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Resumo de Constitucional de: Objetivos da República até Princípios estruturais. Se alguém quiser completá-lo ou melhorar algo, agradeço e aceito de volta. rs.

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Direito Constitucional – 2° bimestre:
Objetivos da República Federativa do Brasil:
Os princípios estão apenas no CAPUT do artigo 1° da CF. Sendo eles: República, Federação e Estado Democrático de Dto (Democracia e Estado de Direito). * Esses princípios estão voltados para a República, como governo, empresas, autarquias e os próprios cidadãos. São colocados logo no início por serem fundamentais, são os “princípios do princípio”. 
Princípios da República: res – publica – monarquia; Antigamente o Rei era dono dos bens do Estado, não havia nada “do povo”. Quando a Monarquia deu lugar à República, os bens passaram a ser públicos, do povo e para o povo. Durante a forma de governo monarca, o cargo era vitalício, apenas a morte ou a renúncia o tiraria Poder e o governante era escolhido por laços de sangue, geralmente o filho do Rei (...). Já na República, a substituição do governante é periódica e a escolha deste é feita de forma democrática com eleições. 
Princípios da Federação: A Federação é a forma de organização do Estado. Na qual, subdivide-se em: A) Unitário: Há um único governo, apenas uma pessoa ocupa o Poder; B) Confederação: Há uma união de Vários países. Nesta União são estabelecidos regras e objetivos comuns. Tais regras são escritas em um Trata Internacional, onde os países se submetem à cumpri-las, mas continuam com suas autonomias e Constituições fora do Tratado; C) Federação: A Federação também é uma União de países, porém os integrantes desta perdem suas soberanias e autonomias. As regras são escritas em uma Constituição da Federação. Na Federação, os Estados que compõe escrevem suas Constituições, mas estas são de Poder derivado, são limitados pela Constituição da Federação, que é a única que tem autonomia. Neste sistema existem duas formas de governo, o Governo Federal que trata de assuntos gerais da nação e o Governo Estadual que cuida dos interesses de casa região. Não existe hierarquia entre os governos; D) Estado Democrático de Direito: A Democracia pode ser direta (Voto, plebiscito ou referendo), onde o povo diretamente governa, ou indireta, o povo governa por meio de representantes. Para Aristóteles, existem 03 formas virtuosas de governo: Monarquia, um governa em benefício de todos; Aristocracia, os mais capazes governam o país; Democracia: todos governam em benefício geral. Entretanto, essas formas podem desvirtuar-se, sendo: Tirania: um governa em benefício próprio; Oligarquia, poucos tomam o poder e governam para si mesmos; Demagogia, todos governam, mas os benefícios são para uma parcela pequena da população; E) Estado de Direito: O Estado de Direito é viver sob o império da Lei, sob o princípio da legalidade, ser governado pela Lei e não por pessoas. No BR, não é qualquer Lei que trás consigo uma obrigação, apenas aquelas que estão de acordo com a CF. 
Fundamentos: Os Fundamentos são os alicerces da República, é a base que sustenta o país. Tais fundamentos dividem-se em: A) Soberania: Em seu plano interno, não existe poder superior ao da República dentro do país. E Em seu plano externo, há a isonomia das nações, igualdade no aspecto jurídico. O país é livre para decidir se irá submeter-se à uma corte ou assinar um tratado; B) Cidadania: Em seu aspecto amplo/geral, é o Dto que o indivíduo tem de ter direitos. O indivíduo é reconhecido pelo Estado e passa a ser destinatário dos serviços públicos. E em seu aspecto jurídico, cidadão é aquele que possui o Titulo Eleitoral, é quem participa das decisões do Governo, tem Dtos políticos. Uma criança de 03 anos não tem cidadania, mas sim nacionalidade; C) Dignidade da pessoa humana: A vida deve ser garantida como existência. A dignidade do ser humano é garantida com o mínimo de direitos ao indivíduo. Tais direitos essenciais como a vida, saúde, educação, segurança (...), garante o desenvolvimento pleno de cada ser individual. Caso o contrário, impede-se a exploração do potencial de cada um; D) Valores sociais do trabalho e livre iniciativa: O trabalho é caracterizado como Direito e Dever do ser humano. É um dto, pois é através dele que adquirimos dinheiro e os bens necessários para uma vida digna e com desenvolvimento pleno - decorre do dto à vida. Mas também é uma obrigação, pois temos uma divida com a sociedade por tudo aquilo que ela nos proporciona - tem valor social. E) Pluralismo Político: O Pluralismo é a existência de diversos partidos políticos. Todo grupo social tem direito de fundar seu próprio partido, desenvolvendo seus ideais e disputando eleições. 
