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Análise de zonas aptas Tiago Garlipp

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE 
TECNOLOGIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 TIAGO ANTONIO AZEVEDO GARLIPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE ZONAS COM APTIDÃO PARA 
DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
URBANOS UTILIZANDO FERRAMENTAS SIG NO 
MUNICÍPIO DE SUMARÉ, SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CAMPINAS 
 2010 
 
 
II
 
 TIAGO ANTONIO AZEVEDO GARLIPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE ZONAS COM APTIDÃO PARA 
DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
URBANOS UTILIZANDO FERRAMENTAS SIG NO 
MUNICÍPIO DE SUMARÉ, SP 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como exigência para a 
obtenção do título de Superior, no curso de 
Engenharia Ambiental, Pontifícia Universidade 
Católica de Campinas. 
 
 
 
 Orientador: Prof. Abimael Cereda Júnior 
 
 
 
 
 
 
 
 PUC-CAMPINAS 
 2010 
 
 
III
 
 BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
 
 
Presidente e Orientador Prof. Dr.__________________________________________ 
 
1º Examinador (Prof.(a). Dr. (a).___________________________________________ 
 
2º Examinador (Prof.(a). Dr. (a).___________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Campinas, 11 de Dezembro de 2010 
 
Abimael Cereda Júnior 
Sueli Betine 
 
 
 
 
 
 Agradeço á toda a minha família que sempre me 
acompanhou por toda essa minha trajetória, e que á eles 
sou eternamente grato. Ao meu pai, meu grande ídolo, 
exemplo de cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 Agradecimentos 
 
 
Ao Prof. João Humberto Camelini 
Pelo seu ensinamento e apoio técnico na área de geoprocessamento e topografia, e toda a atenção 
prestada durante o meu período na TECGRAF – Tecnologia em computação gráfica de Campinas. 
 
Ao Prof. Abimael Cereda Junior 
Pelo acompanhamento e auxílio prestado na estrutura e material para o texto durante todo o trabalho. 
 
Ao Sr. Francisco Rosolen 
Pelo material de apoio cedido por sua pessoa através da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
 
Á minha namorada Érica da Silva Pereira 
Pelo apoio moral durante todo o trabalho. 
 
Á Tânia do laboratório de Geoprocessamento do Instituto Agronômico de Campinas 
Pela atenção e gentileza quando forneceu o mapa pedológico do Estado de São Paulo para o 
complemento deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
“ Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” Lavoiser 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Municípios, total e sua respectiva distribuição percentual, população e 
dados gerais sobre o lixo, segundo estratos populacionais dos municípios – 2000. 37 
Tabela 2: Classe de solo, simbologia e descrição de cada solo referente à 
Sumaré. 48 
Tabela 3: Prioridades das condições envolvidas no processo de análise para a 
instalação de um aterro sanitário. 68 
Tabela 4: Prioridade dos fatores e atendimentos nas áreas 69 
Tabela 5: Peso dos critérios correlacionados á prioridade dos atendimentos. 70 
Tabela 6: Pontuação das áreas. 71 
Tabela 7: Escala de valores AHP para comparação pareada 81 
Foi então que eu gerei, com essas comparações que eu defini, uma matriz que 
será utilizada na operação AHP. 84 
Tabela 8: Tabela customizada a partir da matriz original AHP. 84 
Tabela 9: Pesos finais das variáveis obtidos através da comparação pareada, de 0 
a 1. 85 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Prisma entre Geoprocessamento, Cartografia e Mapa. 22 
Figura 2: Diagrama de Venn ilustrando a diferença de fronteira entre um 
conjunto Fuzzy (A) e Booleano (B). 76 
 
 
 
 
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5 
LISTA DE MAPAS 
 
Mapa 1: Mapa da malha viária no município de Sumaré-SP. 41 
 
Mapa 2: Sumaré e cidades limitantes no Estado de São Paulo. 42 
Mapa 3: Mapa da Mancha Urbana do Município de Sumaré-SP. 44 
Mapa 4: Mapa de altimetria de Sumaré- SP. 45 
Mapa 5: Mapa pedológico Semidetalhado de Sumaré – SP. 47 
Mapa 6: Mapa da hidrografia de Sumaré-SP. 49 
Mapa 7: Mapa de Áreas de Preservação Permanente do Município de Sumaré-SP 50 
Mapa 8: Mapa de Áreas Rurais e Reserva Natural do Município de Sumaré-SP. 51 
Mapa 9: Mapa de áreas sujeitas a inundação no município de Sumaré-SP. 52 
Mapa10: Mapa de declividade no município de Sumaré-SP 53 
Mapa 11: Mapa de densidade populacional no município de Sumaré-SP. 54 
Mapa 12: Mapa de aptidão à instalação de aterros sanitários no município de Sumaré-
SP. 86 
Mapa 13 – Mapa de homogeneização de aptidão à instalação de aterros sanitários no 
município de Sumaré-SP. 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
RESUMO................................................................................................................. 9 
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 
2.OBJETIVOS ....................................................................................................... 13 
2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 13 
2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 13 
3. RESÍDUOS SÓLIDOS....................................................................................... 14 
3.1. Resíduos Sólidos no Brasil............................................................................. 14 
3.2 Classificação dos resíduos sólidos.................................................................. 16 
3.3 Por que aterros sanitários e não lixões? ......................................................... 18 
4. ANÁLISE ESPACIAL COM FERRAMENTAS DE GEOPROCESSAMENTO.... 19 
5. PLANEJAMENTO AMBIENTAL ........................................................................ 26 
5.1. Estudos ambientais e a Política Nacional do Meio Ambiente......................... 28 
5.2. Estudos ambientais e ferramentas SIG.......................................................... 32 
5.3. Estudo preliminar para aterro sanitário .......................................................... 34 
5.4. Temas ............................................................................................................ 37 
5.5. Critérios de Impacto Ambiental...................................................................... 39 
6. ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 40 
6.1. Urbanização ................................................................................................... 42 
6.2. Altimetria ........................................................................................................ 44 
6.3. Pedologia ....................................................................................................... 45 
6.4. Hidrografia...................................................................................................... 48 
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7 
6.5. Uso do Solo.................................................................................................... 50 
6.6. Áreas sujeitas a inundação ............................................................................ 51 
6.7. Declividade..................................................................................................... 52 
6.8. Densidade Populacional................................................................................. 53 
7. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UMA ÁREA PARA ATERRO SANITÁRIO.. 54 
7.1. Identificação dos critérios técnicos................................................................. 57 
7.2. Identificação dos critérios econômico-financeiros .......................................... 63 
7.3. Identificação dos critérios político-sociais....................................................... 65 
7.4. Quantificação dos critérios ............................................................................. 66 
7.5. Ponderação (qualificação) dos critérios.......................................................... 66 
8. ANÁLISE DO OBJETO DE ESTUDO ATRAVÉS DAS FERRAMENTAS SIG... 72 
8.1. Materiais e métodos utilizados ....................................................................... 72 
8.2. Lógica Fuzzy .................................................................................................. 75 
8.3. Combinação das variáveis ............................................................................. 77 
8.4. Comparação das variáveis ............................................................................. 78 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 87 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 ONU = Organização das Nações Unidas 
 IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 MNT = Modelo Numérico de Terreno 
 PNMA = Política Nacional do Meio Ambiente 
 SISNAMA = Sistema Nacional do meio ambiente 
 SIG = Sistemas de Informações Geográficas 
 APP = Área de Preservação Permanente 
 NBR = Norma Brasileira Regulamentadora 
 CETESB = Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 
 CONAMA = Conselho Nacional do Meio Ambiente 
 RSU = Resíduos Sólidos Urbanos 
 IAC = Instituto Agronômico de Campinas 
 PNSB = Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 
 UC = Unidade de Conservação 
 EMBRAPA = Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
 AIA = Avaliação de Impacto Ambiental 
 ZEE = Zoneamento Ecológico Econômico 
 SLAP = Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 RESUMO 
 
GARLIPP, Tiago Antonio a. Análise de zonas com aptidão para destinação final de 
resíduos sólidos urbanos no município de Sumaré, SP. Campinas, 2010. Dissertação 
(Trabalho de Conclusão de Curso) – Curso de Engenharia Ambiental, Pontifícia 
Universidade Católica de Campinas. Campinas, 2010. 
 
