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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 8 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Prezados Alunos! 
Vamos continuar firmes no aprendizado? 
Na aula de hoje finalizaremos os estudos do núcleo do 
direito internacional dos direitos humanos, composto pelos 
principais documentos internacionais voltados para a proteção dos 
direitos humanos e aprofundaremos alguns assuntos, como por 
exemplo os limites do direito internacional dos direitos humanos. 
Obs: registro a todos que o Edital do concurso de AFT 
exigiu uma quantidade enorme de matérias de Direitos Humanos. 
São exigidos 37 PONTOS, quase a metade INÉDITOS, isto é, nunca 
foram cobrados em outros concursos, inclusive pelo CESPE. 
Portanto, é plenamente natural que não existam questões 
pretéritas de bancas examinadoras, especialmente do CESPE, de 
vários pontos dos assuntos de Direitos Humanos insertos nos 37 
pontos citados. Para tanto, estou elaborando questões estilo CESPE 
(Certo e Errado), para aproximar ao máximo da forma como a banca 
cobrará. 
Por fim, ressalto que esta metodologia foi bem sucedida 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 8 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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2 
nos Concursos anteriores, inclusive no último concurso da PRF, em 
Direitos Humanos, quando alcançamos 100% das questões da prova 
do CESPE! Ok? 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 22.6 Convenção sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a mulher. 
• 22.7 Convenção contra a tortura e outros tratamentos 
ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. 
• 22.8 Convenção sobre os direitos da criança. 
• 22.9 Convenção internacional sobre a proteção de 
direitos de todos os migrantes trabalhadores e 
membros de suas famílias. 
• 23 Os limites dos direitos humanos na ordem 
internacional. 
• 24 A natureza objetiva da proteção internacional dos 
direitos humanos. 
• 25 Mecanismos de proteção contra as violações de 
direitos humanos. (tema a ser explorado na aula 9) 
• 26 Responsabilidade internacional em matéria de 
direitos humanos. (tema a ser explorado na aula 9) 
 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 8 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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3 
22.6 Convenção sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a mulher. 
 
A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação contra a mulher (conhecida pela sigla em inglês CEDAW) foi 
adotada em 1979 pelas Nações Unidas. 
Ela possui a particularidade de ter sido o instrumento 
internacional de direitos humanos que recebeu o maior número de reservas 
formuladas pelos Estados, ou seja, foi o TRATADO internacional de direitos 
humanos em que o maior número de Estados Partes decidiu estabelecer 
condições para a sua assinatura (reservas). 
A maior parte das reservas foi formulada à cláusula que 
estabelece a igualdade entre homens e mulheres no seio da família (artigo 
16 da Convenção). 
Os fundamentos da Convenção são os seguintes: 
• Eliminação da desigualdade. 
• Garantia da igualdade. 
A CEDAW, ou seja, a Convenção sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a mulher possui as seguintes características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 30 artigos 
� Está dividida em 6 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 6º (disposições gerais) 
o Parte II: arts. 7º a 9º (direitos políticos e de 
nacionalidade) 
o Parte III: arts. 10 a 14 (direitos específicos) 
o Parte IV: arts. 15 a 16 (igualdade perante a lei, 
instâncias judiciais, no casamento e na família) 
o Parte V: arts. 17 a 22 (Comitê CEDAW) 
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DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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4 
o Parte VI: arts. 23 a 30 (Disposições finais) 
Conceito de discriminação contra a mulher: 
Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, a expressão 
"discriminação contra a mulher" significará toda 
distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que 
tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o 
RECONHECIMENTO, GOZO ou EXERCÍCIO pela mulher, 
independentemente de seu estado civil, com base na 
igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos 
e liberdades fundamentais nos campos político, 
econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro 
campo. 
A convenção recepciona a adoção de ações afirmativas como 
medida de obtenção da igualdade. Esta medida compensatória visa de 
acordo com Flávia Piovesan: 
Na qualidade de medidas especiais temporárias, com 
vistas a acelerar o processo de igualização de status 
entre homens e mulheres, as ações afirmativas cessarão 
quando alcançados os seus objetivos. São, assim, 
medidas compensatórias para remediar as desvantagens 
históricas, aliviando as condições resultantes de um 
passado discriminatório. 
 
A Convenção não enfrenta de forma explícita, ou seja, direta, a 
questão da violência doméstica contra a mulher. 
Atenção! O único documento internacional que o Brasil faz 
parte e que combate explicitamente a violência doméstica é a “Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a 
Mulher”, conhecida como Convenção de Belém do Pará, adotada pela 
Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos – OEA em 1994, 
trata-se de um tratado internacional pertencente ao sistema regional de 
direitos humanos. 
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5 
 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher ou Comitê CEDAW, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos 
mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação 
da Discriminação Racial). 
O Comitê CEDAW é composto por 23 especialistas “de grande 
prestígio moral e competência na área abarcada pela Convenção”, eleitas 
pelos Estados Partes para exercerem o mandato por um período de 4 
(quatro) anos. Essas especialistas desempenham sua função a título pessoal 
e não como delegadas ou representantes de seu país de origem. O Comitê 
celebra sessões regulares anuais que duram cerca de 2 (duas) semanas. 
As principais atribuições do Comitê CEDAW: 
� Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos 
Estados Partes; 
� Formular sugestões e recomendações gerais; 
� Instaurar inquéritos confidenciais (inovação trazida pelo 
Protocolo Adicional); 
� Examinar comunicações (petições) apresentadas por 
indivíduos ou grupo de indivíduos que aleguem ser vítimas 
de violação dos direitos dispostos na CEDAW (inovação 
trazida pelo Protocolo Adicional). 
 
Em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à 
Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a 
Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de 
monitoramento: 
a) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por 
indivíduos ou grupo de indivíduos; 
b) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que 
habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e 
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sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. 
 
O Estado para estar submetido (obrigado, vinculado) às regras 
estabelecidas nesse Protocolo Facultativo necessita ratificar o mesmo. 
Apenas a ratificação da Convenção sobre a Eliminação de todas as formas 
de Discriminação contra a Mulher não submete o Estado às regras do 
Protocolo. Só irá vincular o Estado em relação às regras previstas na 
Convenção. 
Na atualidade, o Brasil reconhece todos os direitos em favor da 
igualdade de gênero estabelecidos na Convenção sobre a Eliminação de 
todas as formas de Discriminação contra a Mulher. 
O Brasil ratificou a Convenção da Mulher em 1984. Todavia, ele 
formulou reservas aos artigos 15, parágrafo 4º, e artigo 16, parágrafo 1º, 
alíneas (a), (c), (g) e (h), e artigo 29. 
As reservas brasileiras aos artigos 15 e 16, foram retiradas em 
1994. A reserva ao artigo 29, que não se refere aos direitos das mulheres, 
mas apenas a disputas entre Estados partes quanto à interpretação da 
Convenção continua vigorando. 
Já em relação ao Protocolo Adicional à Convenção, o Brasil se 
tornou parte em 2002. 
 
Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da 
aula, principalmente as partes I a IV. 
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22.7 Convenção contra a tortura e outros 
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. 
 
