Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUJEITOS PROCESSUAIS Há pessoas chamadas a intervir no processo de maneira obrigatória, e outras de maneira facultativa. Principais são aqueles sujeitos cuja presença é essencial: juiz, acusado e acusador. Acessórios/secundários são aqueles cuja ausência não afeta a validade do processo, são dispensáveis: assistente de acusação e terceiros interessados. Obs.: há pessoas que não integram a relação processual, participam do processo auxiliando os sujeitos processuais, mas são terceiros desinteressados. Ex.: perito, tradutor, oficial de justiça, etc. Obs.: na revisão criminal há uma relação linear, e não angular como no processo, então há apenas juiz e interessado. JUIZ Capacidade genérica de exercício: deriva da posse no exercício do cargo. Capacidade especial de exercício: competência, ausência de causa de impedimento, suspeição ou incompatibilidade. - Os juízes são escolhidos mediante concurso público de provas e títulos ou, excepcionalmente, pelo quinto constitucional, que confere a membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e a advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de dez anos de atividade profissional, a possibilidade de integrar um quinto dos lugares dos TJ, TSE, TER, STJ e TRF. Há, também, o conselho de sentença do tribunal do júri. Função jurisdicional: incumbe ao juiz a regularidade do processo, ele detém o poder de instrução, tomada de decisões e execução de sentença condenatória e/ou absolutória imprópria (medida de segurança). Poderes de disciplina, atos decisórios e atos executórios. Função administrativa: cabe ao juiz a manutenção da ordem no curso do processo, garantindo a disciplina e o decoro. Obs.: o magistrado pode agir durante a fase investigatória apenas quando provocado, atuando como garante das regras, em um sistema acusatório não é permitido ao juiz agir de ofício nessa fase preliminar, isso comprometeria sua imparcialidade. Garantias: - Vitaliciedade: adquirida após dois anos de exercício do cargo, dependendo sua perda durante esse prazo de deliberação do tribunal, e após esse prazo de sentença transitada em julgado; os juízes do quinto constitucional adquirem a vitaliciedade automatica e imediatamente. Há a aposentadoria compulsória aos 70 anos independente dessa garantia. - Inamovibilidade: é garantida a permanência do juiz na unidade em que for titularizado (após os 2 anos), salvo por motivo de interesse publico, reconhecido em decisão da maioria do tribunal ou do CNJ, ou por seu consentimento. - Irredutibilidade de subsídio: desde que não ultrapasse o valor recebido por ministros do STF, e sobre o salario dos juízes recai ônus tributários e previdenciários. Vedações: exercer outro cargo ou função (exceto magistério – podendo o salário ultrapassar o teto), receber custas ou participação em processos, atividade político-partidária, receber auxílios e contribuições de terceiros, exercer advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Impedimentos: gerados por vínculos objetivos, há presunção absoluta de parcialidade, são causas intrinsecamente ligadas ao processo, é vicio que acarreta a inexistência do ato. Art. 252, CPP, rol taxativo. Suspeição: relacionada a fatos externos ao processo, é causa de nulidade absoluta. Art. 254, CPP, rol exemplificativo. Obs.: a incompatibilidade é uma espécie de suspeição por razoes íntimas, capazes de interferir na imparcialidade do juiz, ele poderá, por isso, declarar-se suspeito sem mencionar suas razões. PARTES: São partes aqueles titulares de poderes, faculdades, ônus, deveres e sujeições no processo: acusado, MP (como titular da ação ou como fiscal da lei), e assistente da acusação. Para ser parte é preciso ter capacidade de ser parte, o que deriva da personalidade, ser sujeito de direitos e deveres; capacidade processual, que é capacidade de praticar atos processuais (18 anos); e capacidade postulatória, que é aptidão para agir perante o Judiciário. Além disso é necessário que essa pessoa tenha legitimidade para a causa. MINISTÉRIO PÚBLICO Ao MP compete promover a ação penal pública e fiscalizar a execução da lei, quando intervém obrigatoriamente nas ações de que não é titular. Princípios institucionais: - Unidade: promotores e procuradores integram um só órgão, sob a direção de um só chefe. Não é possível seu fracionamento, dentro de cada MP ( sendo que não há unidade entre MPF e MPM, por exemplo). - Indivisibilidade: só se pode falar em indivisibilidade entre os integrantes do mesmo MP, seus membros atuam em nome do próprio órgão, e não como promotores individuais. - Independência funcional: o MP oficia livre e fundamentadamente, de acordo com sua consciência e com a CF. Ele está vinculado administrativamente ao Poder