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Aula 03 substituida

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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 3 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Prezados Alunos! 
Estão firmes para o nosso concurso de AFT-2013? 
Hoje vamos ter uma ótima oportunidade para 
aprofundarmos alguns pontos que integram essa novidade que é a 
matéria Direitos Humanos na prova de AFT. 
Desejo a todos, mais uma vez, todo sucesso nessa reta final! 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 3 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 6 Institucionalização dos direitos e garantias 
fundamentais. 
• 7 Política nacional de direitos humanos. 
• 8 Programas nacionais de direitos humanos. 
 
 
 
6. Institucionalização dos direitos e garantias 
fundamentais. 
 
Na aula passada, estudamos os direitos humanos de uma forma 
mais teórica. Passemos agora para o estudo da institucionalização dos direitos 
e garantias fundamentais conforme o edital do Concurso. Na aula de hoje, 
iremos abordar a maneira como a Constituição prevê tais direitos e garantias 
fundamentais, os órgãos e as entidades públicas que estão voltados para a 
proteção dos direitos humanos, e, também, as principais políticas públicas 
nacionais que foram estabelecidas pelo Poder Público brasileiro para garantir a 
proteção dos direitos humanos. 
Podemos definir a institucionalização dos direitos e garantias 
fundamentais como os meios de FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO de 
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS para PROTEÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS. Portanto, quando se fala na institucionalização dos direitos, 
estamos querendo se referir aos instrumentos que pretendem concretizar 
os direitos e garantias fundamentais que a nossa CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
DE 1988 estabeleceu. 
Esses instrumentos compreendem os programas nacionais de 
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DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 3 
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direitos humanos (PNDH) e os órgãos competentes para o 
planejamento e a implementação dessas políticas públicas (SDH/PR, 
CDDPH, ONDH...). Contudo, para que o(a) futuro(a) Auditor Fiscal do 
Trabalho tenha um entendimento correto desse conjunto de meios de 
institucionalização dos direitos e garantias fundamentais, é preciso revisar 
alguns aspectos jurídicos previstos na Constituição Federal de 1988. 
A Constituição Federal de 1988 surgiu como consequência de um 
processo de democratização que atingiu Brasil após o fim do Regime 
Militar (1964-1985), transição política esta que se beneficiou de um 
processo de liberalização política ocorrida no final do próprio regime autoritário 
(ex.: anistia política, pluripartidarismo, eleições diretas para governador e para 
prefeito das capitais...). 
É por causa desse passado autoritário que a nossa Constituição 
Federal de 1988 possui como uma de suas marcas mais importantes um 
forte compromisso com o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO (art. 1º), 
princípio que possui como uma de suas dimensões o respeito aos 
DIREITOS FUNDAMENTAIS. 
Esse compromisso repercutiu bastante sobre o texto de nossa 
Constituição, pois os direitos humanos ganharam bastante destaque, chegando 
ao ponto da Constituição Federal de 1988 se situar como o documento 
jurídico mais abrangente e detalhado sobre os direitos humanos que o 
Brasil adotou em sua história. Nesse sentido, Flávia Piovesan afirma que: 
“A Carta de 1988 institucionaliza a instauração de um 
regime político democrático no Brasil. Introduz também 
indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias 
e direitos fundamentais e na proteção de setores 
vulneráveis da sociedade brasileira. A partir dela, os direitos 
humanos ganham relevo extraordinário, situando-se a Carta 
de 1988 como o documento mais abrangente e 
pormenorizado sobre os direitos humanos jamais adotado 
no Brasil.” 
Como consequência dessa nova realidade, o governo brasileiro 
necessitou formular uma política pública de direitos humanos coerente 
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com a Constituição adotada. 
Essa política pública necessitaria atender aos fundamentos e 
objetivos da República Federativa do Brasil, além de compatibilizar-se 
com as normas previstas nos tratados internacionais de direitos humanos 
que o Brasil tivesse reconhecido. Sobre esse assunto, novamente afirma Flávia 
Piovesan: 
“A consolidação das liberdades fundamentais e das 
instituições democráticas no País, por sua vez, muda 
substancialmente a política brasileira de direitos humanos, 
possibilitando um progresso significativo no reconhecimento 
de obrigações internacionais nesse âmbito”. 
 
ATENÇÃO! NÃO CONFUNDIR OS FUNDAMENTOS COM OS 
OBJETIVOS... 
 
A Constituição Federal de 1988 prevê cinco FUNDAMENTOS 
da República Federativa do Brasil (art. 1º): 
• Soberania (inc. I); 
• CIdadania (inc. II); 
• DIgnidade da pessoa humana (inc. III); 
• VAlor social do trabalho e da livre iniciativa 
(inc. IV); 
• PLUralismo político (inc. V). 
 
Uma dica para memorizar esses fundamentos é a palavra 
formada pelas sílabas iniciais dos cinco substantivos previstos nos incisos do 
art. 1º da Constituição: SO-CI-DI-VA-PLU. 
Já os OBJETIVOS da República Federativa do Brasil (art. 3º) 
são quatro: 
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• CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária 
(inc. I); 
• GARANTIR o desenvolvimento nacional (inc. II); 
• ERRADICAR a pobreza e a marginalização e 
REDUZIR as desigualdades sociais e regionais (inc. III); 
• PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação (inc. IV). 
Uma dica para memorizar esses objetivos é que todos eles 
começam com um verbo: CONSTRUIR, GARANTIR, ERRADICAR e 
PROMOVER. 
Uma observação pertinente à disciplina “Direito Constitucional”, 
mas que tem relação com esta disciplina é que algumas bancas de concurso 
gostam de cobrar esses valores constitucionais ao tentar confundir o 
candidato misturando entre alternativas contendo os objetivos 
fundamentais uma delas com um dos fundamentos e vice-versa. 
Voltando à disciplina “Direitos Humanos e Cidadania”, as políticas 
de direitos humanos devem observar os FUNDAMENTOS da República 
Federativa do Brasil, principalmente a cidadania e a dignidade da pessoa 
humana, pois esses fundamentos, na condição de alicerce do Estado 
Democrático de Direito, têm força normativa suficiente para direcionar a 
maneira como deve ser concebida (ou seja, formulada) e executada (ou seja, 
implementada) tais políticas. 
Ademais, essas mesmas políticas de direitos humanos deverão 
atender aos OBJETIVOS quando elas tiverem como metas a construção de 
uma sociedade que tenha respeitada não somente seus direitos individuais 
de liberdade, de igualdade e de acesso à justiça como também que seja 
viabilizado o exercício dos direitos sociais, estimulando a solidariedade e a 
erradicação da pobreza ou a minimização das desigualdades sociais e 
regionais. 
Isto mostra que a institucionalização dos direitos e garantiasfundamentais por meio de políticas de direitos humanos deverá estar atenta ao 
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fato de que os direitos humanos são indivisíveis e interdependentes, 
compreendendo tanto os direitos individuais e coletivos (artigo 5º da 
Constituição Federal de 1988), como também os direitos sociais (artigo 6º da 
Constituição Federal de 1988), os quais deverão ser protegidos 
conjuntamente. 
É obrigação constitucional dos Poderes Públicos conferir eficácia 
máxima e imediata a todas as normas que definem direitos e garantias 
fundamentais (art. 5º, § 1º). A partir disso, importa que sejam estudados os 
órgãos públicos competentes para formular e implementar as políticas 
públicas que visam proteger os direitos humanos e assim efetivar as 
normas constitucionais que estabelecem os direitos e garantias fundamentais. 
Existem órgãos e políticas que tratam dos direitos humanos de 
forma geral (ex. a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da 
República e o PNDH-3) e de forma específica1 (ex. o Conselho Nacional dos 
Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA – e o Programa Nacional de 
Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, órgão e 
política voltados para os direitos humanos aplicáveis especificamente às 
crianças e aos adolescentes). 
Nosso enfoque nesta disciplina serão os instrumentos que 
buscam proteger os direitos humanos de forma geral. Assim, em relação 
aos ÓRGÃOS PÚBLICOS que possuem essa tarefa institucional de acordo com 
o sistema jurídico brasileiro, identificamos os seguintes: 
• Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da 
República – SDH/PR 
• Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos - ONDH 
• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – 
CDDPH 
• Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia 
 
