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AGU Ações Regressivas Atuação do AGU nas ações regressivas Ano 2010

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PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Fluxograma sintético do rito ordinário
1 - INSTAURAÇÃO
Designação da comissão
2.1.1 - Atos Inaugurais: instalação da 
comissão; comunicação da instalação; 
designação do secretário; estudar os autos i:
r
2.1.2 - Âtos de instruçã 
servidor; oitivas, diligêm 
consultas, pesquisas, pe 
ínterrogat
o: notificação do 
cias, reproduções, 
rícias, acareações, 
ório I
1’
2.1.3 - Indiciação e citação para apresentar £ 
defesa escrita ou absolvição sem indiciar
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Fiuxograma detalhado do rito ordinário
Julgamento de 
formalidades 
(autoridade 
instauradora)
Julgamento de 
mérito pela 
autoridade 
instauradora
Inãol
Remete 
julgamento para 
autoridade 
julgadora acima
Processo para
unidade de
lotação, para
ciência
ínaoí
Pedido de 
reconsideração 
e/ou recurso
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Fluxograma do rito sumário - abandono de cargo e inassiduidade habitual
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Fluxograma do rito sumário - acumulação ilegal de cargos
3 - DEFINIÇÕES E CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Caso o juízo de admissibilidade conclua pela existência de elementos de materialidade e 
de autoria de suposta irregularidade funcional cometida por servidor no pleno exercício do seu 
cargo ou em ato a ele associado, a autoridade instauradora decide pelo acatamento da 
representação ou da denúncia e instaura o processo administrativo disciplinar, com o fim de se 
comprovar a configuração ou não da infração e de se esclarecer se há ou responsabilização 
funcional a se imputar ao infrator.
Todavia, antes de adentrar na descrição do rito processual da Lei n° 8.112, de 11/12/90, 
faz-se indispensável apresentar alguns conceitos introdutórios do regime disciplinar e do 
processo administrativo disciplinar, sobretudo acerca do alcance desta sede de Direito e das 
diversas fontes que a informam.
3.1 - CONCEITUAÇÃO, OBJETIVOS, MATERIALIDADE, AUTORIA E 
RESPONSABILIZAÇÃO
Como em diversas outras sedes jurídicas, o Direito Disciplinar possui uma parte 
substantiva, de Direito material, chamada de regime disciplinar, e uma parte adjetiva, de Direito 
processual, que é o processo administrativo disciplinar propriamente dito. Na sede 
administrativa federal, ambas as partes têm base legal na Lei n° 8.112, de 11/12/90: o regime 
disciplinar está regulado no seu Título IV (dos arts. 116 a 142) e o processo disciplinar está 
regulado no seu Título V (dos arts. 143 a 182). Enquanto o regime disciplinar define as 
infrações administrativas, as penalidades administrativas a elas associadas, a competência 
para aplicar essas penalidades e o prazo de prescrição da punibilidade, o processo disciplinar 
define o rito ou procedimento, isto é, a seqüência legal de atos para se comprovar o 
cometimento da ilicitude ou a inocência do servidor e, em conseqüência, se for o caso, para se 
apená-lo, na devida forma legal, com a pena associada.
Assim se inter-relacionam os três conceitos: enquanto o processo administrativo 
disciplinar propriamente dito constitui-se em uma conjugação ordenada de atos na busca da 
correta e justa aplicação do regime disciplinar, chama-se de procedimento (ou rito) o caminho, 
a forma utilizada para se conjugar ordenadamente os atos do processo, na busca daquele 
objetivo. E, para este fim, antecipa-se que a Lei n° 8.112, de 12/11/90, prevê três diferentes 
procedimentos: o processo administrativo disciplinar stricto sensu (que pode ter ritos ordinário 
ou sumário) e a sindicância contraditória. Independentemente do rito, como nas demais sedes 
jurídicas, o processo administrativo disciplinar não subsiste por si só e não deve ser entendido 
jamais como um fim em si mesmo, mas sim meio de instrumentalização da correta e devida 
aplicação do regime disciplinar.
Se o processo administrativo disciplinar, no sentido lato acima, contemplando as três 
espécies, é o meio de instrumentalização legalmente obrigatório para a aplicação do regime 
disciplinar, cogitando-se da base principiológica que informa o Direito público punitivo no 
ordenamento pátrio, conclui-se que também é o meio com que se assegura a busca da justa 
aplicação do Direito (e da justiça, em síntese). Com essa interpretação mais ampla, percebe-se 
que o processo administrativo disciplinar não só é o meio legal para a aplicação de qualquer 
tipo de penalidade administrativa mas também deve ser compreendido como instrumento de 
prova de inocência do servidor. Daí, como corolário, o processo administrativo disciplinar deve 
ser entendido como uma prerrogativa, uma faculdade exclusiva do servidor, uma vez que a 
possível conclusão por responsabilização e a conseqüente apenação somente se darão após 
se submeter ao rito com garantia de ampla defesa e de contraditório e, no caso contrário, 
funciona como o rito garantidor da comprovação da sua inocência, garantias essas que não se 
atribuem, por exemplo, a um empregado público celetista, conforme se verá em 3.2.4.1.2,
Se é verdade que, dentre as inúmeras atividades que competem à administração 
pública, encontra-se o poder disciplinar sobre seus agentes, o processo administrativo
disciplinar funciona, ao mesmo tempo, como instrumento de exercício controlado desse poder e 
como instrumento de proteção dos direitos que a legislação prevê para os servidores, como o 
rito garantidor do emprego desses direitos, afastando-se perseguições pessoais e arbítrio. O 
processo administrativo disciplinar tem como objetivo específico esclarecer a verdade dos fatos 
constantes da representação ou denúncia associadas, direta ou indiretamente, a exercício do 
cargo, sem a preocupação de incriminar ou exculpar indevidamente o servidor. Com isso, 
pode-se definir o processo administrativo disciplinar como a sucessão formal de atos realizados 
pela administração pública, por determinação legal e em atendimento a princípios de Direito, 
com o objetivo único de apurar os fatos relacionados com a disciplina de seus servidores (ou 
seja, os ilícitos administrativos).
Formulação-Dasp n° 215. Inquérito administrativo
O inquérito administrativo não visa apenas a apurar infrações, mas também 
oferecer oportunidade de defesa.
Parecer-AGU n° GQ-98, não vinculante: “11. Porém, à investigação se procede 
com o objetivo exclusivo de precisar a verdade dos fatos, sem a preocupação 
de incriminar ou exculpar indevidamente o servidor 
STF, Enunciado da Súmula n° 19
É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo 
processo em que se fundou a primeira.
Para o fim da correta e devida aplicação do regime disciplinar, para o quê o processo 
disciplinar atua como instrumento, é de se ressaltar de imediato a importância que o aplicador 
deve prestar ao art 148 da Lei n° 8.112, de 11/12/90, em geral mitigada talvez pelo fato de o 
legislador tê-lo inserido no meio do Título V, que trata da matéria processual. A determinação 
imposta por este dispositivo legal é de tamanha importância que deveria ter sido introduzida na 
Lei não se referindo apenas ao processo (que, como mero instrumento, em última análise, não 
tem um objetivo próprio que sobreviva por si só), mas sim deveria ter constado de forma 
destacada como uma disposição geral, como um preâmbulo de toda a matéria disciplinar do 
Estatuto, restringindo as abrangências objetiva e subjetiva do Direito Disciplinar como um todo. 
O art. 148 da Lei n° 8.112, de 11/12/90, atua como um deümitador legal da atuação estatal 
punitiva sobre seu corpo funcional, definindo que esta persecução (o processo como 
instrumento), como regra, limita-se tão-somente a atos ilícitos funcionais cometidos por 
servidor.
Lei n° 8.112, de 11/12/90 - Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento 
destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no 
exercício de suas atribuições, ou que tenha relaçãocom as atribuições do cargo 
em que se encontre investido.
Na prática, independentemente da literalidade adotada pelo legislador, o mandamento 
delimitador do enfoque de atuação embutido no art. 148 da Lei n° 8.112, de 11/12/90, deve ser 
lido não apenas para aplicação do processo em si (visto que não se aplica o processo por si só, 
com um fim em si mesmo; o processo não se move por si mesmo), mas sim como instrumento 
de aplicação do regime disciplinar, de forma que possa se falar, indistintamente, em limitação 
da aplicação do regime ou do processo disciplinar, pois, de uma forma ou de outra, se estará 
respeitando a vontade maior da Lei, que é de limitar a aplicação do Direito Disciplinar como um 
todo.
Sendo assim, na matéria que aqui interessa, tal mandamento, acerca das delimitadas 
abrangências objetiva e subjetiva do processo disciplinar, se volta tanto à autoridade 
instauradora, em seu juízo de admissibilidade antes de instaurar o processo; quanto à 
comissão processante, ao conduzir o apuratório e concluir pelo cometimento ou não de 
irregularidade; quanto, por fim, à autoridade julgadora, ao decidir pelo arquivamento ou pela 
punição do servidor.