O presente trabalho apresenta o diagnóstico ambiental sobre o município 
de Sumaré-SP. Com a intensa urbanização na cidade, sofrida durante épocas de 
desenvolvimento na Região Metropolitana de Campinas, houve restrições quanto ao 
uso do solo para abrigar os resíduos sólidos urbanos, estes produzidos e consumidos 
de forma desordenada em todos os lugares do país. Estes fatores causaram um 
comprometimento no que se refere á locais aptos para acomodação do lixo, efeito este 
estudado dentro do presente trabalho. Com a proposta na utilização das ferramentas 
SIG (Sistemas de Informação Geográfica) para identificação destas zonas foi possível 
comprovar que esta tecnologia contribuiu satisfatoriamente, pois além de analisar 
claramente temas que causam relevância na questão ambiental sob o espaço 
territorial, ainda observou-se que estas condições contribuem diferentemente para o 
processo final dentro do escopo do estudo. Estas variáveis foram classificadas de 
forma distinta, recebendo um peso correspondente à sua contribuição no que diz 
respeito à solução de critérios, estes exigidos para adequação na localização de 
aterros, levantando a hipótese para um auxílio na tomada de decisão como melhoria 
no planejamento ambiental da cidade. Para chegar á este nível de entendimento foram 
abordados, durante o trabalho, assuntos como a problemática do resíduo sólidos no 
Brasil e na Região Metropolitana de Campinas. Na pesquisa bibliográfica, para que 
fosse compreendida a relação das diferentes variáveis para futura ponderação, foi 
destacado o licenciamento ambiental, além do método de cálculo utilizado dentro de 
SIG para o mapeamento final. Além disto, são explanados também definições e 
funções de ferramentas SIG, além também de aplicações reais vivenciadas no 
 
 
10
tratamento de problemas ambientais. Em metodologia é explicado o motivo sobre a 
escolha do método utilizado, sendo apresentados também os materiais e o produto 
final, seguidos da conclusão para a pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11
1.INTRODUÇÃO 
O município de Sumaré, consolidado pela alta concentração populacional 
em seu limite administrativo, sofre até hoje com a falta de planejamento durante a 
evolução de processos históricos. Sendo esta exemplificada pela negligência dos 
gestores ao atendimento à grande urbanização que se formava na Região 
Metropolitana de Campinas e que se intensificava cada vez mais, este planejamento 
não fora utilizado como ferramenta para reter a demografia desordenada das cidades 
brasileiras no século XIX. (ORLANDO, 2005) 
Esta expansão desenfreada, ocorrida muitas vezes pela densa migração de 
mão-de-obra humana com a necessidade de se trabalhar nos campos e nas indústrias, 
desencadeou uma excessiva atividade urbana, traduzida em construções de obras 
para suprir a mesma. (ORLANDO, 2005) 
Foi possível notar que a resposta da alteração sobre o meio físico, 
enfatizada na importância do aspecto econômico da região, foi dada pela inevitável 
ocupação da infra-estrutura, o que se agravou ainda mais com o consumo das pessoas 
em todos os setores de atividades. 
Dentro deste contexto, dois principais aspectos são evidenciados, a alta 
geração de resíduos e a ocupação e uso do solo para receber tais rejeitos, situação 
esta que provoca restrições para a implantação de locais apropriados e com 
capacidade para suportarestes materiais. 
Do ponto de vista ambiental, é necessário que esses rejeitos, que são 
potenciais poluidores, sejam descartados e estocados em locais adequados e com 
métodos corretos de engenharia para transformar este resíduo em um material inerte e 
biologicamente estável e que não venha interferir nos recursos hídricos, naturais e 
atmosféricos em geral. (INSTITUTO DE PESQUISA TECNOLÓGICA, 1995) 
O crescimento deste rejeito, contemplado pela produção em diversas 
residências, indústrias, escolas e empresas, é fruto do aumento desenfreado da 
 
 
12
população como já mencionado e posteriormente explanado, o que exige maior 
cuidado com o gerenciamento dos resíduos sólidos. 
Além disso, em razão do alto volume de resíduos, existem diversas 
alternativas de redução desse montante, como a coleta seletiva, a compostagem, a 
incineração ou mesmo a reciclagem (DALMAS, 2008) caso a matéria prima ainda não 
atinja o final de seu ciclo. Com a redução do volume original, é empregado o descarte 
em locais cuja adequação para esse propósito é o tema central do presente trabalho. 
Alguns aspectos ambientais e sócio-econômicos que dificultam a construção 
de empreendimentos desse gênero em determinadas áreas podem ser destacados. 
Fatores como a proximidade de leitos fluviais, subterrâneos, rede viária, distância de 
residências, assim como solos inapropriados exercem uma forte influência no que diz 
respeito á viabilização destas ocupações.(DALMAS, 2008) 
Para avaliar espacialmente essas variáveis ambientais e geográficas de 
forma a organizar o planejamento ambiental dentro dos municípios em geral, pode-se 
utilizar a técnica de geoprocessamento. Métodos matemáticos intrínsecos a softwares 
dessa natureza permitem, a partir de ponderações atribuídas às variáveis, encontrar 
regiões aptas, ou seja, que não impactem ou se tornem como risco ao meio ambiente 
na acomodação e tratamento de resíduos in-situ, assegurando uma instalação de 
empreendimentos próprios para essa finalidade, indicando quais são os aspectos de 
maior relevância dentro de um estudo ambiental. 
O mapeamento das áreas pertinentes à recepção dos rejeitos com a 
finalidade de trazer segurança aos recursos ambientais aparece como um objeto 
favorável à tomadas de decisão do poder público para a alocação segura de obras 
potencialmente poluidoras. 
No que tange a legislação ambiental, pode-se considerar a sustentabilidade 
como referência principal. Inúmeras condições são instituídas para proibir a 
inadequada exploração da natureza, a fim de não comprometer a qualidade ambiental 
e conservar o meio físico, químico e biológico para a satisfação das futuras gerações. 
 
 
13
2.OBJETIVOS 
2.1 Objetivo geral 
Este trabalho objetiva, através do uso de técnicas de geoprocessamento, a 
delimitação de áreas propícias ao correto tratamento e destinação final dos resíduos 
sólidos no município de Sumaré. 
A disponibilidade de dados cartográficos e geográficos oriundos do objeto de 
estudo, bem como sua integração e apresentação utilizando ferramentas SIG, tem a 
finalidade de encontrar possibilidades para instalação de um aterro sanitário para a 
cidade, considerando o detalhamento deste material. 
O motivo pelo qual Sumaré foi escolhido para o presente tema se dá pela 
grande ocupação urbana dentro deste município. Objetivou-se, considerando sua atual 
realidade, a realização de um estudo de temas ambientais e seus prováveis impactos, 
aplicado a um melhor diagnóstico ambiental dentro do município. 
 
2.2 Objetivos específicos 
• Discutir termos conceituais importantes para a compreensão da presente 
dissertação, como geoprocessamento, periculosidade dos resíduos e tipos de 
destinação final destes. 
• Apresentar a problemática da gestão dos resíduos sólidos no Brasil e seus 
principais tipos de disposição; 
• Identificar, qualificar e quantificar os critérios usados na seleção de melhor área 
para acomodação de resíduos sólidos; 
• Apresentar um mapa final destacando locais com aptidão para destinação dos 
resíduos; 
 
 
 
14
3. RESÍDUOS SÓLIDOS 
De acordo com a NBR 10004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
de 2004, os resíduos sólidos são: 
Resíduos no estado sólido e semi-sólido, que resultam de 
atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, 
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta 
definição os lodos provenientes dos sistemas de tratamento de água, 
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, 
bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o 
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam 
para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor 
tecnologia disponível. (NBR 10004/04) 
 Esta definição pode retratar a abrangente diversidade desses materiais, cujo 
impacto à saúde e ao meio ambiente é de conhecimento público. 
 
3.1. Resíduos Sólidos no Brasil 
A questão dos resíduos sólidos no Brasil vem sendo discutida cada vez mais 
pelo fato de seu gerenciamento ser muitas vezes inadequado. A destinação e 
disposição final dos resíduos sólidos vêm sendo objeto de muitos estudos que visam 
solução para esse problema enfrentado pelos conglomerados urbanos, sejam eles 
pequenos, médios ou grandes, no que se diz respeito à poluição dos solos, do ar e dos 
recursos hídricos. Esta discussão atrai o desenvolvimento de técnicas mais avançadas 
para o tratamento da massa do lixo, e seus efluentes líquidos e gasosos, além de 
promover um melhor aproveitamento das áreas destinadas à disposição final desses 
resíduos. (ZANTA e FERREIRA, 2003) 
Estima-se que a população brasileira esteja em 185 milhões de habitantes 
(com a taxa de crescimento de 1,4% ano – IBGE, 2006) e esteja gerando 241.614 
toneladas de lixo por dia (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 1995), 
sendo que devido à condição geográfica e sócio-econômica a geração de lixo é 
irregular e o seu gerenciamento também é irregular. 
 
 
15
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), 
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000), com relação 
aos dados referentes á destinação final do lixo coletado no país, mais de 63,6 % dos 
municípios utilizam lixões em que a maior parte das cidades são de pequeno porte, 
como no caso de Sumaré, e 32,2 %, aterros adequados (13,8 % sanitários e 18,4 % 
controlados), sendo que 5 % não informaram para onde vão seus resíduos. 
 
 
 
 
 
Tabela 1: Percentual do volume de lixo coletado, por tipo de destino final, segundo os 
estratos populacionais dos municípios – 2000. 
 
 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores 
Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000. 
 
 
16
Pode-se então discutir através desses números que mais da metade do lixo 
gerado no Brasil está tendo um destino inadequado. A disposição dos resíduos está 
diretamente ligada à falta de disponibilidade de áreas, pois estão sendo lançados em 
lixões e não em aterros sanitários como deveria ser. Com o aumento da população em 
todo o país, maior é a produção e demanda de lixo, consequentemente menor é a 
disponibilidade de área ecologicamente correta para o recebimento dos resíduos. No 
intuito de encontrar essa pequena percentagem de área, existem ferramentas para este 
tipo de funcionalidade. 
 
