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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) Prezados Alunos! Vamos continuar firmes no aprendizado? Na aula de hoje finalizaremos os estudos do núcleo do direito internacional dos direitos humanos, composto pelos principais documentos internacionais voltados para a proteção dos direitos humanos e aprofundaremos alguns assuntos, como por exemplo os limites do direito internacional dos direitos humanos. Obs: registro a todos que o Edital do concurso de AFT exigiu uma quantidade enorme de matérias de Direitos Humanos. São exigidos 37 PONTOS, quase a metade INÉDITOS, isto é, nunca foram cobrados em outros concursos, inclusive pelo CESPE. Portanto, é plenamente natural que não existam questões pretéritas de bancas examinadoras, especialmente do CESPE, de vários pontos dos assuntos de Direitos Humanos insertos nos 37 pontos citados. Para tanto, estou elaborando questões estilo CESPE (Certo e Errado), para aproximar ao máximo da forma como a banca cobrará. Por fim, ressalto que esta metodologia foi bem sucedida MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2 nos Concursos anteriores, inclusive no último concurso da PRF, em Direitos Humanos, quando alcançamos 100% das questões da prova do CESPE! Ok? Bons estudos! Ricardo Gomes QUADRO SINÓPTICO DA AULA: • 22.6 Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher. • 22.7 Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. • 22.8 Convenção sobre os direitos da criança. • 22.9 Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias. • 23 Os limites dos direitos humanos na ordem internacional. • 24 A natureza objetiva da proteção internacional dos direitos humanos. • 25 Mecanismos de proteção contra as violações de direitos humanos. (tema a ser explorado na aula 9) • 26 Responsabilidade internacional em matéria de direitos humanos. (tema a ser explorado na aula 9) MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3 22.6 Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher. A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (conhecida pela sigla em inglês CEDAW) foi adotada em 1979 pelas Nações Unidas. Ela possui a particularidade de ter sido o instrumento internacional de direitos humanos que recebeu o maior número de reservas formuladas pelos Estados, ou seja, foi o TRATADO internacional de direitos humanos em que o maior número de Estados Partes decidiu estabelecer condições para a sua assinatura (reservas). A maior parte das reservas foi formulada à cláusula que estabelece a igualdade entre homens e mulheres no seio da família (artigo 16 da Convenção). Os fundamentos da Convenção são os seguintes: • Eliminação da desigualdade. • Garantia da igualdade. A CEDAW, ou seja, a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher possui as seguintes características: � Natureza de tratado internacional � Possui 30 artigos � Está dividida em 6 partes: o Parte I: arts. 1º a 6º (disposições gerais) o Parte II: arts. 7º a 9º (direitos políticos e de nacionalidade) o Parte III: arts. 10 a 14 (direitos específicos) o Parte IV: arts. 15 a 16 (igualdade perante a lei, instâncias judiciais, no casamento e na família) o Parte V: arts. 17 a 22 (Comitê CEDAW) MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4 o Parte VI: arts. 23 a 30 (Disposições finais) Conceito de discriminação contra a mulher: Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher" significará toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o RECONHECIMENTO, GOZO ou EXERCÍCIO pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo. A convenção recepciona a adoção de ações afirmativas como medida de obtenção da igualdade. Esta medida compensatória visa de acordo com Flávia Piovesan: Na qualidade de medidas especiais temporárias, com vistas a acelerar o processo de igualização de status entre homens e mulheres, as ações afirmativas cessarão quando alcançados os seus objetivos. São, assim, medidas compensatórias para remediar as desvantagens históricas, aliviando as condições resultantes de um passado discriminatório. A Convenção não enfrenta de forma explícita, ou seja, direta, a questão da violência doméstica contra a mulher. Atenção! O único documento internacional que o Brasil faz parte e que combate explicitamente a violência doméstica é a “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher”, conhecida como Convenção de Belém do Pará, adotada pela Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos – OEA em 1994, trata-se de um tratado internacional pertencente ao sistema regional de direitos humanos. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5 O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher ou Comitê CEDAW, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial). O Comitê CEDAW é composto por 23 especialistas “de grande prestígio moral e competência na área abarcada pela Convenção”, eleitas pelos Estados Partes para exercerem o mandato por um período de 4 (quatro) anos. Essas especialistas desempenham sua função a título pessoal e não como delegadas ou representantes de seu país de origem. O Comitê celebra sessões regulares anuais que duram cerca de 2 (duas) semanas. As principais atribuições do Comitê CEDAW: � Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes; � Formular sugestões e recomendações gerais; � Instaurar inquéritos confidenciais (inovação trazida pelo Protocolo Adicional); � Examinar comunicações (petições) apresentadas por indivíduos ou grupo de indivíduos que aleguem ser vítimas de violação dos direitos dispostos na CEDAW (inovação trazida pelo Protocolo Adicional). Em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de monitoramento: a) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por indivíduos ou grupo de indivíduos; b) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e MINISTÉRIO DOTRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6 sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. O Estado para estar submetido (obrigado, vinculado) às regras estabelecidas nesse Protocolo Facultativo necessita ratificar o mesmo. Apenas a ratificação da Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher não submete o Estado às regras do Protocolo. Só irá vincular o Estado em relação às regras previstas na Convenção. Na atualidade, o Brasil reconhece todos os direitos em favor da igualdade de gênero estabelecidos na Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. O Brasil ratificou a Convenção da Mulher em 1984. Todavia, ele formulou reservas aos artigos 15, parágrafo 4º, e artigo 16, parágrafo 1º, alíneas (a), (c), (g) e (h), e artigo 29. As reservas brasileiras aos artigos 15 e 16, foram retiradas em 1994. A reserva ao artigo 29, que não se refere aos direitos das mulheres, mas apenas a disputas entre Estados partes quanto à interpretação da Convenção continua vigorando. Já em relação ao Protocolo Adicional à Convenção, o Brasil se tornou parte em 2002. Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da aula, principalmente as partes I a IV. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7 22.7 Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes foi adotada em 1984 pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, por meio da Resolução nº 39/1946. A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes possui as seguintes características: � Natureza de tratado internacional � Possui 33 artigos � Está dividida em 3 partes: o Parte I: arts. 1º a 16 (disposições gerais e obrigações internacionais) o Parte II: arts. 17 a 24 (Comitê contra a Tortura) o Parte III: arts. 25 a 33 (Disposições finais) Conceito de tortura: 1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos conseqüência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8 delas decorram. 