Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INFERTILIDADE INTRODUÇÃO ‐ infertilidade: ausência de gravidez em 1 ano em um casal em idade fértil com adequada frequencia coital e sem práticas anticonceptivas ‐ incidência de 15 a 20% ‐ infertilidade masculina possui incidência semelhante à infertilidade feminina ‐ 20% etiologia combinada FISIOLOGIA ‐ o estimulo central da formação de hormônios parte do hipotálamo. ‐ LH: age nas células de Leydig, que produz a testosterona ‐ FHS: age nas células se Sertoli, responsável pela espermatogênese ‐ 90% do volume testicular – meio adequado para a maturação dos espermatozóides nos túbulos seminíferos ‐ maturação termina no epidídimo ‐ células de Sertoli – suporte arquitetônico Etiologia: ‐ três principais: (1) causas funcionais, (2) orgânicas e (3) congênitas ou adquiridas ....... Causas funcionais: ‐ alteracoes da libido ‐ alteracoes da ereção ‐ alteracoes da ejaculação (anejaculação, ejaculação retrógrada, ejaculação precoce, ejaculação retrógrada) Anejaculação: ‐ causas neurogênicas: DM, esclerose múltipla, Doença de Parkinson, tóxicas (antidepressivos, antipsicóticos, álcool) ‐ cirúrgica: linfadenectomia retroperitoneal, simpatectomia retroperitoneal, cirurgia colo‐retal e prostática Ejaculação retógrada – é aquela que vai em direção à bexiga: ‐ DM I, EM, linfadenectomia retroperitoneal ‐ válvulas de uretra, hiperplasia do verumontanum, estenose de uretra ‐ alfa‐1‐antagonistas (usados comumente em HPB), antipsicóticos e antidepressivos ‐ incompetência do colo vesical ‐ adenomectomia prostática Causas orgânicas pré‐testiculares: ‐ hipogonadismo hipogonadotrofico – alteração do SNC que gera uma diminuição da liberação de LH e FSH ‐ causas de hipogonadismo hipogonadotrófico: ‐‐ lesões do próprio hipotálamo (como tumores e traumatismos, infecções) ‐‐ lesões hipofisárias ‐‐ congênitas (Sd. Kallman, Sd. Prader‐Willi, Sd. Rud, etc.) ‐‐ excesso de estrógenos (TU suprarenal, testículo, insuficiência hepática, obesidade) ‐‐ hiperprolactinemia ‐‐ hipotireoidismo/hipertireoidismo ‐‐ DM Causas orgânicas testiculares: ‐ anorquia congênita (vanishing testes syndrome) ‐ criptorquia ‐ aplasia de células germinativas (Sd. de Castillo) ‐ cromossômicas (Sd. Klinefelter 47 XXY, Sd. Noonan 45Y0, disgenesia gonadal mista) ‐ varicocele ‐ orquite ‐ torção, tumores testiculares, traumas ‐ orgânicas ambientais: calor excessivo na região da virilha (padeiro, motorista de ônibus, etc.), uso de calça muito apertadas, radiação, quimioterapia, tóxicos, tabaco ‐ insuficiência hepática, obesidade, IRC Causas orgânicas pós‐testiculares – qualquer alteração que impessa o caminho do espermátizoide até a porção final da uretra: ‐ agenesia (fibrose cística) ‐ discinesia ciliar (Sd. de Kartagener) ‐ obstruções intratesticulares (orquite, traumas, iatrogênica) ‐‐ epididimária – causa comum de azoospermia obstrutiva – 30 a 67% dos pacientes com FSH elevado menos que o dobro da normalidade (infecção, trauma, iatrogênica). ‐‐ deferencial – vasectomia é a causa mais comum, hérnia inguinal, hidrocele, criptorquia, tuberculose. ‐‐ ductos ejaculadores – prostatites, ca de próstata ‐ alteracoes da motilidade, espermática (infecções da via espermática, tóxicos, varicocele) ‐ anticorpos antiespermáticos HISTÓRIA CLÍNICA ‐ normalmente assintomático ‐ avaliação exaustiva – história junto com a parceira ‐ saber se se trata de uma infertilidade primária ou secundária, ou seja, se o paciente já teve ou não filhos ‐ duração, gestações anteriores, tratamentos ‐ história sexual – 5% com comportamentos inadequados ‐ infância e adolescência (criptorquia, traumas, etc.) ‐ antecedentes cirúrgicos ‐ principalmente cirurgias testiculares e cirurgia de hérnia, por