A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas 
cruéis, desumanos ou degradantes foi adotada em 1984 pela Assembléia 
Geral da Organização das Nações Unidas, por meio da Resolução nº 
39/1946. 
A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas 
cruéis, desumanos ou degradantes possui as seguintes características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 33 artigos 
� Está dividida em 3 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 16 (disposições gerais e 
obrigações internacionais) 
o Parte II: arts. 17 a 24 (Comitê contra a Tortura) 
o Parte III: arts. 25 a 33 (Disposições finais) 
Conceito de tortura: 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" 
designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos 
agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou 
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de 
castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta 
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo 
baseado em discriminação de qualquer natureza; quando 
tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário 
público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, 
ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou 
aquiescência. Não se considerará como tortura as dores 
ou sofrimentos conseqüência unicamente de sanções 
legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou 
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delas decorram. 
2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a 
restringir qualquer instrumento internacional ou 
legislação nacional que contenha ou possa conter 
dispositivos de alcance mais amplo.. 
A convenção é explicita e enfática em determinar que nada e 
nenhuma circunstância pode ser invocada como justificativa para a tortura 
(art. 2º da Convenção). 
Considera a tortura um crime que viola o Direito Internacional. 
Assim, os Estados Partes estão obrigados a punir os torturadores, 
independentemente do território onde a violação tenha ocorrido e da 
nacionalidade do violador e da vítima (arts. 5º a 8º). 
Aos acusados da prática de tortura são garantidos alguns 
direitos como o devido processo legal (garantias de tratamento justo em 
todas as fases do processo) conforme consta nos arts. 6º e 7º da 
Convenção. 
A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas 
cruéis, desumanos ou degradantes constitui BASE LEGAL para processos de 
extradição envolvendo acusados de tortura e outros crimes previstos no 
art. 4º, conforme prevê o art. 8º da Convenção. 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
Comitê contra a Tortura, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos 
mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação 
da Discriminação Racial). 
O Comitê contra a Tortura é o órgão formado por especialistas 
independentes (peritos) criado com o objetivo de controlar a aplicação, 
pelos Estados Partes, das disposições da Convenção. 
De acordo com o texto da Convenção: 
O Comitê será composto por dez peritos de elevada 
reputação moral e reconhecida competência em matéria 
de direitos humanos, os quais exerceram suas funções a 
título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados 
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partes, levando em conta uma distribuição geográfica 
eqüitativa e a utilidade da participação de algumas 
pessoas com experiência jurídica. 
Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde 
enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições do 
tratado (art. 19 da Convenção). Os relatórios são analisados pelo Comitê e 
discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o 
que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: 
salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para 
os quais recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas. 
As principais atribuições do Comitê: 
� Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos 
Estados Partes; 
� Formular sugestões e recomendações gerais; 
� Instaurar inquéritos em caso de suspeita bem 
fundamentada da prática sistemática da tortura no 
território de um Estado Parte; 
� Analisar queixas apresentadas por Estados Partes ou 
particulares contra um Estado que tenha reconhecido a 
competência do Comitê para tal efeito. 
 
Atenção! O art. 22, parágrafo 2, da Convenção veda a 
recepção de comunicações anônimas ou que representem abuso de direito! 
 
Para ficar mais claro, transcrevemos o trecho do artigo 22 da 
Convenção contra a Tortura que prevê a citada proibição: 
ARTIGO 22 
(...) 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer 
comunicação recebida em conformidade com o presente 
Artigo que seja anônima, ou seu juízo, constitua abuso de 
direito de apresentar as referidas comunicações, ou que 
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seja incompatível com as disposições da presente 
Convenção. 
 
Em 2002, foi adotado pela ONU o Protocolo Adicional (ou 
Facultativo) à Convenção. Esse Protocolo estabeleceu um sistema 
preventivo de visitas regulares a locais de detenção, para erradicar, 
definitivamente, a prática da tortura. 
Este Protocolo estabeleceu ainda a criação de um Subcomitê de 
Prevenção à Tortura, órgão responsável pelo sistema de visitas regulares. 
O Estado para estar submetido (obrigado, vinculado) às regras 
estabelecidas nesse Protocolo Facultativo necessita ratificar o mesmo. 
Apenas a ratificação da Convenção não submete o Estadoàs regras do 
Protocolo. Só irá vincular o Estado em relação às regras previstas na 
Convenção. 
O Brasil ratificou esta Convenção em 1991, conforme o Decreto 
presidencial nº 40/1991. 
Já em relação ao Protocolo Adicional à Convenção, o Brasil se 
tornou parte em 2007. 
 
Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da 
aula, principalmente as partes I a II. 
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22.8 Convenção sobre os direitos da criança. 
 
A Convenção sobre os direitos da criança foi adotada em 1989 
pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, e vigente desde 
1990. 
A Convenção sobre os direitos da criança possui as seguintes 
características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 54 artigos 
� Está dividida em 3 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 41 (disposições gerais e 
obrigações internacionais) 
o Parte II: arts. 42 a 45 (Comitê para os Direitos da 
Criança) 
o Parte III: arts. 46 a 54 (Disposições finais) 
Conceito de criança: 
Para efeitos da presente Convenção considera-se como 
criança todo ser humano com menos de dezoito anos de 
idade, a não ser que, em conformidade com a lei 
aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. 
A convenção é explicita e enfática em reconhecer a criança como 
sujeito de direitos. Ela também acolhe o conceito de desenvolvimento 
integral da criança, o que significa a adoção de medidas de: 
� Proteção especial 
� Absoluta prioridade 
 
A partir daí, verifica-se a ênfase no princípio dos interesses 
superiores da criança constante no art. 3º a seguir exposto: 
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Artigo 3 
1. Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito 
por instituições públicas ou privadas de bem estar social, 
tribunais, autoridades administrativas ou órgãos 
legislativos, devem considerar, primordialmente, o 
interesse maior da criança. 
2. Os Estados Partes se comprometem a assegurar à 
criança a proteção e o cuidado que sejam necessários 
para seu bem-estar, levando em consideração os direitos 
e deveres de seus pais, tutores ou outras pessoas 
responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, 
tomarão todas as medidas legislativas e administrativas 
adequadas. 
3. Os Estados Partes se certificarão de que as 
instituições, os serviços e os estabelecimentos 
encarregados do cuidado ou da proteção das crianças 
cumpram com os padrões estabelecidos pelas 
autoridades competentes, especialmente no que diz 
respeito à segurança e à saúde das crianças, ao número 
e à competência de seu pessoal e à existência de 
supervisão adequada. 
 
Principais direitos reconhecidos na convenção: 
• Direito à vida e à proteção contra a pena capital 
• Direito a ter uma nacionalidade 
• Direito a proteção ante a separação dos pais 
• Direito à liberdade de locomoção 
• Direito à reunificação familiar 
• Proteção a não ser levada ilicitamente ao exterior 
• Proteção de seus interesses em caso de adoção 
• Direito à liberdade de pensamento, consciência e religião 
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• Direito ao acesso a serviços de saúde 
• Direito a um nível adequado de vida e segurança social 
• Direito à educação 
• Proteção contra a exploração econômica 
• Proteção contra o envolvimento na produção, tráfico e uso 
de drogas e substâncias psicotrópicas 
• Proteção contra a exploração e abuso sexual 
 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
Comitê para os Direitos da Criança, um MECANISMO CONVENCIONAL criado 
nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre 
Eliminação da Discriminação Racial). 
O Comitê para os Direitos da Criança é o órgão criado em 
virtude do art. 43 da Convenção sobe os Direitos da Criança com o objetivo 
de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições desta 
Convenção, bem como dos seus dois Protocolos Facultativos (relativos ao 
Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados e à Venda de Crianças, 
Prostituição Infantil e Pornografia Infantil). 
Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde 
informam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições da 
Convenção (e, também, dos seus Protocolos Facultativos, caso os tenha 
ratificado). Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este 
e representantes do Estado Parte envolvido, após o que o Comitê emite as 
suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos 
positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as 
soluções que lhe pareçam adequadas. 
As principais atribuições do Comitê: 
� Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos 
Estados Partes; 
� Formular comentários gerais relativos a determinados 
artigos ou disposições da Convenção; 
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� Solicitar a realização de estudos sobre questões relativas 
aos direitos da criança; 
� Organizar debates temáticos sobre matérias cobertas pela 
Convenção; 
� Elaborar recomendações de ordem geral com base na 
informação recolhida a partir dos relatórios estaduais ou 
de outras fontes. 
 
