oliveira Barral (2010, p. 92). "ao socorre-se de argumento de autoridade, na realidade enfraquece seu papel de intérprete. E isso não é admissivel numa pesquisa cientifica." Deve-se esgotar a fonte primária, lendo o conteúdo com cuidado para embasar suas ideias de maneira eficiente. Por exemplo: Imagine uma pesquisa realizada por um estudante de Direito sobre os direitos da companheira. Ele deseja investigar como o Tribunal de Justiça do seu Estado está interpretando a lei. Neste caso é importante examinar minuciosamente a integra dos acórdãos deste Tribunal e não somente a ementa das decisões. Numa pesquisa deve-se evitar o uso de manuais, porque são publicações didáticas que apresentam uma abordagem inicial e superficial sobre os temas discutidos. Tais publicações servem ao propósito de despertar o interesse do estudante. Assim, cuidado. pois manuais não são fontes primárias, bem como não são considerados como fontes secundárias. Todo estudante pergunta quantas fontes devem ser consultadas. O fato é que sobre o tema da sua pesquisa, você deverá ler tudo o que já se publicou. Como recomenda Welber Oliveira Barral (2010, p. 93). "todas as publicações referentes ao problema escolhido devem ser analisadas". Não confie na sua memória! Faça anotações e previna-se contra o plágio. Todos os dados utilizados na sua pesquisa devem provir de fontes confiáveis, e mais, identificáveis. Anote os elementos essenciais da obra que está sendo utilizada. Para tanto, consulte a ficha catalográfica que fica no verso da folha de rosto da publicação. Vamos combinar que perder horas para achar o nome da editora daquele livro importantíssimo. mas que você não anotou, ninguém merece! PESQUISA BIBLIOGRÁFICA É uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção. fichamento e arquivamento de informações relacionadas á pesquisa. O termo bibliografia significa o conjunto dos livros escritos sobre determinado assunto. por autores conhecidos e identificados ou anônimos. Há uma regra de ouro no caso da pesquisa bibliográfica: nunca vá a uma biblioteca sem saber exatamente o que procurar Existem obras de referência que são publicações que trazem resumos de trabalhos publicados em diversas áreas. consulte- as! A pesquisa bibliográfica é portanto o exame de uma bibliografia para levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado assunto que assumimos como tema de pesquisa científica. E nesse sentido encontramos dois tipos de fontes: Fontes primárias: contém trabalhos originais com conhecimento original e publicado pela primeira vez pelos autores. Exemplos: Monografias. teses universitárias. livros. relatórios técnicos. artigos em revistas científicas. anais de congressos. Fontes secundárias: contém trabalhos não originais e que basicamente citam. revisam e interpretam trabalhos originais. Exemplos: Artigos de revisão bibliográfica, livros-texto. tratados. enciclopédias. artigos de divulgação. Segundo Carlos Antônio Gil (2010. p. 29): A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente. esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas. jornais. teses, dissertações e anis de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação. estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes. como discos. fitas magnéticas. CDs. bem como o material disponibilizado pela Internet. PESQUISA DOCUMENTAL: Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que podem ser: documentos pessoais, cartas, diários. jornais. balanceies.microfilmes. fotografias. memorandos. ofícios. vídeos, documentos estatísticos e outros. Há uma análise da descrição do conteúdo manifesto para se alcançar uma rede de significados. Em ciência. documento é toda forma de registro e sistematização de dados. informações. colocando-os em condição de análise por parte do pesquisador. Para Antônio Carlos Gil (2010) a pesquisa documental assemellha-se muito á pesquisa bibliográfica. A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. Neste caso. utiliza materiais que não receberam o tratamento analítico. ou que ainda podem ser reelaborados. Neste aspecto. observa: "0 conceito de documento. por sua vez. é bastante amplo. já que este pode ser constituído por qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento" (GIL. 2010. p. 31). O que se pode pesquisar na internet? A internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro. Nesse sentido, permite a pesquisa de milhares de informações diferentes, hoje, um acervo extraordinário. Como encontramos muitas informações, temos que selecionar o material de pesquisa em sites confiáveis. Para pesquisar na internet, temos sites de busca tais como: Google, Alta Vista, Excite e Yahoo. Além de vários endereços eletrônicos de bibliotecas que colocam disposição informações de fontes bibliográficas. Também, encontramos disponível na internet o site das editoras contendo informações sobre os lançamentos editoriais; sites de revistas eletrônicas, jornais, instituições de pesquisas e entidades culturais. Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações disponíveis. Nunca utilize informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais, observe a veracidade das informações postadas na Web. Administre as imperfeições no conteúdo, verificando a fonte da informação obtida. Wikipédia A Wikipédia é uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo de forma colaborativa. Qualquer pessoa poderá se tornar um editor de algum conteúdo. Observe que é uma enciclopédia multilíngue, podendo ser escrita em diversos idiomas e em diferentes regiões. Por ser uma enciclopédia livre, não há fins lucrativos e qualquer informação publicada poderá ser transcrita, modificada e ampliada por qualquer pessoa. Deve ser manipulada com muito cuidado. Para fazer uma boa pesquisa bibliográfica é preciso seguir algumas etapas. Vamos conhecê-las? 1. Identificar e conhecer o acervo existente sobre o assunto nas bibliotecas a serem consultadas: 2. Localizar e fichar os diferentes tipos de obras e documentos ali catalogados. como livros, artigos. revistas. jornais. relatórios científicos etc. 3. Iniciar a consulta pela leitura geral sobre o assunto. depois pela leitura especializada: 4. Copiar os dados e informações obtidos anotando as referências indispensáveis para o trabalho; Dica! Alguns autores sugerem o fichamento como recurso útil no momento de uma pesquisa bibliográfica. De fato, nos parece um recurso valioso. Vamos aproveitar os exemplos ofertados por Welber Oliveira Barral (2010, p. 100-101) sobre os tipos de fichamento: 1. Fichamento de uma citação: transcrever trechos significativos da obra. Título: Direto e Desenvolvimento Referência: BARRAL Welber 0. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da ordem jurídica brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005. Aluno: (nome do aluno) "O que é desenvolvimento? Trata-se de urna palavra de sentido vago. à qual raramente se agregam diversos adjetivos, como "infantil" ou "regional", como conotações não apenas distintas, mas muitas vezes contraditórias." (p.31) 2. Fichamento resumo: paráfrases. sínteses pessoais das principais ideias do autor. Título: Direto e Desenvolvimento Referência: BARRAL, Welber 0. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da ordem jurídica brasileira sob a ótica do desenvoNimento. São Paulo: Singular. 2005. Aluno: (nome do aluno) O autor inicia o livro questionando o conteúdo do termo desenvolvimento, principal problema que o livro busca analisar Ressalta que esse termo tem a si atribuídos diversos adjetivos. 3. Fichamento critico (resenha): o autor do fichamento elabora um resumo das ideias do autor lido e oferece uma opinião pessoal sobre o tema estudado. Título: Direto e Desenvolvimento Referência: BARRAL Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da ordem jurídica brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular. 2005. Aluno: (nome do aluno) A ideia central do livro é discutir a noção de desenvolvimento. analisando a ordem jurídica brasileira a partir da ótica do desenvolvimento. Ao propor esta abordagem, o objetivo dos autores é verificar não apenas de que forma o direito influencia o processo de desenvolvimento, mas também constatar como o direito brasileiro influencia o processo de desenvolvimento nacional. Preparando o terreno... Já vimos que se deve ler tanto quanto o tempo permita. Nesta tarefa, certifique•se se você pode confiar no que está tendo. E se existem outras fontes confirmando ou não tais ideias. Cabe lembrar que é preciso saber quem é o autor que está sendo lido, sua trajetória em determinado campo do saber e se o seu pensamento é tendencioso ou não. Assim que você estabelecer uma rotina para isso, o registro de tais informações será automático. Não dependa somente de informações obtidas da internet e utilize o tipo de fichamento que lhe for mais conveniente. Consulte obras de referências, periódicos científicos, teses e dissertações, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e resumo. Por fim, uma recomendação bem interessante de Welber Oliveira Barral (2010, p. 94) e que poderá ser muito útil: Um recomendação especial se refere à coleta e armazenamento de dados por meio eletrônico. Em outras palavras, o seu cândido computador não é um ser confiável. Ele terá algum problema grave por ano. Por isso, tome cuidado em gravar semanalmente uma cópia de segurança de todos os dados obtidos eletronicamente e, obviamente, dos capítulos redigidos. Lembre-se da Lei de Murphy: se alguma coisa pode dar errado, ela vai dar errado. E normalmente ás vésperas da data de entrega do trabalho. AULA 4 - O problema científico: a problematização do tema. A construção de hipóteses e as questões norteadoras O problema científico: A problematização do tema Quando realizamos uma pesquisa, não basta delimitar o tema a um objeto de pesquisa, mas deve-se identificar em seguida um problema específico que será analisado no trabalho. Problematizar é outro desafio após a escolha do tema, mas configura passo importante para o estudo. Quando problematizamos explicitamos a dificuldade que pretendemos resolver. É neste ponto que a problematização se relaciona diretamente com o foco do trabalho, no que se refere ao tema selecionado. É a pergunta a ser respondida ao final, pois um tema pode abranger problemas distintos. Por isso, se o estudante não delimitar claramente o problema - o enfoque - terá dificuldades em organizar a pesquisa e a redação. Para dar maior clareza, deve-se formular o problema como um questionamento, encerrando a frase com um ponto de interrogação. O trabalho pretenderá, portanto, responder àquele questionamento específico. Assim como a descrição de um tema, sua delimitação, a explicação de um objetivo, seja ele real ou especifico, a formulação do problema é imprescindível à pesquisa. O mesmo deve ter as seguintes características: clareza, objetividade, concisão e especificidade, evitando, assim, formulações genéricas que lembrem um questionário qualquer, em que não se consiga um desenvolvimento mais profundo (KAHLMEYER-MERTENS, 2007, p. 39). Com a formulaçãodo problema como uma pergunta, deve-se esclarecer para o próprio estudante qual é o foco central do trabalho, o que se saberá quando a pesquisa for concluída. Podemos denominar de questão-problema, pergunta de partida ou questão norteadora da pesquisa. Os dicionários definem o termo problema como obstáculo, contratempo, dificuldade que desafia a capacidade de solucionar de alguém. Também mencionam: situação difícil, conflito, pessoa, coisa ou situação incômoda, preocupante. E problema científico como assunto controverso, ainda não satisfatoriamente respondido, em qualquer campo do conhecimento, e que pode ser objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas. Dizendo de outro modo, questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Problematizar significa (MARTINS, 2005, p. 137) 1. Transformar o assunto e problema, pois assim se torna pesquisável de modo a poder produzir respostas especificas; 2. Identificar no tema escolhido alguma dificuldade teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução; 3. Descobrir no assunto uma situação controvertida, passível de discussão. Descobrir no assunto uma situação controvertida, passível de discussão. NÃO SÃO PROBLEMAS CIENTÍFICOS Segundo Antônio Carlos Gil (2010, p. 8-9), nem todo problema é passível de tratamento científico! Vamos começar observando o que não pode ser considerado um problema científico e as razões dessa negativa. Deve-se indagar se o problema formulado se enquadra na categoria de problema científico. Portanto, não são problemas científicos aqueles que expressam o sentido de problemas ou questões de engenharia. Essa denominação foi criada por Fred Kerlinger (1980 apud Gil, 2010) porque denotam a preocupação em como fazer algo de maneira eficiente. Em nada se relaciona com a faculdade de engenharia, mas com construção, criação, execução de algo em que se utilize engenho e arte. Nas palavras de Antônio Carlos Gil (2010, p. 8), não indagam como são as coisas, suas causas e consequências. mas indagam acerca de como fazer as coisas. O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável: - A delimitação do problema está relacionada com os meios disponíveis para investigação - Delimitar significa impor limites, objetivar e restringir. Dica! Após delimitar o tema procure ler o que os autores falam sobre ele e anote como problematizaram o tema. Observe como levantaram questões norteadoras da pesquisa, bem como responderam a essas questões formuladas. Eis um bom exercício para ajudá-lo na problematização de um tema. Pesquisa alguma poderá prescindir de uma boa problematização! Não se preocupe, porque formular um problema científico nada mais é do que aperfeiçoar, isto é, estruturar com mais detalhes o objeto da pesquisa. Temos que evitar questões demasiado gerais, tais como (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 36-37): "Por que alguns casamentos duram mais que outros?" "As pessoas que se submetem à psicoterapia mudam com o tempo?" "Os empresários se comprometem mais com suas empresas que os funcionários?" "Como estão relacionados os meios de comunicação de massa com o