1 Outras instituições e políticas públicas de direitos humanos que são específicas são o Plano 
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite (pessoas com deficiência), 
a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo - CONATRAE (combate ao 
trabalho escravo), o Programa Brasil Sem Homofobia (LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, 
Travestis e Transexuais), o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI - e o Plano de Ação 
para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa (pessoas idosas), entre outras ações. 
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SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA (SDH/PR): 
 
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da 
República (SDH/PR) é o órgão responsável pela articulação 
interministerial e intersetorial das políticas de promoção e proteção 
aos Direitos Humanos no Brasil. Criada em 1997 dentro da estrutura do 
Ministério da Justiça, foi elevada ao status de MINISTÉRIO em 2003, por 
meio da Lei nº 10.683/2003. Em 2010, esta Secretaria ganhou o atual 
nome. 
A SDH/PR possui as seguintes competências (art. 24 da Lei nº 
10.683/2003): 
• Assessorar direta e imediatamente o Presidente da 
República na formulação de políticas e diretrizes voltadas 
à promoção dos direitos da cidadania, da criança, do 
adolescente, do idoso e das minorias e à defesa dos 
direitos das pessoas com deficiência e promoção da sua 
integração à vida comunitária; 
• Coordenar a política nacional de direitos humanos, em 
conformidade com as diretrizes do Programa Nacional de 
Direitos Humanos – PNDH; 
• Articular iniciativas e apoiar projetos voltados para a 
proteção e promoção dos direitos humanos em âmbito 
nacional, tanto por organismos governamentais, incluindo os 
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, quanto por 
organizações da sociedade; 
• Exercer as funções de ouvidoria nacional de direitos 
humanos, da criança, do adolescente, do idoso e das 
minorias; 
• Atuar em favor da ressocialização e da proteção dos 
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dependentes químicos, sem prejuízo das atribuições dos 
órgãos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas – SISNAD; 
• Exercer as atribuições de Órgão Executor Federal do 
Programa Federal de Assistência a Vítimas e a 
Testemunhas Ameaçadas (art. 12 da Lei nº 9.807/1999). 
A SDH/PR tem como estrutura básica (art. 24, § 2º, da Lei nº 
10.683/2003): 
• Gabinete do Ministro 
• Secretaria-Executiva 
• Departamento de Ouvidoria Nacional 
• 4 (quatro) Secretarias Nacionais: 
- Secretaria de Gestão da Política de Direitos Humanos; 
- Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos 
Humanos; 
- Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do 
Adolescente; 
- Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência. 
• Órgãos colegiados: 
o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - 
CDDPH; 
o Conselho Nacional de Combate à Discriminação - CNCD; 
o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - 
CONANDA; 
o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - 
CONADE; 
o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI. 
 
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OUVIDORIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS - ONDH 
 
A ONDH é um órgão de assistência direta e imediata da 
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que tem 
por competência legal exercer as funções de Ouvidoria Geral: 
• Da cidadania; 
• Da criança; 
• Do adolescente; 
• Da pessoa com deficiência; 
• Do idoso; 
• De LGBT; 
• E de outros grupos sociais mais vulneráveis. 
Ela é um órgão de ligação entre a cidadania e o Poder Público, 
empenhando-se para que cidadãos e agentes públicos compreendam que o 
respeito e a garantia aos direitos das pessoas é a razão primeira da existência 
do Estado. 
A ONDH deve estar sempre atenta às críticas, denúncias, 
reclamações e sugestões dos cidadãos e dar conseqüência a elas. E também 
funciona como um instrumento ágil, direto, de conhecimento da realidade de 
vida das pessoas, como os direitos humanos estão sendo ameaçados, violados 
ou negligenciados e, sobretudo, do que deve ser feito para garanti-los, 
preventivamente. 
A ONDH coordena o Disque Direitos Humanos (Disque 100), 
serviço de atendimento telefônico gratuito destinado a receber as 
denúncias e reclamações, garantindo o sigilo da fonte de informações, quando 
solicitado pelo denunciante. 
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos poderá agir de 
ofício sempre que tiver conhecimento de atos que violem os direitos 
humanos individuais ou coletivos e também poderá receber denúncias 
anônimas. 
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A SDH/PR possui um Departamento inserido dentro de sua 
estrutura organizacional somente para fornecer todo o suporte operacional 
para a ONDH desempenhar suas atribuições. 
 
 
CONSELHO DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA HUMANA 
– CDDPH 
 
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - 
CDDPH - é um órgãocolegiado, criado pela Lei nº 4.319/1964, situado na 
estrutura da SDH/PR, com representantes de setores representativos, 
ligados aos direitos humanos, e com importância fundamental na promoção e 
defesa dos direitos humanos no País. 
 
Atenção! um cuidado que o candidato ter é que a Lei de criação do CDDPH 
(1964) previa ser esse Conselho integrante da estrutura do Ministério da 
Justiça. Ocorre que com a elevação da Secretaria de Direitos Humanos ao 
nível de ministério, logicamente, o CDDPH foi incorporado à estrutura 
daquela Secretaria por força do art. 24, § 2º, da Lei nº 10.683/2003. 
As competências do CDDPH estão previstas na Lei nº 
4.319/1964, conforme se observa a seguir: 
 