2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer instrumento internacional ou legislação nacional que contenha ou possa conter dispositivos de alcance mais amplo.. A convenção é explicita e enfática em determinar que nada e nenhuma circunstância pode ser invocada como justificativa para a tortura (art. 2º da Convenção). Considera a tortura um crime que viola o Direito Internacional. Assim, os Estados Partes estão obrigados a punir os torturadores, independentemente do território onde a violação tenha ocorrido e da nacionalidade do violador e da vítima (arts. 5º a 8º). Aos acusados da prática de tortura são garantidos alguns direitos como o devido processo legal (garantias de tratamento justo em todas as fases do processo) conforme consta nos arts. 6º e 7º da Convenção. A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes constitui BASE LEGAL para processos de extradição envolvendo acusados de tortura e outros crimes previstos no art. 4º, conforme prevê o art. 8º da Convenção. O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o Comitê contra a Tortura, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial). O Comitê contra a Tortura é o órgão formado por especialistas independentes (peritos) criado com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições da Convenção. De acordo com o texto da Convenção: O Comitê será composto por dez peritos de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direitos humanos, os quais exerceram suas funções a título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9 partes, levando em conta uma distribuição geográfica eqüitativa e a utilidade da participação de algumas pessoas com experiência jurídica. Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições do tratado (art. 19 da Convenção). Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas. As principais atribuições do Comitê: � Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes; � Formular sugestões e recomendações gerais; � Instaurar inquéritos em caso de suspeita bem fundamentada da prática sistemática da tortura no território de um Estado Parte; � Analisar queixas apresentadas por Estados Partes ou particulares contra um Estado que tenha reconhecido a competência do Comitê para tal efeito. Atenção! O art. 22, parágrafo 2, da Convenção veda a recepção de comunicações anônimas ou que representem abuso de direito! Para ficar mais claro, transcrevemos o trecho do artigo 22 da Convenção contra a Tortura que prevê a citada proibição: ARTIGO 22 (...) 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em conformidade com o presente Artigo que seja anônima, ou seu juízo, constitua abuso de direito de apresentar as referidas comunicações, ou que MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10 seja incompatível com as disposições da presente Convenção. Em 2002, foi adotado pela ONU o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à Convenção. Esse Protocolo estabeleceu um sistema preventivo de visitas regulares a locais de detenção, para erradicar, definitivamente, a prática da tortura. Este Protocolo estabeleceu ainda a criação de um Subcomitê de Prevenção à Tortura, órgão responsável pelo sistema de visitas regulares. O Estado para estar submetido (obrigado, vinculado) às regras estabelecidas nesse Protocolo Facultativo necessita ratificar o mesmo. Apenas a ratificação da Convenção não submete o Estadoàs regras do Protocolo. Só irá vincular o Estado em relação às regras previstas na Convenção. O Brasil ratificou esta Convenção em 1991, conforme o Decreto presidencial nº 40/1991. Já em relação ao Protocolo Adicional à Convenção, o Brasil se tornou parte em 2007. Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da aula, principalmente as partes I a II. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11 22.8 Convenção sobre os direitos da criança. A Convenção sobre os direitos da criança foi adotada em 1989 pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, e vigente desde 1990. A Convenção sobre os direitos da criança possui as seguintes características: � Natureza de tratado internacional � Possui 54 artigos � Está dividida em 3 partes: o Parte I: arts. 1º a 41 (disposições gerais e obrigações internacionais) o Parte II: arts. 42 a 45 (Comitê para os Direitos da Criança) o Parte III: arts. 46 a 54 (Disposições finais) Conceito de criança: Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. A convenção é explicita e enfática em reconhecer a criança como sujeito de direitos. Ela também acolhe o conceito de desenvolvimento integral da criança, o que significa a adoção de medidas de: � Proteção especial � Absoluta prioridade A partir daí, verifica-se a ênfase no princípio dos interesses superiores da criança constante no art. 3º a seguir exposto: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12 Artigo 3 1. Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições públicas ou privadas de bem estar social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança. 2. Os Estados Partes se comprometem a assegurar à criança a proteção e o cuidado que sejam necessários para seu bem-estar, levando em consideração os direitos e deveres de seus pais, tutores ou outras pessoas responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, tomarão todas as medidas legislativas e administrativas adequadas. 3. Os Estados Partes se certificarão de que as instituições, os serviços e os estabelecimentos encarregados do cuidado ou da proteção das crianças cumpram com os padrões estabelecidos pelas autoridades competentes, especialmente no que diz respeito à segurança e à saúde das crianças, ao número e à competência de seu pessoal e à existência de supervisão adequada. Principais direitos reconhecidos na convenção: • Direito à vida e à proteção contra a pena capital • Direito a ter uma nacionalidade • Direito a proteção ante a separação dos pais • Direito à liberdade de locomoção • Direito à reunificação familiar • Proteção a não ser levada ilicitamente ao exterior • Proteção de seus interesses em caso de adoção • Direito à liberdade de pensamento, consciência e religião MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13 • Direito ao acesso a serviços de saúde • Direito a um nível adequado de vida e segurança social • Direito à educação • Proteção contra a exploração econômica • Proteção contra o envolvimento na produção, tráfico e uso de drogas e substâncias psicotrópicas • Proteção contra a exploração e abuso sexual O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o Comitê para os Direitos da Criança, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial). O Comitê para os Direitos da Criança é o órgão criado em virtude do art. 43 da Convenção sobe os Direitos da Criança com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições desta Convenção, bem como dos seus dois Protocolos Facultativos (relativos ao Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados e à Venda de Crianças, Prostituição Infantil e Pornografia Infantil). Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde informam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições da Convenção (e, também, dos seus Protocolos Facultativos, caso os tenha ratificado). Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte envolvido, após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas. As principais atribuições do Comitê: � Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes; � Formular comentários gerais relativos a determinados artigos ou disposições da Convenção; MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14 � Solicitar a realização de estudos sobre questões relativas aos direitos da criança; � Organizar debates temáticos sobre matérias cobertas pela Convenção; � Elaborar recomendações de ordem geral com base na informação recolhida a partir dos relatórios estaduais ou de outras fontes. Atenção! De acordo com o texto original da Convenção, o Comitê para os Direitos da Criança não poderia examinar comunicações individuais, ou seja, ele não adota o sistema (procedimento) de petições para as denúncias de violações da Convenção. Esta vedação está sendo revista em virtude da adoção pela ONU do Terceiro Protocolo Facultativo (2011) que possibilita a apresentação de petições individuais. Todavia, é preciso que o Estado ratifique esse Protocolo para que ele prevaleça sobre o texto original da Convenção. Em 2000, foram adotados pela ONU dois Protocolos Adicionais (ou Facultativos) à Convenção: • Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo à Participação de Crianças em Conflitos Armados. • Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo à Venda de Crianças, Prostituição Infantil e Pornografia Infantil. Em 2011, a Assembléia Geral da ONU adotou o Terceiro Protocolo Facultativo à Convenção das Nações Unidas que estabelece um mecanismo de comunicação para as violações dos direitos das crianças. Ou seja, as próprias crianças ou seus representantes poderiam fazer denúncias por meio de petições individuais relatando violações a seus direitos previstos na Convenção internacional. O Estado para estar submetido (obrigado, vinculado) às regras MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15 estabelecidas nesses Protocolos Facultativos necessita ratificar os mesmos. Apenas a ratificação da Convenção NÃO submete o Estado às regras dos Protocolos. Essa ratificação só irá vincular o Estado em relação às regras previstas na Convenção. O Brasil ratificou esta Convenção em 1990, conforme o Decreto presidencial nº 99.710/1990.Já em relação aos dois primeiros Protocolos Adicionais à Convenção, o Brasil se tornou parte de ambos em 2004. Em relação ao Terceiro Protocolo Facultativo, apesar de tê-lo assinado em 2012, o Brasil ainda não ratificou o mesmo, de forma que na atualidade não é possível utilizar-se do mecanismo de comunicações individuais para relatar violações a direitos das crianças em território brasileiro. Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da aula, principalmente as partes I a II. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16 22.9 Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias. A Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias foi adotada pela Resolução 45/158, de 18 de Dezembro de 1990, da Assembleia-Geral da ONU, e vigente desde 2003. A questão dos trabalhadores migrantes já havia sido objeto de Convenções da OIT, destacando-se a Convenção nº 97 (de 1949) – trabalhadores migrantes - e a de nº 143 (de 1975) – migrações em condições abusivas e à promoção da igualdade de oportunidades e de tratamento de trabalhadores migrantes. A principal diferença entre esses tratados internacionais é que o primeiro prevê um tratamento do tema sob a ótica do direito internacional dos direitos humanos no contexto do Sistema Global mantido pela ONU que possui princípios próprios, inclusive para fins de responsabilização internacional, tornando tais normas bem mais efetivas do que as previstas no direito internacional do trabalho. A Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias possui as seguintes características: � Natureza de tratado internacional � Possui 93 artigos � Está dividida em 9 partes: o Parte I: arts. 1º a 6º (Âmbito e definições) o Parte II: art. 7º (Não discriminação em matéria de direitos) o Parte III: arts. 8º a 35 (Direitos humanos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias) MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17 o Parte IV: arts. 36 a 56 (Outros direitos dos trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias que se encontram documentados ou em situação regular) o Parte V: arts. 57 a 63 (Disposições aplicáveis a categorias especiais de trabalhadores migrantes e membros das suas famílias) o Parte VI: arts. 64 a 71 (Promoção de condições saudáveis, eqüitativas, dignas e justas em matéria de migração internacional de trabalhadores migrantes e de membros das suas famílias) o Parte VII: arts. 72 a 78 (Aplicação da convenção) o Parte VIII: arts. 79 a 84 (Disposições gerais) o Parte IX: arts. 85 a 93 (Disposições finais) Os diferentes tipos de trabalhadores mencionados na Convenção estão previstos no art. 2º a seguir transcrito: ARTIGO 2º Para efeitos da presente Convenção: 1. A expressão "trabalhador migrante" designa a pessoa que vai exercer, exerce ou exerceu uma atividade remunerada num Estado de que não é nacional. 2. - a) A expressão "trabalhador fronteiriço" designa o trabalhador migrante que mantém a sua residência habitual num Estado vizinho a que regressa, em princípio, todos os dias ou, pelo menos, uma vez por semana; b) A expressão "trabalhador sazonal" designa o trabalhador migrante cuja atividade, pela sua natureza, depende de condições sazonais e somente se realiza durante parte do ano; c) A expressão "marítimo", que abrange os pescadores, designa o trabalhador migrante empregado a bordo de um MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18 navio matriculado num Estado de que não é nacional; d) A expressão "trabalhador numa estrutura marítima" designa o trabalhador migrante empregado numa estrutura marítima que se encontra sob a jurisdição de um Estado de que não é nacional; e) A expressão "trabalhador itinerante" designa o trabalhador migrante que, tendo a sua residência habitual num Estado, tem de viajar para outros Estados por períodos curtos, devido à natureza da sua ocupação; f) A expressão "trabalhador vinculado a um projeto" designa o trabalhador migrante admitido num Estado de emprego por tempo definido para trabalhar unicamente num projeto concreto conduzido pelo seu empregador nesse Estado; g) A expressão "trabalhador com emprego específico" designa o trabalhador migrante: (i) Que tenha sido enviado pelo seu empregador, por um período limitado e definido, a um Estado de emprego para aí realizar uma tarefa ou função específica; ou (ii) Que realize, por um período limitado e definido, um trabalho que exige competências profissionais, comerciais, técnicas ou altamente especializadas de outra natureza; ou (iii) Que, a pedido do seu empregador no Estado de emprego, realize, por um período limitado e definido, um trabalho de natureza transitória ou de curta duração; e que deva deixar o Estado de emprego ao expirar o período autorizado de residência, ou antecipadamente, caso deixe de realizar a tarefa ou função específica ou o trabalho inicial; h) A expressão "trabalhador autônomo" designa o trabalhador migrante que exerce uma atividade remunerada não submetida a um contrato de trabalho e que ganha a sua vida por meio desta atividade, trabalhando normalmente só ou com membros da sua família, assim como o trabalhador considerado autônomo pela legislação aplicável do Estado de emprego ou por acordos bilaterais ou multilaterais. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19 Essas definições ajudam a compreender a aplicação das normas da Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias. Esta Convenção tem como principal objetivo consagrar a proteção internacional dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias. É conferida uma atenção especial para os direitos dos trabalhadores migrantes não documentados ou em situação irregular, normalmente empregados em condições laborais menos favoráveis que outros trabalhadores e, muitas vezes, explorados e vítimas de graves violações de direitos humanos. Nesse sentido, devem ser encorajadas a adoção de medidas apropriadas visando prevenir e eliminar os movimentos clandestinos e o tráfico de trabalhadores migrantes, e, concomitantemente, proteger os seus direitos. O âmbito de aplicação deste Tratado Internacional NÃO abarca os seguintes indivíduos (art. 3º): � Empregados ou enviados de organismos internacionais ou desempenhando funções diplomáticas; � Empregados de programas de desenvolvimento e noutros programas de cooperação; � Investidores; � Refugiados e apátridas (exceto se disposição em contrário em lei ou tratado internacional) � Estudantes e estagiários; � Marítimos e aos trabalhadores de estruturas marítimas sem autorização para residir ou exercer atividade remunerada no Estado de emprego. Os trabalhadores migrantes podem ser duas categorias (art. 5º daConvenção): • Documentados • Não documentados (situação irregular) MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20 O princípio fundamental que norteia as normas da Convenção internacional sobre trabalhadores migrantes e os membros de suas famílias é o princípio da não discriminação, conforme dispõe o art. 7º. Observação: estar atento ao que prescreve o art. 35 da Convenção. O artigo 35 da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias prevê que: ARTIGO 35 Nenhuma das disposições da parte III da presente Convenção deve ser interpretada como implicando a regularização da situação dos trabalhadores migrantes ou dos membros das suas famílias que se encontram não documentados ou em situação irregular, ou o direito a ver regularizada a sua situação, nem como afetando as medidas destinadas a assegurar condições satisfatórias e eqüitativas para a migração internacional, previstas na parte VI da presente Convenção. Principais direitos previstos: � Liberdade de locomoção, observada algumas restrições previstas na própria Convenção - direito de saída, retorno ao país de origem (art. 8º). � Direito à vida � Proibição de tortura, tratamento degradante e escravidão. � Liberdade de expressão, pensamento e religiosa � Vedação à privação ou expropriação de seus bens � Direito à liberdade MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21 Em relação aos filhos dos trabalhadores migrantes, são assegurados os seguintes direitos (art. 29 e 30 da Convenção): • Direito a um nome. • Direito ao registro do nascimento. • Direito a uma nacionalidade. • Direito de acesso à educação em condições de igualdade de tratamento com os nacionais do Estado interessado. Logo, não poderá ser negado ou limitado o acesso a estabelecimentos públicos de ensino pré-escolar ou escolar por motivo de situação irregular em matéria de permanência ou emprego de um dos pais ou com fundamento na permanência irregular da criança no Estado de emprego (art. 30). O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o Comitê para a proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e dos membros das suas Famílias, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial). O Comitê para a proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e dos membros das suas Famílias é o órgão formado por dez especialistas independentes criado com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições da Convenção. As principais atribuições do Comitê: � Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes; � Organizar debates; � Adotar comentários gerais sobre matérias conexas. A Convenção prevê ainda cláusulas facultativas nos artigos 76 e 77, as quais tratam da possibilidade dos Estados aceitarem, de maneira opcional, que o Comitê tenha competência para receber denúncias de violação às normas da Convenção por meio de: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22 • comunicações interestatais • petições individuais ou de grupos de indivíduos O Brasil até a data de hoje ainda NÃO ratificou esta Convenção (portanto, antes do lançamento do Edital para o concurso de AFT/MTE). Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da aula, principalmente as partes I a VI. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 23 23 Os limites dos direitos humanos na ordem internacional. Os limites dos direitos humanos na ordem internacional vão encontrar no princípio da proporcionalidade, na teoria do abuso de direito e no estado de emergência os seus fundamentos. O princípio da proporcionalidade surge com o fortalecimento do Direito Administrativo (e consequentemente da ação estatal) no Estado Liberal quando foi preciso criar técnicas de aferição da legitimidade das restrições estatais às liberdades individuais, principalmente no âmbito do exercício do poder de polícia administrativa. Definição de princípio da proporcionalidade, de acordo com André de Carvalho Ramos: (...) consiste na aferição da idoneidade, necessidade e equilíbrio da intervenção estatal em determinado direito fundamental (ou humano). Esse princípio é composto por três elementos: � Adequação � Necessidade � Proporcionalidade em sentido estrito A adequação é o exame que se refere a uma relação entre meio e fim, ou seja, a compatibilização entre as medidas estatais e a realização dos fins propostos. A necessidade é o exame da real importância/utilidade da medida estatal escolhida, verificando se não existem medidas alternativas que possam atender ao mesmo objetivo e não representem uma violação a um direito humano. Por fim, o exame da proporcionalidade em sentido estrito se refere à ponderação (ou equilíbrio) entre a finalidade perseguida e os meios adotados para o seu alcance. Feita esta exposição sobre o princípio da proporcionalidade de forma geral, passemos a estudar a sua aplicação no contexto internacional. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 24 A aplicação do princípio da proporcionalidade como um limite para os direitos humanos na ordem internacional NÃO é resultado de uma previsão em um dispositivo de qualquer tratado internacional ou declaração de direitos, mas é fruto de constantes decisões proferidas por tribunais internacionais que formam a jurisprudência internacional. Os maiores desenvolvimentos jurisprudenciais tem ocorrido no âmbito dos sistemas regionais de direitos humanos, especialmente, em julgamentos da Corte Européia de Direitos Humanos que desenvolveu três fundamentos: • A restrição de direitos humanos realizada por lei baseada no interesse público (ex. restringir a liberdade religiosa com fundamento em normas de ordem pública, ou então restringir a liberdade de expressão em normas de segurança nacional). • As medidas restritivas a direitos humanos devem ser apenas aquelas necessárias a uma sociedade democrática. • A inexistência de direitos humanos absolutos. Inclusive, como fruto de décadas de decisões proferidas pela jurisprudência europeia, a Carta de Direitos Fundamentais da União Européia, adotada em 2000, prevê no art. 52 que: 1. Qualquer restrição ao exercício dos direitos e liberdades reconhecidos pela presente Carta deve ser prevista por lei e respeitar o conteúdo essencial desses direitos e liberdades. Na observância do princípio da proporcionalidade, essas restrições só podem ser introduzidas se forem necessárias e corresponderem efectivamente a objectivos de interesse geral reconhecidos pela União, ou à necessidade de proteção dos direitos e liberdades de terceiros. Todavia, ainda faltam instrumentos do sistema globalde direitos humanos que prevejam dispositivos com teor semelhante. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 25 O outro caso de limite dos direitos humanos na ordem internacional é a teoria do abuso de direito. Essa teoria, originária do direito privado, teria respaldo no art. 30 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que possui o seguinte teor: Artigo XXX Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. A adoção dessa teoria tem despertado polêmica entre os doutrinadores do direito internacional. Essa teoria busca evitar que certos direitos humanos (ex. liberdade de expressão de um grupo fundamentalista) sejam invocados para justificar a destruição de outros direitos humanos (ex. as expressões de discurso de ódio contra minorias sociais). Um último caso de limite dos direitos humanos é o estado de emergência, ou seja, as restrições excepcionais e temporárias de defesa do próprio Estado de Direito. O art. 4º do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos prevê a hipótese de restrição aos direitos humanos em caso de estado de emergência: ARTIGO 4 1. Quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente, os Estados Partes do presente Pacto podem adotar, na estrita medida exigida pela situação, medidas que suspendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não acarretem discriminação alguma MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 26 apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social. 2. A disposição precedente não autoriza qualquer suspensão dos artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 e 2) 11, 15, 16, e 18. Em que pese essa possibilidade, o próprio Pacto prevê uma série de direitos humanos que são inderrogáveis, ou seja, não podem ser restringidos: � Direito à vida � Direito à integridade pessoal � Proibição da escravidão � Direito a não ser preso por inadimplemento contratual � Direito à irretroatividade da lei penal � Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica � Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião A aplicação das medidas de emergência deve ser combinada com um juízo de proporcionalidade. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 27 24 A natureza objetiva da proteção internacional dos direitos humanos. A NATUREZA OBJETIVA das obrigações de proteção de direitos humanos consagra, ou seja, considera que o indivíduo seria a principal preocupação da responsabilidade internacional do Estado em caso de violação direta ou indireta dos direitos humanos que são assegurados à todos nós, componentes da civilização humana. Isto significa que não haveria a necessidade de se caracterizar o elemento culpa por parte do Estado, visto que basta que haja uma violação de direitos humanos tendo como resultado um não atendimento por parte do Estado de suas obrigações de forma direta ou por pessoas por ele interpostas (agentes estatais). Segundo André de Carvalho Ramos: A jurisprudência das instâncias internacionais de proteção de direitos humanos é farta em assinalar o predomínio da teoria objetiva da responsabilidade internacional do Estado. A razão disso está na necessidade de interpretar os dispositivos internacionais de direitos humanos em benefício do indivíduo, como fruto da natureza objetiva dessas normas. Logo, não importa se houve culpa, basta que tenha ocorrido uma violação de direitos humanos para que o Estado seja responsabilizado no plano internacional. O fundamento da responsabilidade está na aferição, pura e simples, de uma eventual conduta que NÃO esteja de acordo com a norma internacional protetiva dos direitos humanos. Assim, a responsabilidade internacional do Estado por violação de direitos humanos será uma responsabilidade objetiva. Iremos aprofundar essa discussão na aula 9. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 28 EXERCÍCIOS COMENTADOS QUESTÃO 132 (DPE/SP - Defensor Público - 2010): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): No direito à liberdade de expressão, um dos direitos previstos na Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1990, inclui-se a liberdade de procurar, receber e divulgar, independentemente de fronteiras, informações e ideias de todo tipo, de forma oral, escrita ou impressa, por meio das artes ou qualquer outro meio escolhido pela criança. COMENTÁRIOS: A liberdade de expressão da criança se encontra respaldada no art. 13 da Convenção que possui o seguinte teor: Artigo 13 1. A criança terá direito à liberdade de expressão. Esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e divulgar informações e idéias de todo tipo, independentemente de fronteiras, de forma oral, escrita ou impressa, por meio das artes ou por qualquer outro meio escolhido pela criança. 2. O exercício de tal direito poderá estar sujeito a determinadas restrições, que serão unicamente as previstas pela lei e consideradas necessárias: a) para o respeito dos direitos ou da reputação dos demais, ou b) para a proteção da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger a saúde e a moral públicas. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 29 RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 133 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): Julgue o item a seguir, em relação à Convenção sobre os Direitos das Crianças, marcando C (certo) ou E (errado): Os Estados-Partes devem adotar as medidas necessárias para impedir a exploração de crianças em espetáculos ou materiais pornográficos. COMENTÁRIOS: Esse compromisso internacional se encontra previsto no art. 34 da Convenção: Artigo 34 Os Estados Partes se comprometem a proteger a criança contra todas as formas de exploração e abuso sexual. Nesse sentido, os Estados Partes tomarão, em especial, todas as medidas de caráter nacional, bilateral e multilateral que sejam necessárias para impedir: (...) c) a exploração da criança em espetáculos ou materiais pornográficos. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 134 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): Considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. RicardoGomes www.pontodosconcursos.com.br 30 maioridade seja alcançada antes. COMENTÁRIOS: A Convenção sobre os direitos da criança possui as seguintes características: � Natureza de tratado internacional � Possui 54 artigos � Está dividida em 3 partes: o Parte I: arts. 1º a 41 (disposições gerais e obrigações internacionais) o Parte II: arts. 42 a 45 (Comitê para os Direitos da Criança) o Parte III: arts. 46 a 54 (Disposições finais) Conceito de criança: Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. A convenção é explicita e enfática em reconhecer a criança como sujeito de direitos. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 135 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): Julgue o item a seguir, em relação à Convenção sobre os Direitos das Crianças, marcando C (certo) ou E (errado): Fica limitada a jornada de trabalho ao mínimo de oito horas diárias, com uma hora de intervalo, salvo legislação nacional mais benéfica. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 31 COMENTÁRIOS: A Convenção não trata de jornadas de trabalho deixando esse assunto para o direito interno dos Estados Partes. No entanto, o art. 32 da Convenção prevê que: Artigo 32 (...) 2. Os Estados Partes adotarão medidas legislativas, administrativas, sociais e educacionais com vistas a assegurar a aplicação do presente artigo. Com tal propósito, e levando em consideração as disposições pertinentes de outros instrumentos internacionais, os Estados Partes, deverão, em particular: a) estabelecer uma idade ou idades mínimas para a admissão em empregos; b) estabelecer regulamentação apropriada relativa a horários e condições de emprego; c) estabelecer penalidades ou outras sanções apropriadas a fim de assegurar o cumprimento efetivo do presente artigo. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 136 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): Julgue o item a seguir, em relação à Convenção sobre os Direitos das Crianças, marcando C (certo) ou E (errado): Os Estados-Partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra a exploração econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 32 social. COMENTÁRIOS: O art. 32 prevê que: Artigo 32 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra a exploração econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 137 (DPE/SP – Defensor Público - 2006): Segundo a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (ONU, 1984), para a caracterização da tortura é relevante: a) sua finalidade e irrelevante a intensidade do sofrimento causado. b) que seja praticada por funcionário público e irrelevante sua finalidade. c) a finalidade do ato e irrelevante o local onde ocorre. d) que o sofrimento seja agudo e irrelevante a qualidade de quem a pratica. e) o local onde ocorre e irrelevante a intensidade do sofrimento causado. COMENTÁRIOS: A resposta para a questão está no próprio conceito de tortura previsto no art. 1º da Convenção, a seguir: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 33 ARTIGO 1º 1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos conseqüência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. Portanto, no conceito são mencionados: Finalidade: atos que não são consequências de sanções legítimas (confissões, intimidações, castigos, discriminações...). Qualidade do agente: funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas Intensidade do sofrimento causado: sofrimentos agudos. Enquanto que o conceito é omisso quanto a importância do local onde é praticada a tortura. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 138 (DPE/BA - CESPE – Defensor Público – 2010): Acerca dos mecanismos de proteção internacional de direitos humanos, julgue o item subsequente. A violação grave e sistemática dos direitos humanos das mulheres em um Estado pode ser investigada pelo Comitê sobre a Eliminação da MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 34 Discriminação contra a Mulher, que recebe petições com denúncias de violação a esses direitos. COMENTÁRIOS: O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher ou Comitê CEDAW, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial). O Comitê CEDAW é composto por 23 especialistas “de grande prestígio moral e competência na área abarcada pela Convenção”, eleitas pelos Estados Partes para exercerem o mandato por um período de 4 (quatro) anos. Essas especialistas desempenham sua função a título pessoal e não como delegadas ou representantes de seu país de origem. O Comitê celebra sessões regulares anuais que duram cerca de 2 (duas) semanas. As principais atribuições do Comitê CEDAW: � Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes; � Formular sugestões e recomendações gerais; � Instaurar inquéritos confidenciais (inovação trazida pelo Protocolo Adicional); � Examinar comunicações (petições) apresentadas por indivíduos ou grupo de indivíduos que aleguem ser vítimas de violação dos direitos dispostos na CEDAW (inovação trazida pelo Protocolo Adicional). Em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de monitoramento: c) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br35 indivíduos ou grupo de indivíduos; d) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 139 (DPU - CESPE – Defensor Público – 2010): Acerca da proteção internacional às mulheres, às crianças e aos adolescentes, julgue os itens subsequentes. Os documentos das Nações Unidas que tratam dos direitos políticos das mulheres determinam que elas devem ter, em condições de igualdade, o mesmo direito que os homens de ocupar e exercer todos os postos e todas as funções públicas, admitidas as restrições que a cultura e a legislação nacionais imponham. COMENTÁRIOS: A resposta para a questão está no art. 7º da Convenção que prevê: Artigo 7º - Os Estados-partes tomarão todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra a mulher na vida política e pública do país e, em particular, garantirão, em igualdade de condições com os homens, o direito a: (...) b) participar na formulação de políticas governamentais e na execução destas, e ocupar cargos públicos e exercer todas as funções públicas em todos os planos governamentais; A convenção não excepciona nada em razão de legislação nacional ou aspecto cultural. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 36 RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 140 (FGV – 2012 - Adaptada): A respeito da Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, ratificada pelo Brasil, assinale a alternativa correta: a) Uma vez que a Convenção tem como objetivo proteger um grupo específico, não pode ser considerada como um documento de proteção internacional dos direitos humanos. b) A Convenção possui um protocolo facultativo, que permite a apresentação de denúncias sobre violação dos direitos por ela consagrados. c) A Convenção permite que o Estado-parte adote, de forma definitiva, ações afirmativas para garantir a igualdade entre gêneros. d) A Convenção traz em seu texto um mecanismo de proteção dos direitos que consagra, por meio de petições sobre violações, que podem ser protocoladas por qualquer Estado-parte. COMENTÁRIOS: O item “a” é falso, pois os tratados internacionais de direitos humanos podem cuidar de interesses específicos, vide a Convenção sobre direitos da criança, a Convenção sobre trabalhadores migrantes, de maneira que as mulheres é um desses segmentos. O item “c” é falso, pois as ações afirmativas são temporárias. O item “d” é falso, pois o mecanismo de proteção mencionado no enunciado somente constou no Protocolo Adicional. Assim, resta o item “b” que é verdadeiro, pois, em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de monitoramento: e) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 37 indivíduos ou grupo de indivíduos; f) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 141 (PC/SP – Delegado de Polícia – 2010): A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a: a) fomentar qualquer concepção estereotipada