Atenção! De acordo com o texto original da Convenção, o 
Comitê para os Direitos da Criança não poderia examinar comunicações 
individuais, ou seja, ele não adota o sistema (procedimento) de petições 
para as denúncias de violações da Convenção. Esta vedação está sendo 
revista em virtude da adoção pela ONU do Terceiro Protocolo Facultativo 
(2011) que possibilita a apresentação de petições individuais. Todavia, é 
preciso que o Estado ratifique esse Protocolo para que ele prevaleça sobre o 
texto original da Convenção. 
 
Em 2000, foram adotados pela ONU dois Protocolos Adicionais 
(ou Facultativos) à Convenção: 
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da 
Criança relativo à Participação de Crianças em Conflitos 
Armados. 
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da 
Criança relativo à Venda de Crianças, Prostituição Infantil 
e Pornografia Infantil. 
Em 2011, a Assembléia Geral da ONU adotou o Terceiro 
Protocolo Facultativo à Convenção das Nações Unidas que estabelece um 
mecanismo de comunicação para as violações dos direitos das crianças. Ou 
seja, as próprias crianças ou seus representantes poderiam fazer denúncias 
por meio de petições individuais relatando violações a seus direitos 
previstos na Convenção internacional. 
O Estado para estar submetido (obrigado, vinculado) às regras 
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estabelecidas nesses Protocolos Facultativos necessita ratificar os mesmos. 
Apenas a ratificação da Convenção NÃO submete o Estado às regras dos 
Protocolos. Essa ratificação só irá vincular o Estado em relação às regras 
previstas na Convenção. 
O Brasil ratificou esta Convenção em 1990, conforme o Decreto 
presidencial nº 99.710/1990.Já em relação aos dois primeiros Protocolos Adicionais à 
Convenção, o Brasil se tornou parte de ambos em 2004. 
Em relação ao Terceiro Protocolo Facultativo, apesar de tê-lo 
assinado em 2012, o Brasil ainda não ratificou o mesmo, de forma que na 
atualidade não é possível utilizar-se do mecanismo de comunicações 
individuais para relatar violações a direitos das crianças em território 
brasileiro. 
 
Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da 
aula, principalmente as partes I a II. 
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22.9 Convenção internacional sobre a proteção 
de direitos de todos os migrantes trabalhadores e 
membros de suas famílias. 
 
A Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos 
os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias foi adotada pela 
Resolução 45/158, de 18 de Dezembro de 1990, da Assembleia-Geral da 
ONU, e vigente desde 2003. 
A questão dos trabalhadores migrantes já havia sido objeto de 
Convenções da OIT, destacando-se a Convenção nº 97 (de 1949) – 
trabalhadores migrantes - e a de nº 143 (de 1975) – migrações em 
condições abusivas e à promoção da igualdade de oportunidades e de 
tratamento de trabalhadores migrantes. 
A principal diferença entre esses tratados internacionais é que o 
primeiro prevê um tratamento do tema sob a ótica do direito internacional 
dos direitos humanos no contexto do Sistema Global mantido pela ONU que 
possui princípios próprios, inclusive para fins de responsabilização 
internacional, tornando tais normas bem mais efetivas do que as previstas 
no direito internacional do trabalho. 
A Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos 
os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias possui as seguintes 
características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 93 artigos 
� Está dividida em 9 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 6º (Âmbito e definições) 
o Parte II: art. 7º (Não discriminação em matéria de 
direitos) 
o Parte III: arts. 8º a 35 (Direitos humanos de todos 
os trabalhadores migrantes e dos membros das suas 
famílias) 
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17 
o Parte IV: arts. 36 a 56 (Outros direitos dos 
trabalhadores migrantes e dos membros das suas 
famílias que se encontram documentados ou em 
situação regular) 
o Parte V: arts. 57 a 63 (Disposições aplicáveis a 
categorias especiais de trabalhadores migrantes e 
membros das suas famílias) 
o Parte VI: arts. 64 a 71 (Promoção de condições 
saudáveis, eqüitativas, dignas e justas em matéria 
de migração internacional de trabalhadores 
migrantes e de membros das suas famílias) 
o Parte VII: arts. 72 a 78 (Aplicação da convenção) 
o Parte VIII: arts. 79 a 84 (Disposições gerais) 
o Parte IX: arts. 85 a 93 (Disposições finais) 
 