“Art 4º Compete ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa 
Humana: 
1º promover inquéritos, investigações e estudos acêrca da eficácia das 
normas asseguradoras dos direitos da pessoa humana, inscritos na 
Constituição Federal, na Declaração Americana dos Direitos e Deveres 
Fundamentais do Homem (1948) e na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (1948); 
2º promover a divulgação do conteúdo e da significação de cada um 
dos direitos da pessoa humana mediante conferências e debates em 
universidades, escolas, clubes, associações de classe e sindicatos e por 
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meio da imprensa, do rádio, da televisão, do teatro, de livros e 
folhetos; 
3º promover nas áreas que apresentem maiores índices de violação 
dos direitos humanos: 
a) a realização de inquéritos para investigar as suas causas e sugerir 
medidas tendentes a assegurar a plenitude do gôzo daqueles direitos; 
b) campanha de esclarecimento e divulgação; 
4º promover inquéritos e investigações nas áreas onde tenham 
ocorrido fraudes eleitorais de maiores proporções, para o fim de 
sugerir as medidas capazes de escoimar de vícios os pleitos futuros; 
5º promover a realização de cursos diretos ou por correspondência que 
concorram, para o aperfeiçoamento dos serviços policiais, no que 
concerne ao respeito dos direitos da pessoa humana; 
6º promover entendimentos com os governos dos Estados e Territórios 
cujas autoridades administrativas ou policiais se revelem, no todo ou 
em parte, incapazes de assegurar a proteção dos direitos da pessoa 
humana para o fim de cooperar com os mesmos na reforma dos 
respectivos serviços e na melhor preparação profissional e cívica dos 
elementos que os compõem; 
7º promover entendimentos com os governos estaduais e municipais e 
com a direção de entidades autárquicas e de serviços autônomos, que 
estejam por motivos políticos, coagindo ou perseguindo seus 
servidores, por qualquer meio, inclusive transferências, remoções e 
demissões, a fim de que tais abusos de poder não se consumem ou 
sejam, afinal, anulados; 
8º recomendar ao Govêrno Federal e aos dos Estados e Territórios a 
eliminação, do quadro dos seus serviços civis e militares, de todos os 
seus agentes que se revelem reincidentes na prática de atos violadores 
dos diretos da pessoa humana; 
9º recomendar o aperfeiçoamento dos serviços de polícia técnica dos 
Estados e Territórios de modo a possibilitar a comprovação da autoria 
dos delitos por meio de provas indiciárias; 
10. recomendar ao Govêrno Federal a prestação de ajuda financeira 
aos Estados que não disponham de recursos para a reorganização de 
seus serviços policiais, civis e militares, no que concerne à preparação 
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profissional e cívica dos seus integrantes, tendo em vista a conciliação 
entre o exercício daquelas funções e o respeito aos direitos da pessoa 
humana; 
11. (...). 
12. estudar o aperfeiçoamento da legislação administrativa, penal, 
civil, processual e trabalhista, de modo a permitir a eficaz repressão 
das violações dos direitos da pessoa humana por parte de particulares 
ou de servidores públicos; 
13. receber representações que contenham denúncias de violações dos 
direitos da pessoa humana, apurar sua procedência e tomar 
providências capazes de fazer cessar os abusos dos particulares ou das 
autoridades por êles responsáveis.” 
De forma resumida, observamos que o Conselho tem por principal 
atribuição receber denúncias e investigar, em conjunto com as autoridades 
competentes locais, violações de direitos humanos de especial gravidade com 
abrangência nacional, como chacinas, extermínio, assassinatos de pessoas 
ligadas a defesa dos direitos humanos, massacres, abusos praticados por 
operações das polícias militares, etc. Para tanto, o Conselho constitui 
comissões especiais de inquérito e atua por meio de resoluções. 
O CDDPH também promove estudos para aperfeiçoar a defesa e a 
promoção dos direitos humanos e presta informações a organismos 
internacionais de defesa dos direitos humanos. 
O art. 8º da Lei nº 4.319/1964 prevê que “impedir ou tentar 
impedir, mediante violência, ameaças ou assuadas, o regular funcionamento 
do C.D.D.P.H. ou de Comissão de Inquérito por êle instituída ou o livre 
exercício das atribuições de qualquer dos seus membros” constituiu crime, 
aplicando-se a mesma pena prevista para o crime de resistência (art. 329 do 
Código Penal). 
O tipo penal em questão prevê a seguinte norma: 
“Resistência 
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Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante 
violência ou ameaça a funcionário competente para executá-
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência.” 
O mesmo dispositivo legal também estabelece como crime a 
conduta de “fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade como testemunha, 
perito, tradutor ou intérprete perante o C.D.D.P.H. ou Comissão de Inquérito 
por êle instituída”, aplicando-se a mesma pena prevista para o crime de Falso 
testemunho ou falsa perícia (art. 342 do Código Penal). 
O tipo penal em questão prevê a seguinte norma: 
“Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete 
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou 
em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o 
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o 
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta. 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no 
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou 
declara a verdade.” 
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Há precedente do STJ que reconhece a competência da Justiça 
Federal para o julgamento de crimes relacionados à apuração pelo CDDPH 
de violação dos direitos humanos, por se tratar de direitos humanos que 
incumbem à União monitorar e proteger. O julgado em questão é o HC 
57.189/DF, cujos trechos do resumoda decisão segue abaixo: 
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. GRUPO DE 
EXTERMÍNIO. FORMAÇÃO DA QUADRILHA. CRIME PRATICADO 
PARA EVITAR QUE A VÍTIMA PRESTASSE DEPOIMENTO A 
CONSELHO DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA HUMANA. 
(...) 1. Da narrativa contida da denúncia, assim também da 
decisão que rejeitou a exceção de incompetência do Juízo, o 
homicídio foi supostamente praticado com o objetivo de evitar 
que a vítima prestasse depoimento à subcomissão instalada pelo 
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, órgão 
vinculado ao Ministério da Justiça, que tinha por objetivo apurar 
as denúncias a respeito de organização criminosa atuante no 
Estado do Acre. 2. Não há como negar, nesta sede, pelos 
elementos de cognição colhidos nos autos, a existência de uma 
relação teleológica entre o homicídio e o intuito de turbar os 
trabalhos investigativos, no âmbito da União, realizados pela 
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. 3. É cediço 
que compete à União manter relações com Estados estrangeiros 
e participar de organizações internacionais (art. 21, I, CF). Em 
tal contexto, como pessoa jurídica de direito público externo e 
interno, tem o poder-dever de fazer prevalecer os postulados de 
direitos humanos, comprometendo-se, por meio de seus órgãos 
e pelo desenvolvimento de políticas públicas, com o combate ao 
crime organizado, notadamente quando os poderes instituídos 
locais tornam-se insuficientes nesse mister. 4. Se o crime de 
homicídio foi praticado, segundo a denúncia, com o objetivo de 
evitar que a vítima prestasse declarações ao referido Conselho 
de Defesa dos Direitos Humanos, de forma a impedir que aquele 
órgão federal descortinasse as práticas da organização 
criminosa, resta evidente que a infração penal maculou, de 
forma indelével, serviço e interesse da União. 5. Nessa quadra, 
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perde relevância a alegação dos impetrantes de que o crime teria 
sido cometido antes da instalação da subcomissão responsável 
pelas investigações. Se assim o foi, tal circunstância não 
desnatura o escopo subjacente ao homicídio, que foi o de 
obstruir, de alguma forma, os trabalhos do Conselho de Defesa 
dos Direitos da Pessoa Humana, tanto que os réus também 
foram denunciados pelo crime previsto no art. 8º da Lei nº 
4.319/64. 
 
A política nacional de direitos humanos permite que nos Estados, 
no Distrito Federal e nos Municípios sejam criados Conselhos Estaduais, 
Distrital e Municipais voltados especificamente para a proteção dos direitos 
humanos. 
 
 
FÓRUM NACIONAL DE OUVIDORES DE POLÍCIA 
 
O Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia é uma instituição 
que congrega todas as Ouvidorias de Polícia do Brasil, das esferas federal, 
estadual e do Distrito Federal. Ele se encontra no âmbito da Secretaria de 
Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), pasta que tem a 
atribuição de fornecer os serviços administrativos necessários para o 
funcionamento do Fórum. 
Mas, o quem é o ouvidor de polícia? 
De acordo com o art. 3º, § 1º, do Decreto de 3 de maio de 2006, é 
o dirigente de órgãos do Poder Executivo, sem qualquer vínculo, 
presente ou passado, com as polícias, encarregados de receber: 
I - denúncias relativas a atos irregulares, ilegais ou 
omissões cometidos por agentes; e 
II - elogios ou sugestões sobre o funcionamento dos 
serviços dos órgãos de segurança pública e defesa social. 
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O Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia possui como 
competências: 
• Oferecer sugestões voltadas para o aperfeiçoamento 
institucional dos órgãos policiais, no que diz respeito à 
promoção e à proteção dos direitos humanos; 
• Criar instrumentos que qualifiquem a fiscalização e o 
acompanhamento das denúncias sobre a prática de atos 
ilegais ou arbitrários imputados aos operadores de segurança 
pública e defesa social; e 
• Propor medidas de aperfeiçoamento e fortalecimento das 
ouvidorias de polícia autônomas e independentes, em cada 
Estado. 
 
O Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia terá um Coordenador-
Executivo e um Coordenador-Adjunto, escolhidos pelos seus pares, 
encarregados, entre outras atribuições, de preparar as reuniões e de 
encaminhar suas decisões. 
Resumindo, foi muito importante observar que a institucionalização 
dos direitos e garantias fundamentais é definida como os instrumentos de 
proteção dos direitos humanos, compreendendo os programas nacionais de 
direitos humanos (PNDH) e os órgãos competentes para o planejamento e a 
implementação dessas políticas públicas. Os principais órgãos de direitos 
humanos são: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República 
(SDH/PR); a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH); o Conselho de 
Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH); e o Fórum Nacional de 
Ouvidores de Polícia. 
 
ÓRGÃOS DE DIREITOS HUMANOS E A FEDERALIZAÇÃO DOS 
CRIMES DE DIREITOS HUMANOS 
 
Um tema que merece consideração é a questão da federalização 
dos crimes de direitos humanos, referida na Constituição Federal de 
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1988 como o “incidente de deslocamento de competência” (art. 109, § 
5º, com a redação dada pela EC nº 45/2004). Considerando os órgãos citados, 
qual a instituição ou autoridade que é competente para suscitar (ou seja, 
provocar) o referido incidente? 
A resposta para esse questionamento está na própria norma 
constitucional que se encontra transcrita no art. 109, § 5º, a seguir citado: 
Art. 109. (...) 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos 
humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de 
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, 
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em 
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Portanto, é o Procurador-Geral da República, autoridade 
máxima do Ministério Público da União a autoridade competente para 
provocar, perante o STJ, em qualquer fase do inquérito ou processo, 
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal, 
promovendo a federalização de um crime que represente atentado grave 
aos direitos humanos. 
A seguir estudaremos os principais caminhos que a República 
Federativa do Brasil vem adotando para a construção de uma política nacional 
de direitos humanos e passaremos, posteriormente, a tratar das principais 
políticas já estabelecidas: os três programas nacionais de direitos humanos 
(PNDH-1, PNDH-2 e PNDH-3). 
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7. Política Nacional de Direitos Humanos. 
 