risco de uma lesão de deferente. ‐ fatores ambientais e ocupacionais ‐ doenças sistêmicas ‐ drogas (ácido valpróico, alopurinol, espironolactona, etc.) ‐ antecedentes familiares EXAME FÍSICO ‐ altura, proporções corporais (anomalia endócrina) ‐ distribuição de pêlos, ginecomastia ‐ defeitos no campo visual, galactorréia, anosmia ‐ reflexos profundos, tônus do esfíncter anal ‐ exame genital (curvaturas, meato uretral, cordão espermático, testículo – 4,6 x 2,6 cm/ 18 a 20 cc, palpação do epidídimo – a procura de varicocele – e palpação dos ductos deferentes) ‐ toque retal – próstata e vesículas seminares ‐ cicatrizes ‐ varicocele (ortostase + Valsalva) EXAMES COMPLEMENTARES ‐ Todos os pacientes ‐‐ hemograma, bioquímica, análise de urina e espermograma (pelo menos dois devem vir alterados) ‐ 2 espermogramas consecutivos em 2 meses ‐ masturbação – 3 a 5 dias de abstinência ‐ 60 a 80 milhões/mL ‐ volume ‐‐ menos de 1 mL – hipoespermia ‐‐ mais de 6 mL – hiperespermia ‐ oligozoospermia – menos de 20 milhões de SPTZ por mL ‐‐ severa: 1‐5 milhões ‐‐ moderada: 5 a 10 milhões ‐‐ leve: mais que 1 0 milhões ‐ poliespermia: mais de 250 milhões por mL ‐ azoospermia: ausência completa ‐ criptozoospermia – após centrifugação ‐ astenozoospermia – mobilidade grau A ou B maior que 50% dos espermatozóides Análise específica do sêmen: ‐ leucospermia: acima de 1 milhão de leucócitos por mL ‐> alterações na motilidade e funcionalidade ‐> cultura ‐ anticorpos anti‐espermatozoides (ASA) – reduzem a vitalidade (necrospermia) ‐ morfologia (critérios de Kruger) ‐‐ teratozoospermia – menos de 15% de formas normais ‐‐ nem todos os espermatozóides morfologicamente anormais o são geneticamente Morfologia estrita de Kruger: ‐ cabeça oval e lisa 5 a 6 mu x 2 a 3 mu. Acrossomo 40 a 70% sem defeitos na cauda e peça intermediária ‐ mais de 15% normais – excelente prognóstico ‐ entre 5 e 15% normais – bom prognóstico ‐ menos de 5% prognóstico ruim (ICSI) ‐ O mais importante é a oferta total de espermatozóides (concentração x volume) ‐ aplicar a % de motilidade de 2 a 3 ‐ 30 a 40 milhões de espermatozóides ‐ bioquímica (avaliar perviedade de via seminal) ‐‐ frutose (vesículas seminais) ‐‐ ácido cítrico (próstata) Avaliação endócrina: ‐ não está indicada a todos, principalmente com espermograma normal e quando não há suspeita clínica de alterações endócrinas ‐ indicações: ‐‐ espermatozóides menos de 1 milhão por mL ‐‐ alteração na função renal ‐‐ suspeita de endocrinopatia ‐‐ insuficiência testicular grave ‐ FSH, LH, testosterona, estradiol e prolactina Estudo genético: ‐ indicação: ‐‐ concentração de SPTZ menor que 5 milhões por mL ‐‐ azoospermia sem causa obstrutiva ‐‐ indícios clínicos de base genética ‐ cariótipo, estudo de microdeleções no cromossomo Y, estudo de mutações no gene CTRF EXAMES DE IMAGEM ‐ USG testicular: dúvidas em varicocele, suspeita de patologia testicular ou paratesticular ‐ USG transretal: vital importância para estudo da via seminal, na suspeita de agenesia ou obstrução dos ductos ejaculadores ‐ vasografia/vesiculografia – em desuso. Avaliar o nível da obstrução deferencial (hérnias, etc.) ‐‐ RNM hipofisária – suspeição de patologia hipofisária BIÓPSIA TESTICULAR ‐ atualmente em desuso ‐ quando fazer: em conjunto com um médico especialista em fertilização, com o intuito de captar um espermatozóide para a fertilização. ‐ azoospermia: classificar em obstrutiva ou secretora ‐ oligoospermia severas: definir tratamento DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AZOOSPERMIAS ‐ FSH normal ‐> realizar biópsia testicular apenas para captar espermatozóides ‐ FSH elevado ‐> pensar em falência gonadal ‐ FSH diminuído ‐> pensar em hipogonadismo hipogonadotrófico