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Sistemática x Taxonomia
Profa. Clarisse Beltrão
Sistemática: É a ciência que estuda a diversidade biológica, sendo responsável pela elaboração das leis que regem a classificação dos organismos.
Taxonomia: É o ramo da sistemática responsável por identificar, denominar e classificar grupo de organismos. 
Conceitos
1. Escola Tradicional.
2. Escola Fenética.
3. Escola Evolutiva.
4. Escola Cladista 
Escolas Sistemáticas
Todas elas têm por objetivo principal explicar e ordenar a natureza da diversidade dos organismos. De maneira comum, os organismos são reunidos em função de critérios de semelhanças, formando grupos e subgrupos, conforme a maior ou menor afinidade.
A Escola Tradicional entende que as atividades de classificação não necessitam de um embasamento filosófico, ou seja, ela não apresenta nem teoria nem método para ordenar o conhecimento. 
1. Escola Tradicional
As classificações são baseadas no conhecimento de taxonomistas profissionais e se realizam como uma atividade catalogatória semelhante à de um colecionador de selos ou de moedas, que separa ou agrupa coisas considerando suas semelhanças ou diferenças.
A organização do conhecimento sobre a diversidade dos organismos se baseia em um conjunto de métodos matemáticos bem claros, porém não está fundamentada em uma teoria biológica. 
Essa escola visa reunir grupos animais com o maior número possível de semelhanças observáveis. 
2. Escola Fenética ou Taxonomia Numérica
Os zoólogos Gary Brusca e Richard Brusca usaram uma analogia para explicar o problema de se considerar apenas a maior similaridade entre grupos: "dois primos podem se parecer mais um com o outro do que com os seus respectivos irmãos, mas conhecendo a genealogia da família sabemos que os irmãos são mais relacionados uns aos outros do que cada um com seu primo".
A Escola Fenética apresenta alguns pontos em comum com a escola tradicional, como a utilização de critérios de similaridade e, principalmente, a não fundamentação na teoria evolutiva. Essencialmente, a Escola Fenética se diferencia da taxonomia tradicional pelo emprego de métodos quantitativos e pela utilização de um número maior de características semelhantes entre os organismos.
Ao contrário da Tradicional e da Fenética, está embasada na teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo. Contudo, os gradistas ou taxonomistas evolutivos não desenvolveram nenhum método para organizar o conhecimento sobre a diversidade biológica.
3. Escola Evolutiva ou Escola Gradista
Grados: São definidos como a expressão dos graus da história evolutiva dos grupos. Conforme este conceito, um determinado grupo, que tenha atingido a habilidade de explorar um ambiente muito diferente, receberia um status separado do que têm seus ancestrais, ou seja, passaria de um grado para outro que lhe é superior.
Os critérios para reunir grupos de organismos têm como suporte o conceito de grados. 
Tanto a taxonomia tradicional como a evolutiva utilizam-se da intuição como ferramenta para estabelecer o relacionamento entre grupos de organismos, ou seja, não demonstram claramente como e o que fazem, estabelecendo grupos baseados em critérios muito subjetivos.
É fundamentada na teoria da evolução orgânica e apresenta uma metodologia compatível com ela. Isto significa que os grupos são formados por relações de parentesco estabelecidas através de um ancestral comum.
4. Escola Cladista ou Sistemática Filogenética
Para a Sistemática Filogenética a classificação dos organismos deve estar relacionada com a compreensão do parentesco filogenético, e não com a simples semelhança, uma vez que a diversidade existente é resultado do processo de ramificação das espécies ancestrais em espécies descendentes. 
Mais recentemente, métodos moleculares foram desenvolvidos, possibilitando o conhecimento da filogenia ao nível dos genes.
1. 	Identificação: consiste no ato de você determinar se um organismo é idêntico ou semelhante a outro, cujos caracteres morfológicos, são previamente conhecidos, ou, sendo diferentes de todos os outros organismos já conhecidos, se constituirá em um elemento novo para a ciência".