voto?" De fato, a maneira corno foram formuladas dá margem à grande quantidade de dúvidas. Como poderei investigá-las? É melhor que sejam precisas. O problema deve conter variáveis Um problema é de natureza cientifica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis, que podem ser observadas e manipuladas, enfim, verificadas na realidade ou em seu meio. O que entendemos por variáveis? Uma variável é uma propriedade que pode variar e, por conseguinte é suscetível de medição e observação (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 121). Podemos pensar em alguns exemplos de variáveis: sexo, atributos físicos, tipos de personalidade, uma situação, um tipo de motivação, produtividade de determinado tipo de objeto, eficiência em procedimentos, eficácia de determinada medida, dentre outros. O termo variável é o dos mais utilizados na linguagem acadêmica. Seu objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002, 1 p.36). Assim, adquirem valor para a pesquisa cientifica quando se relacionam com outras variáveis possibilitando a formulação de uma teoria ou hipótese. É preciso ' definir conceitualmente as variáveis que integram o problema científico (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 121). Exemplo 1: "Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?" Aqui, temos duas variáveis relacionando-se: • escolaridade • preferência político-partidária. Exemplo 2: "Os alunos de Administração são mais conservadores que os de ciência sociais." Aqui temos duas variáveis relacionando-se: • Curso • conservadorismo Exemplo 3: "A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos." Aqui, temos duas variáveis relacionando-se: • classe social • tempo de amamentação As variáveis podem ser: Independentes: são aquelas que influenciam, determinam ou afetam outra variável. São percebidas como a condição ou a causa para certo resultado, efeito ou consequência. Exemplo: "Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará". Dependentes: consistem nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem influenciados, determinados ou afetados pela variável independente. Exemplo: "Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará ". Intervenientes: são aquelas que numa sequência causal, se colocam entre a variável independente e a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular a influência de uma sobre a outra. Exemplo: "A liderança autoritária influencia na motivação dos colaboradores." Hipóteses: de onde surgem? Quando formulamos um problema científico refletimos sobre possíveis respostas para o problema proposto. Essa resposta provisória é a hipótese do trabalho. "As hipóteses indicam o que estamos buscando ou tentando provar e se definem como tentativas de explicações do fenômeno pesquisado" (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO. 2006, p. 118). A hipótese é a ideia que o trabalho se propõe a apresentar. Advertem alguns autores que nem todas as pesquisas suscitam hipóteses, dependerá da área de saber e o do estudo proposto, porque em muitas situações, principalmente em pesquisas exploratórias não será possível a formulação de hipóteses antes da coleta de dados. Exemplo: Problema: O índice de câncer pulmonar é maior entre fumantes? Hipótese: O índice de câncer pulmonar é maior entre os fumantes do que os não fumantes. Como se percebe no exemplo acima, as hipóteses podem ou não ser comprovadas ao final de uma pesquisa. Ela difere de uma afirmação de fato, porque não estamos certos de sua comprovação antes do término da pesquisa. Inicialmente, há uma tentativa de resposta à pergunta. Observa-se que: A pesquisa científica, as hipóteses são proposições quanto às relações entre duas ou mais variáveis e se fundamentam em conhecimento organizado e sistematizado. As hipóteses podem ser mais ou menos gerais ou precisas, e envolver duas ou mais variáveis, mas em todo caso são apenas proposições sujeitas à comprovação empírica (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 120). Exemplo: "Quanto maior a autoestima, haverá menor medo de sucesso." Quais os critérios que devem ser observados na formulação de hipóteses? (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 124). 1. As hipóteses devem referir-se a uma situação real. 2. As variáveis da hipótese devem ser compreensíveis. 3. A relação entre variáveis propostas na hipótese deve ser clara e verossímil. 4. A relação entre as variáveisdeve ser observável e mensurável. 5. As hipóteses devem estar relacionadas às técnicas disponíveis para comprová-las. Aula 5: A construção do projeto de pesquisa I: a determinação dos objetivos e justificativa da pesquisa A construção do projeto de pesquisa 1: A determinação dos objetivos e justificativa da pesquisa. Se toda pesquisa está direcionada ao conhecimento. deverá conter objetivos e, nesse sentido, podemos afirmar que os objetivos se aproximam da definição do objeto a ser investigado. Como observa Welber Oliveira Barral (2010. p. 59), "a função do objetivo é justamente repetir onde o autor [da pesquisa] pretende chegar". Logo, a intenção do pesquisador é percebida a partir dos seus objetivos. Mas o que entendemos por objetivos? Os dicionários definem objetivo como aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação. O alvo. fim, propósito e objeto. Assim, indicam o que se pretende conhecer. avaliar, ou provar no decorrer da pesquisa. São as metas que se deseja alcançar. Se não construirmos objetivos, não há o que se pesquisar de maneira eficiente (JACOBINI, 2006). É importante expressar os objetivos com clareza, pois constituem as orientações do estudo, ou seja. tenha-os em mente durante todo o desenvolvimento dos estudos para a pesquisa. Nada impedirá que ao longo das leituras surjam objetivos adicionais, modificações nos objetivos estipulados, tudo depende dos rumos que o trabalho de pesquisa irá tomar após o aprofundamento teórico. Objetivo geral Indica o resultado pretendido. Por exemplo: identificar. levantar, descobrir, caracterizar. descrever, traçar. analisar, explicar, etc. Apresenta de forma genérica. o que pretende o pesquisador no desenvolvimento do assunto a ser abordado, independentemente das motivações "pessoais" que podem ter sido apresentadas na justificativa. É importante lembrar que o objetivo geral não pode fugir ao tema proposto (SOARES, 2003. p. 46). Objetivos específicos Indicam as etapas que levarão ã realização do objetivo geral. Por exemplo: classificar, aplicar. distinguir, enumerar, exemplificar selecionar. etc. É a subdivisão do objetivo geral em outros menores. os quais poderão até vir a constituir- se em possíveis capítulos [partes] do trabalho final. Assim como o objetivo geral, os objetivos específicos não devem fugir ao tema (SOARES. 2003, p. 46). Não apontam para o fim do último do trabalho. mas para etapas intermediárias, o que a pesquisa terá de galgar até o objetivo final. Como construir objetivos? 1° passo: ler a questão de partida (problematização do tema). Os objetivos informarão o que está se propondo com a pesquisa, isto é, quais os resultados que pretende alcançar ou qual a contribuição que irá efetivamente proporcionar. 