Buscar

IED 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dentro de tudo que nós já abordamos, ficou claro, por exemplo, que a religião
exerceu uma grande pressão tanto contra o divórcio como contra a possibilidade de
uniões homoafetivas.
Sim, porque dentro das máximas religiosas, "O que Deus uniu, o homem não
separa". E é assim até hoje ... O casamento religioso é indissolúvel. O homem não pode
pôr fim ao que Deus uniu, dizem os religiosos.
Porém, a função primordial do Direito é buscar o justo, perseguir os ideais de
Justiça. Por que o Estado vai nos obrigar a ficar com alguém que não nos faz fel iz? Por
que não tentar um novo casamento, tentar ser feliz novamente ... Essa foi a grande briga
do Direito, não da religião.
No meio das discussões da então controvertida Lei do Divórcio, a banca
. religiosa impôs uma dura condição para a aprovação da referida lei: em troca do
divórcio, instituto que era frontalmente contrário às ideias do casamerito religioso,
manter-se-ia o instituto do desquite, agora sob o nome de "separação judicial", como
requisito obrigatório para posterior pedido de sua conversão em divórcio.
Isto porque estes institutos comportavam aquilo que de mais religioso, de mais
cristão existe: o perdão, o arrependimento. Desta forma, o casal desquitado (agora
separado judicialmente), enquanto não convertesse esta em divórcio, poderia se
arrepender e por meio de simples pedido em juízo, retomar ao estado civil de casado.
Mas o Direito inevitavelmente evoluiu e em 2010, a Emenda Constitucional de
n° 66 acabou por retirar a separação judicial de nosso ordenarnentojurldico, deixando
finamente o divórcio como o meio hábil de dissolver o casamento, a qualquer época e
sob qualquer circunstância.
Porém, é importante frisar que nossas convicções religiosas não devem ser
confundidas com o estudo da Ciência do Direito, já que o cientista jurídico precisa ter
um olhar amplo e, mais do que isso, observar, acima de tudo, qual é o bem jurídico a ser
tutelado (protegido): a vida? A honra? A liberdade? Enfim, esta é a tarefa do Direito.
6

Continue navegando