Volume: ‐ volume menor que 1 mL ‐> pH ácido, frutose baixa e ácido cítrico alto ‐> obstrução da via seminal ‐> USG com deferentes dilatados (obstrução dos ductos ejaculadores) ‐ aspirado de vesículasseminais para TRA ou tratamento cirúrgico ‐ volume ‐‐ obstrução proximal (deferentes, epidídimo) ‐‐ tratamento cirúrgico Diagnóstico diferencial: ‐ Oligoastenoteratozoospermia ‐ afastar tóxicos (tabaco, álcool, narcóticos, radiação, quimioterapia, etc.) ‐ hipogonadismo latente ‐ resistência periférica aos andrógenos ‐ hiperprolactinemia ‐ Sd. Klinefelter (cariótipo) ‐ varicocele (exame físico) ‐ piospermia (cultura) ‐ anticorpos anti‐espermatozóides (ASA) ‐> MAR test (mixed antiglobulin reaction –IgA ou IgG no líquido seminal) ‐ idiopáticas TRATAMENTO ‐ tentar classificar o paciente ‐ em 50% dos casos com alteração do espermograma não se encontra causa ‐ TRA – tratamento não disponível ou não produziu êxito ‐ esperma de doador ou adoção ‐ não usar qualquer tipo de lubrificante (saliva, lubrificantes naturais, etc.) ‐ paciente em decúbito ventral com o travesseiro na barriga (para elevar a região glútea e faciliar o espermatozóide de escorrer) ‐ evitar que a paciente se levante por pelo menos 30 minutos Tratamento hormonal: ‐ hipogonadismo hipogonadotrofico: ‐‐ HCG 2.000 UI SC 3 vezes por semana ‐‐ FHS – (gonadotrofina humana menopáusica – hGM) ou FSH recombinante, 37,5 a 75 UI 3 vezes por semana ‐‐ manter com hCG ‐‐ GnRH 20‐200 ng/Kg a cada 120 minutos SC com bomba infusora ‐ déficit isolado ‐ déficit de LH (Sd. do eunuco fértil) – hCG ‐ hiperplasia adrenal congênita – glicocorticóides diminuídos e ACTH e testosterona ‐ hiperprolactinemia ‐‐ RNM/afastar tumor/afastar hipotireoidismo ‐‐ bromocriptina 3,5/7,5 mg por dia ‐‐ cabergolina Infertilidade imunológica – pela produção de anticorpos conta os epermatozóides: ‐ mais de 50% dos espermatozóides cobertos por ASA ‐ não é recomendável o uso de corticóides ‐ inseminação artificial (IAC) ‐ se maior que 80% ‐> fertilização in vitro por ICSI (injeção intracitoplasmática) Tratamento inespecífico: ‐ esterilidade idiopática ‐ 30% dos oligospérmicos conseguem engravidar em até 2 anos ‐ gonadotrofinas (alto custo) ‐ antiestrogênicos (Clomifeno, tamoxifeno, testoslactona) – interferem no mecanismo de retroalimentação ‐ angrogênicos (rebote) ‐ agentes estimuladores da motilidade ‐ agentes estimuladores da motilidade ‐ pentoxifilina, vitamina E e C, zinco, axitocina ‐ abandonar se não houver resposta em 3 a 6 meses TRATAMENTO CIRÚRGICO Varicocele ‐ indicação cirúrgica da varicocele: alteração do espermograma e diminuição do volume testicular. Dor não é indicação de operação de varicocele ‐ só se opera varicocele clinica, ou seja, que é palpável (na se opera aquela que so se observa pelo exame de imagem) ‐ 20 a 40% dos pacientes que tratam a varicocele conseguem engravidar. Anomalias na via seminal: ‐ vasectomia é a causa mais freqüente de obstrução seguida das causa congênitas ‐ 2 a 3% de infertilidade e 25 a 55% com azoospermia ‐ vasocasostomia (V‐V) ‐‐ 60 a 70% de gravidez/amostras para TRA ‐ tubulovasostomia (T‐V) ou epidídimo‐vaso (E‐V) ‐‐ 40 a 50% gravidez/amostras para TRA ‐ ressecção transuretral dos ductos ejaculadores ‐‐ 50% com surgimento de espermatozóides Fertilização: ‐ MESA (microcirurgical epydidimal sperm aspiration) ‐ PESA (aspiração percutânea do epidídimo) ‐ TESE (testicular sperm extration – principal) ‐ TESA (testicular sperm aspiration) Técnicas de reprodução assistida (TRA) ‐ inseminação artificial ‐‐ vaginismo grave o DE ‐‐ anomalias uretrais ‐‐ transtornos da ejaculação ‐‐ conservação de espermatozóides por congelação ‐ inseminação intrauterina ‐‐ alteracoes cervicais (muco cervical,
Compartilhar