A Política Nacional de Direitos Humanos é uma política 
pública de abrangência nacional prevista no art. 24 da Lei nº 
10.683/2003, com a redação dada pela Lei nº 12.314/2010, conforme se 
observa no seguinte dispositivo: 
Art. 24. À Secretaria de Direitos Humanos compete assessorar 
direta e imediatamente o Presidente da República na formulação 
de políticase diretrizes voltadas à promoção dos direitos da 
cidadania, da criança, do adolescente, do idoso e das minorias e 
à defesa dos direitos das pessoas com deficiência e promoção da 
sua integração à vida comunitária, bem como coordenar a 
política nacional de direitos humanos, em conformidade 
com as diretrizes do Programa Nacional de Direitos 
Humanos - PNDH, articular iniciativas e apoiar projetos 
voltados para a proteção e promoção dos direitos humanos em 
âmbito nacional, tanto por organismos governamentais, incluindo 
os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, quanto por 
organizações da sociedade, e exercer as funções de ouvidoria 
nacional de direitos humanos, da criança, do adolescente, do 
idoso e das minorias. (Redação dada pela Lei nº 12.314, de 
2010) 
 
A Política Nacional de Direitos Humanos é coordenada pela 
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e todas as ações 
relacionadas com essa política deverão ser exercidas respeitando as diretrizes 
do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). 
1ª OBSERVAÇÃO: a sigla PNDH é utilizada pelos documentos 
oficiais brasileiros para se referir ao Programa Nacional de Direitos 
Humanos e não à Política Nacional de Direitos Humanos. 
2ª OBSERVAÇÃO: não confundir a Política Nacional de 
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Direitos Humanos com o Programa Nacional de Direitos Humanos! 
O PNDH é resultado dos compromissos internacionais 
assumidos pelo Brasil em relação à temática dos direitos humanos, 
principalmente após a Conferência Mundial sobre os Direitos do Homem, 
promovida pela ONU, e realizada em Viena (Áustria), entre 14 a 25 de Junho 
de 1993, quando esta Conferência aprovou um documento chamado de 
Declaração de Viena e Programa de Ação. 
A “Declaração de Viena e Programa de Ação” (1993) estabelecia 
como uma de suas recomendações para os países membros da ONU visando 
promover a cooperação, o desenvolvimento e o reforço dos direitos humanos, 
o seguinte dispositivo: 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem recomenda que 
cada Estado pondere se será desejável a elaboração de um plano 
de ação nacional que identifique os passos através dos quais 
esse Estado poderia melhorar a promoção e a proteção dos 
direitos humanos. 
 
Na época em que foi realizada a Conferência de Viena, o Brasil 
estava com a imagem internacional bastante desgastada na área de direitos 
humanos, pois entre 1992 a 1993 ocorreriam vários episódios de violência com 
responsabilidade do Estado brasileiro: o massacre de Carandiru (outubro de 
1992); a chacina da Candelária (julho de 1993); a chacina de Vigário Geral 
(agosto de 1993). 
Inicialmente, o Brasil buscou atender às pressões desse contexto 
criando um Programa Nacional de Combate à Violência (1993) conjunto de 
medidas visando reformar a legislação referente aos direitos humanos e, em 
menor medida, reformar as instituições governamentais. Esse programa não 
obteve sucesso, e nenhuma das suas medidas foi examinada pelo Congresso 
ou implementada pelo Governo Federal naquele momento. Entretanto, o 
contexto que levou à sua elaboração permanecia de maneira que havia uma 
mobilização social para a adoção dos direitos humanos como objeto de 
políticas públicas. 
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O “plano de ação nacional” a que se refere a Declaração de Viena 
somente seria adotado pelo Brasil em maio de 1996 com a criação do 1º 
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-1). 
 
Segundo Marco Antonio Carvalho Natalino: 
A elaboração do PNDH marca a principal mudança no tratamento 
do tema pelas políticas públicas federais no período pós-1988. 
Até a sua promulgação, a ação federal na área era: i) dispersa 
para cada setor; ii) marcada por políticas de cunho 
assistencialista e filantrópico em áreas como criança e 
adolescente, pessoas com deficiência e povos indígenas; iii) 
voltada principalmente para uma agenda internacional e a 
repercussão de casos exemplares de violações ocorridos no 
período; e iv) centrada na aprovação de tratados e na 
elaboração de normas, em detrimento da implementação de 
programas por parte do Executivo. 
Essa situação começa a se alterar a partir do PNDH. A política 
pública passa a ter um norteador de todas as ações 
empreendidas, que visam menos casos específicos do que a 
criação de condições estruturais para a melhoria da situação dos 
direitos humanos como um todo, compreendendo mudanças 
legais, inovações institucionais e elaboração de programas e 
ações com dotação orçamentária. 
 
O PNDH-1 foi a primeira política pública da América Latina e a 
terceira do mundo criada com o fim de concretizar as recomendações da 
Declaração de Viena de 1993. Ele foi instituído pelo Decreto n° 1.904, de 13 
de maio de 1996, e previa uma concepção visando fortalecer os direitos civis 
e políticos. 
Em maio de 2002, o Governo Federal por meio do Decreto nº 
4.229/2002 instituiu o PNDH-2 que buscou ampliar o catálogo de direitos 
humanos protegidos pelo PNDH-1, ao incorporar questões relacionadas com os 
direitos econômicos, sociais e culturais. 
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Por fim, em 2009, surge o terceiro programa que pretendeu 
aprofundar as conquistas estabelecidas nas versões anteriores do PNDH. Foi o 
PNDH-3, previsto no Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. 
 
Portanto, conclui-se que os PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DA 
POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SÃO OS PROGRAMAS 
NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS, estando vigente atualmente o III 
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), aprovado pelo Decreto 
nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. 
 
Mas isto não significa que a Política Nacional de Direitos Humanos 
se esgota nos órgãos e instrumentos mencionados acima, pois existem 
diversas iniciativas governamentais que pretendem ampliar a defesa dos 
Direitos Humanos, ao buscar uma maior participação da sociedade civil na 
promoção de políticas públicas, ou então, tratar de forma específica e setorial 
determinado aspecto relativo aos Direitos Humanos. 
Assim, merece destaque as seguintes ações e políticas públicas: 
• Conferência Nacional de Direitos Humanos 
• Principais políticas setoriais em Direitos Humanos 
 
 
CONFERÊNCIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS: 
 