dos papéis masculino e feminino em todos os níveis. b) derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação contra as mulheres. c) conceder bolsas e acesso aos programas de educação supletiva em maior número para compensar as desigualdades passadas. d) desencorajar a educação mista, privilegiando os programas de alfabetização funcional para as mulheres. e) proibir a demissão por motivo de gravidez, permanecendo aquelas motivadas pelo estado civil. COMENTÁRIOS: A resposta para esta questão está principalmente nos arts. 2º e 10 da Convenção CEDAW. O Artigo 2º - Os Estados-partes condenam a discriminação contra a mulher em todas as suas formas, concordam em seguir, por todos os meios apropriados e sem dilações, uma política destinada a eliminar a discriminação contra a mulher, e com tal objetivo se comprometem a: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 38 (...) g) derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação contra a mulher. A referida norma “entrega” a resposta da questão! A retirada de vigência de normas penais que discriminem as mulheres constitui uma obrigação internacional pelos Estados partes da CEDAW. Por isso, candidato, uma leitura no texto das Convenções ajudarão em responder às perguntas cobradas por bancas, como o CESPE, a FCC e a ESAF, apesar da questão envolver outra banca examinadora. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 142 (DPE/SP - FCC – Defensor Público - 2009): No sistema global, a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, ratificada pelo Brasil em 1984, é um marco no tocante ao combate da discriminação contra a mulher e na afirmação de sua cidadania. Sobre essa Convenção é correto afirmar que. a) consagrou a possibilidade de adoção de "ações afirmativas", ou seja, de medidas especiais de caráter definitivo destinadas a acelerar a igualdade de fato entre mulheres e homens. b) trouxe, quando de sua adoção pela ONU, um completo sistema de monitoramento, permitindo, inclusive, denúncias individuais por mulheres em casos de violação. c) a adoção pelo Brasil do Protocolo Facultativo à Convenção, em 2002, aperfeiçoou a sistemática de monitoramento da Convenção, com a possibilidade de apresentação de denúncias por mulheres, individualmente ou em grupos, em casos de violação. d) respeitou as diferenças culturais e a diversidade étnica ao permitir diferentes direitos e responsabilidades durante o casamento e por ocasião da sua dissolução, permitindo que cada Estado faça sua regulamentação MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 39 interna. e) ao evitar impor muitas obrigações aos Estados-partes que significassem ruptura imediata com padrões estereotipados de educação de meninas e meninos, logrou obter o maior número de ratificações de uma Convenção da ONU. COMENTÁRIOS: O item “a” está errado, pois as ações afirmativas são medidas de caráter temporário e NÃO definitivo. O item “b” está errado, pois o texto original da Convenção não previa a possibilidade de denúncias individuais por mulheres. O item “c” de fato está correto, pois em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de monitoramento: g) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por indivíduos ou grupo de indivíduos; h) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) quehabilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. Em relação a esse Protocolo Adicional à Convenção, o Brasil se tornou parte em 2002. O item “d” está errado, pois foi justamente a igualdade no casamento a causa para um grande número de reservas feitas pelos Estados signatários da CEDAW. O item “e” está errado conforme podemos no art. 10 da CEDAW, há o estímulo à educação mista e outras formas de superação de padrões estereotipados: Artigo 10 - Os Estados-partes adotarão todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra a mulher, a fim de assegurar-lhe a igualdade de direitos MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 40 com o homem na esfera da educação e em particular para assegurar, em condições de igualdade entre homens e mulheres: (...) c) a eliminação de todo conceito estereotipado dos papéis masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas de ensino, mediante o estímulo à educação mista e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em particular, mediante a modificação dos livros e programas escolares e adaptação dos métodos de ensino; RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 143 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. A Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes não pode funcionar como base legal para a extradição, quando permitida, de pessoa acusada de tortura. COMENTÁRIOS: O art. 8º da Convenção é explícito nesse ponto: ARTIGO 8º 1. Os crimes a que se refere o artigo 4º serão considerados como extraditáveis em qualquer tratado de extradição existente entre os Estados Partes. Os Estados Partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como extraditáveis em todo tratado de extradição que vierem a concluir entre si. 2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição à existência de tratado receber um pedido de extradição por parte de outro Estado Parte com o qual mantém tratado de extradição, poderá considerar a presente Convenção com base legal para a extradição com respeito a tais MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 41 crimes. A extradição sujeitar-se-á às outras condições estabelecidas pela lei do Estado que receber a solicitação. 3. Os Estados partes que não condicionam a extradição à existência de um tratado reconhecerão, entre si, tais crimes como extraditáveis, dentro das condições estabelecidas pela lei do Estado que receber a solicitação. 4. O crime será considerado, para o fim de extradição entre os Estados partes, como se tivesse ocorrido não apenas no lugar em que ocorreu, mas também nos territórios dos Estados chamados a estabelecerem sua jurisdição, de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5°. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 144 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher exige, de maneira genérica, a plena igualdade entre homens e mulheres, mas não contém cláusula específica sobre a isonomia de gênero nas instâncias judiciais. COMENTÁRIOS: A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher prevê cláusulas de isonomia perante o Poder Judiciário conforme consta no seu art. 15: Artigo 15 - 1. Os Estados-partes reconhecerão à mulher a igualdade com o homem perante a lei. 2. Os Estados-partes reconhecerão à mulher, em matérias civis, uma capacidade jurídica idêntica à do homem e as mesmas oportunidades para o exercício desta capacidade. Em particular, reconhecerão à mulher MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 42 iguais direitos para firmar contratos e administrar bens e dispensar-lhe-ão um tratamento igual em todas as etapas do processo nas Cortes de Justiça e nos Tribunais. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 145 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. O referido acordo internacional define a tortura como qualquer ato por meio do qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de castigá-la por ato que ela tenha cometido, mesmo que tais dores ou sofrimentos sejam consequência unicamente de sanções legítimas. COMENTÁRIOS: A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes foi adotada em 1984 pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, por meio da Resolução nº 39/1946. Conceito de tortura: 1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 43 aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos conseqüência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. 