Executivo, mas não é subordinado a ninguém. Garantias: - Vitaliciedade: adquirida após dois anos de exercício do cargo, dependendo sua perda de sentença transitada em julgado. Há a aposentadoria compulsória aos 70 anos independente dessa garantia. - Inamovibilidade: é garantida a permanência do juiz na unidade em que for titularizado (após os 2 anos), salvo por motivo de interesse publico, reconhecido em decisão da maioria do tribunal ou do CNJ, ou por seu consentimento. - Irredutibilidade de subsídio: desde que não ultrapasse o valor recebido por ministros do STF, e sobre o salario dos juízes recai ônus tributários e previdenciários. Vedações: exercer outro cargo ou função (exceto magistério), exercer a advocacia (salvo depois de aposentado ou exonerado), receber custas ou participação em processos, receber auxílios e contribuições de terceiros, atividade político-partidária, participar de sociedade comercial, exceto como acionista ou cotista. Impedimento e suspeição: art. 258, CPP/ 234, STJ. A suspeição do MP existe ele atuando como parte ou como fiscal da lei, e gera nulidade relativa, a depender da arguição tempestiva e demonstração de prejuízo. ACUSADO É o autor, co-autor ou partícipe, ou seja, o sujeito ativo do delito. O acusado é, então, o polo passivo do processo penal, a quem é imputada a pratica de uma infração. Legitimidade: pessoa maior de 18 anos, ou pessoa jurídica (crimes contra a ordem econômico-financeira e crimes ambientais). Obs.: o inimputável (art.26, CP) pode ser denunciado e figurar no polo passivo, ainda que só possa arcar com uma medida de segurança. Princípios: direito ao silêncio, devido processo legal, defesa efetiva (523, STF). Obs.: defesa deficiente gera nulidade relativa e defesa inexistente gera nulidade absoluta. Obs.: conduta coercitiva (260, CPP), obrigatoriedade de defesa técnica (constituída ou nomeada - art. 263, CPP). DEFENSOR A defesa técnica é indisponível, o defensor não é parte, pois não tem interesse próprio no processo, ele atua em nome do acusado, mesmo contra a vontade deste. Defensor constituído é aquele escolhido pelo acusado, por procuração. Defensor público é aquele que presta assistência judiciária gratuita. E defensor dativo é o nomeado pelo juiz para a parte que não tem advogado (a recusa injustificada desse defensor é infração disciplinar). O acusado pode fazer a auto defesa, no interrogatório por exemplo, sendo essa dispensável. Só pode fazer a defesa técnica aquele inscrito no quadros da OAB. É vedado o abandono da causa (art. 265, CPP). É obrigatório instrumento de mandato, procuração: art.37, CPC - 267, 59,98, CPP – 115, STF. Obs.: poderes especiais para certos atos. Também se aplicam ao defensor as regras de impedimento aplicadas ao juiz. ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO Na ação penal pública, é o ofendido, o representante legal ou o CCADI (art.31, CPP). Sua intervenção é facultativa. Pressupostos: -Habilitação prévia: do recebimento da denuncia até o transito em julgado (o assistente não pode participar do inquérito nem da fase de execução da pena). Obs.: 598, CPP. - Legitimidade: para se habilitar como assistente da acusação deverá demonstrar que é o titular dobem jurídico lesado. - Assistência de advogado para manifestar nos autos. Obs.: Um corréu não poderá intervir como assistente do MP no mesmo processo que o outro. O acusado condenado poderá recorrer da sentença que absolveu o outro, caso o MP não o faça. Obs.: O assistente pode recorrer inclusive contra sentença condenatória, para agravar a pena imposta. Natureza do interesse do assistente de acusação: Auxiliar do MP, suprindo eventuais falhas. Finalidade: Obtenção de título executivo para buscar a reparação do dano (corrente minoritária), realização da justiça (corrente majoritária). Faculdades: Como ofendido ele pode requerer instauração do inquérito, requerer diligência, oferecer queixa-crime (ação privada ou subsidiária), habilitar-se como assistente, requerer sequestro de bens, requerer hipoteca legal. Como assistente ele pode propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar a denúncia, aditar as manifestações escritas do MP, participar do debate oral, arrazoar recursos do MP ou seus, requerer decretação de medidas cautelares, requerer desaforamento (parcialidade do júri). Obs.: O assistente somente será admitido no tribunal do júri se tiver requerido a habilitação com 5 dias de antecedência do julgamento - 430,CPP. - Não há assistente de acusação nos processos da vara da infância e juventude. - Quando o juiz indefere a assistência cabe mandado de segurança, pois trata-se de direito líquido e certo do ofendido/CCADI. - O MP pode manifestar-se a favor ou contra a assistência, mas não vincula o juiz (272, CPP).
Compartilhar