Taxonomia
A) Por comparação a um elemento previamente conhecido, de preferência que esteja depositado em um herbário/museu de referencia.
A identificação pode ser feita por três meios:
B) Comparando a uma descrição escrita por autor ou taxonomista competente. (descrições estão em floras, manuais, publicações em revistas científicas).
A identificação pode ser feita por três meios:
C) Utilizando uma chave taxonômica.
A identificação pode ser feita por três meios:
2. Classificação: É a colocação do organismo (ou grupo de organismos) em categorias de acordo com um sistema estabelecido e em conformidade com a nomenclatura do sistema. Classificação é o agrupamento daqueles organismos cujas semelhanças são maiores do que as diferenças. 
Taxonomia
A) Sistema artificial: baseado em um só caráter morfológico.
B) Sistema natural: baseado em um conjunto de caracteres morfológicos.
C)Sistema Filogenético: baseado na ancestrabilidade e hereditariedade.
Existem 3 Sistemas de classificação:
Classifica os seres vivos com base em uma única característica escolhida aleatoriamente, sem levar em consideração as relações filogenéticas (de parentesco), existentes entre eles.	
Ex: classificação dos animais quanto ao seu habitat, ou quanto ao seu comportamento, classificação dos vegetais quanto ao seu hábito.
O Sistema Artificial: 
	O naturalista Carl Linnaeus (Lineu) estabeleceu as bases de um sistema de classificação no qual os seres vivos eram agrupados de acordo com suas características morfológicas.
Lineu propôs a classificação dos seres vivos em grupos, atualmente conhecidos como táxon, que constituíam uma hierarquia, desta forma, os seres com características morfológicas idênticas eram reunidos em um mesmo grupo, o qual constituiria a categoria básica do sistema de classificação: a espécie. 
Espécies com características semelhantes seriam agrupadas em um mesmo gênero; gêneros semelhantes seriam agrupados em uma mesma família; famílias seriam agrupadas em ordens; ordens em classes; classes em filo ou divisões; e filos ou divisões em reinos.
Lineu utilizava a classificação artificial, por que usava apenas um caráter morfológico para diferenciar as espécies. 
Esse cientista considerava as semelhanças anatômicas entre os organismos, pois p/ ele as espécies eram consideradas tipos padrões e imutáveis (fixismo). 
Para Lineu existiam apenas dois Reinos: o vegetal e o animal, esses reinos possuíam Classes, que por sua vez possuíam Ordens, estas Gêneros e na base, as Espécies.
Até hoje as categorias taxonômicas principais propostas por Lineu foram mantidas e acrescentadas mais duas: Filo e Família. 
Com as novas descobertas cientificas, uma maior quantidade de novos indivíduos sendo classificados, surgiu a necessidade de uma classificação baseada em um número maior de características, que seria a classificação natural, que entretanto continuava sendo fixista.
Sistema Natural
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Somente a partir de Lamark em 1809 e Darwin em 1859 é que o fixismo foi abandonado e a Teoria Evolucionista, que considera as espécies como populações em constante modificação foi tomando o seu espaço.
Reino Plantae: bactérias, fungos, vegetais e algas.
Classificação de dois reinos de Lineu (1707-1778)
Reino Animalia: protozoários e animais
Reino Protista, no qual incluía os microorganismos que tinham características tanto de plantas quanto de animais.
Reino Plantae: algas multicelulares e plantas.
Reino Animalia: animais.
Reino Protista: bactérias, protozoários, algas unicelulares e fungos. 
Haeckel em 1865 propôs um terceiro Reino
No Reino Plantae, ficaram os organismos que obtinham alimento através da fotossíntese.
No Reino Animalia, os que obtém seus alimentos por ingestão (entrada de partículas de alimento não dissolvidos).
No Reino Fungi os que obtém seus alimentos por absorção(capitação de nutrientes químicos dissolvidos no meio) .