Não obstante, é de se destacar a rica e dupla feitura que se extrai do art. 148 da Lei n°
8.112, de 11/12/90. Se, por um fado, o dispositivo freia o indevido ímpeto persecutório e 
punitivo da administração, por outro lado, dentro do foco de atuação que ele mesmo permite, o 
mandamento confere uma relevante abrangência ao regime disciplinar. Este dispositivo legal, 
conforme sua literalidade, deve ser lido atentamente em duas partes: a parte inicial o define o 
processo disciplinar como o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por 
infração praticada no exercício de suas atribuições, enquanto que a parte final acrescenta que 
é também o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração que 
tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
Percebe-se que a parte inicial do dispositivo legal é de entendimento e de aplicação 
absolutamente cristalinos e previsíveis ou ainda inquestionáveis e esperados na matéria em 
teia: o processo disciplinar é o instrumento para apurar atos ilícitos cometidos por servidor no 
pleno exercício de seu cargo. A contrario sensu, essa primeira parte permite extrair a regra 
geral de que o regime disciplinar, a priori, não alcança, por exemplo, atos de vida privada do 
servidor totalmente dissociados do cargo que ocupa. Mas o que aqui se quer ressaltar é 
justamente a importância - nem sempre percebida - da parte final do dispositivo legal, que 
também prevê a aplicação do processo disciplinar para apurar atos que, embora não cometidos 
no pleno exercício do cargo, guardam uma relação ainda que indireta com o múnus ou função 
pública do servidor. Essa parte final do dispositivo, então, excepcionando a regra geral da parte 
inicial, confere poderes à administração para processar o servidor por atos que, embora 
praticados em ambiente de vida privada, em momento em que o servidor não está no seu pleno 
exercício do cargo (atos cometidos fora da repartição ou fora da jornada de trabalho, por 
exemplo), guardam uma relação ao menos indireta com o cargo ou que decorram ao menos 
indiretamente das atribuições do cargo, deixando claro que a Lei contempla que o regime 
disciplinar abarque excepcionalmente estes atos de vida privada.
Repise-se que o art. 148 da Lei n° 8.112, de 11/12/90, é um delimitador da atuação 
estatal punitiva; mas também, ao mesmo tempo, deve o aplicador perceber que, dentro do 
universo delimitado de atuação legalmente permitida, o regime disciplinar é aplicado de forma 
abrangente. Por exemplo, além de atos de vida privada indiretamente associados ao cargo, a 
princípio, o regime disciplinar também se aplica para atos cometidos por servidor em desvio de 
função. Não obstante a crítica que cabe à prática do desvio de função, é de se compreender 
que o ato cometido em tal condição é funcional e guarda relação indireta com o cargo regular 
do servidor em desvio. O infrator somente pode chegar ao estado de atuar em desvio de 
função porque, na base, como pré-requisito e demonstrador da existência de relação ao menos 
indireta com o seu cargo regular, ele é servidor. Investir em alegação em sentido contrário, a 
favor da não responsabilização por ato cometido em desvio de função, significaria fomentar 
inaceitável impunidade em decorrência de mero aspecto formal.
“(...) Se (...) o servidor desviado de função comete infração (...) em razão 
daquele cargo que estava ocupando de modo irregular; é cabível a apuração 
pela via do processo disciplinar, ou este deve apenas ser instaurado quando 
forem irregularidades (...) que tenham relação com as atribuições do seu cargo, 
o de investidura regular? Em nosso entender, quando o dispositivo fala em 
(cargo em que se encontre investido’, a expressão atinge a investidura regular, 
o desvio de função ou mesmo a situação por demais anômala do funcionário de 
fato. ” Antônio Carlos Palhares Moreira Reis, “Processo DisciplinarJ\ pgs. 102 e 
103, Editora Consulex, 2a edição, 1999
Assim, pode-se sintetizar que a decorrência do cometimento do ilícito administrativo - 
aqui compreendido como ato associado diretamente ao exercício das atribuições do seu cargo 
ou, indiretamente, a pretexto de exercê-las -, é a responsabilização administrativa, que se dá
peia aplicação das penalidades estatutárias, e que o processo administrativo disciplinar é o
instrumento legal necessário para responsabilizar administrativamente o servidor infrator, 
conforme prevê o art. 124 da Lei n° 8.112, de 11/12/90. A propósito, interpreta-se que este
c
dispositivo iegal, ao mencionar a responsabilidade civil-administrativa, se reporta à ^
responsabilidade administrativa propriamente, conforme se aduzirá em 4.14. (
(
Lei n° 8.112, de 11/12/90 - Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa (-
resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou (
função. ^
A seguir, em 3.2, se apresentarão as definições, contornos e exclusões de dois C 
conceitos empregados na síntese acima: ilícito e servidor. Antes, informe-se que a ( 
responsabilização administrativa requer que se comprovem nos autos a materialidade do ilícito ^
(ou seja, que se identifique a extensão do fato irregular, de ação ou omissão, contrário ao 
ordenamento jurídico e associada ao exercício do cargo) e a autoria (que se identifique o ^
servidor envolvido com o fato irregular - nem sempre especificamente como o autor do fato, C 
mas mesmo que apenas como o causador ou propiciador para que outro o tenha cometido). ( 
Conforme já exposto acima, uma possível responsabilização ao final e conseqüente apenação ç 
são meras decorrências do poder-dever de apurar os fatos; a aplicação de pena, por si só, não . 
é objetivo do processo administrativo disciplinar. ^
Enquanto, por um lado, a materialidade é fortemente associada ao conceito de ilícito (
administrativo e este, por sua vez, se enquadra no que se chama de abrangência objetiva, a 
autoria é intrinsecamente associada ao conceito de servidor e este, por sua vez, se enquadra 
no que se chama de abrangência subjetiva, conforme a seguir se detalhará.
ANEXO I - SÍNTESE DAS MANIFESTAÇÕES DA AGU
O art. 4o, X e XI da Lei Complementar n° 73, de 10/02/93, que é a lei orgânica da 
Advocacia-Geral da União (AGU), estabelece que cabe ao Advogado-Geral da União emitir 
pareceres enfocando matéria acerca da qual paire divergência de entendimento na 
administração. E segundo o art. 40, § 1o da mesma norma, os pareceres adotados pelo 
Advogado-Geral da União são submetidos à aprovação do Presidente da República. Uma vez 
aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial, o parecer vincula a 
administração federal, ficando os órgãos e entidades públicos do Poder Executivofederal 
obrigados a lhe dar fiel cumprimento. Os pareceres aprovados pelo Presidente da República, 
mas não publicados, embora não vinculantes, podem ser tomados como referência, visto que 
obrigam apenas aos órgãos envolvidos no caso específico, a partir do momento em que dele 
tenham ciência.
Lei Complementar n° 73, de 10/02/93 - Art. 4o São atribuições do Advogado- 
Geral da União:
X - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e demais atos 
normativos, a ser uniformemente seguida pelos órgãos e entidades da 
Administração Federal;
XI - unificar a jurisprudência administrativa, garantir a correta aplicação das leis, 
prevenir e dirimir as controvérsias entre os órgãos jurídicos da Administração 
Federal;
Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à 
aprovação do Presidente da República.
§ 1o O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial 
vincula a administração federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe 
dar fiel cumprimento.
§ 2o O parecer aprovado, mas não publicado, obriga apenas as repartições 
interessadas, a partir do momento em que dele tenham ciência.
Diante da relevância desses pareceres na matéria disciplinar, convém destacar as 
principais interpretações e integrações que deles se obtêm para esclarecer passagens dúbias 
ou lacunosas da Lei n° 8.112, de 11/12/90. Nesse enfoque, aqui, longe de se exaurir o tema, 
busca-se apenas agrupar as principais manifestações da Advocacia-Geral da União que trazem 
algo em acréscimo à literalidade da Lei, dispensando-se inúmeras outras passagens em que o 
órgão jurídico tão-somente reproduziu o texto legal.
Neste Anexo, aos pareceres da Advocacia-Geral da União, foram somadas algumas das 
principais manifestações emitidas pelo Departamento de Administração do Serviço Público 
(Dasp, que foi, até 1986, o órgão central de assessoramento imediato da Presidência da 
República para assuntos relativos a pessoal e serviços gerais dos órgãos civis da 
administração pública federal), que não afrontam o atual ordenamento e permanecem como 
orientação normativa obrigatória na administração pública federal, conforme o art. 116, III do 
Decreto-Lei n° 200, de 25/02/67.