Separação das funções do Poder: Todo o poder emana do povo. Ele é uno e indivisível. Os “Poderes” Legislativo, Executivo e Judiciário, são, na realidade, apenas funções do Poder Constituinte. Estas funções são executadas pelos representantes escolhidos pelo povo. Atualmente, adotamos a teoria de Montesquieu, “sistema de freios e contrapesos”, onde quem legisla não pode administrar e tampouco julgar. Esses órgãos existem de forma independente, mas, ao mesmo tempo, um deve fiscalizar o outro. Um 4° órgão seria o Ministério Público. 
Constituir uma sociedade livre, justa e solidária (...): Infelizmente, nunca chegaremos a uma sociedade plenamente livre; pois os cidadãos não têm noção de liberdade. Dificilmente alcançaremos o status de “justa”, sempre haverá aqueles que estão insatisfeitos, sentem-se injustiçados. E, por fim, a solidariedade é algo espontâneo, cultural, não existe como uma obrigação. 1) O desenvolvimento nacional abrange, também, o desenvolvimento econômico, científico, cultural, artístico, social, físico, em todos os aspectos gerais e materiais. 2) Quanto à erradicação da pobreza, o correto é erradicar a miséria. Não podemos excluir ninguém do convívio social, todos os brasileiros devem ser destinatários do serviço público. Reduzir a diferença entre ricos e pobres, e não em diferença de riqueza entre os estados. 3) Promover os bem a todos sem preconceito quanto a origem, raça, religião, sexo, idade. 
Independência nacional (III, IV e V): As nações devem ser independentes, não podem ser governadas por outra. Cada povo tem direito a se auto-determinar e fazer suas escolhas. Os Estados são iguais, um não pode invadir o outro para governar. O Brasil deve sempre garantir os dtos humanos e lutar pela prevalência destes. Os conflitos devem ser solucionados de forma pacífica, sem declarar guerra (a não ser que haja ataque). Devem ser procuradas Cortes Internacionais, Arbitragem e Tribunais Internacionais para a solução dos conflitos. A cooperação deve ser econômica e material. 
Direitos Fundamentais:
São Dtos fundamentais: um conjunto institucionalizado de dtos e garantias do ser humano, quem têm por finalidade básica o respeito à dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do Poder Estatal e o estabelecimento de condições mínimas e desenvolvimento da personalidade humana. (Alexandre Morais) 
Dtos fundamentais são: a concessão história de dignidade da pessoa humana (Norberto Bobbio).
Para José Afonso da Silva: 5° dtos individuais, o homem como indivíduo. Para os Americanos, são chamados Dtos Civis. Autonomia/liberdade do indivíduo em relação ao Estado. É o dto que temos de não sofrer intromissão por parte do Estado em nossas vidas. Liberdade de Religião, crença, de ir e vir, de opinião, dto de propriedade, etc. 5° e 8° dtos coletivos, é o dto individual de expressão coletiva. Existe a necessidade da pluralidade de participantes, greves, etc. 12 dto de nacionalidade, surge da ligação do indivíduo com determinada nação. 14 dtos políticos, o homem como cidadão , dto de participar do governo do Estado, direitos de cidadania. 6° e 193 seg dtos sociais, o ser humano em sua relação com a sociedade, educação, segurança, saúde (...). 
À todo o dto corresponde uma ação que o assegure (garantia). O dto sem garantia não existe na prática. Para Rui Barbosa: Dtos são normas declaratórias e as normas são normas assecuratórias. Para J.J.Canotilho e Jorge Miranda: os direitos representam por si só certos bens jurídicos, como a vida, liberdade,intimidade, propriedade, honra, etc. O dto é o principal, ele permite a realização das pessoas, são declarados, podem ser individuais ou coletivos e representam um fim . As garantias asseguram o exercício de certos bens jurídicos, são acessórias e trazem possibilidade de realização pessoalç dos cidadãos. Garantias são estabelecidas e representam um meio para se chegar a esse fim. 