3.2 Classificação dos resíduos sólidos 
Os RSU´s (Resíduos Sólidos Urbanos), de origem urbana, são 
compreendidos por aqueles gerados pelas inúmeras atividades desenvolvidas nas 
áreas com aglomerações humanas do município. Abrangem resíduos de várias 
origens, como: residencial, comercial, de saúde, industriais, de limpeza pública 
(varrição, poda de árvores), de construção civil e agrícola. (ZANTAe FERREIRA, 2003) 
Existem vários tipos de classificações dos resíduos sólidos, que são 
baseadas de acordo com determinadas características ou propriedades identificadas. 
A classificação é relevante para a escolha do tipo de tratamento que o resíduo sofrerá, 
ou seja, o gerenciamento mais viável para determinado tipo. A NBR 10004 de 2004 
trata da classificação dos resíduos sólidos, quanto sua periculosidade, característica 
apresentada pelo resíduo em função das suas propriedades físicas, químicas ou 
infecto contagiosas, que pode apresentar potencial risco à saúde pública através da 
mortalidade ou morbidade e ao meio ambiente, provocando efeitos adversos quando 
manuseados ou dispostos de forma inadequada. 
A periculosidade do lixo e seus efeitos adversos quando dispostos de forma 
inadequada pode ser entendida de acordo com a regulamentação da NBR 10004, da 
ABNT de 2004 que segue: 
 
 
17
Periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por um 
resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-
contagiosas, pode apresentar: 
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou 
acentuando seus índices; 
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma 
inadequada.(NBR 10004/04) 
 
De acordo com sua periculosidade, são classificadas em três classes: 
a) Resíduos Classe I – Perigosos: 
Aqueles que apresentam periculosidade, como definido no próximo item 
desse capítulo. Possuem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade, patogenicidade. 
b) Resíduos Classe II – Não Perigosos: 
São exemplos de resíduos não perigosos: resíduos de restaurantes (restos 
de alimentos), sucatas de metais ferrosos, sucatas de metais não-ferrosos, papel e 
papelão, plásticos polimerizados, e borrachas. 
c) Resíduos Classe II A – Não Inertes: 
Podem ter propriedades como biodegrabilidade, combustibilidade e 
solubilidade em água. 
d) Resíduos Classe II B – Inertes: 
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, 
segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com 
água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, 
não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores 
aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e 
sabor. 
 
 
18
3.3 Por que aterros sanitários e não lixões? 
Existem três principais tipos de disposição de resíduos sólidos: os aterros 
sanitários, os aterros controlados e os lixões. (ENSINAS, 2003) 
Os aterros sanitários, de acordo com as definições da Lei nº12300 de 2006 
da Política Estadual dos Resíduos Sólidos, são locais utilizados para disposição final 
de resíduos urbanos, onde são aplicados critérios de engenharia e normas 
operacionais especiais para confinar esses resíduos com segurança, do ponto de vista 
de controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública. De acordo com Ensinas 
(2003), o aterro sanitário, apesar de sua freqüente utilização nos dias atuais por ser 
simples e de baixo custo, possuem “fatores limitantes” á sua prática. 
Fatores como a redução de disponibilidade de áreas próximas á centros 
urbanos pelo fato da área municipal já estar saturada pela população permitem a 
instalação de aterros sanitários em locais inapropriados. Com isso os riscos ambientais 
causados pela infiltração de chorume (líquido produzido pela deterioração do lixo com 
a água pluvial), além da emissão descontrolada do biogás podem acarretar a poluição 
hídrica através da infiltração de percolados em leitos fluviais, além da contaminação do 
lençol freático, devido á periculosidade destes rejeitos, uma vez que os mesmos 
venham a se situar em solos permeáveis e não recomendados para tal atividade, ou 
mesmo próximos de rios, considerados como locais ecologicamente incorretos e não 
permitidos pela legislação vigente. Quando este tipo de situação ocorre, podemos 
denominar as ocupações como lixões. Por tudo isso é possível considerar este tipo de 
instalação como redutora de possíveis impactos causados pelo lixo. (ENSINAS,2003) 
Os lixões são locais onde o lixo coletado é lançado diretamente sobre o solo, 
sem qualquer controle ou cuidados ambientais, poluindo tanto o solo como o ar, as 
águas subterrâneas e superficiais da vizinhança. Além disso, há uma aproximação de 
“catadores de lixo” no local, pessoas sem qualquer qualificação profissional que usam 
isso como uma forma de sobrevivência, determinando assim um grave “problema 
social”. (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 1995) De acordo com Zanta e 
Ferreira (2003): 
 
 
19
 “Depósito de lixo á céu aberto ou lixão é uma forma de deposição 
desordenada sem compactação ou cobertura dos resíduos, o que propicia a poluição 
do solo, ar e água, bem como a proliferação de vetores de doença.” (ZANTA e 
FERREIRA, 2003) 
Outro método de engenharia que significa uma alternativa para a disposição 
de resíduos são os aterros controlados. Assim como os aterros sanitários, são 
determinados como uma técnica para descarte de materiais sem causar danos á saúde 
pública, com o objetivo também de reduzir os impactos ambientais. Com qualidade 
inferior a de um aterro sanitário, esse tipo de método dispensa sistemas para 
tratamento de substâncias poluidoras oriundas dos resíduos sólidos. Não há a 
presença de sistema de percolado (que trata o chorume), bem como a 
impermeabilização da base (o que prejudica a qualidade do lençol freático) ou biogás 
gerado. Este complexo possui uma certa concentração de poluição localizada em sua 
área. (DALMAS, 2008) 
 
Analisando as características dos métodos descriminados, podemos concluir 
que a instalação apropriada para a recepção dos rejeitos seria o aterro sanitário, porém 
necessita-se considerar também um local apropriado para acomodar este lixo, além 
das técnicas já utilizadas. 
 
4. ANÁLISE ESPACIAL COM FERRAMENTAS DE GEOPROCESSAMENTO 
De acordo com Câmara e Davis (1998), geoprocessamento é: 
 “A disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e 
computacionais para o tratamento da informação geográfica e que vem influenciando 
de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, 
Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional.” (CÂMARA e 
DAVIS 1998) 
 
 
20
Para entender “técnicas matemáticas e computacionais”, pode-se considerar 
o geoprocessamento como uma matéria que consiste em operações e métodos 
específicos para obtenção dos resultados dentro de um mapeamento, estes 
executados pela principal ferramenta do geoprocessamento chamada de Sistemas de 
Informações Geográficas (SIG). Estas técnicas são comandadas pelo usuário que tem 
o domínio sobre esta aplicação, desenvolvida com o objetivo de análises para decisão 
e interpretação de dados. Timbó (2001) define geoprocessamento como: 
 “Conjunto de atividades que lidam com aquisição tratamento, interpretação e 
análise de dados sobre a terra.” (TIMBÓ, 2001) 
Além disso, geoprocessamento significa também uma atualização e 
informatização para os especialistas. O que antes era estudado em mapas impressos, 
hoje se tem a compreensão e facilidade destes em ferramentas computacionais. Esta 
afirmação do presente trabalho é confirmada pela visão de Câmara e Medeiros (1998), 
pois, segundo os autores: 
 “A coleta de informações sobre a distribuição geográfica de diversos dados 
eram feitos apenas nos mapas em papel, o que impedia que essas informações fossem 
combinadas e integradas para análise”. (CÂMARA e MEDEIROS, 1998) 
 Com o desenvolvimento da tecnologia da informática ao longo do tempo 
essa análise é feita atualmente em um ambiente computacional, o que pode ser 
confirmado com os dizeres de Câmara e Davis (1998) que segue:“Estas ferramentas computacionais permitem realizar análises através da 
integração de dados e na criação banco de dados georreferenciados.” (CÂMARA e 
DAVIS, 1998) 
Esta integração de dados pode ser vista como um recurso poderoso no que 
diz respeito á representação de temas ambientais dentro de um contexto municipal, 
espacialmente falando. Para que as análises e integração entre dados sejam possíveis, 
é necessário o entendimento da cartografia digital, bem como a utilização da mesma, 
para a projeção dos dados para o mapeamento. Na cartografia deve haver exatidão. 
 