Decreto-Lei n° 200, de 25/02/67 - Art. 116. Ao Departamento Administrativo do 
Serviço Público (Dasp) incumbe:
III - zelar pela observância dessas leis e regulamentos, orientando, 
coordenando e fiscalizando sua execução, e expedir normas gerais 
obrigatórias para todos os órgãos;
Formulação-Dasp n° 300. Formulações
As Formulações elaboradas e publicadas pelo Dasp (Colepe) constituem, por 
força do disposto no art. 116, III, do Decreto-Lei n° 200, de 1967, orientação
(
normativa para os Órgãos de Pessoal da administração federal direta e • 
autárquica. (
De uma maneira geral, procurou-se apresentar os pareceres da Advocacia-Geral da ^
União e as formulações do Departamento de Administração do Serviço Público agrupados em . 
subtítulos, de acordo com a seqüência com que seus assuntos são aplicados no curso do 
processo administrativo disciplinar. Assim, primeiramente vêm as manifestações aplicáveis em ( 
caráter geral ao processo, seguidas daquelas aplicáveis a determinados momentos do rito. (
Objetivo do processo administrativo disciplinar e compuisoriedade da apuração:
(
Parecer-AGU n° GQ-98, não vinculante: “11. Porém, à investigação se procede {
com o objetivo exclusivo de precisar a verdade dos fatos, sem a preocupação (
de incriminar ou exculpar indevidamente o servidor. ” (
Parecer-AGU n° GQ-35, vinculante: “22. (...) a) é compulsória a apuração das (
irregularidades atribuídas aos servidores em geral, inclusive as atribuídas aos .
titulares somente de cargos em comissão, indiciando-os e proporcionando 
ampla defesa aos ocupantes dos últimos, mesmo que tenham sido exonerados, (
pois a lei admite a conversão dessa desvinculação em destituição de cargo em (
comissão (...).” (
Formulação-Dasp n° 215. Inquérito administrativo
O inquérito administrativo não visa apenas a apurar infrações, mas também ('
oferecer oportunidade de defesa. (
(
Fato de o acusado já não mais ser servidor público não afeta poder-dever de apurar: (
Parecer-AGU n° GM~1, vinculante: “Ementa: Não é impeditivo da apuração de '
irregularidade verificada na administração federal e de sua autoria o fato de os 
principais envolvidos terem se desvinculado do serviço público, anteriormente à (
instauração do processo disciplinar. (...) (
9. Impõe-se a apuração se o ilícito ocorre 'no serviço públicopoder-dever de (-
que a autoridade administrativa não pode esquivar-se sob a alegação de que 
os possíveis autores não mais se encontram investidos nos cargos em razão •
dos quais perpetraram as infrações. (
(
17. Embora a penalidade constitua o corolário da responsabilidade (
administrativa, a inviabilidade jurídica da atuação punitiva do Estado, advinda (
do fato de alguns dos envolvidos nas transgressões haverem se desligado do 
serviço público, não é de molde a obstar a apuração e a determinação de (
autoria no tocante a todos os envolvidos, inclusive em se considerando o (
plausível envolvimento de servidores federais, bem assim o julgamento do (
processo, com a conseqüente anotação da prática do ilícito nas pastas de ^
assentamentos funcionais, por isso que, em derivação dessa medida: (...) ^
c) no caso de reingresso e não ter-se extinguido a punibilidade, por força do (
decurso do tempo (prescrição), o servidor pode vir a ser punido pelas faltas (y
investigadas no processo objeto do julgamento ou considerado reincidente {
(-)■” ç
Escolha entre sindicância e PAD: ^
C
Parecer-AGU n° GM-1, vinculante: “16. As normas pertinentes à sindicância e (
ao processo disciplinar não prescrevem a realização da primeira, em regra ,
previamente à instauração deste. A simples leitura dos arts. 153 e 154 da Lei n°
8.112, de 1990, já o demonstra. Atenta á natureza da infração e às (
circunstâncias em que esta se verifica, a autoridade competente deve aquilatar (
(
(
se da sua apuração poderá resultar a advertência, a suspensão de até trinta 
dias ou a inflição de penalidade mais grave, a fim de determinar a modalidade 
de apuração, se a realização de sindicância ou a abertura de processo. Em se 
insinuando dúvida razoável a respeito da prática da infração ou de sua autoria, 
e dependendo de sua gravidade, a autoridade competente deverá ter 
discernimento suficiente para determinar a realização de investigação prévia (a 
sindicância), com vistas à verificação da necessidade de proceder, ou não, à 
cabal apuração das irregularidades, através do processo disciplinar 
Parecer-AGU n° GQ-12, vinculante: “12. (...) Inexiste exigência legal, ou 
necessidade em determinados casos, de que todo processo disciplinar seja 
precedido de sindicância, nem sua prescindibilidade implica inobservância de 
qualquer principio de direito."
Parecer-AGU n° GQ-37, vinculante: “Ementa: (...) A legalidade do processo 
disciplinar independe da validade da investigação, efetuada através da 
sindicância de que adveio aquele apuratório. ”
Desnecessidade de se indicarem nome de acusado e infração na portaria de instauração:
Parecer-AGU n° GQ-12, vinculante: “16 (...) princípios do contraditório e da 
ampla defesa (...) indicam a desnecessidade de se consignarem, no ato de 
designação da c.i, os ilícitos e correspondentes dispositivos legais, bem assim 
os possíveis autores, o que se não recomenda inclusive para obstar influências 
no trabalho da comissão de inquérito ou alegação de presunção de 
culpabilidade. É assegurada à c.i. a prerrogativa de desenvolver seus trabalhos 
com independência e imparcialidade.
17. A notificação dos possíveis autores para acompanharem o desenvolvimento 
do processo, pessoalmente ou por intermédio de procurador, será feita 
imediatamente após a instalação da c.i, a fim de garantir o exercíciodo direito 
de que cuida o art. 156 da Lei n° 8.112; a enumeração dos fatos se efetua na 
indiciação do servidor; conforme prescrição dessa Lei, art. 161.”
Parecer-AGU n° GQ-35, vinculante: “Ementa: (...) A nulidade processual não se 
configura se, no ato de designação da comissão de inquérito, forem omitidas as 
faltas a serem apuradas, bem assim quando o colegiado processante é 
integrado por servidor de nível funcional inferior ao dos envolvidos. (...)
15. opiniões doutrinárias tendentes a reconhecer a necessidade de se 
indicarem, nos atos de designação das comissões apuradoras, os fatos que 
possivelmente teriam sido praticados pelos envolvidos, como condição de 
validade processual pertinente à ampla defesa, não se adequam ao regramento 
do assunto em vigor, mormente em se considerando os comandos dos arts. 5o,
LV, da Carta Magna e 153 da Lei n° 8.112/90, para que se observe o princípio 
do contraditório na fase processual de inquérito. ”
Publicação da portaria de instauração:
Parecer-AGU n° GQ-87, não vinculante: “Ementa: É insuscetível de nulificar o 
processo disciplinar o fato de não haver sido publicada a portaria de 
designação de comissão de inquérito, desde que considerada a data do mesmo 
ato como de início do prazo estipulado para a conclusão do processo disciplinar 
e, em decorrência, não se constate infringência ao princípio do contraditório.
7. A Lei n° 8.112, de 1990, art. 152, considera a publicação do ato de 
designação da comissão de inquérito como sendo o marco inicial do curso do 
prazo de apuração dos trabalhos, porém não exige que seja feita no Diário 
Oficial; é acorde com o preceptivo a divulgação desse ato em boletim interno ou 
de serviço
Infrações conexas ou outros servidores envolvidos, que surgem no curso do apuratório: 
/^
Parecer-AGU n° GQ-55, vinculante: “13. Não raro, durante a apuração das (
irregularidades exsurgem evidências quanto à autoria, de forma a envolver (-
outros servidores, ou emergem infrações discipiinares conexas, ou não, com o (
objeto do processo disciplinar. São fatos que devem ser tidos como 
consentâneos com a finalidade da instauração do processo e incapazes de ('
acarretar sua nulidade, desde que a c.i. adote as medidas procedimentais (
compatíveis com o contraditório e a ampla defesa, na execução dos trabalhos (
de apuração.
14. Em casos tais, a comissão deve possuir o discernimento necessário para 
adotar os atos que se impuserem com vistas a garantir ao servidor faltoso o (-
exercício do direito assegurado no art. 156, suso, mas sem descurar da (
agilidade processual. Assim, caso a c.i. não tenha concluído seus trabalhos, (
deve ser notificado o novel acusado para que, se o pretender; requeira o (
cumprimento de qualquer dos atos assegurados no art. 156, no respeitante à 
apuração já efetuada, atentando-se, destarte, para a faculdade atribuída ao 
presidente da comissão no § 1° do mesmo preceptivo. Já as infrações, (
verificadas no curso do apuratório, serão igualmente apuradas, se conexas com (
as faltas objeto do processo ou, se inexistente a conexidade, a investigação (
não compromete a razoável agilidade da conclusão dos trabalhos. Senão, deve 
a c.i. propor a designação de outro colegiado, sem prejuízo de suas 
i n c u m b ê n c i a s {'
í
Requisitos para integrar comissão: (
(
Parecer-AGU n° GQ-35, vinculante: “17. A c.i. é integrada por três servidores 
estáveis, dela não participando cônjuge, companheiro ou parente do provável 
responsável pela prática das infrações discipiinares, consangüíneo ou afim, em (
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. São exigências ínsertas na Lei n° (
8.112, de 1990, art. 149, a qual não autoriza qualquer resultado interpretativo (-
que conduza à nulidade do processo disciplinar na hipótese de compor-se a 
comissão sem observar o princípio da hierarquia que se assere existente nos 
quadros funcionais da administração f e d e r a l (
(
Necessidade de se notificar servidor para acompanhar como acusado as apurações, mas (
ainda sem apontar irregularidade: ,
Parecer-AGU n° GQ-55, vinculante: “Ementa: Em virtude dos princípios (
constitucionais do contraditório e da ampla defesa, o servidor que responde a (
processo disciplinar deve ser notificado da instauração deste imediatamente (
após a instalação da comissão de inquérito e, em qualquer fase do inquérito, ^
cientificado dos atos processuais a serem praticados com vistas á apuração 
dos fatos, de modo que, tempestivamente, possa exercitar o direito assegurado (
no art. 156 da Lei n° 8.112, de 1990. (...) (
9. Não se coaduna com o regramento do assunto a pretensão de que se efetue (
a indicação das faltas discipiinares na notificação do acusado para acompanhar ^
a evolução do processo, nem essa medida seria conveniente, eis que seria .