Os diferentes tipos de trabalhadores mencionados na Convenção 
estão previstos no art. 2º a seguir transcrito: 
ARTIGO 2º 
Para efeitos da presente Convenção: 
1. A expressão "trabalhador migrante" designa a pessoa que 
vai exercer, exerce ou exerceu uma atividade remunerada 
num Estado de que não é nacional. 
2. - a) A expressão "trabalhador fronteiriço" designa o 
trabalhador migrante que mantém a sua residência habitual 
num Estado vizinho a que regressa, em princípio, todos os 
dias ou, pelo menos, uma vez por semana; 
b) A expressão "trabalhador sazonal" designa o trabalhador 
migrante cuja atividade, pela sua natureza, depende de 
condições sazonais e somente se realiza durante parte do ano; 
c) A expressão "marítimo", que abrange os pescadores, 
designa o trabalhador migrante empregado a bordo de um 
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18 
navio matriculado num Estado de que não é nacional; 
d) A expressão "trabalhador numa estrutura marítima" 
designa o trabalhador migrante empregado numa estrutura 
marítima que se encontra sob a jurisdição de um Estado de 
que não é nacional; 
e) A expressão "trabalhador itinerante" designa o trabalhador 
migrante que, tendo a sua residência habitual num Estado, 
tem de viajar para outros Estados por períodos curtos, devido 
à natureza da sua ocupação; 
f) A expressão "trabalhador vinculado a um projeto" designa o 
trabalhador migrante admitido num Estado de emprego por 
tempo definido para trabalhar unicamente num projeto 
concreto conduzido pelo seu empregador nesse Estado; 
g) A expressão "trabalhador com emprego específico" designa 
o trabalhador migrante: 
(i) Que tenha sido enviado pelo seu empregador, por um 
período limitado e definido, a um Estado de emprego para aí 
realizar uma tarefa ou função específica; ou 
(ii) Que realize, por um período limitado e definido, um 
trabalho que exige competências profissionais, comerciais, 
técnicas ou altamente especializadas de outra natureza; ou 
(iii) Que, a pedido do seu empregador no Estado de emprego, 
realize, por um período limitado e definido, um trabalho de 
natureza transitória ou de curta duração; e que deva deixar o 
Estado de emprego ao expirar o período autorizado de 
residência, ou antecipadamente, caso deixe de realizar a 
tarefa ou função específica ou o trabalho inicial; 
h) A expressão "trabalhador autônomo" designa o trabalhador 
migrante que exerce uma atividade remunerada não 
submetida a um contrato de trabalho e que ganha a sua vida 
por meio desta atividade, trabalhando normalmente só ou com 
membros da sua família, assim como o trabalhador 
considerado autônomo pela legislação aplicável do Estado de 
emprego ou por acordos bilaterais ou multilaterais. 
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19 
Essas definições ajudam a compreender a aplicação das normas 
da Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os 
migrantes trabalhadores e membros de suas famílias. 
Esta Convenção tem como principal objetivo consagrar a 
proteção internacional dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e 
dos membros das suas famílias. 
É conferida uma atenção especial para os direitos dos 
trabalhadores migrantes não documentados ou em situação irregular, 
normalmente empregados em condições laborais menos favoráveis que 
outros trabalhadores e, muitas vezes, explorados e vítimas de graves 
violações de direitos humanos. Nesse sentido, devem ser encorajadas a 
adoção de medidas apropriadas visando prevenir e eliminar os movimentos 
clandestinos e o tráfico de trabalhadores migrantes, e, concomitantemente, 
proteger os seus direitos. 
O âmbito de aplicação deste Tratado Internacional NÃO abarca 
os seguintes indivíduos (art. 3º): 
� Empregados ou enviados de organismos internacionais ou 
desempenhando funções diplomáticas; 
� Empregados de programas de desenvolvimento e noutros 
programas de cooperação; 
� Investidores; 
� Refugiados e apátridas (exceto se disposição em contrário 
em lei ou tratado internacional) 
� Estudantes e estagiários; 
� Marítimos e aos trabalhadores de estruturas marítimas 
sem autorização para residir ou exercer atividade 
remunerada no Estado de emprego. 
Os trabalhadores migrantes podem ser duas categorias (art. 5º 
daConvenção): 
• Documentados 
• Não documentados (situação irregular) 
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20 
O princípio fundamental que norteia as normas da Convenção 
internacional sobre trabalhadores migrantes e os membros de suas famílias 
é o princípio da não discriminação, conforme dispõe o art. 7º. 
 
Observação: estar atento ao que prescreve o art. 35 da 
Convenção. 
O artigo 35 da Convenção Internacional sobre a Proteção dos 
Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas 
Famílias prevê que: 
ARTIGO 35 
Nenhuma das disposições da parte III da presente 
Convenção deve ser interpretada como implicando a 
regularização da situação dos trabalhadores migrantes ou 
dos membros das suas famílias que se encontram não 
documentados ou em situação irregular, ou o direito a 
ver regularizada a sua situação, nem como afetando as 
medidas destinadas a assegurar condições satisfatórias e 
eqüitativas para a migração internacional, previstas na 
parte VI da presente Convenção. 
 
Principais direitos previstos: 
� Liberdade de locomoção, observada algumas restrições 
previstas na própria Convenção - direito de saída, retorno 
ao país de origem (art. 8º). 
� Direito à vida 
� Proibição de tortura, tratamento degradante e escravidão. 
� Liberdade de expressão, pensamento e religiosa 
� Vedação à privação ou expropriação de seus bens 
� Direito à liberdade 
 
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21 
Em relação aos filhos dos trabalhadores migrantes, são 
assegurados os seguintes direitos (art. 29 e 30 da Convenção): 
• Direito a um nome. 
• Direito ao registro do nascimento. 
• Direito a uma nacionalidade. 
• Direito de acesso à educação em condições de igualdade 
de tratamento com os nacionais do Estado interessado. 
Logo, não poderá ser negado ou limitado o acesso a 
estabelecimentos públicos de ensino pré-escolar ou escolar por motivo de 
situação irregular em matéria de permanência ou emprego de um dos pais 
ou com fundamento na permanência irregular da criança no Estado de 
emprego (art. 30). 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
Comitê para a proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e 
dos membros das suas Famílias, um MECANISMO CONVENCIONAL criado 
nos mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre 
Eliminação da Discriminação Racial). 
O Comitê para a proteção dos Direitos de todos os 
Trabalhadores Migrantes e dos membros das suas Famílias é o órgão 
formado por dez especialistas independentes criado com o objetivo de 
controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições da Convenção. 
As principais atribuições do Comitê: 
� Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos 
Estados Partes; 
� Organizar debates; 
� Adotar comentários gerais sobre matérias conexas. 
 
A Convenção prevê ainda cláusulas facultativas nos artigos 76 e 
77, as quais tratam da possibilidade dos Estados aceitarem, de maneira 
opcional, que o Comitê tenha competência para receber denúncias de 
violação às normas da Convenção por meio de: 
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22 
• comunicações interestatais 
• petições individuais ou de grupos de indivíduos 
O Brasil até a data de hoje ainda NÃO ratificou esta Convenção 
(portanto, antes do lançamento do Edital para o concurso de AFT/MTE). 
 
Observação ao aluno: ler o texto da Convenção, no final da 
aula, principalmente as partes I a VI. 
 
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23 
23 Os limites dos direitos humanos na ordem 
internacional. 
 
Os limites dos direitos humanos na ordem internacional vão 
encontrar no princípio da proporcionalidade, na teoria do abuso de 
direito e no estado de emergência os seus fundamentos. 
O princípio da proporcionalidade surge com o fortalecimento do 
Direito Administrativo (e consequentemente da ação estatal) no Estado 
Liberal quando foi preciso criar técnicas de aferição da legitimidade das 
restrições estatais às liberdades individuais, principalmente no âmbito do 
exercício do poder de polícia administrativa. 
Definição de princípio da proporcionalidade, de acordo com 
André de Carvalho Ramos: 
(...) consiste na aferição da idoneidade, necessidade e 
equilíbrio da intervenção estatal em determinado direito 
fundamental (ou humano). 
 
Esse princípio é composto por três elementos: 
� Adequação 
� Necessidade 
� Proporcionalidade em sentido estrito 
 
A adequação é o exame que se refere a uma relação entre meio 
e fim, ou seja, a compatibilização entre as medidas estatais e a realização 
dos fins propostos. 
A necessidade é o exame da real importância/utilidade da 
medida estatal escolhida, verificando se não existem medidas alternativas 
que possam atender ao mesmo objetivo e não representem uma violação a 
um direito humano. 
Por fim, o exame da proporcionalidade em sentido estrito se 
refere à ponderação (ou equilíbrio) entre a finalidade perseguida e os meios 
adotados para o seu alcance. 
Feita esta exposição sobre o princípio da proporcionalidade de 
forma geral, passemos a estudar a sua aplicação no contexto internacional. 
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24 
A aplicação do princípio da proporcionalidade como um limite 
para os direitos humanos na ordem internacional NÃO é resultado de uma 
previsão em um dispositivo de qualquer tratado internacional ou declaração 
de direitos, mas é fruto de constantes decisões proferidas por tribunais 
internacionais que formam a jurisprudência internacional. 
Os maiores desenvolvimentos jurisprudenciais tem ocorrido no 
âmbito dos sistemas regionais de direitos humanos, especialmente, em 
julgamentos da Corte Européia de Direitos Humanos que desenvolveu três 
fundamentos: 
• A restrição de direitos humanos realizada por lei baseada 
no interesse público (ex. restringir a liberdade religiosa 
com fundamento em normas de ordem pública, ou então 
restringir a liberdade de expressão em normas de 
segurança nacional). 
• As medidas restritivas a direitos humanos devem ser 
apenas aquelas necessárias a uma sociedade democrática. 
• A inexistência de direitos humanos absolutos. 
Inclusive, como fruto de décadas de decisões proferidas pela 
jurisprudência europeia, a Carta de Direitos Fundamentais da União 
Européia, adotada em 2000, prevê no art. 52 que: 
 