 
21
Essa exatidão é comprovada quando extraímos a informação do documento 
cartográfico. Para que haja essa precisão, é importante adotar uma escala adequada 
para que esta seja compatível com o que quer representar. Caso haja a ausência 
desta, nota-se o erro na posição geográfica, comprimento ou área nos mapas. 
Segundo TIMBÓ (2001): 
“O mapa é o principal meio de apresentação dos resultados, sendo a forma 
de visualização mais natural e de interpretação mais intuitiva onde a cartografia tem um 
papel de relevância fundamental dentro de geoprocessamento.” (TIMBÓ 2001) 
Ainda com relação á importância da cartografia para o mapeamento, Câmara 
e Queiroz (1998) nos conta que o georreferenciamento vai além da “localização de 
dados na superfície terrestre”, necessita-se também a representação destes em 
projeções cartográficas. Com relação á esse conceito D’ALGE (2004) menciona que: 
“Para haver adequação dos mapas deve ser elaborado um método que 
estabeleça uma relação entre os pontos da superfície da Terra (formato esferoidal) e 
seus correspondentes em um plano de projeção do mapa.” (D’ALGE 2004) 
Esta adequação pode funcionar como apoio permitindo que essas 
informações, saídas de formato esférico para o plano, sofram o mínimo de deformação 
possível, com o objetivo de haver o mínimo de distorção com relação aos atributos 
geográficos originais no mapa. Com isso, se esses dados estiverem correlacionados 
por uma projeção correta, então o analisador do mapa terá plena condição de extrair 
distâncias praticamente reais de uma cota à outra do terreno. De acordo com Santos 
(2004): 
“Os mapeamentos são representações, em superfície plana, das porções 
heterogêneas de um terreno, identificadas e delimitadas. Um mapa permite observar as 
localizações, as extensões, os padrões de distribuição e as relações entre os 
componentes distribuídos no espaço, além de representar generalizações e 
extrapolações” (SANTOS, 2004). 
 
 
22
Através do entendimento sobre o que está mencionado acima, é possível 
dizer que as integrações de dados, estes executados pela técnica de 
geoprocessamento, são informações indispensáveis para se gerar um mapa e que e as 
projeções cartográficas estão interligadas á eles, consolidando uma forte relação entre 
estes elementos. No interior deste prisma de três princípios, pode-se incluir a principal 
técnica para geração de mapas, o SIG: 
 
Figura 1: Prisma entre Geoprocessamento, Cartografia e Mapa 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
De acordo com Zanta e Ferreira (2003), o SIG tem a função de manipular 
dados georreferenciados em diferentes técnicas, instrumentos, hardware e software, 
com o objetivo de coletar, armazenar e processar dados. Santos (2004) especifica SIG 
como: 
“Ferramentas constituídas de inúmeras funções que permitem o 
armazenamento, medição, recuperação, classificação, atualização, manipulação, 
simulação e gerenciamento dos dados e informações interpretados da imagem de 
 
 
23
satélite (sensoriamento remoto) ou de qualquer outro dado geográfico.“(SANTOS, 
2004) 
Com inúmeras funções que o sistema oferece, é possível atingir um objetivo 
para cada pesquisa, sendo que este pode se estender desde a interpretação inicial até 
a avaliação final. Essas ferramentas são poderosas e ao mesmo tempo abrangentes do 
ponto de vista de sua funcionalidade, podendo o homem com o conhecimento da 
interface desses sistemas operar de forma a simular resultados embasados em dados 
geográficos coletados em campo ou em antigos mapas impressos e transferidos para a 
máquina, no caso, o computador. 
Na visão abrangente de Câmara (2004), o SIG tem a seguinte estrutura: 
• Interface com o usuário; 
• Entrada e integração de dados; 
• Funções de consulta e análise espacial; 
• Visualização e plotagem; 
• Armazenamento e recuperação de dados (banco de dados geográficos) 
Conhecendo essa estrutura, o usuário que possui o domínio sobre a 
ferramenta em questão conseguirá trabalhar com a integração de dados, que significa 
uma base para um resultado final de um tipo de mapa. Para se trabalhar com o 
conceito de forma satisfatória é necessário dominar os níveis da ferramenta. Sobre eles 
Câmara (2004) cita que: 
“O nível próximo ao usuário, a interface homem-máquina define como o 
sistema é operado e controlado. No nível intermediário, um SIG deve ter mecanismos 
de processamento de dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e saída). 
No nível mais interno do sistema, um sistema de gerência de bancos de dados 
geográficos oferece armazenamento e recuperação dos dados espaciais e seus 
atributos.” 
 
 
24
Dentro desses níveis, para se chegar em um mapa final é preciso conhecer 
os componentes dentro do espaço territorial analisado, em que estes forneçam o 
conhecimento necessário sobre o local planejado. Essas informações podem ser 
provenientes de uma análise do banco de dados compostos destas, podendo ser 
caracterizadas como atributos, sendo esses utilizados para a geração e futura 
composição de mapas-temas. Estes componentes, quando integrados, podem 
determinar funções e comportamentos como Santos (2004) exemplifica a seguir: 
“Interagindo o mapa tema uso e ocupação da terra com população, podemos 
obter um resultado referente á limitação de uso de um território.” (SANTOS, 2004) 
A interação entre os dados faz parte do método que Santos (2004) se refere 
como base estrutural de integração de temas. Segundo Santos (2004), esta base tem a 
“capacidade de ordenar, classificar, dividir ou integrar” os temas estudados em uma 
determinada análise espacial, o que permite elas serem eficientes, além de muito 
utilizada em planejamentos ambientais, que serão descritos adiante. Tratando esses 
dados, é possível ter apurações claras e valiosas do local estudado, auxiliando assim 
no planejamento ambiental daquela região, sendo primordial tê-los em mãos, pois a 
partir deles é possível cruza-los para encontrar o resultado final para uma avaliação. 
Para executar a interação entre esses dados, de acordo com Santos (2004), 
existem diversas análises como a operação booleana. Um exemplo dessa aplicação é 
observada quando queremos cruzar três temas, como mapa geomorfológico, mapa de 
uso da terra e mapa de capacidade de uso, em que através de lógicas booleanas (AND 
OR e NOT) é possível resultar em um mapa derivado contendo definições de áreas 
potenciais para expansão urbana. Existem também outros métodos encontrados em 
SIG como os associados à abordagem qualitativa. Esta técnica trabalha com 
sobreposições de mapas dois a dois, envolvendo a identificação dos temas a serem 
incluídos no planejamento e a preparação de um mapa para cada tema, gerando o 
mapa-síntese (final) usando cruzamentos binários. (SANTOS, 2004) 
A abordagem numérica, outro método de SIG, pode ser apresentada, por 
exemplo, por modelos determinísticos (para relações determinísticas, nas quais é 
 
 
25
possível somente um resultado) ou por métodos de análise multivariada ou 
multidimensional (para relações aleatórias, na qual há possibilidade de vários 
resultados). (SANTOS, 2004) Esta última opção se trata da condição mais próxima da 
que iremos utilizar neste trabalho. Utiliza-se neste, variáveisbinárias (0,1) como valores 
de coincidência e discordância na homogeneização de objetos do estudo, ou seja, 
numa agregação de mapas temas. Neste caso, também usa-se o conceito da álgebra 
booleana (SANTOS, 2004) De acordo com WEBER e HASENECK 2000, lógicas 
booleanas são: 
“Aquelas que utilizam critérios que cerceiam ou limitam a análise em foco a 
regiões geográficas específicas, constituindo-se normalmente mapas com classes do 
tipo apto/ não apto.” (WEBER e HASENECK, 2000) 
Iremos abordar neste trabalho a técnica fuzzy, que será descrita 
cautelosamente em metodologias. Esse método de classificação é baseado no 
conceito da lógica booleana, porém os valores são escalonados de 0 a 255 (intervalo 
de um byte) através de padronizações (uniformização) e hierarquização (ponderação 
de importância) dos mapas-temas. (WEBER e HASENECK, 2000) 
De uma forma geral, os modelos de metodologia para ferramentas SIG são 
baseados em duas classes: 
• Métodos baseados em localizações pontuais: utilizam a combinação dos 
atributos descritivos das variáveis geográficas, onde cada localização é 
dependente das demais. É baseada no conceito ponto-a-ponto, ou seja, 
cada classe é analisada isoladamente.(CÂMARA e MEDEIROS, 1998) 
• Métodos baseados na definição de áreas homogêneas: utilizam conceitos 
derivados da idéia de área-unidade. O conceito usado é a “Unidade 
Territorial Básica”, no qual pode ser exemplificado o projeto de Zoneamento 
Ecológico Econômico, coordenado pela EMBRAPA, em que é usado 
imagens de satélite como base para identificação da distinção sócio-
econômico de zonas vizinhas, integrando um conjunto de atributos 
ambientais e utilizando diversas informações coletadas por censitários como 
 
 
26
aspectos sociais, econômicos e políticos.(CÂMARA e MEDEIROS, 1998). 
Neste caso do ZEE, a ponderação é feita associando pesos para cada uma 
das classes (clima, geologia, geomorfologia, pedologia, cobertura vegetal e 
uso da terra) produzindo como resultado um geo-campo numérico que 
indicam a contribuição relativa de cada tema. 
Podemos perceber, através da conceituação dos autores que a gama de 
opções é extensa e variada para se trabalhar com métodos intrínsecos ao SIG. Essas 
possuem vantagens de serem práticas e eficientes na composição final dos mapas-
temas. 
 
