Buscar

Helmintos mais frequentes em Biomedicina

Prévia do material em texto

Helmintos 
BIOMEDICINA – UNIP 
 
 Profa. Juliana Garcia 
 
 
Enteroparasitoses - Helmintos 
Helmintos mais frequentes- Pesquisa de 
ovos ou larvas na fezes 
 
-- Strongyloides stercoralis; 
-- Ascaris lumbricoides; 
-- Enterobius vermicularis; 
-- Ancilostomídeos 
-- Trichiuris trichiura; 
-- Diphyllobothrium latum; 
-- Taenia sp.; 
-- Hymenolepis sp.; 
-- Schistosoma mansoni; 
ESTRONGILOIDÍASE 
 Filo Nematoda; classe: Sarcenentea; Família: 
Strongyloididae; espécie: Strongyloides stercoralis 
 Distribuição mundial 
 
 Agente etiológico: Strongyloides stercoralis 
 Transmissão: Penetração pela pele (larvas) 
 Profilaxia: saneamento básico, uso de calçados; 
 
 
 
Habitat 
• Fêmeas - parede do intestino – nas criptas da mucosa 
duodenal e porção superior jejuno; 
 
• Formas graves - porção pilórica do estômago até intestino 
grosso. 
Fêmea adulta mucosa intestinal 
Fecundação – não há fusão 
do núcleo masc com o oócito 
Reprodução por partenogênese 
meiótica 
L4 
larvas 
3n - L3 
L4 
L5 
Ciclo biológico 
 Ciclo partenogenético ou direto: larvas rabditoides 
eliminadas com as fezes alcançam um ambiente propicio ( 
terreno argiloso – arenoso, úmido e sombreado) e 
temperaturas entre 20 e 30 graus, onde se transformam 
larvas filarioides infectantes ( L3) capazes de penetrar na 
pele do hospedeiro. 
 Ciclo sexuado ou indireto: larvas rabditoides eliminadas 
com as fezes em ambiente propício, transformam-se em 
machos e fêmeas de vida livre, em que se acasalam e 
botam ovos, produzem larvas rabditoides e depois larvas 
filarioides infectantes. 
Ciclo de vida 
 ♀ 1 a 1,5 mm e ♂ 0,7 mm (cauda recurvada) 
 
 Formação de machos depende de fatores 
ambientais e da carga genetica 
 
 Vivem no solo 
 
 Ovos--larvas rabditóides 
 
 
Ciclo parasitário 
 Larvas invadem a pele (secretam enzimas) 
 Ciclo pulmonar ou ciclo de LOSS; 
 Somente fêmeas partenogenéticas no intestino 
 Ovos eclodem na mucosa e geram larvas 
rabditóides que se transformam em: 
 *machos e fêmeas (ciclo indireto) 
 *larvas filarióides infectantes (ciclo direto) -> 
homem 
 (5 semanas no solo ) 
Patologia e Sintomatologia 
 Lesões cutâneas; pontos de penetração larvas 
infectantes →dermatite mas nem sempre observável 
 
 INTESTINAL - ENTERITE (inflamação) – 
parasitos criptas glandulares → reação inflamatória 
leve; 
 ENTERITE ULCEROSA - parasitos grande 
quantidade → inflamação intensa → rigidez da 
mucosa intestinal – lesão irreversível → fibrose 
pode provocar alterações no peristaltismo. 
 
PULMONAR 
 
 Pulmões: Pneumonia eosinofílica (Síndrome de Loeffler ); 
 
 tosse com ou sem expectoração, febre e crises asmáticas; 
 
 travessia das larvas dos capilares→ alvéolos provoca 
hemorragia; 
 
 casos mais graves → edema pulmonar, insuficiência 
respiratória, broncopneumonia 
 
Patologia e Sintomatologia 
 Eosinofilia usualmente presente 
 Patógeno relevante em pacientes em uso de corticóides? 
 Disseminação da infecção? 
 
 Ação direta do corticóide nos parasitas? 
 Aceleração da transformação rabditóide em filarióide? 
 Rejuvenescimento de fêmeas reprodutivamente latentes? 
 
Desenvolvimento larvas influenciado pelos níveis de 
corticóides ??? 
 
 
 
Keiser & Nutman. 2004. Clin. Microbiol. Rev. 17(1):208-217 
 
 Strongyloides stercoralis 
Figura 14: larva de Strongyloides stercoralis corada pelo lugol (400X). 
Presença de primórdio genital(1) e vestíbulo bucal curto(2). 
 