No Reino Monera , os que obtém energia por absorção ou fotossíntese bacteriana.
No Reino Protista, microorganismos, que podiam apresentar um dos três tipos de obtenção de nutrientes.
Whittaker (1969) propôs uma classificação baseada no modo dos quais os organismos obtém nutrientes, sendo estabelecidos cinco reinos:
No Domímio Eucaryontes, temos os Reinos Protista (algas e protozoários), Animalia, o Plantae e o Fungi;
No Domínio Archaeobacteria: Bactérias que produzem gás metano, ou que requerem altas concentrações de sal ou altas temperaturas;
No Domínio Eubactéria, todas as demais bactérias.
Woese (1977) propôs um sistema com 3 Domínios: 
Essa divisão em três Domínios é sustentada por evidências moleculares – sequencia de nucleotídeos da unidade 18S do RNAr. 
Alguns autores seguem a tendência de manter os cinco reinos: Monera, Fungi, Protista, Aminalia e Plantae, com a adição de Super reinos:
Super-Reino Prokaria: 
	Reino Bacteria (Monera)
		Sub-Reino Archaea (arqueobactérias)
		Sub-Reino Eubacteria (bactérias)
Super-reino Eukarya
	Reino Protoctista (Protista)
 Reino Fungi
	Reino Animalia
	Reino Plantae
3. Nomenclatura: diz respeito à determinação do nome correto de uma dada espécie, de acordo com algum sistema nomenclatural. Logo que a planta/animal são identificados é necessário que a ela seja atribuído um nome científico. 
Esta função da taxonomia é regulamentada pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica e Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. 
Taxonomia
Adota-se o sistema binomial para designação de espécies.
O nome do gênero escreve-se com inicial maiúscula e o epíteto específico com inicial minúscula.
Nomes em latim ou latinizados.
O nome da espécie é sempre destacado (sublinhado, negrito ou em itálico).
O nome da espécie deve constar acompanhado do nome (s) da (s) pessoa (s) que a descreveu (ram) e da data (= ano) da publicação.
Regras gerais
Algumas espécies são subdivididas em categorias mais específicas denominadas subespécies e variedades. 
Categorias infra-específicas 
Espécies são agrupadas em Gêneros, estes Em famílias, Famílias em Ordens, Ordens em Classes, Classes em Filos (ou Divisões) e Filos (ou Divisões) em Reinos. 
Categorias supra-específicas 
Cada grupo taxonômico em qualquer nível é chamado de táxon (plural= taxa). 
O nível no qual cada táxon é posicionado é chamado categoria. Assim gêneros e/ou espécies são categorias e Sargassum vulgare é um táxon dentro de uma respectiva categoria. 
Grupo taxonômico – táxon 
Categoria taxonômica
Sufixo
Nome vulgar: batata inglesa (ex.)
divisão
ophyta
Magnoliophyta
classe
opsida
Magnoliopsida
subclasse
idae
Asteridae
ordem
ales
Solanales
família
aceae
Solanaceae
subfamília
oideae
Solanoideae
tribo
eae
Solaneae
subtribo
inae
Solaninae
gênero
 
Solanum
espécie
 
SolanumtuberosumL.
Reino Animalia
	Filo Chordata
		Classe Mammalia
			Ordem Carnivora
				Família Canidae
					Gênero Canis
					 Espécie Canis lupus
familiaris
Holótipo: é o espécime tipo designado pelo autor na descrição original.
Isótipos: trata-se dos espécimes originados da mesma coleta do holótipo.
Sintipos: cada um dos espécimes citados originalmente pelo autor, no caso deste não ter designado um tipo.
Lectótipo: na perda do espécime tipo, um novo espécime é eleito para ser o representante da espécie.
Neótipo: Um espécime escolhido para ser o representante da espécie caso tenha se perdido todo a coleção original.
Tipificação

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