1. Qualquer restrição ao exercício dos direitos e 
liberdades reconhecidos pela presente Carta deve ser 
prevista por lei e respeitar o conteúdo essencial desses 
direitos e liberdades. Na observância do princípio da 
proporcionalidade, essas restrições só podem ser 
introduzidas se forem necessárias e corresponderem 
efectivamente a objectivos de interesse geral 
reconhecidos pela União, ou à necessidade de proteção 
dos direitos e liberdades de terceiros. 
 
Todavia, ainda faltam instrumentos do sistema globalde direitos 
humanos que prevejam dispositivos com teor semelhante. 
 
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25 
O outro caso de limite dos direitos humanos na ordem 
internacional é a teoria do abuso de direito. 
Essa teoria, originária do direito privado, teria respaldo no art. 
30 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que possui o seguinte 
teor: 
Artigo XXX 
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser 
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, 
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade 
ou praticar qualquer ato destinado à destruição de 
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. 
 
A adoção dessa teoria tem despertado polêmica entre os 
doutrinadores do direito internacional. 
Essa teoria busca evitar que certos direitos humanos (ex. 
liberdade de expressão de um grupo fundamentalista) sejam invocados para 
justificar a destruição de outros direitos humanos (ex. as expressões de 
discurso de ódio contra minorias sociais). 
 
Um último caso de limite dos direitos humanos é o estado de 
emergência, ou seja, as restrições excepcionais e temporárias de defesa 
do próprio Estado de Direito. 
O art. 4º do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos 
prevê a hipótese de restrição aos direitos humanos em caso de estado de 
emergência: 
ARTIGO 4 
1. Quando situações excepcionais ameacem a existência 
da nação e sejam proclamadas oficialmente, os Estados 
Partes do presente Pacto podem adotar, na estrita 
medida exigida pela situação, medidas que suspendam as 
obrigações decorrentes do presente Pacto, desde que tais 
medidas não sejam incompatíveis com as demais 
obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito 
Internacional e não acarretem discriminação alguma 
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26 
apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou 
origem social. 
2. A disposição precedente não autoriza qualquer 
suspensão dos artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 e 2) 11, 15, 
16, e 18. 
 
Em que pese essa possibilidade, o próprio Pacto prevê uma série 
de direitos humanos que são inderrogáveis, ou seja, não podem ser 
restringidos: 
� Direito à vida 
� Direito à integridade pessoal 
� Proibição da escravidão 
� Direito a não ser preso por inadimplemento contratual 
� Direito à irretroatividade da lei penal 
� Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica 
� Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de 
religião 
 
A aplicação das medidas de emergência deve ser combinada 
com um juízo de proporcionalidade. 
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27 
 
24 A natureza objetiva da proteção internacional 
dos direitos humanos. 
 
A NATUREZA OBJETIVA das obrigações de proteção de direitos 
humanos consagra, ou seja, considera que o indivíduo seria a principal 
preocupação da responsabilidade internacional do Estado em caso de 
violação direta ou indireta dos direitos humanos que são assegurados à 
todos nós, componentes da civilização humana. 
Isto significa que não haveria a necessidade de se caracterizar o 
elemento culpa por parte do Estado, visto que basta que haja uma violação 
de direitos humanos tendo como resultado um não atendimento por parte 
do Estado de suas obrigações de forma direta ou por pessoas por ele 
interpostas (agentes estatais). 
Segundo André de Carvalho Ramos: 
A jurisprudência das instâncias internacionais de proteção 
de direitos humanos é farta em assinalar o predomínio da 
teoria objetiva da responsabilidade internacional do 
Estado. A razão disso está na necessidade de interpretar 
os dispositivos internacionais de direitos humanos em 
benefício do indivíduo, como fruto da natureza objetiva 
dessas normas. 
 
Logo, não importa se houve culpa, basta que tenha ocorrido 
uma violação de direitos humanos para que o Estado seja responsabilizado 
no plano internacional. 
O fundamento da responsabilidade está na aferição, pura e 
simples, de uma eventual conduta que NÃO esteja de acordo com a norma 
internacional protetiva dos direitos humanos. 
 
Assim, a responsabilidade internacional do Estado por violação 
de direitos humanos será uma responsabilidade objetiva. Iremos aprofundar 
essa discussão na aula 9. 
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28 
 
 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 132 (DPE/SP - Defensor Público - 2010): Julgue o item a 
seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
No direito à liberdade de expressão, um dos direitos previstos na Convenção 
sobre os Direitos da Criança, de 1990, inclui-se a liberdade de procurar, 
receber e divulgar, independentemente de fronteiras, informações e ideias 
de todo tipo, de forma oral, escrita ou impressa, por meio das artes ou 
qualquer outro meio escolhido pela criança. 
 
COMENTÁRIOS: 
A liberdade de expressão da criança se encontra respaldada no art. 13 da 
Convenção que possui o seguinte teor: 
Artigo 13 
1. A criança terá direito à liberdade de expressão. Esse 
direito incluirá a liberdade de procurar, receber e divulgar 
informações e idéias de todo tipo, independentemente de 
fronteiras, de forma oral, escrita ou impressa, por meio 
das artes ou por qualquer outro meio escolhido pela 
criança. 
2. O exercício de tal direito poderá estar sujeito a 
determinadas restrições, que serão unicamente as 
previstas pela lei e consideradas necessárias: 
a) para o respeito dos direitos ou da reputação dos 
demais, ou 
b) para a proteção da segurança nacional ou da ordem 
pública, ou para proteger a saúde e a moral públicas. 
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29 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 133 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, em relação à Convenção sobre os Direitos das 
Crianças, marcando C (certo) ou E (errado): 
Os Estados-Partes devem adotar as medidas necessárias para impedir a 
exploração de crianças em espetáculos ou materiais pornográficos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Esse compromisso internacional se encontra previsto no art. 34 da 
Convenção: 
Artigo 34 
Os Estados Partes se comprometem a proteger a criança 
contra todas as formas de exploração e abuso sexual. 
Nesse sentido, os Estados Partes tomarão, em especial, 
todas as medidas de caráter nacional, bilateral e 
multilateral que sejam necessárias para impedir: 
(...) 
c) a exploração da criança em espetáculos ou 
materiais pornográficos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 134 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
Considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de 
idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a 
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30 
maioridade seja alcançada antes. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Convenção sobre os direitos da criança possui as seguintes 
características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 54 artigos 
� Está dividida em 3 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 41 (disposições gerais e 
obrigações internacionais) 
o Parte II: arts. 42 a 45 (Comitê para os Direitos da 
Criança) 
o Parte III: arts. 46 a 54 (Disposições finais) 
Conceito de criança: 
Para efeitos da presente Convenção considera-se como 
criança todo ser humano com menos de dezoito anos de 
idade, a não ser que, em conformidade com a lei 
aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. 
A convenção é explicita e enfática em reconhecer a criança como sujeito de 
direitos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 135 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, em relação à Convenção sobre os Direitos das 
Crianças, marcando C (certo) ou E (errado): 
Fica limitada a jornada de trabalho ao mínimo de oito horas diárias, com 
uma hora de intervalo, salvo legislação nacional mais benéfica. 
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31 
 