5. PLANEJAMENTO AMBIENTAL 
Santos (2004) define planejamento como “um meio sistemático de determinar 
o estágio em que você está, onde deseja chegar e qual é o melhor caminho para 
chegar lá”. Segundo a autora, o planejamento é um processo contínuo que envolve a 
coleta, organização e análises sistematizadas das informações, por meio de 
procedimentos e métodos, para atingir decisões ou a escolhas acerca das melhores 
alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis. Sua finalidade é atingir 
metas específicas no futuro, levando à melhoria de uma determinada situação e ao 
desenvolvimento das sociedades. Por tudo isto, é necessário que se tenha como 
objetivo as tomadas de decisões dentro de um planejamento ambiental, a partir da 
compreensão de componentes dentro de um espaço territorial estudado para um 
mapeamento bem sucedido. (SANTOS, 2004) 
De acordo com Santos (2004), a função de um planejamento está no 
ordenamento territorial bem estruturado e na orientação de uma “gestão para o 
desenvolvimento das atividades num determinado espaço e tempo”. Estas atividades 
humanas geram discussão neste ordenamento, pois, quando o projeto a ser estudado 
para uma possível viabilização envolve o planejamento territorial e administrativo de um 
município, simultaneamente são levantados elementos sociais, econômicos e 
 
 
27
ambientais. Portanto, segundo a autora, deve ser de domínio “o dinamismo dos 
sistemas que compõe o meio por parte dos gestores” 
Contudo, para um eficaz planejamento espacial, é necessário que tenha sido 
feita uma avaliação criteriosa dos elementos, inclusive dos componentes ambientais, 
sendo que destes deriva-se uma ferramenta de política pública muito importante para o 
desenvolvimento do trabalho, o planejamento ambiental. 
De acordo com Santos (2004), com a necessidade de se avaliar os impactos 
ambientais provocados pela brusca evolução econômica no mundo no século XVIII, foi 
criada a idéia do planejamento ambiental. Esse planejamento tinha como objetivo 
adequar o “ordenamento territorial” e se encarregava também de “diagnosticar o meio 
ambiente, prever ações e integrar informações, visando cultivar o desenvolvimento 
sustentável“. 
O crescimento exagerado tanto da infra-estrutura como da população nos 
países nesta época, causou desorganização, ocupação e impacto ambiental, resultado 
dos interesses sócio-econômicos oriundos do forte desenvolvimento econômico. 
Buscando defender os interesses ambientais das futuras gerações, ou seja, 
conservando os recursos naturais de hoje para que não se tornem a escassez de 
amanhã, de acordo com as afirmações de Santos (2004), este tipo de planejamento 
fora criado também com a idéia de alertar que o planejamento econômico, assim como 
o crescimento do mesmo, é totalmente independente e nada tem a ver com o 
melhoramento na qualidade e padrão de vida às sociedades. 
Ao longo do tempo, com a preocupação efetiva na preservação de recursos 
hídricos, biomas e ecossistemas em geral, foram propostos modelos de gestões e 
constituições de leis dentro deste planejamento. Mesmo em meio ao descaso com 
relação à preocupação do meio ambiente na época da industrialização quando 
combater a pobreza era o principal tema em pauta, com o avanço do tempo houve a 
promulgação da lei da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que segundo 
Santos (2004), serviu como uma “carta de intenções” para a conservação do meio, 
além do surgimento da secretaria do meio ambiente. Além dessa, foram criadas 
 
 
28
também o Sistema Nacional do meio ambiente (SISNAMA) e o Conselho nacional do 
meio ambiente (CONAMA), que tinham como finalidades “formular diretrizes para 
avaliação de impactos, planejamentos, gerenciamento e zoneamentos ambientais.” 
(SANTOS, 2004) 
 
5.1. Estudos ambientais e a Política Nacional do Meio Ambiente 
A participação política tem destaque no desenvolvimento sustentável uma 
vez que esta possui a função de intermediar o uso de recursos naturais em vista ao 
crescimento demográfico, de forma à respeitar as “variáveis ambientais”. A 
preocupação do poder político para com a exploração em massa da população sobre o 
meio ambiente se faz presente na frase de DIEGUES (1992): 
“Se faz uso do capital do governo para a viabilização de projetos ambientais, 
estes acompanhados da aquisição de equipamentos e sistemas engenhosos para o 
manejo dos recursos naturais de forma correta, mitigando-se, através deste caráter 
político, a exploração dos ecossistemas e dos recursos naturais, que são condições 
básicas para o desenvolvimento sustentado.” (DIEGUES, 1992) 
Ainda nessa linha de análise, com relação à proposta dos relatórios 
internacionais objetivando o movimento da sustentabilidade Diegues (1992) diz que: 
“A democratização ao acesso e manejo dos recursos naturais pelos vários 
setores da população deveria ser controlado pelo regime autoritário.” (DIEGUES, 1992) 
Para tanto, a Política Nacional do Meio Ambiente que Santos (2004) define 
como “carta de intenções”, foi uma lei instituída pelo congresso nacional que teve como 
objetivo preservar recursos hídricos, biomas, ecossistemas e recursos naturais em 
geral. (SANCHEZ, 2006) 
Nos instrumentos de ações instituídas pela PNMA podemos destacar: 
III - Avaliação de Impactos Ambientais; 
 
 
29
IV- Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras. (Art. 9º da Lei 6.938/81) 
Caracteriza-se assim, com estas e as demais ações, a criação de um 
licenciamento ambiental. Para tratardestas, foram criados órgãos governamentais nas 
três esferas (federal, estadual e municipal) dentro da PNMA como o Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (CONAMA) e o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). 
(SANCHEZ, 2006) Entre as atribuições do CONAMA à proteção ambiental, podemos 
destacar as que cuidam exatamente dos instrumentos de ações pertencentes à PNMA 
descriminados anteriormente: 
I – Estabelecer normas e critérios para o licenciamento de atividade efetiva 
ou potencialmente poluidora, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo 
Ibama; 
II– Determinar a realização de estudos de alternativas e das possíveis 
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados especialmente nas áreas 
consideras patrimônio nacional. (Art 8º da Lei 6.938/81) 
Dentro destas exigências, de acordo com Sanchez (2006), a Constituição 
Federal estabeleceu diversos princípios de defesa da qualidade ambiental, como pode 
ser citado em seu artigo 225 que diz: 
 “Para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que 
se dará publicidade.” (Art 225) 
Como exigências do licenciamento ambiental, os estudos ambientais foram 
impostos com a finalidade de se obter uma autorização governamental (licença 
ambiental) para realizar atividades que utilizem recursos ambientais ou que tenham o 
potencial de causar degradação ambiental. Dentro disto, de acordo com Sanchez 
(2006): 
 
 
30
“Se um cidadão pretende construir um edifício em local permitido pela 
legislação municipal de uso do solo e se o projeto do edifício atender aos requisitos do 
Código de Obras, a prefeitura não pode negar-lhe a licença para construir.” 
(SANCHEZ, 2006) 
Para que uma obra seja instalada de forma aceitável, é necessário que esta 
atenda a requisitos exigidos por órgãos governamentais como o CONAMA, com a 
finalidade de obedecer a Política Nacional do Meio Ambiente, instituída justamente 
para proteção ambiental. De acordo com Sanchez (2006), a PNMA, em seu decreto-lei 
nº 1633/77 instituiu o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, para 
estipular que o Estado deve emitir Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e 
licença de operação (LO). Com relação á estas, no detalhamento destas encontradas 
na lei nº 88.351/83, revogado em 1990 e substituído pelo decreto nº 99.274/9 da 
PNMA, podemos destacar: 
I – Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento da atividade, 
contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e 
operação, observados os planos estaduais ou federais de uso do solo. 
De acordo com Sanchez (2006): 
 “A licença prévia é solicitada quando o projeto técnico está em preparação, a 
localização ainda pode ser alterada e alternativas tecnológicas podem ser estudadas.”( 
SANCHEZ, 2006) 
É nesse momento que se enquadra a questão do estudo ambiental exigido 
por lei, sendo que este pode ser altamente eficiente e mais rápido se seu 
desenvolvimento for realizado através de ferramentas SIG, com um grande atributo, o 
de analisar e simular localizações da instalação de um aterro, considerando 
componentes de um meio estudado. 
De acordo com o Art. 4 da Resolução nº 404, de 11 de Novembro de 2008, 
do Conselho Nacional do Meio Ambiente, com o objetivo de atender as exigências 
 
 
31
colocadas pela legislação ambiental vigente em instância federal, para este trabalho 
será estudado o seguinte licenciamento. 
Art. 4o No licenciamento ambiental dos aterros sanitários de 
pequeno porte contemplados nesta Resolução deverão ser 
exigidas, no mínimo, as seguintes condições, critérios e diretrizes: 
 
I - vias de acesso ao local com boas condições de tráfego ao longo 
de todo o ano, mesmo no período de chuvas intensas; 
 
II - respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação 
ambiental e normas técnicas; 
 
III - respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação 
ambiental relativas a áreas de preservação permanente, Unidades 
de Conservação, ecossistemas frágeis e recursos hídricos 
subterrâneos e superficiais; 
 
IV - uso de áreas com características hidrogeológicas, geográficas 
e geotécnicas adequadas ao uso pretendido, comprovadas por 
meio de estudos específicos; 
 
V - uso de áreas que atendam a legislação municipal de Uso e 
Ocupação do Solo, desde que atendido o disposto no art. 5o e 10 
da Resolução CONAMA no 237, de 19 de dezembro de 1997, com 
preferência daquelas antropizadas e com potencial mínimo de 
incorporação à zona urbana da sede, distritos ou povoados e de 
baixa valorização imobiliária; 
 
VI - uso de áreas que garantam a implantação de 
empreendimentos com vida útil superior a 15 anos; 
 
VII - impossibilidade de utilização de áreas consideradas de risco, 
como as suscetíveis a erosões, salvo após a realização de 
intervenções técnicas capazes de garantir a estabilidade do 
terreno; 
 
VIII - impossibilidade de uso de áreas ambientalmente sensíveis e 
de vulnerabilidade ambiental, como as sujeitas a inundações; 
 
XI - caracterização do local; 
 
XII - métodos para a prevenção e minimização dos impactos 
ambientais. 
 