Figura 14.1: larva de Strongyloides stercoralis corada pelo lugol (400X), 
mostrando delimitação do primórdio genital(1) 
 
PROFILAXIA 
 elaborar programas de controle, 
 ressaltar atenção ao hábitos higiênicos - lavagem de 
alimentos, utilização de calçados, educação sanitária e 
melhoria da alimentação 
 
 
TRATAMENTO 
 parasitose mais difícil ser tratada; 
 drogas do grupo benzimidazólicos, albendazol, tiabendazol 
e a ivermectina; 
 
 
 
 
Ancilostomíase 
Ancilostomíase 
 Filo Nematoda; 
 familia: Ancylostomidae; 
 espécies: Ancylostoma duodenale e Necator americanus 
Ancilostomíase 
 OMS (2002) – 1,3 bilhão de pessoas no planeta 
estão infectadas por ancilostomídeos e 65 mil 
morrem devido a anemia associada à doença. 
 
 Depois da malária, a ancilostomíase é a infecção que 
mais mata. 
 
 No Brasil, essa parasitose predomina nas áreas 
rurais, e está associada a regiões sem saneamento 
ambiental e cujas populações têm o hábito de andar 
descalço. 
Ancilostomíase = “Amarelão” – “o Jeca 
não é assim, está assim” 
Ancilostomíase 
 Agente etiológico: Ancylostoma duodenale e Necator 
americanus; 
 
 Transmissão: Penetração pela pele (larvas) 
 
 
 Profilaxia: saneamento básico, uso de calçados; 
 
Ancilostomíase 
 
 A. duodenale era restrito ao continente europeu, 
africano e asiático, 
 N. americanus era restrito ao continente americano e 
parte da África. 
 
 A ancilostomíase, no Brasil, tem como maior causador 
o Necator americanus. 
 
Ciclo Evolutivo 
Vermes adultos 
 Duodeno 
Ciclo biológico 
 Monoxenico mas necessita de uma fase no solo para 
saida( eclosão) das larvas de dentro dos ovos e a 
trasnformaçao em L. rabditoides (L1) em L. 
Intermediarias(L2) e larvas Filarioides infectantes (L3). 
 Vive no solo de 1 a 6 meses e pode infectar o paciente 
em duas formas: por penetração ativa na pele ou nas 
mucosas ; ingestão de larvas junto com água e alimentos. 
Ciclo biológico 
 Via cutânea: larvas na corrente sanguínea ( coração), 
depois pulmões, perfuram alvéolos, sobem a arvore 
brônquica e ao chegarem na faringe podem ser eliminadas 
( escarradas junto com a expectoração) ou ser deglutidas 
e completarem o desenvolvimento no intestino delgado ( 
duodeno). Cerca de 30 dias após a infecção cutânea, os 
helminto iniciam a postura de ovos que saem nas fezes. 
 Via oral as larvas chegam ao duodeno e completam o 
ciclo e cerca 30 dias após a infecção, os helminto iniciam a 
postura de ovos que saem nas fezes. 
 
Ancilostomíase 
Ancylostoma duodenale Necator americanus 
 
 Ancylostoma duodenale 
 
 
 Adultos machos e fêmeas 
cilíndricos (9 a 13mm) 
 
 
 Pares de dentes triangulares 
 MACHOS – menores fêmea, extremidade posterior com 
bolsa copuladora 
 FÊMEAS – extremidade posterior afilada com processo 
espinhoso terminal 
 
Processo espinhoso 
Fêmea 
Bolsa copulatoria 
Macho 
Necator americanus (5 a 11mm) 
 
 
 
 Cápsula bucal – 
 lâminas cortantes 
 
 MACHO – bolsa copuladora desenvolvida 
 FÊMEA – extremidade posterior afilada – sem processo 
espinhoso 
 
Ovos 
Ancilostoma – 20 a 30 mil ovos/dia 
Necator – 6 a 11 mil ovos/dia 
Ancilostomíase - particularidades 
Ovos: precisam de solo em condições adequadas; 
Umidade elevada, boa oxigenação, solo arenoso, sem 
muita compactação e sombreado, e temperaturas 
que variam entre 27 a 32ºC. 
 
Após 18 a 24 horas no solo, em condições favoráveis, 
formam-se a larva no interior do ovo. 
 
Ciclo de Loss: Passagem pelo pulmão. 
Ancilostomatidae 
 
Figura 12: ovo de ancilostomídeo (400X). 
Figura 13: larva de ancilostomídeo, corada pelo lugol, 
caracterizada pela presença de vestíbulo bucal longo (1000X). 
5 – Strongyloides stercoralis 
Figura 14: larva de Strongyloidesstercoralis corada pelo lugol (400X). 
Presença de primórdio genital(1) e vestíbulo bucal curto(2). 
 