COMENTÁRIOS: 
A Convenção não trata de jornadas de trabalho deixando esse assunto para 
o direito interno dos Estados Partes. No entanto, o art. 32 da Convenção 
prevê que: 
Artigo 32 
(...) 
2. Os Estados Partes adotarão medidas legislativas, 
administrativas, sociais e educacionais com vistas a 
assegurar a aplicação do presente artigo. Com tal 
propósito, e levando em consideração as disposições 
pertinentes de outros instrumentos internacionais, os 
Estados Partes, deverão, em particular: 
a) estabelecer uma idade ou idades mínimas para a 
admissão em empregos; 
b) estabelecer regulamentação apropriada relativa a 
horários e condições de emprego; 
c) estabelecer penalidades ou outras sanções apropriadas 
a fim de assegurar o cumprimento efetivo do presente 
artigo. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 136 (MPT - Procurador do Trabalho – 2009 - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, em relação à Convenção sobre os Direitos das 
Crianças, marcando C (certo) ou E (errado): 
Os Estados-Partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra 
a exploração econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que 
possa ser perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para 
sua saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou 
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32 
social. 
 
COMENTÁRIOS: 
O art. 32 prevê que: 
Artigo 32 
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de 
estar protegida contra a exploração econômica e contra o 
desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso 
ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para 
sua saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, 
espiritual, moral ou social. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 137 (DPE/SP – Defensor Público - 2006): Segundo a 
Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes (ONU, 1984), para a caracterização da tortura 
é relevante: 
a) sua finalidade e irrelevante a intensidade do sofrimento causado. 
b) que seja praticada por funcionário público e irrelevante sua finalidade. 
c) a finalidade do ato e irrelevante o local onde ocorre. 
d) que o sofrimento seja agudo e irrelevante a qualidade de quem a pratica. 
e) o local onde ocorre e irrelevante a intensidade do sofrimento causado. 
 
COMENTÁRIOS: 
A resposta para a questão está no próprio conceito de tortura previsto no 
art. 1º da Convenção, a seguir: 
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33 
ARTIGO 1º 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" 
designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos 
agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou 
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de 
castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta 
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo 
baseado em discriminação de qualquer natureza; quando 
tais dores ou sofrimento são infligidos por um 
funcionário público ou outra pessoa no exercício de 
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu 
consentimento ou aquiescência. Não se considerará como 
tortura as dores ou sofrimentos conseqüência 
unicamente de sanções legítimas, ou que sejam 
inerentes a tais sanções ou delas decorram. 
Portanto, no conceito são mencionados: 
Finalidade: atos que não são consequências de sanções legítimas 
(confissões, intimidações, castigos, discriminações...). 
Qualidade do agente: funcionário público ou outra pessoa no exercício de 
funções públicas 
Intensidade do sofrimento causado: sofrimentos agudos. 
Enquanto que o conceito é omisso quanto a importância do local onde é 
praticada a tortura. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 138 (DPE/BA - CESPE – Defensor Público – 2010): Acerca 
dos mecanismos de proteção internacional de direitos 
humanos, julgue o item subsequente. 
A violação grave e sistemática dos direitos humanos das mulheres em um 
Estado pode ser investigada pelo Comitê sobre a Eliminação da 
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34 
Discriminação contra a Mulher, que recebe petições com denúncias de 
violação a esses direitos. 
 
COMENTÁRIOS: 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher ou Comitê CEDAW, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos 
mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação 
da Discriminação Racial). 
O Comitê CEDAW é composto por 23 especialistas “de grande 
prestígio moral e competência na área abarcada pela Convenção”, eleitas 
pelos Estados Partes para exercerem o mandato por um período de 4 
(quatro) anos. Essas especialistas desempenham sua função a título pessoal 
e não como delegadas ou representantes de seu país de origem. O Comitê 
celebra sessões regulares anuais que duram cerca de 2 (duas) semanas. 
As principais atribuições do Comitê CEDAW: 
� Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos 
Estados Partes; 
� Formular sugestões e recomendações gerais; 
� Instaurar inquéritos confidenciais (inovação trazida pelo 
Protocolo Adicional); 
� Examinar comunicações (petições) apresentadas por 
indivíduos ou grupo de indivíduos que aleguem ser vítimas 
de violação dos direitos dispostos na CEDAW (inovação 
trazida pelo Protocolo Adicional). 
 
Em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à 
Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a 
Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de 
monitoramento: 
c) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por 
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indivíduos ou grupo de indivíduos; 
d) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que 
habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e 
sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 139 (DPU - CESPE – Defensor Público – 2010): Acerca da 
proteção internacional às mulheres, às crianças e aos adolescentes, julgue 
os itens subsequentes. 
Os documentos das Nações Unidas que tratam dos direitos políticos das 
mulheres determinam que elas devem ter, em condições de igualdade, o 
mesmo direito que os homens de ocupar e exercer todos os postos e todas 
as funções públicas, admitidas as restrições que a cultura e a legislação 
nacionais imponham. 
 
COMENTÁRIOS: 
A resposta para a questão está no art. 7º da Convenção que prevê: 
Artigo 7º - Os Estados-partes tomarão todas as medidas 
apropriadas para eliminar a discriminação contra a 
mulher na vida política e pública do país e, em particular, 
garantirão, em igualdade de condições com os homens, o 
direito a: 
(...) 
b) participar na formulação de políticas governamentais e 
na execução destas, e ocupar cargos públicos e exercer 
todas as funções públicas em todos os planos 
governamentais; 
A convenção não excepciona nada em razão de legislação nacional ou 
aspecto cultural. 
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36 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 140 (FGV – 2012 - Adaptada): A respeito da Convenção sobre 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, ratificada 
pelo Brasil, assinale a alternativa correta: 
a) Uma vez que a Convenção tem como objetivo proteger um grupo 
específico, não pode ser considerada como um documento de proteção 
internacional dos direitos humanos. 
b) A Convenção possui um protocolo facultativo, que permite a 
apresentação de denúncias sobre violação dos direitos por ela consagrados. 
c) A Convenção permite que o Estado-parte adote, de forma definitiva, 
ações afirmativas para garantir a igualdade entre gêneros. 
d) A Convenção traz em seu texto um mecanismo de proteção dos direitos 
que consagra, por meio de petições sobre violações, que podem ser 
protocoladas por qualquer Estado-parte. 
 