2° passo: escolher verbos de ação. Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração. Uma ação individual ou coletiva se materializa através de um verbo. É importante a precisão na escolha do verbo, escolhendo aquele que exprime a ação que o estudante pretende executar (BARRETO; HONORATO, 1998). 3° passo: escolher os verbos de ação. Algumas sugestões: É importante construir objetivos? Constituem a base do planejamento racional da pesquisa; Possibilitam pensar e planejar em termos específicos; Auxiliam na escolha da metodologia da pesquisa; Informam ao leitor e demais interessados acerca do que a pesquisa se propõe a realizar; Auxiliam a efetuar um estudo seletivo; Ajudam a rever o conteúdo mediante a verificação da relevância no contexto da pesquisa. Vamos conhecer alguns exemplos? 1) Tema: Liderança autoritária e a motivação Problematização: Como a liderança autoritária pode comprometer a motivação dos funcionários da Empresa XYZ. Objetivo Geral: Investigar como o estilo de liderança autoritária compromete a motivação dos funcionários na Empresa XYZ. Objetivos específicos: - Definir o conceito de liderança autoritária; - Descrever alguns exemplos de liderança autoritária na Empresa XYZ; - Definir o conceito de motivação; - Analisar a relação entre liderança e motivação nas organizações. 2) Tema: A violência doméstica contra adolescentes Problematização: Quais os aspectos da violência doméstica contra adolescentes na realidade fluminense e suas relações com as condições sociais e econômicas das famílias moradoras nas comunidades carentes. Objetivo Geral: Investigar a relação entre a violência doméstica contra adolescentes e as condições sociais e econômicas. Objetivos específicos: - Definir o conceito de violência doméstica; - Descrever alguns exemplos de violência doméstica; - Definir o conceito de pobreza; - Analisar a relação entre a violência doméstica e condição socioeconômica. Os erros mais frequentes são... - O esquecimento do verbo que indica a ação a que se objetiva; - A confusão entre o objetivo da pesquisa e o seu objeto; - O uso dos verbos achar, gostar, desejar, conscientizar, acreditar e opinar que não atendem ao requisito metodológico da objetividade. Após construir os objetivos, é preciso justificar o estudo apresentando as razões da pesquisa. A esta parte denominamos de justificativa. Os dicionários definem o termo como a explicação. razão. motivo e fundamento. Este é o momento em que o pesquisador precisa fazer algumas perguntas a si mesmo: o tema é relevante? Por quê? Quais pontos positivos você percebe na abordagem proposta? Que vantagens/benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa indica a relevância do estudo que propomos. AULA 6 – A construção do projeto de pesquisa II: A construção do embasamento teórico, levantamento preliminar e metodologia Revisão de Literatura e Embasamento Teórico Imaginemos um fenômeno da natureza que seja visto, simultaneamente, por pessoas de formação cultural diversa: "uma maçã cai de um galho de uma árvore". Para um físico: manifestação da lei da gravidade; Para um biólogo: a queda da maçã representa o ciclo da vida no Reino vegetal; Para um religioso: a maçã representa a simbologia bíblica; Para um advogado: a maçã caiu num terreno contíguo, deve-se argüir de quem é a propriedade do fruto. Para uma criança: Oba! Fruta! Vou comer a maçã! Moral da História? O olhar humano é mediado por experiências diversas diante dos fenômenos. E nesse aspecto, percebemos diferentes olhares sobre um mesmo fenômeno. A revisão da literatura relativa ao problema elaborado nos revela isso O pesquisador, ao iniciar uma pesquisa, indaga a si mesmo: quem já escreveu sobre o tema? O que disse? Como disse? Suas indagações decorrem da necessidade de sustentar teoricamente o seu estudo. Para tanto, elege um marco teórico, ou seja, analisa teorias e pesquisas anteriores para selecionar o que será útil como ponto de partida para suas investigações. O marco teórico fornece uma referência para o problema científico (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006) Quais as vantagens de se buscar um marco teórico? Podemos destacar algumas, tais como: ajuda a prevenir erros cometidos em outros estudos; serve de orientação para realização do estudo, pois percebendo como os autores trabalharam seu problema cientifico, aperfeiçoamos habilidades; expandimos nossas ideias sobre o objeto da pesquisa; inspira na construção das hipóteses etc. O marco teórico é construído a partir de dois momentos importantes na pesquisa: a revisão da literatura e a posterior escolha de uma perspectiva teórica como referência. Por revisão de literatura entende-se a tarefa de identificar, obter e consultar a bibliografia, bem como outros materiais disponíveis e úteis ao objeto de estudo. Um processo seletivo das referências na nossa área de atuação. É importante ter em mente que se devem selecionar as obras maisimportantes e recentes, bem como aquelas que tenham abordado o tema com enfoque similar ao que pretendemos na pesquisa. Assim, o pesquisador deverá apresentar o resultado desta tarefa no seu embasamento teórico ou fundamentação teórica da pesquisa (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006). É importante mencionar que o termo embalar significa servir de fundamento a ou ser fundamento de; basear (-se), fundar (-se). O item embasamento teórico é a parte do projeto de pesquisa em que o pesquisador expressa determinado ponto de vista sobre o problema formulado. Revisão de literatura: o que já se publicou sobre o tema? Estudamos que após a escolha do tema e sua delimitação em um problema científico, realiza-se uma pesquisa bibliográfica. Além da bibliografia geral e específica, devem-se buscar outras visões em monografias, dissertações e teses, porque muito se aprende com outros pesquisadores que apresentam produção recente sobre o tema do seu interesse. A leitura inicial é seguida de uma releitura exploratória para um maior aprofundamento nos conteúdos pertinentes ao objeto da pesquisa. Dessa maneira, o pesquisador poderá apurar o sentido de palavras-chave, definições, a situação histórica do seu objeto de investigação, eventuais classificações etc. Enfim. o conhecimento inicial é substituído por um aprofundamento na literatura disponível que viabilizará a delimitação do conteúdo a ser investigado. Por cautela não deve desviar o olhar do problema proposto e seus objetivos para que a revisão de literatura seja seletiva (SANTOS, 2007). Importa esclarecer que revisão de literatura não é um amontoado de informações lidas, nem resumos de autores. mas uma discussão do que foi encontrado e relacionado com o problema da pesquisa. Um processo de análise das informações contidas em documentos que colaboram para a eficácia da pesquisa. Por isso, muitos autores afirmam que a revisão de literatura 'objetiva demonstrar o que foi escrito sobre o tema. Consiste na análise e síntese das informações, visando definir as linhas de ação para abordar o assunto ou problema e gerar ideias novas e úteis" (BOAVENTURA, 