suscetível de gerar presunção de culpabilidade ou de exercer influências na 
apuração a cargo da comissão de inquérito. ” C
Parecer-AGU n° GQ-98, não vinculante: “11. Porém, à investigação se procede (
com o objetivo exclusivo de precisar a verdade dos fatos, sem a preocupação (
de incriminar ou exculpar indevidamente o servidor. (...) ,
12. É defeso à autoridade que instaura o processo, por qualquer meio, exercer 
influência sobre o colegiado a que a Lei assegura independência no seu mister (
elucidativo (art. 161 aludido) e, a este, não é admitido prejulgar a culpabilidade 
do servidor. ”
Apenas a segunda fase do processo (o inquérito administrativo) é contraditória:
Parecer-AGU n° GQ-55, vinculante: “6. O comando constitucional para que se 
observem o contraditório e a ampla defesa, no processo administrativo, é 
si lente quanto à fase processual em que isto deve ocorrer (cfr. o art. 5°, LV). É 
tema disciplinado em norma infraconstitucional: a Lei n° 8,112, de 1990, 
assegura a ampla defesa no curso do processo disciplinar e, o contraditório, no 
inquérito administrativo (v. os arts. 143 e 153), que corresponde à 2a fase do 
apuratório (art. 151, II).”
Ônus da prova da responsabilidade do servidor incumbe à administração (por meio da 
comissão) e a dúvida favorece a defesa:
Parecer-AGU n° GM-14, não vinculante: "8. (...) É reiterada a orientação 
normativa firmada por esta Instituição, no sentido de que o ônus da prova, em 
? tema de processo disciplinar, incumbe à administração. ”
Parecer-AGU n° GQ-173, não vinculante: “Ementa: A administração pode editar 
o ato punitivo apenas na hipótese em que esteja convencida quanto à 
responsabilidade administrativa do servidor a quem se imputa a autoria da 
infração. A dúvida deve resultar em beneficio do indiciado.”
Parecer-AGU n° GM-3, não vinculante: “Ementa: (...) Incumbe à administração 
apurar as irregularidades verificadas no serviço público e demonstrar a 
culpabilidade do servidor, proporcionando seguro juízo de valor sobre a 
verdade dos fatos. Na dúvida sobre a existência de falta disciplinar ou da 
autoria, não se aplica penalidade, por ser a solução mais benigna.(...)
50. (...) compete à administração, por intermédio da comissão de inquérito, 
demonstrar a culpabilidade do servidor; com satisfatório teor de certeza. ” 
Parecer-Dasp. Insanidade mental - Nexo de causalidade 
Não deve ser demitido o funcionário alienado mental, ainda quando haja 
dúvidas a respeito de qual seria seu estado psíquico à época em que cometeu 
a infração. Mediando, aliás, poucos meses entre a prática do ilícito e a 
constatação oficial da insanidade mental, é fácil presumir-se que já havia esta 
por ocasião daquela.
Oitiva de testemunha posterior ao interrogatório do acusado não é causa de nulidade:
Parecer-AGU n° GQ-37, vinculante: “Ementa: (...) É insuscetível de eivar o 
processo disciplinar de nulidade o interrogatório do acusado sucedido do 
depoimento de testemunhas, vez que, somente por esse fato, não se configurou 
o cerceamento de defesa. ”
Parecer-AGU n° GQ-177, vinculante:‘Ementa: (...) Não nulifica o processodisciplinar a providência consistente em colher-se o depoimento do acusado 
previamente ao de testemunha. ”
Valer-se do cargo é ilícito formal ou de consumação antecipada:
Formulação-Dasp n° 18. Proveito pessoal
A infração prevista no art. 195, IV, do Estatuto dos Funcionários, é de natureza 
formal e, conseqüentemente, se configura ainda na hipótese de o proveito 
pessoal ilícito não ter sido conseguido.
(Nota: O inciso IV do art. 195 do antigo Estatuto proibia ao servidor valer-se do 
cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função.)
Parecer-AGU n° GQ-102, não vinculante: "17. A Lei n° 8.112, de 1990, não 
condicionou a validade do apuratório à tomada do depoimento do acusado, 
nem a positividade das normas de regência autoriza a ilação de que este 
configura peça processual imprescindível à tipificação do ilícito. A falta do 
depoimento, no caso, deveu-se à conduta absenteísta do servidor quando 
intimado a prestar esclarecimentos
Desídia é infração de natureza culposa:
Parecer-AGU n° GQ-164, vinculante: “12. (...) 'Desídia (e). Ê falta culposa, e 
não dolosa, ligada à negligência: costuma caracterizar-se pela prática ou 
omissão de vários atos (comparecimento impontual, ausências, produção 
imperfeita); excepcionalmente poderá estar configurada em um só ato culposo 
muito grave; se doloso ou querido pertencerá a outra das justas causas. (...)' 
(Valentim Carrion - Comentários á Consolidação das Leis do Trabalho, 18a ed., 
São Pauto: Ed. Revista dos Tribunais, 1994, pp. 362/3). (...)
'Quando a desídia é intencional, como na sabotagem, onde há a idéia 
preconcebida de causar prejuízos ao empregador, por esse aspecto doloso, ela 
se identifica com a improbidade. (...)' (Mozart Victor Russomano - Comentários 
à CLT, 13a ed, Rio de Janeiro: Forense, 1990, p. 561).”
Demissão com base em crime contra administração pública requer condenação judicial 
transitada em julgado, mas este tipo de crime sempre configura também ilicito 
administrativo:
Parecer-AGU n° GQ-124, vinculante: "17. Todo crime praticado por funcionário 
contra a administração pública (Código Penal, arts. 312 a 327), constitui, 
também uma infração administrativa, capitulada ou no art. 117 ou no art. 132 da 
Lei n° 8.112/90. A recíproca, porém, não é verdadeira: nem toda infração 
disciplinar configura crime.
“18. (...) a demissão, com fundamento no inciso I do art. 132, deve ser 
precedida de decisão judicial transitada em julgado."
Formulação-Dasp n° 128. Demissão
Não pode haver demissão com base no item l do art. 207 do Estatuto dos 
Funcionários, se não precede condenação criminal.
(Nota: O inciso I do art. 207 do antigo Estatuto previa a aplicação de pena de 
demissão nos casos de crimes contra a administração pública.)
Configuração do abandono de cargo requer comprovação, a cargo da comissão, da 
intencionalidade do servidor:
Parecer-AGU n° GQ-201, não vinculante: “7. No caso de abandono de cargo, a 
ausência deve ser intencional, ou seja, não basta a inexistência de justa causa 
para a ausência ao serviço; é preciso mais: deve haver a intenção. (...)
8. E o ônus da prova dessa intenção, cabe à administração, por intermédio da 
comissão processante. (...)
13. (...) A materialidade da ausência continuada ao trabalho autoriza a 
administração a tomar as providências para afastar o funcionário de seus 
quadros, mas esse propósito disciplinar, entretanto, deverá ceder diante da 
comprovação de não ter havido a vontade de abandonar o serviço, ou em razão 
de acontecimentos que justificassem, cabalmente, aquele afastamento, ou 
quando o conjunto de fatos indica, pelo menos, uma óbvia inadequação entre 
os motivos da conduta e a representação mental de suas conseqüências
Ausência de interrogatório de acusado regularmente intimado não causa nulidade:
Parecer-AGU n° GQ-200, não vinculante: “Ementa: (...) Improbidade 
administrativa é ato necessariamente doloso e requer do agente conhecimento 
real ou presumido da ilegalidade de sua conduta. ”
A indicação do enquadramento legal da infração é obrigatória no relatório e não na 
indiciação:
Parecer-AGU n° GQ-121, não vinculante: “10. (...) A omissão ou substituição de 
dispositivo, com vistas ao enquadramento e punição da falta praticada, não 
implica dano para a defesa, advindo nulidade processual, em conseqüência. A 
este aspecto encontrava-se atento o legislador ao determinar que os preceitos 
transgredidos devem ser especificados no relatório, sem adstringir esse 
comando à elaboração da peça instrutória. No entanto, o zelo demonstrado pela 
c.i, quando indica, na indiciação, os preceitos desrespeitados não desmerece a 
execução dos seus trabalhos. ”
A princípio, a autoridade deve acatar conclusão do relatório, salvo se contrária à prova 
dos autos:
Parecer-AGU n° GQ-135, não vinculante: “Ementa: Na hipótese em que a 
veracidade das transgressões disciplinares evidencia a conformidade da 
conclusão da comissão de inquérito com as provas dos autos, torna-se 
compulsório acolher a proposta de aplicação de penalidade. ”
Parecer-AGU n° GQ-127, não vinculante: “12. O exame do contexto dos autos 
imprime a convicção de que a gravidade, as conseqüências para a moralidade 
administrativa e o teor das infrações, enumeradas no relatório final e no 
primeiro item deste expediente, justificam a conclusão da c.i, que logrou 
comprovar e especificar os fatos, com indicação das correspondentes provas. 