Para José Alves da Silva: Garantias gerais – não são jurídicas, não estão na lei. Apresentam a própria economia do país, a ordem econômica, condições sociais e a realidade política. Garantias Constitucionais – são aquelas escritas na Constituição. Subdividem-se em gerais e especiais; gerais- atinge a todos os direitos fundamentais, evita o abuso do poder público, separação de poderes, estado democrático de direito. E as especiais – habeas corpus, direito de liberdade, habeas data, direito de informação, mandado de segurança, direito líquido e certo.
Princípio da máxima eficácia (interpretada de maneira extensiva). Nossa CF limitou como “destinatários” brasileiros e estrangeiros residentes. Porém, o estrangeiro de passagem também é destinatário, assim como a pessoa jurídica, Então, os destinatários são todos aqueles que dependem do ordenamento jurídico brasileiro. 
Era dos deveres e Estados absolutistas: Na Era do Deveres não havia uma declaração de dtos dirigida a todos os seres humanos. Era privilégio de poucos (nobres, alto clero...) . Além do Monarca, o indivíduo só possuía deveres, não tinha direitos. 
A idéia de um Estado absoluto é substituída por um Ideal Liberal. A força foi substituída pela república, constitucionalismo, poder emanado do povo, democracia. Surge então a 1° Geração. Dtos individuais, pois cada pessoa exerce o seu próprio direito, negativo pois impede o estado de agir contra o indivíduo. São a liberdade de locomoção, dto de ir e vir, de expor seus ideais, liberdade de escolha de religião, dto de propriedade, dto de comprar, vender, contratar. O conceito de igualdade entende-se o de igualdade formal. A Lei é a única aplicada a todos. Todos são iguais perante a Lei. (Aqui, retira-se o Estado). 
Extingue-se a intromissão do Estado e surgem duas classes sociais: burguês capitalista e proletariado. Questão social: exploração de uma classe social pela outra.
Surge então a Revolução socialista na Rússia, Coréia do Norte, Cuba... Para combater isso, surge a igualdade (material), a 2° Geração. Toda a propriedade passa a ter uma responsabilidade social. Na igualdade formal, significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de formar desigual. Surgem os dtos coletivos que são as prestações. As pessoas passam a ter direitos de prestar serviços. Para igualar as classes, criamos direito para hiposuficientes, garantindo salário, segurança, descanso para o trabalhador e deveres ao empregador. Com a volta do Estado é atribuída obrigação de prestar serviços públicos (saúde, cultura, segurança , moradia e etc). Para a melhora, o Estado precisa aumentar de tamanho, cobrando mais impostos. Desta forma, quanto mais dinheiro no Estado, maior a chance de corrupção, desvio, e assim o Estado torna-se caro e uma hora chega à falência. 
O final da 2° WW é considerado o marco da 3° Geração. Em 1948surge a ONU. Direitos de fraternidade e solidariedade são difusos. Os países mais avançados têm obrigação de ajudar os mais pobres. É na 3° Geração que surge a diversidade, a paz, a conservação do meio ambiente, pluralidade. Surge também o estado democrático de direito. Atualmente, a dificuldade é retirar as coisas boas dos estados liberais e sociais. 
O marco da 4° Geração é a queda do Muro de Berlim. É onde temos a democracia direta e o direito à informação, os direitos também são difusos. 
Características e principiologia dos Direitos Fundamentais: 
Para José A. Silva – historicidade: Os dtos fundamentais são conquistas históricas. Surge em um determinado momento, fraco se desenvolve e pode vir eventualmente a desaparecer. 
Imprescritibilidade: O dto não prescreve, a passagem do tempo não faz com que o dto desapareça. Não deixa-se de ser titular de direito por nunca ter feito uso dele . Geralmente os direitos fundamentais existem apenas para previsão normativa. 
Inalienabilidade: Não podem ser alienados, não possuem conteúdo econômico patrimonial. Não podem ser transferidos a titulo gratuito e oneroso, a qualquer terceiro. 
Não podem ser renunciados.