2009, p. 46). Após a revisão da literatura, o que se deve inserir no embasamento teórico? No embasamento teórico deve-se inserir o resultado da revisão da literatura realizada pelo estudante e, nesse sentido, inclui a referência aos principais autores e obras pertinentes ao objeto da pesquisa. Dentre os pontos de vista apresentados, deve-se escolher urna linha a partir da qual responderá à sua questão de partida. Como assim? O embasamento teórico é uma parte do projeto de pesquisa em que o estudante procede à análise da bibliografia escolhida, observando como os autores têm tratado a questão. Apresenta a que disciplina ou ramo do conhecimento o seu problema científico está vinculado. Não é apenas uma relação bibliográfica, mas uma revisão crítica do que se produziu no plano do pensamento sobre aquele tema. Apresenta-se uma releitura crítica das obras elencadas, com vistas a se posicionar, do ponto de vista teórico, sobre o objeto de investigação. É neste ponto que se percebe a maturidade intelectual do estudante frente ao tema selecionado e ao problema formulado. Desta maneira, o embasamento teórico permite ao estudante posicionar-se ante o objeto de investigação, tomando como referência uma linha de abordagem. E podemos afirmar que: É fundamental que os aspectos teóricos embasadores de sua perspectiva no tratamento do objeto sejam apontados de forma clara e extensiva nesse ponto, para que fique manifesto o seu marco teórico ou o conjunto de referenciais teóricos que irão embasar seu enfoque ou o conjunto dos critérios categoriais fundamentais para tratar de seu tema (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 207). Dica! • Nenhum assunto pode ser abordado numa visão onisciente; • O olhar da ciência é sempre direcionado: parte de um determinado conceito e procura interpretar os fenômenos, à luz de paradigmas; • Outro pesquisador pode buscar fundamentos teóricos diferentes; • O pesquisador precisa eleger um marco teórico para abordar o seu problema; • A literatura relacionada é a base da procura sobre o que já se publicou sobre o tema. Pequeno roteiro para construção do embasamento teórico. 1. Apresentar a bibliografia sobre o tema que você irá pesquisar, destacando: • A riqueza ou escassez de obras sobre o assunto escolhido; • O caráter polêmico do assunto; • As principais linhas de abordagem sobre o assunto. 2. Apresentar os autores e as obras que compõem cada uma das linhas de abordagem: • Apresentar o autor em um pequeno parágrafo (três linhas no máximo - dizer qual a especialização, ramo de atividade principal) • Resumir sua ideia em dois ou três parágrafos (parafrasear) • Citar uma passagem mais significativa do texto do autor, procurando ilustrar o que falou o autor. 3. Posicionar-se elegendo uma das linhas de abordagem especificadas anteriormente. Metodologia Uma vez realizada a revisão de literatura, o passo seguinte consiste em decidir a metodologia a ser adotada para a pesquisa. Nesta parte do projeto de pesquisa devem-se apontar os procedimentos a serem adotados para a resolução do problema proposto. A metodologia de um trabalho de pesquisa deve ser prevista e analisada no projeto. Em linhas gerais, representa o conjunto de meios materiais e humanos empregados pelo investigador para concretizar a pesquisa. Este momento é bastante importante. É por meio dele que as questões de natureza prática relativas à execução do trabalho serão devidamente analisadas. Metodologia vem do termo método que significa "a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou resultado desejado" (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 29). O método a ser adotado decorre do objeto da pesquisa que exigirá procedimentos para que se alcance os resultados previstos. Nesse sentido, a pesquisa poderá ser, exploratória, descritiva, explicativa, estudo de caso, pesquisa de campo, documental, bibliográfica, quantitativa ou qualitativa. Poderá misturar os tipos, pois nada impede que apresente uma abordagem qualitativa e quantitativa ao mesmo tempo. Vejamos um exemplo de estudo de caso que envolve a dimensão exploratória e descritiva: A construção de um plano estratégico de marketing para uma empresa de pequeno porte: o caso do recanto do sorvete - Tiago Nemuel Custódio Resumo A pesquisa objetivou analisar a importância do planejamento estratégico para as organizações, principalmente às empresas de pequeno porte, caracterizando o plano de marketing como um elemento fundamental conectado às diretrizes do plano global da empresa. A metodologia utilizada na primeira etapa constituiu-se de caráter exploratório. O modelo desenvolvido por Westwood foi selecionado pelo autor e adaptado como referencial para confecção do plano de marketing sugerido ao Recanto do Sorvete. A segunda etapa da pesquisa foi de caráter descritivo, apontando a organização como exemplo de estudo de caso. Verificou-se que o plano de marketing é possível de ser implementado, desmistificando o paradigma de que os planos são aplicados somente às organizações de grande porte, pois a pequena empresa também deve crescer baseada na cultura do planejamento. Dicas! Se minha pesquisa é bibliográfica, o que devo mencionar? O estudante deve mencionar criteriosamente os tipos de livros e documentos que estudará, para em seguida prever em quais bibliotecas e arquivos pesquisará. Mas só falará dos tipos de livros, não havendo necessidade de relacioná- los um a um. Posso inserir pesquisa de campo? Podem ser consideradas como forma complementar ao estudo documental e bibliográfico. A técnica da entrevista só deverá ser realizada quando o assunto da pesquisa estiver amadurecido pelo estudante,para que ele possa extrair do entrevistado o máximo de informações que seu conhecimento permitir. O que é uma pesquisa empírica? Como difere da pesquisa teórica? É aquela que se refere à experiência no mundo material. Já a pesquisa teórica se situa no nível conceituai e prescinde de uma experimentação. Como devo nomear uma pesquisa sobre as decisões nos tribunais? Podemos nomear de pesquisa documental, pois a análise das decisões configura o que se entende por documentos, fontes primárias. Aula 7: A redação do projeto de pesquisa I: Regras para citações CITAÇÕES É de se esperar um cuidado especial, por parte do aluno, ao elaborar o seu texto. Segundo Azevedo (1997, p. 109), "o propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados". É, nesse sentido, que se afirma que a linguagem escrita deve estar baseada em regras, que a diferencia do agir espontâneo. É muito comum recorrer aos autores quando realizamos nossas pesquisas. Mas como fazer isso de maneira adequada? Num trabalho cuidadoso, o estudante deve ler diferentes autores sobre o assunto a ser pes- quisado e, assim, organizar o pensamento, fundamentando melhor as ideias antes de iniciar a redação do trabalho. Deve-se citar pouco, mas reescrever muito. Nesse aspecto, o fichamento bibliográfico e o de leitura, configuram fa- ses imprescindíveis para a elaboração de um trabalho acadêmico. Somente após uma leitura cuidadosa, poderemos destacar as citações-chave que iremos