Apenação é mera e inevitável decorrência das regras inseridas na Lei n° 8.112, 
inclusive o art. 168, mormente em se considerado que a comissão vivenciou a 
apuração das faltas disciplinares e, destarte, tinha as melhores condições para 
aquilatar sua veracidade com maior exatidão. ”
Parecer-AGU n° GQ-149, não vinculante: “Ementa: A autoridade julgadora não 
se vincula, obrigatoriamente, ao relatório conclusivo da comissão processante, 
quando contrário às provas dos autos, podendo, se assim o desejar, 
motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la e até mesmo 
isentar o indiciado de responsabilidade (art. 168, da Lei n° 8.112/90). O ato de 
julgamento deverá ser, então, motivado pela autoridade competente, 
apontando, na sua peça expositiva, as irregularidades havidas no Ite r' 
inquisitivo, tornando-se, desse modo, imune às interpretações e conseqüências 
jurídicas que poderão advir de seu ato. ”
Uma vez configurado o ilícito, a aplicação da pena é compulsória (mesmo para penas 
capitais):
Parecer-AGU n° GQ-183, vinculante: “7. Apurada a falta a que a Lei n° 8.112, 
de 1990, arts. 129, 130, 132, 134 e 135, comina a aplicação de penalidade, 
esta medida passa a constituir dever indeclinável, em decorrência do caráter de 
norma imperativa de que se revestem esses dispositivos. Impõe-se a apenação 
sem qualquer margem de discricionariedade de que possa valer-se a 
autoridade administrativa para omitir-se nesse mister. (...)
8. Esse poder é obrigatoriamente desempenhado pela autoridade julgadora do 
processo disciplinar (...).”
Improbidade administrativa é infração de natureza dolosa:
Parecer-AGU n° GQ-177, vinculante: “Ementa: Verificadas a autoria e a 
infração disciplinar a que a lei comina penalidade de demissão, falece 
competência à autoridade instauradora do processo para emitir julgamento e 
atenuar a penalidade, sob pena de nulidade de tal ato. (...) O julgamento de 
processo disciplinar de que advém a aplicação de penalidade mais branda que 
a cominada em lei, efetuado pela autoridade instauradora, não obsta que 
aquela efetivamente competente julgue e inflija a punição adequada, sem que 
esse ato caracterize dupla irrogação de pena, em razão de um mesmo fato 
ilicito.
10. (...) Apurada a falta a que a Lei n° 8.112, arts. 132 e 134, cominam a 
aplicação da pena de demissão ou de cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, esta medida se impõe sem qualquer margem de 
discricionariedade de que possavaler-se a autoridade administrativa (...) para 
omitir-se na apenação. ”
Gradação da pena no caso de penas brandas e possibilidade de se apficar suspensão
hipótese originariamente punível com advertência:
Parecer-AGU n° GQ-183, vinculante: “11. A incidência do art. 128 da Lei n° 
8.112 é adstrita aos tipos das condutas delituosas dos servidores indiciados, 
ligados aos deveres e proibições, os quais não impedem a aplicação de penas 
mais severas que as previstas em lei, como regra geral (arts. 129 e 130 da Lei 
n° 8.112), ante a gravidade da infração e as circunstâncias agravantes. A 
autoridade julgadora possui o poder de agravar a apenação do servidor faltoso, 
pois na 'aplicação da penalidade serão consideradas a natureza e a gravidade 
da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais'. A Lei 
prescreve à autoridade que, na oportunidade do julgamento, observe esses 
aspectos, todavia, só e só, para, num juízo de valor, graduar a penalidade. 
Extrapolaria o sentido e o alcance do regramento da matéria considerar esses 
aspectos com o objetivo de amenizar indevidamente a punição.
12. Autoriza pena mais grave que a advertência, com o seguinte jaez, o próprio 
art. 129 da Lei n° 8.112: (...)
13. Assim Ivan Barbosa Rigolin expressou sua opinião a respeito da inteligência 
do transcrito art. 129, ‘verbis’:
'Prescreve ainda o artigo que, caso deixe de observar dever funcional previsto 
em lei, regulamentação ou norma interna, será o servidor advertido, quando 
aquela falta não determine imposição de penalidade mais grave. Quem decide 
se cabe ou não pena mais grave é evidentemente a administração, por suas 
autoridades competentes a cada caso, e conforme o critério estabelecido no 
art. 128' (Comentários ao Regime Único dos Servidores Públicos Civis, São 
Paulo: Ed. Saraiva, 1992, p. 220y
Parecer-AGU n° GQ-127, não vinculante: “Ementa: Nada obstante a 
advertência ser a penalidade estatuída para os casos de inobservância de 
dever funcional, os fatores de graduação de pena, especificados no art. 128 da 
Lei n° 8.112, de 1990, podem justificar punição mais grave. ”
Livre apreciação da prova a cargo da autoridade julgadora:
Parecer-AGU n° GQ-37, vinculante: “5. (...) é inconteste que o acusado da 
prática de infrações discipiinares deve ser notificado para comparecer, se o 
quiser, aos depoimentos pertinentes aos fatos irregulares, cuja autoria 
possivelmente lhe será atribuída. No entanto, o conjunto dos elementos 
probatórios e a maneira como este foi constituído podem induzir o julgador a 
aquilatar a quantidade de provas obtidas em harmonia com o contraditório e a
ampla defesa, desprezando aqueles depoimentos em que não esteve presente 
o acusado. ”
Somente há nulidade com comprovado prejuízo à defesa:
Parecer-AGU n° GQ-15, vinculante: "15. (...) o cerceamento de defesa não se 
presume, eis que, em sendo um fato, há que exsurgir do contexto do processo 
disciplinarJ’
Parecer-AGU n° GQ-177, vinculante: "Ementa: (...) O cerceamento de defesa é 
um fato e, em decorrência, quem o alega deve demonstrar o efetivo dano 
sofrido no exercício do direito de defender-se, não se admitindo sua 
presunção. ”
Formulação-Dasp n° 57. Inquérito administrativo
O inquérito administrativo só é nulo em razão de irregularidades que impliquem 
em cerceamento à defesa.
Contagem do termo inicial da prescrição:
Parecer-AGU n° GQ-55, vinculante: “19. A inércia da administração somente é 
suscetível de se configurar em tendo conhecimento da falta disciplinar a 
autoridade administrativa competente para instaurar o processo 
Formulação-Dasp n° 76. Prescrição
A prescrição, nas infrações disciplinares, começa a correr do dia em que o fato 
se tornou conhecido.
Interrupção do prazo prescricional requer instauração válida:
Parecer-AGU n° GQ-108, não vinculante “12. Na hipótese em que o processo 
tenha se desenvolvido sem a observância do princípio do contraditório ou da 
ampla defesa, impondo-se, destarte, a declaração de sua nulidade, 'ab initio 
em conseqüência desta não se configurou a interrupção do fluxo do prazo 
prescricional, o que autoriza asserir que, no tocante a esse aspecto, as faltas 
disciplinares têm as respectivas punibilidades sujeitas à extinção. ”
Interrupção do prazo de prescrição ocorre apenas uma vez e se mantém pelo prazo legal 
do processo:
Parecer-AGU n° GQ-144, não vinculante: “7. Em harmonia com os aspectos de 
que o art. 142 destina-se a beneficiar o servidor e o respectivo instituto da 
prescrição objetiva imprimir estabilização às relações que se estabelecem entre 
a administração e os servidores públicos, obstando que se perpetue a 
viabilidade da sanção disciplinar; é válido asserir que:
a) interrupção do curso do prazo prescricional, como estatuída no § 3o, ocorre 
uma só vez quanto ao mesmo fato. Na hipótese em que a comissão não tenha 
concluído seus trabalhos no prazo estipulado e, por esse motivo ou outro 
qualquer, imponha-se a continuidade da investigação, a instauração de outro 
processo não terá o condão de novamente interromper o prazo prescricional;
b) a 'decisão finai, capaz de fazer cessar a interrupção do prazo, é adstrita ao 
primeiro processo disciplinar válido, não se aproveitando a proferida noutro 
que, por qualquer razão, se tenha instaurado para dar seguimento à apuração 
do mesmo fato. Não ultimada a averiguação da falta, na data do término do 
prazo, incluído o dilatórío, portanto, carecendo o processo de 'decisão final', 
exaurem-se os efeitos da instauração e cessa a interrupção do transcurso do 
período prescricional, recomeçando a contagem de novo prazo, por inteiro (...).” 