A Conferência Nacional de Direitos Humanos é o principal 
fórum de discussão da sociedade acerca da Política Nacional de Direitos 
Humanos do Brasil. Esta instância de participação popular foi convocada pela 
primeira vez no ano de 1996, tendo sido realizada em abril daquele ano por 
iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. 
A Conferência Nacional dos Direitos Humanos tem sido, desde 
sua primeira edição em 1996, um espaço solidário, democrático e pluralista de 
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definição de estratégias para a promoção e proteção dos Direitos Humanos 
no Brasil, além de poderoso instrumento de integração nacional e 
internacional no cumprimento desses objetivos. Parte das propostas da 1ª 
Conferência foi incorporada pelo I Programa Nacional de Direitos Humanos 
(PNDH-1) e outras seconverteram em referências para seu posterior 
aperfeiçoamento no âmbito de outros programas (PNDH-2 e PNDH-3). 
Inicialmente, a organização das Conferências contou com o 
protagonismo da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara 
dos Deputados e das organizações da sociedade que posteriormente se 
articularam no Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (FENDH). A 
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) 
começou a participar nas atividades da Conferência como órgão público 
convidado e gradativamente passou a ser uma instituição parceira na 
promoção das conferências. A partir da 9ª edição (2004), participou também 
da convocação. E, na última edição, além de convocá-la, tornou-se membro de 
sua Coordenação Executiva. 
Ao longo de dez edições, a Conferência estava se consolidado como 
um encontro dos variados atores no âmbito dos Direitos Humanos, quer 
atuantes nas instituições do Estado, quer nas organizações da sociedade civil. 
Todos os PNDH’s instituídos pelo Governo Federal receberam contribuições 
das Conferências (ex. o PNDH-3 recebeu grandes contribuições da 11ª 
Conferência Nacional de Direitos Humanos). Ocorre que, desde 2008, NÃO 
tem sido convocada. 
Todos os Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDH) 
instituídos pelo Governo Federal receberam contribuições das Conferências 
Nacionais de Direitos Humanos. 
Considerando que a última edição da Conferência (a 11ª 
Conferência Nacional de Direitos Humanos) ocorreu em 2008, observa-se que, 
nos últimos anos, a Conferência Nacional de Direitos Humanos tem perdido 
importância, no entanto, nada impede que ela venha a ser convocada no 
futuro, principalmente em caso de revisão do vigente PNDH. 
 
PRINCIPAIS POLÍTICAS SETORIAIS DE DIREITOS HUMANOS 
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As políticas públicas de Direitos Humanos NÃO se esgotam nas 
instituições e instrumentos da Política Nacional de Direitos Humanos. 
Existem políticas específicas que tratam de assuntos pontuais que envolvem 
algumas das dimensões dos Direitos Humanos. 
Um exemplo para ajudar a entender: se existe uma política 
pública de Direitos Humanos de abordagem geral, exemplo um programa 
nacional de Direitos Humanos, nada impede que se institua uma política 
nacional de proteção à criança e ao adolescente, a qual estaria destinada a 
proteger os direitos fundamentais relativos às crianças e adolescentes. 
Dessa maneira, há órgãos e políticas que tratam dos Direitos 
Humanos de forma geral (ex. a Secretaria de Direitos Humanos da 
Presidência da República e o PNDH-3) e de forma específica (ex. o Conselho 
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA – e o Programa 
Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e 
Adolescentes, órgão e política voltados para os Direitos Humanos aplicáveis 
especificamente às crianças e aos adolescentes). Portanto: 
Políticas públicas de direitos humanos: 
- Gerais 
- Específicas ou setoriais 
 
Principais políticas setoriais de Direitos Humanos que o Governo 
brasileiro vem implementando: 
� Educação em Direitos Humanos 
� Erradicação do trabalho escravo 
� Profissionais de segurança pública 
� Criança e adolescente 
� Pessoas idosas 
� Pessoas com deficiência 
� LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais 
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� Tolerância religiosa 
� Igualdade racial 
� Combate à violência doméstica 
� Saúde mental 
Entre essas políticas, considerando o que está previsto no edital do 
concurso, iremos abordar as políticas específicas voltadas para a educação 
em direitos humanos e para a erradicação do trabalho escravo. 
A política setorial de Educação em Direitos Humanos é uma 
política pública especificamente voltada para a disseminação da informação 
sobre os Direitos Humanos. Essa disseminação da informação é denominada 
de Educação em Direitos Humanos. 
A Educação em Direitos Humanos é compreendida como um 
processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do sujeito de 
direitos, articulando as seguintes dimensões: 
� apreensão de conhecimentos historicamente construídos 
sobre Direitos Humanos e a sua relação com os contextos 
internacional, nacional e local; 
� afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que 
expressem a cultura dos direitos humanos em todos os 
espaços da sociedade; 
� formação de uma CONSCIÊNCIA CIDADÃ capaz de se fazer 
presente nos níveis cognitivo, ético, social e político; 
� desenvolvimento de processos metodológicos participativos e 
de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais 
didáticos orientados à mudança de mentalidades e de 
práticas individuais e coletivas que possam originar ações e 
mecanismos em prol da defesa, da promoção e da ampliação 
dos direitos humanos. 
Portanto, a Educação em Direitos Humanos é compreendida 
como a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana por meio da 
promoção dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade 
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e da tolerância. 
A Educação em Direitos Humanos visa constituir uma nova 
mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do respeito às 
diferenças e da tolerância. Ela está focada na difusão e disseminação do 
conhecimento de modo a combater o preconceito, a discriminação e a violência 
e, também, promover valores como liberdade, igualdade e justiça. 
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos da 
ONU (1948), a Educação em Direitos Humanos encontra-se implicitamente 
prevista no art. XXVI, segundo item, como podemos observar: 
(...) 2. A instrução será orientada no sentido do pleno 
desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento 
do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades 
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a 
tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais 
ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em 
prol da manutenção da paz. (...) 
Constata-se que o direito à educação previsto na Declaração 
Universal dos Direitos Humanos pressupõe que essa educação promova o 
respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais. 
Em 2004, foi proclamado o Programa Mundial de Educação em 
Direitos Humanos, pela ONU por meio da Resolução nº 59/113-A, da 
Assembléia Geral da ONU. 
Em 2011, a ONU adotou a Declaração sobre Educação e Formação 
em Direitos Humanos. Este documento internacional apela para que todos os 
Estados e instituições incluam os direitos humanos, o direito humanitário, a 
democracia e o princípio do Estado de Direito nos currículos de todos os 
estabelecimentos de ensino, além de proclamar ainda que todas as pessoas 
têm o direito de saber, procurar e receber informação sobre todos os direitos 
humanos e liberdades fundamentais. 
A ONU tem reconhecido o direito à educação em direitos 
humanos em diversos documentos internacionais. 
A institucionalização pelo Brasil da política setorial de Educação em 
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Direitos Humanos tem se dado pelos seguintesórgãos: 
� Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos; 
� Coordenação Geral de Educação em Direitos Humanos. 
Já o principal instrumento de implantação dessa política pelo 
Estado brasileiro é o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. 
O Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos é instância 
consultiva e propositiva da SDH/PR para questões relativas à Política Nacional 
de Educação em Direitos Humanos, tendo sido constituído por meio da 
 Portaria SEDH n° 98, de 09 de julho de 2003. 
A composição do Comitê é formada por agentes públicos com 
notório saber e efetiva atuação na Educação em Direitos Humanos, tanto do 
Poder Público quanto da sociedade civil organizada. 
A principal atribuição do Comitê é a proposição, monitoramento e 
avaliação das políticas públicas para o cumprimento do Plano Nacional de 
Educação em Direitos Humanos. Este Comitê é o “braço” consultivo nesta 
política setorial. 
A Coordenação Geral de Educação em Direitos Humanos 
(CGEDH), é uma unidade administrativa da SDH/PR que foi criada por meio do 
Decreto nº. 5.174, de 9 de agosto de 2004, com objetivo de promover e 
implementar as ações previstas no Plano Nacional de Educação em Direitos 
Humanos. Ele é o “braço” operacional nesta área. 
Atenção! Os órgãos responsáveis pela Educação em Direitos 
Humanos se encontram na estrutura administrativa da SDH/PR. 
O instrumento de implantação desta política setorial é o Plano 
Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH). O PNEDH é fruto 
do compromisso do Estado brasileiro com a concretização dos Direitos 
Humanos e de demandas históricas geradas pela sociedade civil. 
Ele aprofunda questões do PNDH e também incorpora aspectos dos 
principais tratados internacionais de Direitos Humanos que o Brasil faz parte. O 
PNEDH resulta de uma articulação institucional envolvendo os três Poderes 
da República, especialmente o Poder Executivo (governos federal, estaduais, 
municipais e do Distrito Federal), organismos internacionais, instituições de 
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educação superior e a sociedade civil. 
O PNEDH teve início com a criação do Comitê Nacional de 
Educação em Direitos Humanos. O referido Comitê elaborou o documento que 
compôs o primeiro PNEDH (2004), o qual foi revisado em 2006, formando o 
segundo PNEDH. 
O segundo PNEDH (2006) é o que se encontra vigente e apresenta 
dois sentidos principais: 
� Consolida os Direitos Humanos como uma proposta de 
projeto de sociedade baseada nos princípios da 
democracia, cidadania e justiça social; 
� Reforça-o como um instrumento de construção de uma 
cultura de direitos humanos, entendida como um 
processo a ser apreendido e vivenciado na perspectiva da 
cidadania ativa. 
Além de estabelecer concepções, princípios, objetivos, diretrizes e 
linhas de ação, o vigente PNEDH está estruturado em cinco grandes eixos de 
atuação: 
� Educação Básica; 
� Educação Superior; 
� Educação Não-Formal; 
� Educação dos Profissionais dos Sistemas de Justiça e 
Segurança Pública; e 
� Educação e Mídia. 
 