utilizar. Mas o que significa citar? Como devo organizar uma citação? As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e devem ser inseridas num texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as ideias. Em qualquer hipótese, a fonte deve ser mencionada. Segundo ABNT, entende-se por citação a "menção a uma informação extraída de outra fonte" (NBR 10520:2002). Vamos conhecer os três tipos de citação: Citação direta As citações diretas são aquelas transcritas no texto tal como se apresentam na fonte consultada. Como esclarece João Bosco Medeiros (2003, p. 187), é a referência a uma obra colhida de outra fonte "para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto". É importante observar que este tipo de citação só se justifica quando o pensamento expresso pelo autor consultado é efetivamente significativo, claro e necessário à exposição, pois exces- sos de citações diretas, tabelas, gráficos, podem acarretar prejuízo à estratégia de comunicação, comprometendo o trabalho. A citação direta exige alguns cuidados: vamos conhecê-los? • As transcrições com até três (03) linhas permanecem no corpo do parágrafo. São denominadas citações diretas cur- tas. • As transcrições com mais de três (03) linhas são destacadas com um recuo em relação à margem da esquerda. São chamadas de citações diretas longas. Vamos conferir alguns exemplos de citação direta curta. João Medeiros (2003, p. 189) observa que "a citação direta exige alguns cuidados elementares com o texto, salien- tando-se entre outros: pontuação, maiúscula, destaques." Assim, as citações diretas, com até três linhas, devem ser transcritas no seu próprio parágrafo, entre aspas duplas. Trecho para citação: "Quem sabe a felicidade seja uma medida que resume, em geral, o significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela." (GIELE, 1999, p. 235) Citação inserida em um parágrafo: Segundo Giele (1999, p. 235), "Quem sabe a felicidade seja uma medida que re- sume, em geral, o significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela." Todos os seres humanos bus- cam a felicidade... Você observou que nos dois exemplos acima o trecho citado não ultrapassou três linhas? Então sempre que você de- sejar transcrever um trecho de algum autor lido deve respeitar essa regra (até três linhas ficará no corpo do seu pará- grafo entre aspas duplas. A fonte da citação deve ser referenciada. As aspas simples devem ser usadas para indicar citação no interior da citação) Citação com mais de três linhas Os trechos transcritos acima de três linhas são apresentados em parágrafos separa- dos, em espaço simples, letra menor que a utilizada no texto e sem aspas duplas. Embora não seja obrigatório o uso de tipologia diferente, deve haver um recuo de 4 cm da margem da esquerda. Vamos ver um exemplo? Trecho para citação: A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva do ser humano. E por, esta razão, a Filosofia é inerente ao Ser Humano como ser racional, mesmo quando o filosofar ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode ensinar a Filosofia. Só é possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é possível se ensinar a filosofar. (SANTOS, 2000, p.13). Citação inserida em um texto: Segundo Santos (2000, p. 13), A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva do ser humano. E por, esta razão, a Filosofia é inerente ao Ser Humano como ser racional, mesmo quando o filosofar ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode ensinar a Filosofia. Só é possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é possível se ensinar a filoso- far. Você observou que no exemplo acima o trecho citado ultrapassou três linhas? Então, sempre que você desejar trans- crever um trecho de algum autor lido deve respeitar essa regra Observe os trechos abaixo e organize-os segundo as regras da ABNT. "O conhecimento científico procura alcançar a verdade dos fatos (objetos), independentemente da escala de valores e das crenças dos cientistas" (FACHIN, 2006, p. 16). Até três tinhas ficará no corpo do seu parágrafo entre aspas duplas. A fonte da citação deve ser referenciada. As aspas simples devem ser usadas para indicar citação no interior da citação. "A literatura metodológica mostra que o conhecimento científico é adquirido pelo método científico e, sem interrupção, Pode ser submetido a teste e aperfeiçoar-se, reformular-se ou até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método. Para melhor entendimento, segue exemplo da evolução científica na área da genética, especificamente no que se re- fere à clonagem, que é o processo da cópia idêntica de outro ser vivo produzido artificial e assexuadamente" (FA- CHIN, 2006, p. 17). Citações diretas com mais de três linhas devem figurar em parágrafo autônomo, com recuo de 4 cm da mar- gem da esquerda, espaço simples e sem aspas duplas. Citação indireta As citações indiretas apresentam formatação diferente, por trata-se de um texto baseado na obra de um autor consul- tado. Nesta hipótese não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação indireta mantém o conteúdo original do texto lido, mas é reescrita com outras palavras. A citação indireta é também denominada de paráfrase. Se- gundo a ABNT, configuram uma transcrição livre do texto do autor (NBR 10520:2002). João Bosco Medeiros (2003) esclarece que a citação indireta pode configurar um resumo, comentário de uma ideia, ou expressar o mesmo conteúdo, mas utilizando outras palavras. Recomenda-nos que parafrasear é preferível à cita- ção direta. Vamos ver um exemplo? Israel Belo de Azevedo (1997) esclarece que toda palavra tem um peso de acordo com sua capacidade de sintetizar uma ideia de maneira clara e concisa. Você observou que no exemplo acima o trecho citado foi reescrito e mencionou-se a fonte da informação? O conteúdo original foi reelaborado e, por isso, não se usa aspas duplas. Em qualquer caso devemos respeitar as ideias do autor. Citação da citação Em algumas leituras verificamos que o autor apresenta uma citação direta ou indireta de outro autor, o qual você não tem acesso à obra. Estamos diante de uma citação da citação que exige o uso da sigla apud que significa citado por. Alguns autores denominam a citação da citação como citação dependente, porque o autor escolhido para cita- ção não foi lido diretamente,mas tomado por empréstimo de outro autor. Não abuse deste recurso Vamos ver um exemplo de uso de apud? 4 cm Segundo Warde (1990 apud ALVES-MAllOTTI, 2003, p. 35), o conceito de pesquisa se ampliou tanto que hoje tudo cabe: "os folclores, os sensos comuns, os relatos de experiência, para não computar os desabafos emocionais e os cabotinismos." Você observou que no exemplo acima o trecho citado é uma citação direta que a autora ALVES-MAllOTTI fez de ou- tro autor (Warde)? Na sua lista de referências deve-se inserir a obra da autora ALVES-MAllOTTI. Então sempre que você desejar transcrever um trecho de algum autor que figura em obra de outro, deve-se respeitar essa regra (Usar a sigla apud, inserindo a referência completa do autor que você pesquisou e não do autor citado, cuja