Strongyloides/ancilostomideos 
 Larva Rabditóide 
 Strongyloides -> Peça bucal = curta 
 Primordio genital – volumoso 
 
 
 
 Ancilostomideo -> PB=longa 
 PG= pequeno 
Strongyloides/ancilostomideos 
 Larva Filariode 
 Strongyloides -> entalhe na cauda 
 
 
 
 Ancilostomideo -> cauda afilada 
Patologia 
 Local penetração 
 Geralmente assintomática; 
 Pele - lesões traumáticas , sensação de “ picada” , prurido 
e edema resultante processo inflamatório e infecções 
secundárias. 
 
 Período incubação – até surgirem sintomas intestinais 1 a 
2 meses e pode durar anos 
 
 
 
ALTERAÇÕES PULMONARES 
 passagem larvas – tosse de longa ou curta duração 
 
PARASITISMO INTESTINAL 
 Dor na porção alta e direita do abdome; 
 Diminuição apetite, indigestão, cólica; 
 indisposição, náuseas, vômitos; 
 
 Número parasitas alto ocorre: 
 diarréia sanguinolenta; 
 perda de peso; 
 má absorção dos nutrientes. 
 
 . 
 
 
 
 No intestino parasitas alimentam-se de sangue, 
provocando : 
 Danos na mucosa e capilares do intestino. 
 
 Casos crônicos (grande número de parasitas) a perda 
de sangue devido às hemorragias leva: 
 à anemia por deficit de ferro, com perda de atividade 
e capacidade intelectual. 
 
 Os Ancylostoma são mais perigosos cada um consome 
0,20ml sg/por dia, enquanto o Necator, consome 
apenas 0,05ml sg/por dia. 
 Absorção do Ferro. 
 
 
 
 
Sintomas 
 Anemia; 
 Palidez; 
 Sindrome de Loeffer 9 tosse seca, bronquite, pneumonia 
atipica); 
 
Diagnóstico, Controle e Tratamento 
 
 Medidas preventivas: 
 saneamento básico, educação sanitária e 
 suplementação alimentar de Fe e proteínas; 
 
 Tratamento: 
 Uso anti-helminto – mais de uso curativo; 
 Albendazil, Mebendazol 
 
 
 
 
 
 
ASCARIDÍASE 
ASCARIDÍASE 
 Filo Nematoda; classe: Sercenentea; família: Ascarididae; 
espécie: Ascaris lumbricoides 
 Ascaridiose, Ascaridíase ditribuição mundial 
 Macho 20 cm, e femea 35cm 
 Vivem no intestino delgado 
 É uma das infecções por helmintos mais comuns em 
humanos de todo o mundo. 
 Causada pelo Ascaris lumbricoides, um nematóideo 
intestinal. 
 Também chamado de “lombriga”. 
 
 Estima-se que mais de um bilhão de pessoas do mundo 
estejam infectadas. 
 A distribuição é mundial. 
 Mais comuns em áreas com climas quentes e úmidos – em 
áreas tropicais e subtropicais, onde o saneamento e a higiene 
são pobres. 
 A maioria dos indivíduos com ascaridíase vive na Ásia 
(73%), África (12%), e América do Sul (8%), onde algumas 
populações têm taxas de infecção tão alta quanto 95%. 
Epidemiologia 
 
Ciclo de Vida 
No contexto da infecção apenas com vermes fêmeas, ovos 
estéreis são produzidos, que não se desenvolvem para a fase 
infecciosa. 
No contexto da infecção apenas com vermes machos, sem 
ovos são formados. 
Ciclo biológico 
 Machos e fêmeas se acasalam e as fêmeas botam grande 
quantidade de ovos ( cerca de 200mil por dia, durante 1 ano), o 
quais chegam ao MA contendo uma massa de células. Estando em 
ambiente adequado ( sombreado e úmido), passando 15 dias 
encontra no interior de cada ovo uma larva L1, que 15 dias depois 
se transforma em L2 e mais 15 dias se transforma em L3 infectante 
dentro do ovo. 
 Estes ovos infectantes são ingeridos por uma nova pessoa, no 
intestino as larvas eclodem, penetram na mucosa do intestino 
grosso e caem na corrente sanguínea, passam por fígado, coração e 
pulmões, sobem a arvore brônquica e chegam ate a faringe, ode 
podem ser expelidos ou ingeridas, chegam ao ID onde se 
transformam em machos e fêmeas que em 30 dias iniciam a 
ovoposição. 
 Os vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado. 
 Uma fêmea pode produzir cerca de 200 mil ovos por dia, 
que são passados ​​com as fezes. 
 Ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são 
infectantes. 
 Ovos férteis embrionados tornam-se maduros após 18 
dias a várias semanas, dependendo das condições 
ambientais. Podem permanecer por até 10 anos. 
◦ Condições ideais: solo quente e úmido, mas sem luz direta. 
 São necessários 2 a 3 meses, a partir de ingestão dos 
ovos infectantes, para a oviposição da fêmea adulta. 
 Vermes adultos podem viver 1 a 2 anos. 
Ciclo de Vida 
 Principalmente através da ingestão de água ou alimentos 
contaminados com ovos. 
 Manipulação do solo contaminado 
 A transmissão é reforçada por indivíduos infectados de 
forma assintomática que podem continuar a lançar ovos 
por anos. 
 Coinfecção com outras doenças parasitárias ocorre com 
certa regularidade por causa de semelhantes fatores 
predisponentes para a transmissão. 
 