A Política Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE), 
cuja origem remonta ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do 
Ministério do Trabalho, grupo instituído em 1995 que reunia auditores-fiscais 
do trabalho entre outros agentes públicos, encontra-se consolidada por meio 
dos seguintes instrumentos e instituições: 
� 2º Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo; 
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� Cadastro de empresas e pessoas autuadas por exploração do 
trabalho escravo (“Lista Suja”); 
� Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo 
(CONATRAE) 
 
O Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, cuja 
primeira edição foi concebida em 2003, estando na atualidade em sua segunda 
edição, lançada em 2008, constitui-se em um instrumento imprescindível para 
a política específica de combate ao trabalho escravo. 
O 2º Plano representa uma ampla atualização do primeiro plano, 
estando estruturado em 66 ações de enfrentamento do trabalho escravo 
distribuídas por cinco modalidades: 
• ações gerais 
• ações de enfrentamento e repressão 
• ações de reinserção e prevenção 
• ações de informação e capacitação 
• ações específicas de repressão econômica 
Essas ações contemplam desde medidas de repressão a prevenção. 
Na área econômica, há a proibição de acesso a créditos aos relacionados no 
cadastro de empregadores que utilizam mão-de-obra escrava e também a 
restrição de participar de licitações públicas. 
Atenção! NÃO confundir o PLANO Nacional de Erradicação do Trabalho 
Escravo com o PACTO Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil! 
O Plano é uma política governamental, enquanto o Pacto é uma iniciativa 
privada da sociedade civil em parceria com empresários sensibilizados com a 
questão social envolvendo os trabalhadores escravizados. 
O Cadastro de empresas e pessoas autuadas por exploração do 
trabalho escravo, conhecido como “lista suja”, é um banco de dados criado 
pelo Governo Federal, por meio da Portaria Interministerial nº 2, de 12 de 
maio de 2011, ato normativo que envolveu o Ministério do Trabalho e 
Emprego, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o 
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CONATRAE. 
A referida Portaria Interministerial enuncia regras sobre: 
• Atualização semestral do Cadastro de Empregadores que 
tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de 
escravo; 
• Disciplina os meios de inclusão e de exclusão dos nomes dos 
infratores no Cadastro. 
A inclusão do nome do infrator no Cadastro ocorrerá após decisão 
administrativa final relativa ao auto de infração, lavrado em decorrência de 
ação fiscal, em que tenha havido a identificação de trabalhadores submetidos 
ao "trabalho escravo. 
As exclusões derivam do monitoramento, direto ou indireto, pelo 
período de 2 (dois) anos da data da inclusão do nome do infrator no Cadastro, 
a fim de verificar a não reincidência na prática do "trabalho escravo" e do 
pagamento das multas resultantes da ação fiscal. 
Este instrumento de informações visa impedir que os proprietários 
incluídos na “Lista Suja” recebam financiamentos públicos. 
Por fim, há a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho 
Escravo (CONATRAE), órgão colegiado vinculado à Secretaria de Direitos 
Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e criado pelo Decreto de 31 de 
julho de 2003, cujo objetivo é monitorar a execução do Plano Nacional de 
Erradicação do Trabalho Escravo. 
O CONATRAE é formado por representantes de entes públicos e 
privados não-governamentais, reconhecidos nacionalmente e que possuam 
atividades relevantes relacionadas ao combate ao trabalho escravo. Esse 
colegiado tem como estrutura básica: 
� Plenário 
� Subcomissões temáticas. 
 
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8. Programas nacionais de direitos humanos. 
 
O Brasil desenvolveu três programas nacionais de direitos 
humanos visando consolidar a Política Nacional de Direitos Humanos: 
• PNDH-1 (1996)• PNDH-2 (2002) 
• PNDH-3 (2009) 
A despeito da última versão (PNDH-3) ser a mais importante 
para o candidato, pois o Decreto nº 7.037/2009 que a aprovou revogou 
os programas nacionais anteriores, é importante fazer uma apresentação 
resumida dos dois primeiros PNDH’s para que o candidato compreenda o 
contexto no qual foi criado o vigente PNDH-3. 
O PNDH-3 será estudado na próxima aula com mais profundidade. 
 
PNDH-1 
 
O PNDH-1 foi instituído pelo Decreto n° 1.904, de 13 de maio 
de 1996 e tinha como objetivos principais: 
- a identificação dos principais obstáculos à promoção e defesa dos 
diretos humanos no País; 
 - a execução, a curto, médio e longo prazos, de medidas de 
promoção e defesa desses direitos; 
- a implementação de atos e declarações internacionais, com a 
adesão brasileira, relacionados com direitos humanos; 
- a redução de condutas e atos de violência, intolerância e 
discriminação, com reflexos na diminuição das desigualdades sociais; 
- a observância dos direitos e deveres previstos na Constituição, 
especialmente os dispostos em seu art. 5° 
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 - a plena realização da cidadania. 
Observa-se que o foco do PNDH-1 eram as garantias e os 
direitos individuais e coletivos previstos no art. 5º da Constituição 
Federal de 1988, ou seja, os direitos civis e políticos. 
Assim, os direitos sociais não foram contemplados pelo 
PNDH-1. 
O PNDH-1 contemplava: 
• Propostas de Ações Governamentais 
• Políticas públicas para a proteção e promoção dos direitos 
humanos no Brasil 
• Proteção do direito a tratamento igualitário perante a lei 
• Educação e cidadania 
• Ações internacionais para proteção e promoção dos direitos 
humanos (ratificação de atos internacionais, implementação e 
divulgação de atos internacionais, apoio a organizações e 
operações de defesa dos direitos humanos) 
O programa foi desenvolvido pelo Governo Federal com o intuito de 
cumprir com os compromissos assumidos internacionalmente (principalmente 
após a Declaração de Viena de 1993) e atender à pressão da sociedade diante 
da necessidade de combate à violência em geral que atingia a população, 
inclusive a praticada pelo aparato policial. 
O PNDH-1 é resultante de um longo e, muitas vezes, penoso 
processo de democratização da sociedade e do Estado brasileiro. 
A natureza do PNDH-1 é a de plano de ação que tinha ênfase nos 
direitos civis, ou seja, aqueles que ferem mais diretamente a integridade 
física e o espaço de cidadania de cada um. Assim, foram abordados nesse 
programa os entraves à cidadania plena, que levam à violação 
sistemática dos direitos, visando a proteger o direito à vida e à 
integridade física; o direito à liberdade; o direito à igualdade perante a lei. 
Outro diferencial em relação aos outros PNDH’s é que o Ministério 
da Justiça era o órgão competente para coordenar as ações do PNDH-1, o que 
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ele fazia por meio da Secretaria dos Direitos da Cidadania, unidade 
administrativa que deu origem à Secretaria Nacional de Direitos Humanos, a 
qual evoluiu para a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos (SEDH), já com 
status ministerial, até a nomenclatura atual Secretaria de Direitos Humanos da 
Presidência da República (SDH/PR). 
Como reflexos do PNDH-1 na institucionalização das garantias e 
direitos fundamentais, observam-se as seguintes inovações legislativas: 
� Lei nº 9.299/1996: transferência da justiça militar para a 
justiça comum dos crimes dolosos contra a vida praticados 
por policiais militares; 
� Lei nº 9.455/1997: tipificação do crime de tortura. 
 