Parecer-AGU n° GQ-159, vinculante: "9. Assim sendo, torna-se apropriado 
realçar os fundamentos da juridicidade da orientação supra (...). É ilação
í
indutiva do raciocínio de que o término dos prazos de averiguação da falta, ■
incluído o diíatórío, e de julgamento, destarte, carecendo o processo de (
'decisão finai', cessa a interrupção do transcurso do período prescricionai, (
reiniciando a contagem de novo prazo, por inteiro/1 (-
Formuíação-Dasp n° 279. Prescrição .
A redesignação da comissão de inquérito, ou a designação de outra, para 
prosseguir na apuração dos mesmos fatos não interrompe, de novo, o curso da ('
prescrição. (
(
Prescrição do abandono de cargo segue a prescrição do crime de abandono de função, ^
com prazo de dois anos a partir do 31- dia de falta:
Parecer-AGU n° GM-7, não vincuíante: “6. Quanto à prescrição, cumpre (
registrar que, segundo o Parecer AGU/WM-8/98 (Anexo ao Parecer GQ-144), (
(...), previsto também como crime, o abandono de cargo tem o mesmo prazo de ^
prescrição da lei penal, e da conjugação dos arts. 323 e 119, VI, do Código "
Penal e art. 142, § 2o, da Lei n° 8.112, conclui-se que o prazo prescricionai da
infração abandono de cargo é de dois anos/’ (
Parecer-AGU n° GQ-144, não vinculante:"8. Previsto como crime, no art. 323, o (
abandono de cargo tem seu prazo prescricionai regulado no art. 109, VI, ambos (-
os dois do Código Penal, isto é, a prescrição verifica-se em dois anos, a contar 
do trigésimo primeiro dia de falta ao serviço, pois a administração tem imediato (
conhecimento dessa infração (§ 1o do transcrito art. 142 da Lei n° 8.112). ” (
Parecer-AGU n° GQ-211, vinculante: “5. (...) Se o servidor começou a faltar a (
partir de 26 de julho de 1995 e não mais compareceu ao serviço, a (
Administração teve conhecimento imediato da infração. O curso da prescrição {-
interrompeu-se em 24/7/96, com a instauração do procedimento apuratório (Lei 
n° 8.112/90, art. 142, § 3o). O prazo final para julgamento se encerrou em (
8/10/96. Novo prazo prescricionai voltou a fluir por inteiro em 9/10/96 (Lei n° (
8.112/90, art. 142, § 4o). Já em 9/10/98, estava, desta forma, prescrita a (
pretensão punitiva da Administração,impossibilitando a aplicação da pena de (
demissão ao servidor” :
Aplicação da retroativídade da lei que não mais considera ato ilícito: (
(
Parecer-AGU n° GQ-91, não vinculante: “19. A prévia cominação de penalidade (
administrativa em lei se compatibiliza com as assertivas compreendidas na 
doutrina pertinente ao Direito Penal, na faceta de que a le i incidente à época 
do delito, não só no que diz respeito aos pressupostos do crime, como também (
â qualidade e quantidade (extensão, intensidade, o 'quantum') da pena, é (
direito que assiste ao infrator; que tem o direito subjetivo público a que lhe seja (
aplicada a lei mais benéfica anterior, ou seja, o princípio da vedação da lei (
penal material ex post facto'. A lei penal material é a do momento da 
consumação do crime ou do fato punível(Comentários à Constituição de 1988 (
- José Cretelia Júnior, Ed. Forense Universitária, 1988, vol. l, p. 475) (
20. A Lei n° 8.112, de 1990, instituiu a penalidade de conversão de exoneração f
em destituição de cargo em comissão, em relação à qual se perquire se incide f.
sobre fatos pretéritos. Oportuno relembrar a manifestação desse doutrinador, 
consistente na afirmação de que, em sendo a lei nova 'mais benéfica (mais 
branda, mais benigna, mais favorável), ou quando não mais capitula o fato C
como crime, ocorre a retroativídade; quando a lei nova é mais severa, isto é, (
comina pena maior do que a lei anterior, ocorre a irretroatividade, ou o que é o (
mesmo, prevalece a 'contrario sensu', a ultra-atividade da lei vigente, dotada ^
de eficácia, quando ocorreu o fato\ (op. cit.).”
Independência das instâncias: (
(
(
Parecer-AGU n° 164, vinculante: “35. (...) A ligação com a lei penal admitida 
pelas normas discipiinares é restrita, exclusivamente, ao afastamento da 
responsabilidade administrativa no caso de absolvição criminal que negue a 
existência do fato ou a autoria; a demissão decorrente de condenação por 
crime contra a Administração Pública; e ao prazo de prescrição (arts. 126, 132 
e 142 da Lei n° 8.112).
36. Essa interdependência seria destoante do espirito e do sentido do art. 39 da 
C.F. e da Lei n° 8.112, de 1990, até mesmo porque o Direito Penal trata da 
restrição do direito de liberdade, cominando a pena de prisão simples, detenção 
e reclusão, embora existam a multa e as penas acessórias, como as interdições 
de direitos, quando o Direito Disciplinar não versa sobre a pena corporal, 
porém, no tocante às mais graves (é dispensável o enfoque das apenações 
mais brandas), prevê a desvinculação do servidor. O primeiro ramo destina-se 
a proteger, de forma genérica, a sociedade, sendo que o último objetiva 
resguardar especificamente a Administração Pública e o próprio Erário. São 
áreas jurídicas distintas, com penalidades de naturezas e finalidades diversas. ”
Prazo recursal em função de decisão publicada em boletim interno;
Parecer-AGU n° GQ-38, vinculante: “Ementa: A publicação de ato decisório de 
que possa resultar pedido de reconsideração ou interposição de recurso, em 
boletim de serviço, ou de pessoal, na forma do art. 108 da Lei n° 8.112, de 
1990, gera presunção de conhecimento que admite prova em contrário. O 
pedido de reconsideração, ou o recurso, apresentado após o decurso do prazo 
fixado no aludido art. 108, deve ser recebido pela autoridade competente, se 
plausível a ilação de que o servidor desconhecia a publicação (em boletim de 
serviço ou de pessoal) do ato passível de impugnação, por motivo imputado à 
administração. ”
Direito de revisão a qualquer tempo, sem prescrição:
Parecer AGU n° GQ-28, vinculante: “71. Não há que se falar na espécie em 
prescrição porquanto a Lei n° 8.112/90 diz que o processo disciplinar poderá 
ser revisto a qualquer tempo quando ocorrerem os motivos elencados no 
‘caput’ do art. 174, causadores do pedido revisional. ”
NÃO SEI SE ESTÁ EM VIGOR OU SE FOI ALTERADA.
PORTARIA PGFN N° 321, DE 6 DE ABRIL DE 2006 
DOU 07.04.2006
Dispõe sobre o protesto de Certidão de Dívida Ativa da União.
O PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso das atribuições que lhe confere
o art. 49, inciso XXI, alínea “a”, do Regimento Interno da Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional, e tendo em vista o disposto no art. 1o da Lei n° 9.492, de 10 de setembro de 1997, e 
no art. 585, inciso VI, da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, resolve:
Art. 1o. As Certidões de Dívida Ativa da União, especialmente aquelas cujos valores não 
ultrapassem o limite estabelecido pela Portaria MF n° 49, de 1o de abril de 2004, poderão ser 
levadas a protesto, antes do ajuizamento da ação de execução fiscal.
Parágrafo único. A Coordenação-Geral da Dívida Ativa da União expedirá as orientações 
concernentes ao disposto no caput deste artigo.
Art. 2o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
MANOEL FELIPE REGO BRANDÃO
PORTARIA N° 702, DE 1o DE SETEMBRO DE 2010
Dispõe sobre os créditos de imputação de pagamento de créditos das autarquias e fundações 
públicas federais inscritos em dívida ativa.
O PROCURADOR-GERAL FEDERAL, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e 
VIII do § 2o do art. 11 da Lei n° 10.480, de 2 de julho de 2002, e a Portaria AGU n° 990, de 16 
de julho de 2009, resolve:
Art. 1o A imputação de pagamento para amortizações parciais de créditos das autarquias e 
fundações públicas federais, inscritos em dívida ativa, será efetivada de forma proporcional 
entre os componentes do crédito, incluindo o principal e os acréscimos legais.
§ 1o A Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação de Créditos orientará a disciplina de 
imputação de pagamento previsto no caput deste artigo nos sistemas de dívida ativa das 
autarquias e fundações públicas federais.
§ 2o A imputação de pagamento referida neste artigo não se refere ao procedimento de 
recolhimento ou repasse de encargos legais ou honorários, que devem ser recolhidos em Guia 
de Recolhimento da União específica ou em Guia de Recolhimento da União com campo 
específico designado, apresentando-se isoladamente do crédito principal e seus acréscimos 
legais para fins de pagamentos parciais.
Art. 2o Aplicasse esta Portaria, no que couber, à disciplina da imputação de pagamento nos 
parcelamentos judiciais e extrajudiciais concedidos no âmbito da Procuradoria-Geral Federal.
Art. 3o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
MARCELO DE SIQUEIRA FREITAS
* Este texto não substitui a publicação oficial.