citação pretende mencionar. Na lista de referências deverá inserir o autor a que você teve acesso). Segundo a ABNT, quando os dados forem obtidos em palestras, debates, seminários etc, deve-se indicar entre pa- rênteses, a expressão 'informação verbal', mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé (NBR 10520:2002). Ademais, para enfatizar trechos da citação direta, deve-se destacá-los indicando esta alteração em re- lação ao original com a expressão 'grifo nosso' entre parênteses, após a referência da citação, ou 'grifo do autor' caso o destaque tenha sido feito pelo próprio autor da obra. Vamos ver dois exemplos? "[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer físicos quer morais, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade" (SOUTO, 1916, p. 46, .iftulln n ). "[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que aparecendo o classicismo como manifesta- ção de passado colonial" (CÂNDIDO, 1993, p. 12, grifo do autor). Algumas regras para compor citações diretas e notas Acréscimos ou interpolações: Significa a inserção de expressões que não constam do original - entre colchetes. Pode ocorrer a necessidade de se acrescentar uma palavra ao texto citado, para torná-lo mais compreensível - Exemplo: [Resumo] Envolve uma redação simplificada do texto pesquisado, substituindo a linguagem do autor por expressões diretas e com sentenças inteligíveis. A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estu- dante, demonstrando sua capacidade de assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão (FACHIN, 2006, p. 127). Supressões: Não devemos citar frases ou parágrafos longos demais, basta inserir o que realmente interessa ao desenvolvimento da argumentação ou à apresentação das ideias. Deve-se apresentar entre colchetes/parênteses e com uso de reti- cências (...) ou [...]. Exemplo: "A física moderna (...) considera a lei da inércia sua lei mais fundamental" (KOYRÉ, 1982, p. 182). Incorreções: Na hipótese de o texto citado apresentar um erro, uma expressão politicamente incorreta ou equívoco gramatical, en- tre outros, chame a atenção, pelo uso, ao lado da palavra, da sigla sic (assim, em latim) entre colchetes e em itálico. "Zenão de Cicio (334-262 a.C.) fundou a escola estóica [sic]. Ele costumava palestrar de sua varanda, chamada stoa, daí o nome estóico" [sic] (MANNION, 2008, p. 48). A ata registra a seguinte declaração do diretor: "isto é pra mim [sic] fazer"! Suprimir parágrafos: linha pontilhada - Exemplo: O conhecimento, o modo de compreender a realidade, muda de acordo com a época, à medida que coloca em dúvi- da o conceito de verdade estabelecido. Quando conhecemos um fato, sempre nos perguntamos se ele corresponde ou não à realidade. Assim, a verdade é uma atividade histórica, e o homem foi dando fundamentos a essa verdade de acordo com sua vivência, conhecimento e crenças. Para explicar a realidade ou ainda os fenômenos da natureza, os povos primitivos criavam histórias nas quais utili- zam as figuras dos deuses na tentativa de compreender a origem das coisas (SANTOS MOLINA; DIAS, 2007, p.21). Quais são os erros mais comuns? - Excesso ou escassez de citações diretas. O melhor é reescrever o texto utilizado, creditando a passagem ao seu autor; - Uso de bibliografia inadequada; - Presença no texto de informações que deveriam estar em notas de rodapé; - Citações sem discussão; - Não há necessidade de se citar frases ou parágrafos completos, longos demais, mas transcreva apenas a unidade de pensamento que realmente interessa. Para tanto, use a supressão. - Inserir os títu- los das obras citadas no texto sem colocá-las em itálico. SISTEMA DE CHAMADAS As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: numérico ou autor data. Qualquer que seja o sistema adotado deve ser seguido ao longo de todo o trabalho. Numérico: a fonte da citação utilizada deve aparecer em nota de rodapé. Neste caso a numeração das fontes deve ser única e consecutiva, em algarismos arábicos. Todas as referências devem ser repetidas na lista de referências ao final do trabalho. - A numeração das notas de rodapé deve restringir-se às referências bibliográficas; - Uso de asterisco (*): para expli- car ou comentar uma ideia. - Podemos usar: (1), [1], 1 Quando escolhemos o sistema numérico não devemos usar notas explicativas em rodapé para informações adicio- nais. Estas são aquelas que aparecem ao pé das páginas em que são mencionadas e servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no texto. EXEMPLO: Segundo Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva, "A pesquisa é uma atividade voltada para in- vestigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos.", Segundo Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva, "A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos." (1) Segundo Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva, "A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos." [1] Você observou que o número da nota de rodapé ficou após o espaço do parágrafo? Percebeu que as notas obede- cem a uma sequência numérica e em algarismos arábicos (1, 2, 3, 4...)? Como deve figurar na nota de rodapé? Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser inseridos na sequência sugerida pela ABNT: SOBRENOME, Prenome. Título. Edição. Cidade: editora, ano. (página na hipótese de citação direta). 1 CERVO, A.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 57. Observação importante: as aspas devem aparecer antes ou depois da pontuação? Segundo a ABNT, devem-se co- locar as aspas antes da pontuação, exceto nos casos de pontos de interrogação e exclamação que façam parte do texto citado. Expressões latinas no sistema numérico Há um conjunto de expressões latinas que são usadas no sistema numérico. Após inserir as notas de rodapé no sis- tema numérico observe a sequência das obras e substitua pela expressão latina correspondente. Idem id. (o mesmo autor): ocorre quando duas obras de um mesmo autor forem sequenciais. Exemplo: SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Ale- gre: Artes Médicas, 1992. p.121. Id. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 305. Ibidem ou ibid. (na mesma obra): deve ser usada quando ocorre a citação da mesma obra do mesmo autor sequenci- almente no texto. Exemplo: SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Ale- gre: Artes Médicas, 1992. p.121. Ibid., p.139. Opus citatum, opere citato ou op.cit. (obra citada): deve ser usada quando urna mesma obra aparecer mais de uma vez no texto, independente da sequência das citações. 1 SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologiada educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. p.121. 2 NEY, João Luiz. Prontuário de Redação Oficial. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 24. 