 A maioria é assintomática. 
 Possível fase sintomática com a migração do verme: 
 Tosse, sibilos, ... 
 Sintomatologia variável, bem relacionada a carga elevada 
de vermes. 
 Dor abdominal leve 
 Grandes infecções ​​podem causar obstrução intestinal e 
prejudicar o crescimento em crianças. 
Quadro Clínico 
 Ocorre entre todas as faixas etárias, mas é mais comum 
em crianças de 2 a 10 anos de idade. 
 A prevalência de infecção diminui com a idade de 15 anos. 
 Infecções tendem a se agrupar em famílias, e a carga de 
vermes se correlaciona com o número de pessoas que 
vivem em uma casa. 
 
Epidemiologia 
 Os sintomas e as complicações da infecção pode ser 
classificada para o seguinte: 
 Pulmonar e sintomas de hipersensibilidade 
 Sintomas intestinais 
 Obstrução intestinal 
 Sintomas hepatobiliares e pancreáticas 
 
Quadro Clínico 
 Sintomas respiratórios transitórios podem ocorrer em 
indivíduos sensibilizados durante a migração das larvas 
através dos pulmões. 
 Os sintomas associados com essa pneumonite 
eosinofílica, conhecida como síndrome de Loeffler, 
tendem a ocorrer uma ou duas semanas após a ingestão 
de ovos. 
◦ Tosse seca, desconforto, queimação subesternal, dispnéia e 
escarro tingido de sangue. 
◦ Febre ocorre em muitos pacientes. 
◦ Mais de metade dos doentes têm crepitações e sibilos, na 
ausência de consolidação focal. 
Pulmonar e Sintomas de Hipersensibilidade 
 Desconforto abdominal, anorexia, náuseas e diarréia. 
 Ascaridíase tem sido associada com déficit de 
crescimento e desnutrição. 
 Também tem sido proposto que as superinfecções ​​podem 
estar associadas ao baixo desenvolvimento cognitivo em 
crianças em idade escolar. 
Sintomas Intestinais 
 A obstrução ocorre mais comumente na válvula ileocecal. 
 Os sintomas incluem dor abdominal com cólicas, vômitos e 
constipação. 
 Em alguns casos, uma massa abdominal que muda de tamanho 
e localização podem ser achado ao exame físico. 
 Complicações incluem: volvo, intussuscepção ileocecal, 
gangrena e perfuração intestinal. 
 As complicações associadas com infecções por A. 
lumbricoides são fatais em cerca de 1% dos casos. Estima-se 
que a partir de 20.000 mortes ocorrem anualmente 
ascaridíase, devido à obstrução intestinal. 
 
 
Obstrução Intestinal 
 
 
Ascaris lumbricoides 
Figura 1: ovo fértil de Ascaris lumbricoides com membrana mamilonada 
(400X). 
 
Figura 2: ovo infértil de Ascaris lumbricoides com membrana 
mamilonada (400X). 
 
Figura 3: ovo de Ascaris lumbricoides sem a membrana mamilonada 
(400X). 
 
 As terapias anti-helmínticosagem contra o verme adulto, 
mas não contra as larvas. 
 Os pacientes devem ser reavaliados dentro de dois a três 
meses após o tratamento com microscopia de fezes de 
repetição. 
 Detecção de ovos sugere eliminação inadequada de 
vermes adultos ou reinfecção. 
 Em áreas endêmicas, reinfecção ocorre com freqüência, 
em algumas áreas mais de 80 por cento dos indivíduos 
tornam-se infectado dentro de seis meses 
Tratamento 
 Medidas de higiene 
 Saneamento básico 
OBRIGADA!

Continue navegando