 
32
 
5.2. Estudos ambientais e ferramentas SIG 
Quando se gera um mapa de composição final, ao término de um projeto no 
qual utilizamos métodos referentes às ferramentas SIG, é possível construir estratégias 
para sanar os problemas ambientais. Para que seja possível a solução destes 
problemas é necessário que se recorra á um estudo ambiental como um processo de 
diagnóstico da situação dentro do planejamento ambiental. (SANTOS, 2004) “Estudos 
ambientais”, de acordo com a resolução do CONAMA nº 237 de 1997: 
 “São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais 
relacionados à localização inlação, operação e ampliação de uma atividade ou 
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida.” 
(CONAMA, 1997) 
Na óptica abrangente de Sanchez (2006): 
“Estudos ambientais são estudos técnicos de impactos ambientais 
necessários ao licenciamento de um empreendimento que tenha o potencial causador 
para tal.” (SANCHEZ, 2006) 
Os estudos ambientais englobam quatro grandes dimensões de problemas 
nos quais é possível fazer uso da tecnologia de sistemas de informação geográfica. 
São eles: Mapeamento Temático, Diagnóstico Ambiental, Avaliação de Impacto 
Ambiental e Ordenamento Territorial. (CÂMARA e MEDEIROS, 1998) 
Para o projeto, iremos trabalhar com mapeamento temático, que tem a 
função de organizar e compreender a distribuição espacial com relação ás informações 
de um ambiente, agrupando levantamentos temáticos como geologia, geomorfologia, 
solos, cobertura vegetal para ações e estudos futuros. Câmara e Medeiros (1998) 
definem mapa temático como: 
 “Uma representação simplificada do conhecimento de um especialista sobre 
a região estudada.” (CÂMARA e MEDEIROS, 1998) 
 
 
33
Com relação á avaliação do impacto ambiental (AIA), segundo Câmara e 
Medeiros (1998), esta questão corresponde á um pós-estudo, ou seja, ao 
monitoramento de um meio antropizado (alterada por atividades humanas). Porém 
convém dizer que o estudo ambiental do presente trabalho poderá se basear em uma 
avaliação de impacto ambiental, já que esta tem como objetivo, de acordo com 
Sanchez (2006): 
 “Considerar os impactos ambientais antes de qualquer tomada de decisão 
que possa acarretar significativamente a degradação da qualidade do meio ambiente.” 
(SANCHEZ, 2006) 
Além disso, a AIA tem como propósitos a retirada de projetos inviáveis, a 
legitimação de projetos viáveis e a seleção de melhores alternativas locacionais, o que 
será importantíssimo para o diagnóstico ambiental do presente trabalho. (SANCHEZ, 
2006) 
Com tudo isso é possível concluirque esses tipos de estudos ambientais 
visam compreender, de forma sistematizada através das ferramentas SIG, a ocupação 
do espaço, buscando racionalizar a gestão do território, com vistas á um processo de 
desenvolvimento sustentável. Esta racionalização é presente nas palavras de Diegues 
(1992), quando o mesmo diz que: 
“A sustentabilidade visa prever a manutenção dos processos ecológicos 
fundamentais dos quais depende a sobrevivência humana, tais como fotossíntese, os 
ciclos hidrológicos e a reciclagem dos nutrientes. A perturbação em alto grau desses 
processos colocaria em risco a saúde humana.” (DIEGUES, 1992) 
Além disso, Diegues 1992 afirma que é importante o combate á degradação 
ambiental, a poluição, e ao desmatamento, bem como promover o estabelecimento de 
áreas protegidas como parques e reservas ecológicas, diversidade biológica e a 
diversidade cultural. 
 
 
 
34
5.3. Estudo preliminar para aterro sanitário 
O caput do Artigo 17 do Decreto 99.274/90 da PNMA especifica em seu 
primeiro parágrafo os itens que podem ser destacados para o presente trabalho: 
§ 1º - Caberá ao CONAMA fixar os critérios básicos, segundo os quais serão 
exigidos estudos de impacto ambiental para fins de licenciamento, contendo, entre 
outros, os seguintes itens: 
• Diagnóstico ambiental da área; 
• Identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos e 
negativos. 
A pauta deste capítulo será com relação ao “diagnóstico ambiental da área“ 
sendo descrito adiante o item “identificação, análise e previsão dos impactos 
significativos, positivos e negativos.” 
De acordo com o Instituto de pesquisa tecnológica (1995), dois fatores são 
importantes e criam resistência no sentido da implantação de aterros próximos ao local 
de geração de resíduos. São eles: 
• o alto grau de urbanização; 
• a ocupação intensiva do solo. (INSTITUTO DE PESQUISAS 
TECNOLÓGICAS, 1995) 
Pode-se dizer que de certa forma eles têm interligação, pois quanto maior a 
presença de habitantes, maior é a utilização de áreas dentro do município para fins 
comerciais, industriais e rurais. 
De acordo com o Instituto de pesquisa tecnológica (1995), para escolher 
preliminarmente as áreas disponíveis deve haver uma estimativa inicial da área total do 
aterro. Para se estimar isso, basta multiplicar o total de lixo coletado diariamente em 
toneladas pelo fator 560 (que se baseia em parâmetros como vida útil igual á 20 anos, 
 
 
35
altura do aterro equivalente á 20 metros, alturas de talude com proporção 1:3 e 
ocupação de 80% do terreno com área operacional) obtendo assim um resultado final 
em metros quadrados. 
Considerando que Sumaré possui um contingente populacional de 228.481 
(EMPLASA, 2007), que se enquadra no intervalo constatado dentro do Programa 
Nacional de Saneamento Básico realizado pelo IBGE em que municípios que possuem 
entre 200 mil e 499 999 habitantes produzem 21.177,30 toneladas de resíduos por dia 
(IBGE, 2000), a área disponível para tratar os resíduos estaria em aproximadamente 
1185 ha. 
Porém, quando é levantada esta mesma questão dentro da Região 
Metropolitana de Campinas, podemos perceber que este critério de seleção não é 
obedecido. De acordo com Ensinas (2003) o aterro Delta A que está sendo desativado 
por estar próximo ao término da sua vida útil, ocupa uma área de 395 mil metros 
quadrados que correspondem á 39,5 ha, recebendo uma quantidade de 23 mil 
toneladas mensais de lixo, insignificante com relação ao montante total de lixo 
produzido em Campinas por dia. Isto porque, segundo IBGE, em cidades com mais de 
1 milhão de habitantes, é gerado um montante de 51.635,2 ha/dia.(IBGE, 2000) 
 Fica claro então que do total de lixo há uma distribuição em diversos 
terrenos, pois nem sempre é possível encontrar tamanha área em condições propícias 
para o acolhimento de todos os resíduos gerados. 
Portanto, considerando a unidade territorial de Sumaré, 153 km quadrados 
(IBGE, 2009), será analisada a demanda de área aceitável para se ocupar 
empreendimentos dessa magnitude, descartando grandes dimensões. 
Para analisar estas áreas, nesta fase preliminar, deve-se levar em conta a 
delimitação dos perímetros das regiões rurais e industriais, bem como das unidades de 
conservação existentes além também da prioridade de áreas que pertencem ao 
município, e finalmente o levantamento de proprietários destas e a verificação de 
documentação referente á estas áreas. (INSTITUTO DE PESQUISAS 
 
 
36
TECNOLÓGICAS, 1995) Além disso, deve-se lembrar também que para pequenas 
áreas como é o caso do presente estudo a vida útil mínima a ser considerada é de 5 
anos segundo o Instituto De Pesquisa Tecnológica (1995), o que facilitará o processo 
de identificação. 
 