PORTARIA N° 267, DE 16 DE MARÇO DE 2009 (*)
Disciplina a centraiização da cobrança da dívida ativa das autarquias e fundações públicas 
federais na PGF e estabelece critérios para a assunção.
O PROCURADOR-GERAL FEDERAL, no uso da competência de que trata os incisos I e VIII 
do § 2o do art. 11 da Lei n° 10.480, de 2 de julho de 2002;
Considerando o disposto no art. 22 da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007, a qual 
estabeleceu que a Procuradoria-Geral Federal assumirá, até 17 de março de 2009, de forma 
centralizada, a execução da dívida ativa das autarquias e fundações públicas federais, 
mediante o apoio técnico, logístico e financeiro dessas entidades; e
Considerando, ainda, a publicação do Ato Regimental da Advocacia-Geral da União n° 02, de 
12 de junho de 2007, que alterou a estrutura e funcionamento da Procuradoria-Geral Federal 
no que se refere às atividades
relacionadas à cobrança e à recuperação de créditos de autarquias e fundações públicas 
federais, atribuindo ao Procurador-Geral Federal a competência para estabelecer, em ato 
próprio, a assunção gradativa das atividades 
relacionadas à execução da dívida ativa dessas entidades; resolve:
Art. 1o As Procuradorias Regionais Federais - PRFs, as Procuradorias Federais nos Estados - 
PFs, as Procuradorias Seccionais Federais - PSFs - e os Escritórios de Representação - ERs, 
por meio dos respectivos Serviços ou Seções de Cobrança e Recuperação de Créditos,assumirão integralmente a representação judicia! e extrajudicial relativa às atribuições previstas 
nos artigos 8o e 9o do Ato Regimental AGU n° 02, de 2007, no tocante às autarquias e 
fundações públicas federais.
Parágrafo único. Incluem-se nessa representação as execuções de decisões do Tribuna! de 
Contas da União, execuções fiscais, embargos à execução, ações regressivas, ações de 
ressarcimento, ações declaratórias de inexistência da relação jurídica referentes a créditos e 
ações anulatórias de débitos, dentre outras, ainda que não 
versem exclusivamente sobre cobrança e recuperação de créditos.
Art. 2° As PRFs, PFs, PSFs e os ERs, por meio dos respectivos Serviços ou Seções de 
Cobrança e Recuperação de Créditos, assumirão, na forma do cronograma constante do 
Anexo, as atividades de apuração da liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, de 
titularidade das autarquias e fundações públicas federais, e a sua inscrição em dívida ativa, 
para fins de cobrança amigável ou judicial.
§ 1o As Procuradorias Federais, especializadas ou não, junto às autarquias e fundações 
públicas federais que tenham sistema de dívida ativa, deverão viabilizar o acesso aos sistemas 
e o treinamento às PRFs, PFs, PSFs e ERs.
§ 2o Efetuada a inscrição em dívida ativa pelas PRFs, PFs, PSFs e ERs, ou, nos casos 
transitórios previstos no Anexo, pelas Procuradorias Federais, especializadas ou não junto às 
autarquias e fundações públicas federais, as peças respectivas serão encaminhadas, quando 
for o caso, à unidade responsável pelo ajuizamento e acompanhamento, nos termos da 
Portaria PGF n° 765, de 14 de agosto de 2008.
§ 3o A Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação de Créditos e a Coordenação-Geral de 
Projetos e Assuntos Estratégicos estabelecerão em conjunto com as Procuradorias Federais, 
especializadas ou não, junto às autarquias ou fundações públicas federais, o fluxo físico ou 
virtual dos processos administrativos.
(
§ 4o A Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação de Créditos estabelecerá, quando ^
necessário, cronograma de encaminhamento de processos administrativos de constituição de ( 
créditos para as PRFs, PFs, PSFs e ERs. (
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§ 5o Identificada a viabilidade técnica, a Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação de 
Créditos proporá ao Procurador-Geral Federal a antecipação do cronograma transitório de 
centralização da atividade de inscrição em dívida ativa constante do Anexo. ^
(
Art. 3o A requisição de subsídios para a defesa da autarquia e fundações públicas federais nas ( 
ações mencionadas no caput do art. 2o observará a forma e prazos estabelecidos na Portaria , 
AGU n° 1.547, de 29 de outubro de 2008.
(
Art. 4 As demais rotinas e procedimentos relativos à cobrança e recuperação de créditos serão ( 
definidos em ato específico a ser editado pela Coordenação-Geral de Cobrança e Recuperação < 
de Créditos. (-
Art. 5o A presente Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as ' 
Portarias PGF n°s 262, 263, 399 e 400, todas de 2008. (
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MARCELO DE SIQUEIRA FREITAS (
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Estabelece prazo de prescrição para o exercício de 
Conversão da MPv n° 1.859-17, de 1999 ação punitiva pela Administração Pública Federal,
direta e indireta, e dá outras providências.
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória n° 1.859- 
17, de 1999, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente, 
para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulgo a 
seguinte Lei:
Art. 1fi Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta 
e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, 
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia 
em que tiver cessado.
§ 12 Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, 
pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante 
requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional 
decorrente da paralisação, se for o caso.
§ 2fi Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a 
prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
Art. 1-~A. Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do 
processo administrativo, prescreve em 5 (cinco) anos a ação de execução da administração 
pública federal relativa a crédito decorrente da aplicação de multa por infração à legislação em 
vigor. (Incluído pela Lei n° 11.941. de 2009)
Art. 22 Interrompe-se a prescrição da ação punitiva: (Redação dada pela Lei n° 11.941, 
de 2009)
I - pela notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; 
(Redação dada pela Lei n° 11.941 de 2009)
II - por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato;
III - pela decisão condenatória recorrível.
IV - por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação expressa de tentativa de 
solução conciliatória no âmbito interno da administração pública federal. (Incluído pela Lei n°
11.941.de 2009)
Art. 2--A. Interrompe-se o prazo prescricionai da ação executória: (Incluído pela Lei n°
11.941.de 2009)
I - pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Incluído pela Lei n°
11.941.de 2009)
II - pelo protesto judicial; (Incluído pela Lei n° 11.941. de 2009)
li! - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; (Incluído pela Lei n°
11.941. de 2009)
IV - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento 
do débito pelo devedor; (Incluído peia Lei n° 11.941. de 2009)
LEI N° 9.873, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999.
V - por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação expressa de tentativa de 
solução conciliatória no âmbito interno da administração pública federal. (Incluído pela Lei n°
11.941. de 2009)
Art. 3- Suspende-se a prescrição durante a vigência:
I - dos compromissos de cessação ou de desempenho, respectivamente, previstos nos 
arts. 53 e 58 da Lei n° 8.884. de 11 de iunho de 1994:
II - do termo de compromisso de que trata o § 5e do art. 11 da Lei n- 6.385, de 7 de 
dezembro de 1976, com a redação dada pela Lei n° 9.457, de 5 de maio de 1997.
Art. 4° Ressalvadas as hipóteses de interrupção previstas no art. 22, para as infrações 
ocorridas há mais de três anos, contados do dia 1Q de julho de 1998, a prescrição operará em 
dois anos, a partir dessa data.
Art. 5fi O disposto nesta Lei não se aplica ás infrações de natureza funcional e aos 
processos e procedimentos de natureza tributária.
Art. 6- Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória n° 1.859-
16. de 24 de setembro de 1999.
Art. 7- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8° Ficam revogados o art. 33 da Lei n° 6.385. de 1976. com a redação dada pela Lei 
n- 9.457, de 1997, o art. 28 da Lei n° 8.884, de 1994, e demais disposições em contrário, ainda 
que constantes de lei especial.
Congresso Nacional, em 23 de novembro de 1999; 178“ da Independência e 111- da 
República.
Senador ANTONIO CARLOS MAGALHÃES 
Presidente
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.11.1999
EMENDA CONSTITUCIONAL N° 62. DE 9 DE DEZEMBRO PE 2009
Altera o art. 100 da Constituição Federal e acrescenta o 
art 97 ao Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, instituindo regime especial de pagamento 
de precatórios pelos Estados, Distrito Federal e 
Municípios.
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3o do art. 60 da Constituição 
Federai, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
Art. 1o O art. 100 da Constituição Federa! passa a vigorarcom a seguinte redação:
"Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federai, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude 
de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta 
dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos 
créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1o Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, 
pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas 
em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência 
sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2o deste artigo.
§ 2° Os débitos de natureza alimentícia cujos tituiares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de 
expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com 
preferência sobre todos os demais débitos, até o vaior equivalente ao tripio do fixado em iei para os fins do 
disposto no § 3o deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na 
ordem cronológica de apresentação do precatório.
§ 3o O disposto no caput deste artigo relativamente á expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de 
obrigações definidas em leis como de pequeno vaior que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de 
sentença judiciai transitada em julgado.
§ 4o Para os fins do disposto no § 3o, poderão ser fixados, por leis próprias, vaiores distintos às entidades de 
direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício 
do regime geral de previdência sociaf.
§ 5o É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento 
de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários 
apresentados até 1o de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores 
atualizados monetariamente.
§ 6o As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, 
cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, 
a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de 
não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o seqüestro da quantia respectiva.