PNDH-2 
 
O PNDH-2 foi instituído pelo Decreto n° 4.229, de 13 de maio 
de 2002 e tinha como objetivos principais: 
- a promoção da concepção de direitos humanos como um conjunto 
de direitos universais, indivisíveis e interdependentes, que compreendem 
direitos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos. 
- a identificação dos principais obstáculos à promoção e defesa dos 
diretos humanos no País e a proposição de ações governamentais e não-
governamentais voltadas para a promoção e defesa desses direitos. 
- a difusão do conceito de direitos humanos como elemento 
necessário e indispensável para a formulação, execução e avaliação de 
políticas públicas. 
- a implementação de atos, declarações e tratados internacionais 
dos quais o Brasil é parte. 
- a redução de condutas e atos de violência, intolerância e 
discriminação, com reflexos na diminuição das desigualdades sociais. 
- a observância dos direitos e deveres previstos na Constituição, 
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especialmente os inscritos em seu art. 5o. 
O PNDH-2 promovia a INCLUSÃO DOS DIREITOS 
ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS, mantendo a coerência com a 
noção de INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA de todos os 
direitos humanos expressa na Declaração e Programa de Ação de Viena 
(1993), orientando-se pelos parâmetros estabelecidos pela própria 
Constituição Federal de 1988, no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais de 1966 e no Protocolo de San Salvador em matéria de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Ratificados pelo Brasil em 1992 e 
1996, respectivamente. 
Nesse sentido, o PNDH-2 incorporou ações específicas visando 
garantir o direito à educação, à saúde, à previdência e assistência social, 
ao trabalho, à moradia, a um meio ambiente saudável, à alimentação, 
à cultura e ao lazer, assim como propostas voltadas para a educação e 
sensibilização de toda a sociedade brasileira com vistas à construção e 
consolidação de uma cultura de respeito aos direitos humanos. 
Foram estabelecidas novas formas de acompanhamento e 
monitoramento das ações contempladas no PNDH, baseadas na relação 
estratégica entre a implementação do programa e a elaboração dos 
orçamentos em nível federal, estadual e municipal. 
O PNDH-2 deixa de prever as ações em objetivos de curto, 
médio e longo prazo e passa a adotar como metodologia de execução a 
implementação por meio de planos de ação anuais, os quais definirão: 
- as medidas a serem adotadas. 
- os recursos orçamentários destinados a financiá-las. 
- os órgãos responsáveis por sua execução. 
As propostas gerais de ação governamental constantes no PNDH-2 
eram: 
- Apoiar a formulação, a implementação e a avaliação de políticas e 
ações sociais para a redução das desigualdades econômicas, sociais e culturais 
existentes no país, visando à plena realização do direito ao desenvolvimento e 
conferindo prioridade às necessidades dos grupos socialmente vulneráveis. 
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- Apoiar, na esfera estadual e municipal, a criação de 
conselhos de direitos dotados de autonomia e com composição paritária 
de representantes do governo e da sociedade civil. 
- Apoiar a formulação de programas estaduais e municipais de 
direitos humanos e a realização de conferências e seminários voltados para a 
proteção e promoção de direitos humanos. 
- Apoiar a atuação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara 
dos Deputados, a criação decomissões de direitos humanos nas assembléias 
legislativas estaduais e câmaras municipais e o trabalho das comissões 
parlamentares de inquérito constituídas para a investigação de crimes contra 
os direitos humanos. 
- Estimular a criação de bancos de dados com indicadores sociais e 
econômicos sobre a situação dos direitos humanos nos estados brasileiros, a 
fim de orientar a definição de políticas públicas destinadas à redução da 
violência e à inclusão social. 
- Apoiar, em todas as unidades federativas, a adoção de 
mecanismos que estimulem a participação dos cidadãos na elaboração dos 
orçamentos públicos. 
- Estimular a criação de mecanismos que confiram maior 
transparência à destinação e ao uso dos recursos públicos, aprimorando os 
mecanismos de controle social das ações governamentais e de combate à 
corrupção. 
- Ampliar, em todas as unidades federativas, as iniciativas voltadas 
para programas de transferência direta de renda, a exemplo dos 
programas de renda mínima, e fomentar o envolvimento de organizações 
locais em seu processo de implementação. 
- Realizar estudos para que o instrumento de ação direta de 
inconstitucionalidade possa ser invocado no caso de adoção, por autoridades 
municipais, estaduais e federais, de políticas públicas contrárias aos direitos 
humanos. 
- Garantir o acesso gratuito e universal ao registro civil de 
nascimento e ao assento de óbito. 
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- Apoiar a aprovação do Projeto de Lei no 4715/1994, que 
transformaria o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH 
em Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH, ampliando sua 
competência e a participação de representantes da sociedade civil. Esse 
projeto de lei nunca foi aprovado. 
O órgão competente para acompanhar a implementação do 
PNDH-2 passou a ser a Secretaria de Estado de Direitos Humanos. 
 
PNDH-3 
 
O PNDH-3 é um programa governamental que visa concretizar os 
Direitos Humanos (DH) e se divide em 6 eixos orientadores que se subdividem 
em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos, e 521 ações programáticas. 
Uma das novidades do PNDH-3 em relação aos outros programas 
consiste na transversalidade de sua implementação. Assim, o PNDH-3 não é 
uma política exclusiva de um órgão da Administração Pública, mas envolve 
uma articulação interinstitucional de diversos órgãos para que possa ser 
executado. Nesse sentido, foi instituído o Comitê de Acompanhamento e 
Monitoramento do PNDH-3, órgão colegiado composto por 21 ministérios. 
As atribuições do Comitê de Acompanhamento e Monitoramento 
do PNDH-3 são as seguintes de acordo com o Decreto nº 7.037, de 2009: 
Art. 4o Fica instituído o Comitê de Acompanhamento e 
Monitoramento do PNDH-3, com a finalidade de: 
I - promover a articulação entre os órgãos e entidades 
envolvidos na implementação das suas ações programáticas; 
II - elaborar os Planos de Ação dos Direitos Humanos; 
III - estabelecer indicadores para o acompanhamento, 
monitoramento e avaliação dos Planos de Ação dos Direitos 
Humanos; 
IV - acompanhar a implementação das ações e recomendações; 
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V - elaborar e aprovar seu regimento interno. 
 
Dessa forma, percebe-se no Anexo do Decreto nº 7.037, de 2009 
que há uma distribuição de atribuições por ação programática, na qual uma 
ação programática será exercida por um ou mais órgãos públicos. 
Outra mudança em relação aos outros PNDH’s se refere à maneira 
como serão executadas as políticas públicas sobre Direitos Humanos no Brasil, 
especialmente no que se refere aos Planos de Ação de Direitos Humanos. 
No PNDH-2, tais Planos de Ação eram anuais. A partir do PNDH-3, 
esses Planos de Ação passaram a ser bianuais. 
Também, observou-se uma mudança do ponto de vista do 
planejamento dessas políticas públicas, visto que elas deixaram de ser 
propostas de ações orientadas por objetivos abrangentes para incorporar uma 
racionalidade na execução ao incorporar os conceitos de: 
� eixos orientadores 
� diretrizes 
� objetivos estratégicos 
� ações programáticas 
 
Os seis eixos orientadores do PNDH-3: 
� Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e 
sociedade civil 
� Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos 
� Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto 
de desigualdades 
� Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e 
Combate à Violência 
� Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos 
Humanos 
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� Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade. 
 
Pela linguagem utilizada pelo PNDH-3, observa-se que o mesmo 
utiliza conceitos do planejamento estratégico (eixos orientadores, diretrizes...), 
com a finalidade de saber o que deve ser executado e de que maneira deve ser 
executado e, assim, viabilizar o sucesso da Política Nacional de Direitos 
Humanos. 
Cada eixo orientador se divide em diretrizes, as quais se 
desdobram em objetivos estratégicos que, por sua vez, subdividem-se em 
ações programáticas. 
 
Considerando o foco deste concurso, iremos expor de forma geral 
as diretrizes dos eixos orientadores que compõem o PNDH-3 com a EXCEÇÃO 
dos eixos orientadores II e III que é o tema de maior interesse para o 
candidato, no qual iremos aprofundar sobre os objetivos estratégicos e as 
ações programáticas, em aula posterior. 
 