Para se entender sobre “vida útil”, de acordo com Ensinas (2003): 
 
 “A vida útil está relacionada ao crescimento populacional e à geração de 
resíduos.” (ENSINAS, 2003) 
Isto significa que se a taxa de crescimento no município é alta devido ao 
favorecimento em sua condição econômica, a geração “per capita” do lixo é maior, 
diminuindo a vida útil do aterro em anos. Porém esse fator não será considerado nesse 
trabalho já que não serão avaliados a compactação do lixo nem a coleta seletiva, o que 
somados reduziriam o volume total do lixo, reduzindo assim a vida útil do aterro. (FIPAI, 
2008) 
Não será pesquisada também a taxa de crescimento da população no 
município de Sumaré. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
Tabela 1: Municípios, total e sua respectiva distribuição percentual, população e dados 
gerais sobre o lixo, segundo estratos populacionais dos municípios – 2000. 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores 
Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000.. 
Através dos dados coletados referentes à região estudada é possível ter 
informações essenciais, sendo essas estudadas na seqüência do presente estudo, 
analisando-as como temas e se baseando em critérios pertinentes à seleção da melhor 
área para instalação de um aterro sanitário. 
5.4. Temas 
De acordo com a definição rápida de Santos (2004), é possível resumir 
temas como informações de um meio estudado. Exemplos como declividade, clima, 
geologia e vegetação são denominados temas. 
O levantamento de temas é realizado na primeira etapa de um diagnóstico 
ambiental. Partindo do pressuposto que para se realizar um diagnóstico ambiental é 
Lixo Produção per capita 
Estratos Populacionais 
Urbano (t/dia) 
Lixo domiciliar 
(kg/dia) 
Lixo público 
(kg/dia) 
Lixo urbano 
(kg/dia) 
Total 161827,1 0,74 0,22 0,95 
Até 9.999 habitantes 9.184,80 0,46 0,2 0,66 
De 10.000 a 19.999 
habitantes 11.473,10 0,42 0,16 0,58 
De 20.000 a 49.999 
habitantes 18.281,60 0,48 0,16 0,64 
De 50.000 a 99.999 
habitantes 14.708,10 0,56 0,15 0,71 
De 100.000 a 199.999 
habitantes 13.721,70 0,69 0,15 0,84 
De 200.000 a 499.999 
habitantes 21.177,30 0,78 0,14 0,91 
De 500.000 a 999.999 
habitantes 21.645,30 1,29 0,43 1,72 
Mais de 1.000.000 
habitantes 51.635,20 1,16 0,35 1,5 
 
 
38
necessária a interpretação do ambiente estudado. Para isto é preciso também que se 
tenha objetos de estudos. Santos (2004) caracteriza estes como: 
 “Dados, informações ou parâmetros de entrada de um diagnóstico 
ambiental.” (SANTOS, 2004) 
Para conhecer a “composição, estrutura, processo e função” assim como a 
dinâmica das atividades do homem na natureza, esses objetos de estudo servem como 
base para o “mapeamento temático” que segundo Santos (2004) se origina: 
“De um conjunto de temas que, quando associados, permitem uma análise, e 
essa é representada em identificações e delimitações de terrenos que se quer 
alcançar”. (SANTOS, 2004) 
Pode ser um exemplo, a identificação de zonasaptas à instalação de aterros 
sanitários, tema do presente trabalho. 
É importante dizer, segundo Santos (2004), que no planejamento ambiental 
não existe um padrão de conjunto de temas, porém os mais utilizados são os 
relacionados aos aspectos físicos (climatologia, geologia, geomorfologia, pedologia, 
hidrologia), e biológicos (vegetação e fauna). Outros temas comumente utilizados são 
os que se referem aos aspectos econômico-sociais como uso da terra, infra-estrutura 
de serviço, condições de vida da população e demografia. E por fim, os aspectos 
jurídicos, institucionais e de organização política devido às pressões da sociedade pela 
atividade humana. (SANTOS, 2004) De acordo com Santos (2004), estes temas: 
 “Expressam as causas dos problemas ambientais (pressão), a qualidade do 
ambiente frente às ações humanas (estado) e as providências tomadas pela sociedade 
frente às pressões sobre o meio (resposta)”. (SANTOS, 2004) 
Fazendo um paralelo usando o exemplo de Sanchez (2006), uma 
determinada espécie aquática só sobrevive se as condições ambientais são de ótima 
qualidade da água (pressão), a espécie que normalmente ocuparia aquele local estará 
ausente (estado) se tais exigências ambientais não forem bem definidas (resposta). 
 
 
39
É possível concluir que os temas, através desse conceito, fornecem uma 
“interpretação de dados ambientais” para um processo que Sanchez (2006) define 
como “estudo de impacto”, que engloba as etapas de diagnóstico, desde a previsão de 
impactos e de monitoramento até as respostas á serem alcançadas a fim de uma 
solução para a análise ambiental discutida. 
 
5.5. Critérios de Impacto Ambiental 
O impacto ambiental, de acordo com Santos (2004): 
 “É compreendido como toda alteração perceptível no meio, que comprometa 
o equilíbrio dos sistemas naturais ou antropizados, podendo decorrer tanto das ações 
humanas como de fenômenos naturais.” (SANTOS, 2004) 
Para o planejamento da previsão de impactos, é necessário, de acordo com 
Santos (2004), saber quem são os indicadores, quantos são e como serão qualificados 
para avaliar as transformações resultantes do impacto ambiental. Esta previsão pode 
ser classificada como um impacto provável. Segundo Santos (2004), este tipo de 
diagnóstico de impacto ambiental se refere á: 
 “Aquele que pode vir a ocorrer, previsto em virtude das atividades e indícios 
diagnosticados, pela observação in situ ou por meio da análise de temas e indicadores 
definidos para o planejamento”. (SANTOS, 2004) 
Após o processo de identificação, qualificação e quantificação dos 
indicadores de impactos, os impactos prováveis podem continuar a ser caracterizados 
de acordo com um conjunto de outros critérios que estabelecem uma ordem de 
grandeza ao seu valor, que podemos considerar como ponderação. Santos (2004) 
esclarece que os critérios são oriundos de trabalhos voltados a estudos de impacto 
ambiental, cuja construção tem como objeto um empreendimento a ser instalado, 
visando classificar futuros e potenciais impactos. 
 
 
40
Entre as classificações de fatores para os impactos temos o critério 
“importância”, que é caracterizado como “grau de significância de um impacto em 
relação ao fator ambiental afetado”. Nesse aspecto, “um impacto pode ter magnitude 
alta, mas não ser tão importante quando comparado a outro, num contexto de uma 
dada avaliação.” (SANTOS, 2004) Para utilizar esse tipo de critério, é possível analisar 
os impactos dentro de um limite espaço-municipal, se baseando num atributo que 
Sanchez (2006) classifica como “escala espacial”. Segundo ele, a escala deverá ser 
definida para cada caso, sendo que neste trabalho, “a abrangência municipal é usada 
para os impactos cuja área de influência esteja relacionada aos limites administrativos 
municipais”. 
Portanto, pode-se concluir que com relação à situação que estamos 
avaliando, é possível utilizar a condição do critério de “importância” dentro de uma 
escala espaço-municipal definida, para identificar prováveis impactos ambientais no 
processo de diagnóstico ambiental dentro do planejamento do mesmo. 
6. ESTUDO DE CASO 
O objeto de estudo em que se pretende realizar o estudo ambiental a fim de 
identificar zonas aptas á instalação de um aterro sanitário é o Município de Sumaré, 
localizado a centro-leste do Estado de São Paulo, incluso na Região Metropolitana de 
Campinas, geograficamente inserido na Depressão Periférica Paulista. 
 
Sua localização está entre as coordenadas: latitude 22°30' Sul e longitude 
47°00' Oeste (IPOLLITI, 1998). Localizado próximo á Rodovia Dom Pedro, o município 
de Sumaré é servido por duas rodovias (Anhanguera e Bandeirantes), conforme exibe 
o mapa 1. A delimitação da área de estudo consiste no limite municipal, este escolhido 
devido o enfoque do trabalho ser na unidade administrativa municipal de Sumaré. 
 
 
 
 
 
41
 
Mapa 1 - Mapa da malha viária no município de Sumaré-SP. 
 
 
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
Sumaré limita-se com Hortolândia, Campinas, Santa Bárbara, Nova Odessa, 
Monte-Mor e Paulínia como exibido no mapa 2. Sua unidade territorial é de 153 km 
quadrados (IBGE 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42
 
 
 
Mapa 2: Sumaré e cidades limitantes no Estado de São Paulo. 
 
Fonte: IBGE. Elaboração própria. 
6.1. Urbanização 
Compondo em 4,47 % a área da Região Metropolitana de Campinas, o 
município de Sumaré possui uma população de 228.481 habitantes, o que significa 
8,57 % da RMC.(EMPLASA, 2007) Dona de uma grande infra-estrutura, montada para 
atender a cafeicultura considerada como impulsora do desenvolvimento econômico do 
país no século XIX, a Região Metropolitana de Campinas sofreu intensa ampliação 
causada pela expansão urbana, decorrida da migração de muitos estrangeiros para 
 
 
43
trabalhar como mão de obra na atividade cafeeira e posteriormente para ocupar esses 
cargos em indústrias quando houve a substituição da agricultura pela industrialização 
na época da crise. Essa característica pode ser notada no mapa 3. Este mapa mostra a 
urbanização juntamente com uma área de mil metros especificados na lei para 
instalação de aterros sanitários, sendo este material utilizado posteriormente para 
análise do trabalho. 
Mapa 3 - Mapa da Mancha Urbana do Município de Sumaré-SP na escala 1:10.000. 
 