COMENTÁRIOS: 
O item “a” é falso, pois os tratados internacionais de direitos humanos 
podem cuidar de interesses específicos, vide a Convenção sobre direitos da 
criança, a Convenção sobre trabalhadores migrantes, de maneira que as 
mulheres é um desses segmentos. 
O item “c” é falso, pois as ações afirmativas são temporárias. 
O item “d” é falso, pois o mecanismo de proteção mencionado no enunciado 
somente constou no Protocolo Adicional. 
Assim, resta o item “b” que é verdadeiro, pois, em 1999, foi aprovado o 
Protocolo Adicional (ou Facultativo) à Convenção sobre a Eliminação de 
todas as formas de Discriminação contra a Mulher. Esse Protocolo 
estabeleceu dois novos mecanismos de monitoramento: 
e) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por 
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37 
indivíduos ou grupo de indivíduos; 
f) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que 
habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e 
sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 141 (PC/SP – Delegado de Polícia – 2010): A Convenção 
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher 
estabelece que os Estados Partes se comprometem a: 
a) fomentar qualquer concepção estereotipada dos papéis masculino e 
feminino em todos os níveis. 
b) derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam 
discriminação contra as mulheres. 
c) conceder bolsas e acesso aos programas de educação supletiva em maior 
número para compensar as desigualdades passadas. 
d) desencorajar a educação mista, privilegiando os programas de 
alfabetização funcional para as mulheres. 
e) proibir a demissão por motivo de gravidez, permanecendo aquelas 
motivadas pelo estado civil. 
 
COMENTÁRIOS: 
A resposta para esta questão está principalmente nos arts. 2º e 10 da 
Convenção CEDAW. 
O Artigo 2º - Os Estados-partes condenam a 
discriminação contra a mulher em todas as suas formas, 
concordam em seguir, por todos os meios apropriados e 
sem dilações, uma política destinada a eliminar a 
discriminação contra a mulher, e com tal objetivo se 
comprometem a: 
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38 
(...) 
g) derrogar todas as disposições penais nacionais que 
constituam discriminação contra a mulher. 
A referida norma “entrega” a resposta da questão! 
A retirada de vigência de normas penais que discriminem as 
mulheres constitui uma obrigação internacional pelos Estados partes da 
CEDAW. 
Por isso, candidato, uma leitura no texto das Convenções 
ajudarão em responder às perguntas cobradas por bancas, como o CESPE, a 
FCC e a ESAF, apesar da questão envolver outra banca examinadora. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 142 (DPE/SP - FCC – Defensor Público - 2009): No sistema 
global, a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher, ratificada pelo Brasil em 1984, é um marco no tocante ao 
combate da discriminação contra a mulher e na afirmação de sua cidadania. 
Sobre essa Convenção é correto afirmar que. 
a) consagrou a possibilidade de adoção de "ações afirmativas", ou seja, de 
medidas especiais de caráter definitivo destinadas a acelerar a igualdade de 
fato entre mulheres e homens. 
b) trouxe, quando de sua adoção pela ONU, um completo sistema de 
monitoramento, permitindo, inclusive, denúncias individuais por mulheres 
em casos de violação. 
c) a adoção pelo Brasil do Protocolo Facultativo à Convenção, em 2002, 
aperfeiçoou a sistemática de monitoramento da Convenção, com a 
possibilidade de apresentação de denúncias por mulheres, individualmente 
ou em grupos, em casos de violação. 
d) respeitou as diferenças culturais e a diversidade étnica ao permitir 
diferentes direitos e responsabilidades durante o casamento e por ocasião 
da sua dissolução, permitindo que cada Estado faça sua regulamentação 
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39 
interna. 
e) ao evitar impor muitas obrigações aos Estados-partes que significassem 
ruptura imediata com padrões estereotipados de educação de meninas e 
meninos, logrou obter o maior número de ratificações de uma Convenção da 
ONU. 
 
COMENTÁRIOS: 
O item “a” está errado, pois as ações afirmativas são medidas de caráter 
temporário e NÃO definitivo. 
O item “b” está errado, pois o texto original da Convenção não previa a 
possibilidade de denúncias individuais por mulheres. 
O item “c” de fato está correto, pois em 1999, foi aprovado o Protocolo 
Adicional (ou Facultativo) à Convenção sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação contra a Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois 
novos mecanismos de monitoramento: 
g) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por 
indivíduos ou grupo de indivíduos; 
h) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) quehabilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e 
sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. 
Em relação a esse Protocolo Adicional à Convenção, o Brasil se 
tornou parte em 2002. 
O item “d” está errado, pois foi justamente a igualdade no casamento a 
causa para um grande número de reservas feitas pelos Estados signatários 
da CEDAW. 
O item “e” está errado conforme podemos no art. 10 da CEDAW, há o 
estímulo à educação mista e outras formas de superação de padrões 
estereotipados: 
Artigo 10 - Os Estados-partes adotarão todas as medidas 
apropriadas para eliminar a discriminação contra a 
mulher, a fim de assegurar-lhe a igualdade de direitos 
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40 
com o homem na esfera da educação e em particular 
para assegurar, em condições de igualdade entre homens 
e mulheres: 
(...) c) a eliminação de todo conceito estereotipado dos 
papéis masculino e feminino em todos os níveis e em 
todas as formas de ensino, mediante o estímulo à 
educação mista e a outros tipos de educação que 
contribuam para alcançar este objetivo e, em particular, 
mediante a modificação dos livros e programas escolares 
e adaptação dos métodos de ensino; 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 143 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - 
Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito 
internacional dos direitos humanos. 
A Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes não pode funcionar como base legal para a 
extradição, quando permitida, de pessoa acusada de tortura. 
 