3 SILVA, op.cit., p. 151. Passim (aqui e ali, em diversas passagens): usa-se essa expressão apenas quando há referências a passagens, sem identificação. Exemplo: 1 SILVA, Tomaz Tadeu da. Que produz e o que reproduz em educação: ensaios de sociologia da educação. Porto Ale- gre: Artes Médicas, 1992, passim. Cf. (confira, conforme, confronte): usa-se para recomendar a consulta a notas do mesmo trabalho ou obra de outros autores. Exemplo: 1 Cf. SILVA,1992. Sistema autor data Autor-data: consiste em indicar o sobrenome do autor ou instituição responsável, seguido pelo ano da publicação da obra e páginas referenciadas, separados por vírgula e entre parênteses. Vejamos alguns exemplos de citação direta pelo sistema autor data: Afirma Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva (2007, p. 57): "A pesquisa é uma atividade voltada para in- vestigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos." Conforme alguns autores (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 57): "A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos." Você observou que no sistema de chamada autor data o nome do autor pode ser incluído na sentença e, neste caso, deve ser escrita conforme a regra para nomes próprios ou entre parêntesis com todas as letras do último sobrenome em maiúsculas. Algumas observações: Nas citações diretas: Quando o nome do autor estiver na sentença (fora do parêntesis), indica-se o ano da publica- ção entre parêntesis, acrescida da página da obra que contém a citação, separados por virgula. Vieira (1990, p. 3) Nas citações indiretas: a indicação das páginas consultadas é opcional. Vieira (1990) Para citar um autor: Diretas: Souza (1998, p. 59) ou (SOUZA, 1998, p. 59) Indiretas: Souza (1998) ou (SOUZA, 1998) Para citar dois autores: os sobrenomes quando inseridos dentro do parêntesis devem ser separados por ponto e vírgula. Diretas: Souza e Silva (1998, p. 59) ou (SOUZA; SILVA, 1998, p. 59) Indiretas: Souza e Silva (1998) ou (SOUZA; SILVA, 1998) Na citação indireta, documentos de mesma autoria com anos diferentes: diferencia-se pelo ano de publicação, separados por virgula. Barroso (1999) ou (BARROSO, 1999) Barroso (2000) ou (BARROSO, 2000) Barroso (1999, 2000) ou (BARROSO, 1999, 2000) Na citação indireta, quando diversos autores em diversos documentos, são mencionados simultaneamente: devem ser separados por ponto e virgula, em ordem alfabética. Diversos autores observam a importância do acontecimento desencadeador no início do processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991). Documentos com coincidência de sobrenomes de autores: devem-se acrescentar as iniciais de seus prenomes. Se ainda permanecer a coincidência, colocam-se os prenomes por extenso. (BARBOSA, C., 1958) (BARBOSA, O. 1959) (BARBOSA, Cássio, 1965) (BARBOSA, Celso, 1965) Diversos documentos de um mesmo autor, publicados num mesmo ano: são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento. O acréscimo desta letra após a data da publicação deverá figurar também na lista de referências para diferenciar as duas obras. (BARBOSA, 1958a) (BARBOSA, 1958b) No sistema autor data a indicação completa da obra é feita na lista de referências!!! Exemplo no texto: Bobbio (1995, p. 30) com muita propriedade nos lembra, ao comentar esta situação, que os "juristas medievais justifi- cavam formalmente a validade do direito romano ponderando que este erro do direito do Império Romano que tinha sido reconstituído por Carlos magno com o nome de Sacro Império Romano". Lista de referências: BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito. São Paulo, ícone, 1995. Aula 8: A redação do projeto de pesquisa II: Regras para referências O interesse dos estudantes diante do saber levam-no a investigar e toda pesquisa começa com uma pesquisa biblio- gráfica em que são observadas referências teóricas em documentos que podem ser livros, artigos, trabalhos de con- clusão de curso. Assim, as obras citadas e consultadas para elaboração dos trabalhos acadêmicos devem ser organizadas na forma de lista de Referências que deve ser apresentada no formato orientado pela ABNT, ao final de qualquer trabalho (NBR 6023, 2002). Entende-se pelo termo referências o conjunto padronizado de informações que permitem a identificação de documen- tos consultados para a elaboração de um trabalho acadêmico. O Dicionário liouaiss da Língua Portuguesa, indica que pelo termo referência devemos considerar uma nota informati- va de remissão em uma publicação. A origem etimológica do termo nos remete à palavra inglesa reference que signi- fica ato de referir ou consultar; sinal ou indicação que remete o leitor a outra fonte de informação. Quanto ao termo bi- bliografia, relação das obras consultadas ou citadas por um autor na criação de determinado texto, ou seção onde se arrolam livros e outras publicações. A ABNT observa que a referência é o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento. As- sim, deve ser constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares, permanecendo silente sobre uma possível diferença entre os termos. importa mencionar que na ABNT, NBR 14724, encontramos a indicação do termo Referências como elemento pós-textual, o que nos legitima a usar o referido termo nos trabalhos acadêmicos. Alguns autores entendem que num trabalho acadêmico devemos mencionar apenas as obras efetivamente citadas, o que reforça o uso do termo referências. Não se usa mais o termo referências bibliográficas. Portanto, ao final de um trabalho elaboramos uma lista de referências em que as obras são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples, separa- das entre si por espaço duplo. Exemplo de uma lista de referências: GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 13. ed. Rio de Janeiro: Fundação Ger r.rgas, 1986. ↑ Espaço duplo ↓ MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. Exemplo de uma lista de referências: PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Ética dos Santos. Metodologia para trabalhos acadê- micos e normas de apresentação gráfica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. Elementos Essenciais e Complementares Os elementos que compõem a referenciação devem ser obtidos na ficha catalográfica do documento, ou seja, retirados do próprio documento e inseridos conforme a sequência sugerida pela ABNT. Elementos essenciais São aqueles indispensáveis na identificação do documento, tais como: autor(es), título, edição, local, editora e data da publicação. Elementos complementares São opcionais e podem ser acrescentados para uma melhor identificação do documento, tais como: coleção, série, número do ISBN, número de páginas (43 p.), Edição exclusiva para assinantes, inclui algum brinde, etc. Vamos aprender a Referenciar? Vamos iniciar com o nome do(s) autor(es): Na lista de referências, os autores são indicados pelo último SOBRENOME, escrito em caixa alta, seguidos dos no- mes, por extenso ou abreviados. O sobrenome é separado do nome por virgula. Veja: GOMES, L. F. GARCIA, Othon M. SEVERINO, A. J. MEDEIROS, João Bosco. Mas são três autores? O que devo fazer? Na hipótese de obra escrita por até três autores todos devem ser mencionados na mesma ordem em que aparecem na publicação, veja a ficha catalográfica, no verso da folha de rosto. Os nomes de cada autor devem ser separados por ponto e vírgula. LAKATOS,
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