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
Nessa linha de análise, Orlando 2005 diz que: 
“Os grandes projetos do setor agropecuário e da atividade industrial foram 
vistos como propulsores do desenvolvimento econômico e não tiveram a preocupação 
com as conseqüências sociais, econômicas e ecológicas”. (ORLANDO 2005) 
Esta teoria se torna sólida quando Orlando 2005 nos conta que: 
 
 
44
 “A qualidade dos serviços oferecidos e a organização do crescimento das 
cidades da região foi amplificada pela ausência de ações públicas planejadas”. 
(ORLANDO 2005) 
 Com a falta de um planejamento ambiental, provocado pelo descuido com 
as questões sociais e ambientais que se mostraram incompatíveis com os preceitos de 
desenvolvimento sustentável, gerou-se tamanha concentração urbana na Região 
Metropolitana de Campinas, traduzida em mais de 2 milhões de pessoas. (EMPLASA, 
2007) Sobre essa realidade, segundo Barbosa (2005), houve problemas metropolitanos 
de grandes dimensões e complexidade, entre eles a questão da disposição dos 
resíduos. 
Segundo a Cetesb (2005), são produzidos em Sumaré 135,3 t de resíduo por 
dia sendo a média per capita de aproximadamente 0,6 kg, em que a maior parte do lixo 
produzido é conduzido até Paulínia para tratamento, gerando altos custos para o setor 
de transporte. 
É dentro destecontexto que se faz necessário o levantamento, no presente 
trabalho, de áreas aptas para a disposição de resíduos sólidos no município, com o 
apoio de geoprocessamento. 
6.2. Altimetria 
A altitude do município varia entre 550 e 625 metros acima do nível do mar. 
O município é suavemente ondulado. De acordo com o Instituto de pesquisas 
tecnológicas (1995), é importante que a área para instalação de um aterro sanitário 
tenha um declive plano sem muitas oscilações de altitude, sendo o segundo caso mais 
próximo da realidade de Sumaré como observado no mapa a seguir, para que possa 
reduzir os custos no sistema de drenagem e riscos de erosão, sendo que este último 
fator também dependerá do tipo de solo. Há um consenso entre os autores com 
relação á essa pauta, pois, de acordo com Zanta e Ferreira (2003), eles também 
consideram a classe plana a mais adequada para o uso pretendido, em função das 
facilidades de implantação dos aterros sustentáveis de resíduos. 
 
 
45
 
 
Mapa 4: Mapa de altimetria de Sumaré- SP. 
 
Fonte: Elaboração própria a partir de conjunto de folhas topográficas em escala 
1:10.000 da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
6.3. Pedologia 
O município possui ainda poucas áreas de várzea, tendo a atividade agrícola 
como predominante.(IPOLLITI, 1998) É possível observar no aspecto econômico-
financeiro que esta característica é importante para o custo de aquisição do terreno, 
sendo este menor em comparação a uma zona industrial, caso esta área não pertença 
à prefeitura.(INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 1995) Em teoria, este 
custo sempre será inversamente proporcional à distância do centro de adensamento da 
urbanização. 
 
 
46
Uma condição ambiental favorável do município está nas poucas áreas de 
várzea, já que estas estão sujeitas á inundações quando há grande pluviosidade. 
(ZANTA e FERREIRA, 2003) Como o clima é temperado e as chuvas regulares 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE SUMARÉ, 2010), estes fatores amenizam a situação 
das áreas potenciais à contaminação, pois com menor volume de chuva, estas estarão 
menos vulneráveis às erosões e à contaminação dos recursos hídricos pelos líquidos 
gerados nos sistemas de aterramento de resíduos sólidos. 
Em termos de solos, Sumaré possui boa condição pedológica, podendo esta 
ser notada no mapa a seguir. As classes “Podzólico Vermelho Amarelo” ou “Argissolos” 
se apresentam com boa frequência durante todo o terreno, além de “Latossolo 
Vermelho Escuro”. Estes tipos de solos são essenciais para o tratamento de resíduos 
sólidos pelo fato de possuírem maior compactação, ocorridas por suas características 
argilosas. A alta taxa de percentagem presente por kilograma de solo faz com que este 
elemento seja determinante para menor permeabilidade dos solos. Os Podzólicos 
Vermelhos Amarelos são solos bem desenvolvidos, bem drenados e profundos. As 
diferenças destes para os Latossolos são que os últimos são acentuadamente 
drenados, situação esta que compromete este tipo de atividade, por contribuir para a 
percolação dos lixiviados dentro do solo até o lençol freático. As duas classes pesam 
positivamente para um fator muito importante do ponto de vista econômico-financeiro, 
ambos possuem camadas espessas e profundas, permitindo assim uma disponibilidade 
de volume de terra suficiente para a execução de obras iniciais, como correções de 
planoaltimetria do terreno e cortes para trincheiras a fim de abrigar o lixo e evitar a alta 
drenagem de poluentes. (OLIVEIRA 2005) 
Há também no município a presença de solos hidromórficos como os 
Gleissolos. Estes são caracterizados por serem úmidos e por localizarem em áreas 
com riscos de inundação (várzeas), pois são frágeis e ocorrem em declives mais 
acentuados, o que desfavorece a condição proposta no trabalho. Os Cambissolos, 
também presenciados na região, também se tratam de uma tipologia negativa para o 
efeito do trabalho, isto porque estes são poucos profundos por serem incipientes 
 
 
47
(recentes) nos horizontes B, estando em estado inicial de desenvolvimento, apesar de 
constituídos por argila. (OLIVEIRA, 2005) 
 
Mapa 5: Mapa pedológico Semidetalhado de Sumaré – SP. 
 
Fonte: IAC 1977. Elaboração própria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48
 
 
 
 
Tabela 2: Classe de solo, simbologia e descrição de cada solo referente à Sumaré. 
 
Classe do Solo Simbologia Descrição 
Cambissolo Cb A moderado, distrófico, textura média 
Complexo Indiscriminado de 
solos hidromórficos Hi Glei pouco húmico ou glei húmico 
LE -1 Álico A moderado, textura argilosa 
Latossolo Vermelho Escuro LE -4 Álico A moderado, textura média 
Latossolo Vermelho 
Amarelo Húmico LH Álico, húmico, textura média ou argilosa 
LRd Distrófico A moderado 
Latossolo Roxo LRd+LE1 
Distrófico A moderado + Álico A moderado, textura 
argilosa 
LV-1+LV-3 
Álico A moderado, textura argilosa + Álico A 
moderado, textura média 
LV-3 
Álico A moderado, textura média (textura média 
no horizonte B com ou sem hor. A arenoso) 
LV-4 
Álico A moderado, textura média (textura média no 
horizonte B com ou sem hor. A arenoso) 
Latossolo Vermelho 
Amarelo LV-4+LE-4 
Álico A moderado, textura média + Álico A 
moderado, textura média 
PV-1 
Abruptico, A moderado espesso, textura 
arenosa/média 
PV-2 
A moderado ou proeminente, textura 
arenosa/media 
Podzólico Vermelho 
Amarelo PV-2 +LV-4 
A moderado ou proeminente, textura 
arenosa/media + Álico A moderado, textura média 
 
Fonte: IAC 1977 
 
6.4. Hidrografia 
Do ponto de vista hidrográfico de Sumaré é possível notar, através do mapa 
6, que este município é alimentado por diversos ribeirões, em que suas nascentes 
localizam-se dentro dos limites do município. Esta condição ambiental desfavorece a 
 
 
49
implantação de uma obra da magnitude de um aterro sanitário pois, de acordo com as 
especificações nas leis, não é permitido a instalação destes em áreas próximas à rios, 
especialmente em nascentes. 
 
 
Mapa 6: Mapa da hidrografia de Sumaré-SP. 
 
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
Conforme o mapa 6, o território está inserido nas bacias de três principais 
rios, são eles: Ribeirão dos Toledos (1), Jacuba (2) e Quilombo (3). (PREFEITURA 
MUNICIPAL DE SUMARÉ, 2010) 
De acordo com o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras que 
será descriminado à seguir, não é permitido a instalação de aterros sanitários dentro de 
um limite de 200 metros de qualquer coleção hídrica ou curso d’ água. Esta faixa de 
 
 
50
preservação está exibida no mapa 7, este que será analisado com os demais mapas 
para a geração do produto final. 
 
Mapa 7 - Mapa de Áreas de Preservação Permanente do Município de Sumaré-SP. 
 
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
 
 
6.5. Uso do Solo 
Com relação ao uso do solo no município de Sumaré, note-se uma grande 
devastação da área a partir do mapa 8, situação esta causada em ações antrópicas 
pela urbanização que se formou na região. A área rural representada no mesmo mapa 
é um importante atributo no custo de aquisição e uso correto do solo na cidade para 
instalação de um aterro sanitário. 
 
 
51
 
 
Mapa 8 - Mapa de Áreas Rurais e Reserva Natural do Município de Sumaré-SP. 
 
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Secretaria de Planejamento de Sumaré. 
6.6. Áreas sujeitas a inundação 
No mapa 9 são mostradas as áreas sujeitas a inundação. Segundo o 
Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, estas áreas não podem receber 
uma instalação de aterro sanitário, já que com inundações estes locais sofrerão 
erosões, o que comprometerá a atividade em questão.

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