COMENTÁRIOS: 
O art. 8º da Convenção é explícito nesse ponto: 
ARTIGO 8º 
1. Os crimes a que se refere o artigo 4º serão considerados 
como extraditáveis em qualquer tratado de extradição existente entre os 
Estados Partes. Os Estados Partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como 
extraditáveis em todo tratado de extradição que vierem a concluir entre si. 
2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição à existência 
de tratado receber um pedido de extradição por parte de outro Estado Parte 
com o qual mantém tratado de extradição, poderá considerar a presente 
Convenção com base legal para a extradição com respeito a tais 
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41 
crimes. A extradição sujeitar-se-á às outras condições estabelecidas pela 
lei do Estado que receber a solicitação. 
3. Os Estados partes que não condicionam a extradição à 
existência de um tratado reconhecerão, entre si, tais crimes como 
extraditáveis, dentro das condições estabelecidas pela lei do Estado que 
receber a solicitação. 
4. O crime será considerado, para o fim de extradição entre os 
Estados partes, como se tivesse ocorrido não apenas no lugar em que 
ocorreu, mas também nos territórios dos Estados chamados a 
estabelecerem sua jurisdição, de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5°. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 144 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - 
Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito 
internacional dos direitos humanos. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher exige, de maneira genérica, a plena igualdade entre 
homens e mulheres, mas não contém cláusula específica sobre a isonomia 
de gênero nas instâncias judiciais. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher prevê cláusulas de isonomia perante o Poder 
Judiciário conforme consta no seu art. 15: 
Artigo 15 - 1. Os Estados-partes reconhecerão à mulher a 
igualdade com o homem perante a lei. 
2. Os Estados-partes reconhecerão à mulher, em matérias civis, 
uma capacidade jurídica idêntica à do homem e as mesmas oportunidades 
para o exercício desta capacidade. Em particular, reconhecerão à mulher 
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42 
iguais direitos para firmar contratos e administrar bens e dispensar-lhe-ão 
um tratamento igual em todas as etapas do processo nas Cortes de 
Justiça e nos Tribunais. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 145 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - 
Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito 
internacional dos direitos humanos. 
O referido acordo internacional define a tortura como qualquer ato por meio 
do qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de castigá-la por ato que ela tenha 
cometido, mesmo que tais dores ou sofrimentos sejam consequência 
unicamente de sanções legítimas. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas 
cruéis, desumanos ou degradantes foi adotada em 1984 pela Assembléia 
Geral da Organização das Nações Unidas, por meio da Resolução nº 
39/1946. 
Conceito de tortura: 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" 
designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos 
agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou 
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de 
castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta 
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo 
baseado em discriminação de qualquer natureza; quando 
tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário 
público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, 
ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou 
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43 
aquiescência. Não se considerará como tortura as 
dores ou sofrimentos conseqüência unicamente de 
sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais 
sanções ou delas decorram. 
2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a 
restringir qualquer instrumento internacional ou 
legislação nacional que contenha ou possa conter 
dispositivos de alcance mais amplo.. 
A convenção é explicita e enfática em determinar que não 
somente em consequência de sanções legítimas (art. 1º da Convenção). 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 146 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - 
Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito 
internacional dos direitos humanos. 
Quando o Estado-parte reconhecer a competência do Comitê contra a 
Tortura para receber e processar petições individuais, devem ser sempre 
consideradas inadmissíveis as petições apócrifas. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Comitê contra a Tortura é o órgão formado por especialistas 
independentes (peritos) criado com o objetivo de controlar a aplicação, 
pelos Estados Partes, das disposições da Convenção. 
De acordo com o texto da Convenção: 
O Comitê será composto por dez peritos de elevada 
reputação moral e reconhecida competência em matéria 
de direitos humanos, os quais exerceram suas funções a 
título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados 
partes, levando em conta uma distribuição geográfica 
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eqüitativa e a utilidade da participação de algumas 
pessoas com experiência jurídica. 
Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde 
enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições do 
tratado (art. 19 da Convenção). Os relatórios são analisados pelo Comitê e 
discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o 
que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: 
salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para 
os quais recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas. 
As principais atribuições do Comitê: 
� Examinar os relatórios periódicos apresentados pelos 
Estados Partes; 
� Formular sugestões e recomendações gerais; 
� Instaurar inquéritos em caso de suspeita bem 
fundamentada da prática sistemática da tortura no 
território de um Estado Parte; 
� Analisar queixas apresentadas por Estados Partes ou 
particulares contra um Estado que tenha reconhecido a 
competência do Comitê para tal efeito. 
 
Atenção! O art. 22, parágrafo 2, da Convenção veda a 
recepção de comunicações anônimas ou que representem abuso de direito! 
 
Para ficar mais claro, transcrevemos o trecho do artigo 22 da 
Convenção contra a Tortura que prevê a citada proibição: 
ARTIGO 22 
(...) 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer 
comunicação recebida em conformidade com o presente 
Artigo que seja anônima, ou seu juízo, constitua abuso de 
direito de apresentar as referidas comunicações, ou que 
seja incompatível com as disposições da presente 
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Convenção. 
Esta é uma das poucas questões em que a expressão “sempre” 
de fato enuncia uma verdade absoluta. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 147 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público – 2013 - 
Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito 
internacional dos direitos humanos. 
A convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes estabelece garantias para o acusado da prática 
de tortura. 
 
COMENTÁRIOS: 
Aos acusados da prática de tortura são garantidos alguns 
direitos como o devido processo legal (garantias de tratamento justo em 
todas as fases do processo) conforme consta nos arts. 6º e 7º da 
Convenção. 
É o que estabelece os artigos 6º e 7º da Convenção a seguir 
expostos: 
ARTIGO 6° 
(...) 
3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1 
terá assegurada facilidades para comunicar-se 
imediatamente com o representante mais próximo do 
Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o 
representante do Estado de residência habitual. 
(...) 
ARTIGO 7° 
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46 
(...) 
3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos crimes 
previstos no artigo 4° receberá garantias de tratamento 
justo em todas as fases do processo. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 148 (DPE/RO - CESPE – Defensor Público – 2012 - 
Adaptada): A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de 
Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias: 
Não se aplica aos estrangeiros que se instalem, na qualidade de 
investidores, em um Estado-parte. 
 
COMENTÁRIOS: 
O âmbito de aplicação deste Tratado Internacional NÃO abarca 
os seguintes indivíduos (art. 3º): 
� Empregados ou enviados de organismos internacionais ou 
desempenhando funções diplomáticas; 
� Empregados de programas de desenvolvimento e noutros 
programas de cooperação; 
� Investidores; 
� Refugiados e apátridas (exceto se disposição em contrário 
em lei ou tratado internacional) 
� Estudantes e estagiários; 
� Marítimos e aos trabalhadores de estruturas marítimas 
sem autorização para residir ou exercer atividade 
remunerada no Estado de emprego. 
Isto está coerente com o artigo 3º da Convenção Internacional 
sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos 
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47 
Membros das suas Famílias que prevê expressamente: 
ARTIGO 3º 
A presente Convenção não se aplicará: 
(...) 
c) Às pessoas que se instalam num Estado diferente do 
seu Estado de origem na qualidade de investidores; 
Logo, os investidores não se incluem no conceito de trabalhador 
migrante protegido pela norma internacional em questão. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 149 (DPE/RO - CESPE – Defensor Público – 2012 - 
Adaptada): A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de 
Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias: 
Não faz qualquer distinção entre os trabalhadores migrantes documentados 
e os não documentados. 
 
COMENTÁRIOS: 
Os trabalhadores migrantes podem ser duas categorias (art. 5º 
da Convenção): 
• Documentados 
• Não documentados (situação irregular) 
O princípio fundamental que norteia as normas da Convenção 
internacional sobre trabalhadores migrantes e os membros de suas famílias 
é o princípio da não discriminação, conforme dispõe o art. 7º. 
O artigo 7º da Convenção Internacional sobre a Proteção dos 
Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas 
Famílias prevê que: 
ARTIGO 7º 
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48 
Os Estados Partes comprometem-se, em conformidade 
com os instrumentos internacionais relativos aos direitos 
humanos, a respeitar e a garantir os direitos previstos na 
presente Convenção para todos os trabalhadores 
migrantes e membros da suas famílias que se encontrem 
no seu território e sujeitos à sua jurisdição, sem distinção 
alguma, independentemente de qualquer consideração de 
raça, cor, sexo, língua, religião ou convicção, opinião 
política ou outra, origem nacional, étnica ou social, 
nacionalidade, idade, posição econômica, patrimônio, 
estado civil, nascimento ou de qualquer outra situação. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 150 (DPE/RO - CESPE – Defensor Público – 2012 - 
Adaptada): A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de 
Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias: 
Não admite restrição alguma à saída do trabalhador estrangeiro do Estado-
parte para o qual migrou. 
 
COMENTÁRIOS: 
Entre os principais direitos previstos na Convenção menciona-
se a: 
� Liberdade de locomoção, observada algumas restrições 
previstas na própria Convenção - direito de saída, retorno 
ao país de origem (art. 8º). 
O artigo 8º da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de 
Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias prevê 
que: 
ARTIGO 8º 
1. Os trabalhadores migrantes e os membros das suas 
famílias poderão sair livremente de qualquer Estado, 
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49 
incluindo o seu Estado de origem. Este direito somente 
poderá ser objeto de restrições que, sendo previstas 
na lei, constituam disposições necessárias para proteger

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