§ T O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a 
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o 
Conselho Nacional de Justiça.
§ 8o É vedada a expedição de precatórios compiementares ou suplementares de valor pago, bem como o 
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que 
dispõe o § 3o deste artigo.
§ 9o No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser 
abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida 
ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de 
parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou 
judicial.
(
§10. Aníes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até ( 
30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as ( 
condições estabelecidas no § 9o, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos ( 
em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. ^
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua (■ 
expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de ( 
remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no 
mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao 
tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de 
Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.”(NR)
"Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal, os
- para os Estados e para o Distrito Federal:
compensatórios. (
§ 1 3 . 0 credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente ^ 
da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2o e 3o. (
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§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer ^
regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federai e Municípios, dispondo 
sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (
( 
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Art. 2o O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 97: (
(
Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em (
mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos , 
durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo 
com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto ( 
em seus §§ 2o, 3o, 9o, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na 
data de promulgação desta Emenda Constitucional. c 
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§ 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sujeitos ao regime especial de que trata este artigo optarão, ( 
por meio de ato do Poder Executivo: '
I - pelo depósito em conta especial do valor referido pelo § 2o deste artigo; ou (
( 
(
II - pela adoção do regime especial pelo prazo de até 15 (quinze) anos, caso em que o percentual a ser 
depositado na conta especial a que se refere o § 2o deste artigo corresponderá, anualmente, ao saldo total dos 
precatórios devidos, acrescido do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança e de juros ( 
simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança para fins de compensação da 
mora, excluída a incidência de juros compensatórios, diminuído das amortizações e dividido pelo número de anos ^
restantes no regime especial de pagamento. (
§ 2o Para saldar os precatórios, vencidos e a vencer, pelo regime especial, os Estados, o Distrito Federal e os ^
Municípios devedores depositarão mensalmente, em conta especial criada para tal fim, 1/12 (um doze avos) do ( 
valor calculado percentual mente sobre as respectivas receitas correntes líquidas, apuradas no segundo mês ç 
anterior ao mês de pagamento, sendo que esse percentual, calculado no momento de opção pelo regime e 
mantido fixo até o final do prazo a que se refere o § 14 deste artigo, será: (
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a) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para os Estados das regiões Norte, Nordeste e ( 
Centro-Oeste, além do Distrito Federal, ou cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta ( 
e indireta corresponder a até 35% (trinta e cincopor cento) do total da receita corrente liquida;
b) de, no mínimo, 2% (dois por cento), para os Estados das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque de precatórios ( 
pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35% (trinta e cinco por cento) da 
receita corrente líquida;
(
II - para Municípios:
a) de, no mínimo, 1% (um por cento), para Municípios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ou cujo 
estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta e cinco 
por cento) da receita corrente líquida;
b) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para Municípios das regiões Sul e Sudeste, cujo 
estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35 % (trinta e 
cinco por cento) da receita corrente líquida.
§ 3o Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o somatório das receitas 
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, transferências correntes e 
outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1o do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período 
compreendido pelo mês de referência e os 11 (onze) meses anteriores, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
I - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
II - nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio do seu sistema 
de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9o do art. 
201 da Constituição Federai.
§ 4o As contas especiais de que tratam os §§ 1o e 2o serão administradas pelo Tribunal de Justiça local, para 
pagamento de precatórios expedidos pelos tribunais.
§ 5o Os recursos depositados nas contas especiais de que tratam os §§ 1o e 2o deste artigo não poderão retornar 
para Estados, Distrito Federal e Municípios devedores.
§ 6o Peio menos 50% (cinqüenta por cento) dos recursos de que tratam os §§ 1o e 2o deste artigo serão utilizados 
para pagamento de precatórios em ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências definidas no 
§ 1o, para os requisitórios do mesmo ano e no § 2o do art. 100, para requisitórios de todos os anos.
§ 7o Nos casos em que não se possa estabelecer a precedência cronológica entre 2 (dois) precatórios, pagar-se-á 
primeiramente o precatório de menor valor.
§ 8o A aplicação dos recursos restantes dependerá de opção a ser exercida por Estados, Distrito Federal e 
Municípios devedores, por ato do Poder Executivo, obedecendo â seguinte forma, que poderá ser aplicada 
isoladamente ou simultaneamente:
I - destinados ao pagamento dos precatórios por meio do leilão;
II - destinados a pagamento a vista de precatórios não quitados na forma do § 6o e do inciso I, em ordem única e 
crescente de valor por precatório;
III - destinados a pagamento por acordo direto com os credores, na forma estabelecida por lei própria da entidade 
devedora, que poderá prever criação e forma de funcionamento de câmara de conciliação.
§ 9o Os leilões de que trata o inciso I do § 8o deste artigo:
I - serão realizados por meio de sistema eletrônico administrado por entidade autorizada pela Comissão de 
Valores Mobiliários ou pelo Banco Central do Brasil;
II - admitirão a habilitação de precatórios, ou parcela de cada precatório indicada pelo seu detentor, em relação 
aos quais não esteja pendente, no âmbito do Poder Judiciário, recurso ou impugnação de qualquer natureza, 
permitida por iniciativa do Poder Executivo a compensação com débitos líquidos e certos, inscritos ou não em 
dívida ativa e constituídos contra devedor originário pela Fazenda Pública devedora até a data da expedição do 
precatório, ressalvados aqueles cuja exigibilidade esteja suspensa nos termos da legislação, ou que já tenham 
sido objeto de abatimento nos termos do § 9o do art. 100 da Constituição Federai;
III - ocorrerão por meio de oferta pública a todos os credores habilitados pelo respectivo ente federativo devedor;
IV - considerarão automaticamente habilitado o credor que satisfaça o que consta no inciso II;
(
V - serão realizados tantas vezes quanto necessário em função do valor disponível; (
(
VI - a competição por parcela do valor total ocorrerá a critério do credor, com deságio sobre o valor desta; ^
VII - ocorrerão na modalidade deságio, associado ao maior volume ofertado cumulado ou não com o maior (
percentual de deságio, pelo maior percentual de deságio, podendo ser fixado valor máximo por credor, ou por (
outro critério a ser definido em editai;
(
VIII - o mecanismo de formação de preço constará nos editais publicados para cada leilão; (
(
IX - a quitação parcial dos precatórios será homologada pelo respectivo Tribunal que o expediu.
§ 10. No caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1o e os §§ 2o e 6o deste (
artigo: ^
I ~ haverá o seqüestro de quantia nas contas de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, por ordem do (
Presidente do Tribunal referido no § 4o, até o limite do valor não liberado; (
II - constituir-se-á, alternativamente, por ordem do Presidente do Tribuna! requerido, em favor dos credores de ^
precatórios, contra Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, direito líquido e certo, autoaplicável e ( 
independentemente de regulamentação, à compensação automática com débitos iíquidos lançados por esta ^
contra aqueles, e, havendo saido em favor do credor, o valor terá automaticamente poder liberatório do 
pagamento de tributos de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, até onde se compensarem; (
(
III - o chefe do Poder Executivo responderá na forma da legislação de responsabilidade fiscal e de improbidade 
administrativa;
(
IV - enquanto perdurar a omissão, a entidade devedora: ^
a) não poderá contrair empréstimo externo ou interno; ^
(
b) ficará impedida de receber transferências voluntárias; ^
V - a União reterá os repasses relativos ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e ao Fundo ^
de Participação dos Municípios, e os depositará nas contas especiais referidas no § 1o, devendo sua utilização ( 
obedecer ao que prescreve o § 5o, ambos deste artigo. ^
§ 11. No caso de precatórios relativos a diversos credores, em litisconsórcio, admite-se o desmembramento do ( 
valor, realizado pelo Tribunal de origem do precatório, por credor, e, por este, a habilitação do valor total a que tem ( 
direito, não se aplicando, neste caso, a regra do § 3o do art. 100 da Constituição Federal. ;
§ 12. Se a lei a que se refere o § 4o do art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento e oitenta) dias, contados (
(
da data de publicação desta Emenda Constitucional, será considerado, para os fins referidos, em relação a , 
Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, omissos na regulamentação, o valor de: ^
I - 40 (quarenta) salários mínimos para Estados e para o Distrito Federal; (
II - 30 (trinta) salários mínimos para Municípios. ^
(
§ 13. Enquanto Estados, Distrito Federai e Municípios devedores estiverem realizando pagamentos de precatórios ( 
pelo regime especial, não poderão sofrer seqüestro de valores, exceto no caso de não liberação tempestiva dos 
recursos de que tratam o inciso II do § 1o e o § 2o deste artigo. C
(•
§ 14. O regime especial de pagamento de precatório previsto no inciso I do § 1o vigorará enquanto o valor dos /
precatórios devidos for superior ao valor dos recursos vinculados, nos termos do § 2o, ambos deste artigo, ou pelo
prazo fixo de até 15 (quinze) anos, no caso da opção prevista no inciso II do § 1o. (
§ 15. Os precatórios parcelados na forma do art. 33 ou do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais ^
Transitórias e ainda pendentes de pagamento ingressarão no regime especial

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