2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer instrumento internacional ou legislação nacional que contenha ou possa conter dispositivos de alcance mais amplo.. A convenção é explicita e enfática em determinar que não somente em consequência de sanções legítimas (art. 1º da Convenção). RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 146 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. Quando o Estado-parte reconhecer a competência do Comitê contra a Tortura para receber e processar petições individuais, devem ser sempre consideradas inadmissíveis as petições apócrifas. COMENTÁRIOS: O Comitê contra a Tortura é o órgão formado por especialistas independentes (peritos) criado com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições da Convenção. De acordo com o texto da Convenção: O Comitê será composto por dez peritos de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direitos humanos, os quais exerceram suas funções a título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados partes, levando em conta uma distribuição geográfica MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br44 eqüitativa e a utilidade da participação de algumas pessoas com experiência jurídica. Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições do tratado (art. 19 da Convenção). Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas. As principais atribuições do Comitê: � Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos Estados Partes; � Formular sugestões e recomendações gerais; � Instaurar inquéritos em caso de suspeita bem fundamentada da prática sistemática da tortura no território de um Estado Parte; � Analisar queixas apresentadas por Estados Partes ou particulares contra um Estado que tenha reconhecido a competência do Comitê para tal efeito. Atenção! O art. 22, parágrafo 2, da Convenção veda a recepção de comunicações anônimas ou que representem abuso de direito! Para ficar mais claro, transcrevemos o trecho do artigo 22 da Convenção contra a Tortura que prevê a citada proibição: ARTIGO 22 (...) 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em conformidade com o presente Artigo que seja anônima, ou seu juízo, constitua abuso de direito de apresentar as referidas comunicações, ou que seja incompatível com as disposições da presente MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 45 Convenção. Esta é uma das poucas questões em que a expressão “sempre” de fato enuncia uma verdade absoluta. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 147 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. A convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes estabelece garantias para o acusado da prática de tortura. COMENTÁRIOS: Aos acusados da prática de tortura são garantidos alguns direitos como o devido processo legal (garantias de tratamento justo em todas as fases do processo) conforme consta nos arts. 6º e 7º da Convenção. É o que estabelece os artigos 6º e 7º da Convenção a seguir expostos: ARTIGO 6° (...) 3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1 terá assegurada facilidades para comunicar-se imediatamente com o representante mais próximo do Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o representante do Estado de residência habitual. (...) ARTIGO 7° MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 46 (...) 3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos crimes previstos no artigo 4° receberá garantias de tratamento justo em todas as fases do processo. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 148 (DPE/RO - CESPE – Defensor Público – 2012 - Adaptada): A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias: Não se aplica aos estrangeiros que se instalem, na qualidade de investidores, em um Estado-parte. COMENTÁRIOS: O âmbito de aplicação deste Tratado Internacional NÃO abarca os seguintes indivíduos (art. 3º): � Empregados ou enviados de organismos internacionais ou desempenhando funções diplomáticas; � Empregados de programas de desenvolvimento e noutros programas de cooperação; � Investidores; � Refugiados e apátridas (exceto se disposição em contrário em lei ou tratado internacional) � Estudantes e estagiários; � Marítimos e aos trabalhadores de estruturas marítimas sem autorização para residir ou exercer atividade remunerada no Estado de emprego. Isto está coerente com o artigo 3º da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 47 Membros das suas Famílias que prevê expressamente: ARTIGO 3º A presente Convenção não se aplicará: (...) c) Às pessoas que se instalam num Estado diferente do seu Estado de origem na qualidade de investidores; Logo, os investidores não se incluem no conceito de trabalhador migrante protegido pela norma internacional em questão. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 149 (DPE/RO - CESPE – Defensor Público – 2012 - Adaptada): A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias: Não faz qualquer distinção entre os trabalhadores migrantes documentados e os não documentados. COMENTÁRIOS: Os trabalhadores migrantes podem ser duas categorias (art. 5º da Convenção): • Documentados • Não documentados (situação irregular) O princípio fundamental que norteia as normas da Convenção internacional sobre trabalhadores migrantes e os membros de suas famílias é o princípio da não discriminação, conforme dispõe o art. 7º. O artigo 7º da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias prevê que: ARTIGO 7º MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 48 Os Estados Partes comprometem-se, em conformidade com os instrumentos internacionais relativos aos direitos humanos, a respeitar e a garantir os direitos previstos na presente Convenção para todos os trabalhadores migrantes e membros da suas famílias que se encontrem no seu território e sujeitos à sua jurisdição, sem distinção alguma, independentemente de qualquer consideração de raça, cor, sexo, língua, religião ou convicção, opinião política ou outra, origem nacional, étnica ou social, nacionalidade, idade, posição econômica, patrimônio, estado civil, nascimento ou de qualquer outra situação. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 150 (DPE/RO - CESPE – Defensor Público – 2012 - Adaptada): A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias: Não admite restrição alguma à saída do trabalhador estrangeiro do Estado- parte para o qual migrou. COMENTÁRIOS: Entre os principais direitos previstos na Convenção menciona- se a: � Liberdade de locomoção, observada algumas restrições previstas na própria Convenção - direito de saída, retorno ao país de origem (art. 8º). O artigo 8º da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias prevê que: ARTIGO 8º 1. Os trabalhadores migrantes e os membros das suas famílias poderão sair livremente de qualquer Estado, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 8 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 49 incluindo o seu Estado de origem. Este direito somente poderá ser objeto de restrições que, sendo previstas na lei, constituam disposições necessárias para proteger
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