EIXO ORIENTADOR I: 
 
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O eixo orientador I chamado de interação democrática entre 
Estado e Sociedade Civil trata de uma RELAÇÃO entre dois pólos de atuação 
política: 
� Estado: as instituições políticas e administrativas de uma 
nação; 
� Sociedade Civil: toda a coletividade formada por pessoas, 
grupos e entidades aptas para o exercício da cidadania. 
Essa relação deverá estar baseada em uma concepção 
democrática, visto que, de acordo com J.J. Gomes Canotilho: 
Os direitos fundamentais têm uma função 
democrática dado que o exercício democrático do 
poder significa a contribuição de todos os cidadãos 
para o seu exercício. 
 
Portanto, não é possível falar em democracia sem direitos humanos 
e vice-versa! 
O eixo orientador prevê três diretrizes: 
� Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade 
civil como instrumento de fortalecimento da democracia 
participativa. 
� Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como 
instrumento transversal das políticas públicas e de interação 
democrática. 
Eixo orientador I: 
Interação democrática entre 
Estado e Sociedade Civil 
Diretriz 1: 
Fortalecimento da 
democracia participativa 
Diretriz 2: 
DH como instrumento 
transversal 
Diretriz 3: 
Integração e ampliação dos 
sistemas de informações 
em DH 
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� Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de 
informações em Direitos Humanos e construçãode 
mecanismos de avaliação e monitoramento de sua 
efetivação. 
 
A diretriz 1 prevê que a relação entre Estado e Sociedade Civil 
deve promover um fortalecimento da democracia participativa. A democracia 
participativa é caracterizada pelo exercício direto do PODER PELO POVO 
através de instrumentos legislativos, administrativos e judiciais. 
A democracia participativa se caracteriza pela participação 
direta e pessoal dos cidadãos na formação dos atos governamentais, 
participação essa que ocorre de maneira coletiva e organizada. Ela aprofunda a 
experiência democrática semidireta ao buscar ampliar o raio de influência dos 
cidadãos nos processos de decisão política. 
Assim, uma autêntica relação democrática entre as instituições 
políticas e administrativas (Estado) e os cidadãos (Sociedade Civil) 
pressupõem a participação popular e democrática. 
A diretriz 2 estabelece que o fortalecimento dos Direitos Humanos 
envolve uma abordagem transversal entre as diversas políticas públicas 
implementadas pelo Estado brasileiro. 
Isto significa que os Direitos Humanos devem estar presentes 
durante a execução das mais distintas ações governamentais, 
independentemente da matéria (saúde, educação, trabalho e emprego, 
infraestrutura, justiça, economia e finanças). 
Exemplo: uma POLÍTICA PÚBLICA de erradicação do trabalho 
infantil tem impacto sobre diversos Direitos Humanos: direito à educação das 
crianças e adolescentes, direito ao desenvolvimento das famílias dependentes 
do dinheiro oriundo do trabalho infantil, direito à saúde, no caso dos trabalhos 
insalubres ou perigosos para as crianças e adolescentes, entre outros direitos 
humanos. 
A diretriz 3 prevê que para a existência de uma relação 
democrática entre o Estado e a Sociedade Civil é necessário que haja: 
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� integração e ampliação dos sistemas de informação sobre 
Direitos Humanos. 
� Construção de mecanismos de avaliação e monitoramento da 
efetivação dos Direitos Humanos. 
A diretriz quando trata da integração e ampliação dos sistemas de 
informação sobre Direitos Humanos, na realidade, pretende promover o 
ACESSO À INFORMAÇÃO sobre os Direitos Humanos, de maneira que essa 
diretriz se encontra indiretamente ligada com a Diretriz 22 relativa ao eixo 
orientador V que trata da Educação e Cultura em Direitos Humanos. 
Já a construção de mecanismos de avaliação e monitoramento da 
efetivação dos Direitos Humanos pretende criar instrumentos e ações que 
possibilitem CONTROLAR o cumprimento pelo Governo brasileiro das normas 
jurídicas internas e estrangeiras que protegem os Direitos Humanos, ao 
estabelecer indicadores de cumprimento dessas normas. 
 
EIXO ORIENTADOR II: 
 
 
 
O eixo orientador II chamado de Desenvolvimento e Direitos 
Humanos trata de instrumentos e propostas para políticas públicas de redução 
das desigualdades sociais concretizadas por meio de ações de transferência de 
renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, à expansão da 
reforma agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e do extrativismo e da 
Eixo orientador II: 
Desenvolvimento e DH 
Diretriz 4: 
Efetivação de modelo de 
desenvolvimento 
sustentável 
Diretriz 5: 
Pessoa humana como 
sujeito central do processo 
de desenvolvimento 
Diretriz 6: 
Promover e proteger os 
direitos ambientais como 
DH 
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promoção do turismo sustentável. 
Ele também inova ao incorporar o meio ambiente saudável e as 
cidades sustentáveis como Direitos Humanos, propondo a inclusão do item 
"direitos ambientais" nos relatórios de monitoramento sobre Direitos Humanos 
e do item "Direitos Humanos" nos relatórios ambientais, além de fomentar 
pesquisas de tecnologias socialmente inclusivas e ecologicamente mais limpas. 
Este eixo orientador prevê três diretrizes: 
� Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento 
sustentável, com inclusão social e econômica, 
ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, 
cultural e regionalmente diverso, participativo e não 
discriminatório. 
� Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito 
central do processo de desenvolvimento. 
� Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como 
Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como 
sujeitos de direitos. 
 
Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capacitar as 
pessoas e as comunidades a exercerem a cidadania, com direitos e 
responsabilidades. Isto significa que a população deve ser incorporada nos 
projetos governamentais e também que os grandes projetos de 
desenvolvimento econômico devem ser geridos com transparência. 
Além do mais, devem ser criadas formas de compensação para as 
populações diretamente atingidas pelos projetos governamentais (ex. perda de 
uma propriedade em virtude da construção uma barragem que irá inundar a 
área da propriedade). 
 
 
EIXO ORIENTADOR III: 
 
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O eixo orientador III chamado de Universalizar direitos em um 
contexto de desigualdades trata de medidas e políticas que visam reconhecer e 
proteger os indivíduos como iguais na diferença, ou seja, para valorizar a 
diversidade presente na população brasileira ao estabelecer acesso igualitário 
aos direitos humanos fundamentais. 
Trata-se de efetivar os programas de governo, sempre sob o foco 
dos Direitos Humanos, com a preocupação de assegurar o respeito às 
diferenças e o combate às desigualdades, para o efetivo acesso aos direitos. 
Este eixo orientador prevê quatro diretrizes: 
� Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma 
universal, indivisível e interdependente, assegurando a 
cidadania plena. 
� Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes 
para o seu desenvolvimento integral, de forma não 
discriminatória, assegurando seu direito de opinião e 
participação. 
� Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais. 
� Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade. 
 
As ações programáticas formuladas visam enfrentar o desafio de 
eliminar as desigualdades, levando em conta as dimensões de gênero e raça 
nas políticas públicas, desde o planejamento até a sua concretização e 
Eixo orientador III: 
Universalizar direitos em um 
contexto de desigualdades 
Diretriz 7: 
Garantia dos DH de forma 
universal, indivisível e 
interdependente 
Diretriz 9: 
Combate às 
desigualdades 
estruturais 
Diretriz 10: 
Garantia da 
igualdade na 
diversidade 
Diretriz 8: 
Promoção dos direitos 
de crianças e 
adolescentes 
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avaliação. Há, neste sentido, propostas de criação de indicadores que possam 
mensurar a efetivação progressiva dos direitos. 
Às desigualdades soma-se a persistência da discriminação, que 
muitas vezes se manifesta sob a forma de práticas de violência e exclusão 
contra segmentos sociais marginalizados pelo Estado e a própria sociedade. 
 
 
EIXO ORIENTADOR IV: 
 
 
 
O eixo orientador IV chamado de Segurança Pública, Acesso à 
Justiça e Combate

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