Para alxandre Moraes: Este autor fala de todos, excluindo historicidade e acrescentando inviolabilidade, os dtos fundamentais são invioláveis por ato normativo ou ato administrativo ; universalidade, os dtos fund são universais; efetividade, os dtos fundamentais devem ser eficazes e existir no mundo real, não podem existir apenas como previsão normativa; complementalidade, eles se completam, um ato de dto depende do outro para se tornar efetivo; irterdependência, os dtos dependem um do outro a lesão a um repercute a todos os demais. 
Grau de Abstração: o princípio é o mais abstrato pois, fala soberania, cidadania, dignidade, há muitos conceitos. A regra é mais correta.Princípio -> regra -> fato.
O princípio que vai orientar o legislativo quando as regras forem escritas; fundamentos das fontes de dto: Proximidade da idéia dto, princípio, pois a regra nem sempre é justa. Há normas que são apenas instrumentais. Natureza normogenética, princípio que orienta o legislativo e o juiz na hora da hermenêutica. A regra deve estar repleta de princípio. 
Diferenças qualitativas entre normas, princípios e regras: 
A regra é ou não é cumprida, ela é tudo ou nada. Não é meio termo. As regras se excluem, deve-se usar a interpretação para decidir a melhor solução. A regra só admite discussão de validade. Não admite discussão te peso. Ex: o sujeito cometeu um crime, ou ele é condenado, ou é absolvido, não tem meio termo. 
O principio admite vários graus de concretização. Ele pode ser mais ou menos realizado. Ex: o princípio da dignidade da pessoa humana; não é cumprido totalmente. No sul/sudeste temos mais acesso a serviços públicos, maior qualidade de vida, no Norte/Nordeste, a qualidade de vida é reduzida, sendo cumprido parcialmente, pois todos têm direito à dignidade. Os princípios coexistem entre si. Ex: para garantir a segurança, é necessário que alguns sejam privados de sua liberdade. Temos o princípio da segurança e também o direito de ir e vir. Então, deve-se ter uma harmonia. Admitem discussão de validade e peso; se for constitucional é válido, se ele vale, terei que discutir qual o peso dele para tal situação, ele pode ser mais ou menos aplicado dependendo do caso específico. Ex: uma biografia não autorizada, o escritor tem a liberdade de expressão e outro tem o direito à privacidade. O juiz deve analisar, usando os princípios, qual a situação do caso concreto. Talvez ele permita ou não a publicação do livro, dependendo do contexto. 
O subsistema dos direitos fundamentais: a Constituição é a norma máxima e abaixo delas estão as normas insfraconstitucionais. Dentro do ordenamento jurídico temos o sistema de princípios e regras. Os princípios dão nascimento as regras. Aí, temos princípio como início, tendo função normogenética. A regra é produzida pelo legislador, e este tem base os princípios. O princípio atinge o caso mediatizado pela regra. A regra é aplicada pelo julgador, o juiz. O juiz retorna os princípios e plica-os à regra. O principio é usado pelo legislador para criar as regras, orienta na produção normativa, e tbm orienta p juiz na aplicação da regra, tendo duas funções. Quando o juiz aplica a regra, esta és impreguinada de princípios; ela não é abstrata, é carregada de princípios. Portanto, o ordenamento jurídico é um sistema de princípios e regras.
Os direitos fundamentais está no art 5°, tendo seus princípios, formando um subsistema dentro do ordenamento, com princípios específicos. 
Os direitos fundamentais são divididos em: 
Axiológicos supremos, “princípios principais supremos”, liberdade, igualdade e fraternidade. A liberdadepública, que é a liberdade de autonomia, é o fato de que a lei é única coisa que nos obriga a algo, não sendo qualquer lei, somente lei democraticamente criada; liberdade privada, é a defesa do indivíduo contra a interferência do estado, são os direitos individuais (...). Igualdade formal, perante a lei, não existe privilegio; igualdade material, tratar os iguais de forma igual e desiguais de forma desigual, na proporção da desisgualdade, buscar uma igualdade real entre das pessoas. Fraternidade, que é a solidariedade, ajuda mútua, auxílio às necessidades, saúde, assistência social, educação, cultura. 
Princípios estruturais: irreversibilidade, um direito fundamental não pode Ser anulado, se torna uma clausula pétrea, uma conquista histórica, é irreversível.

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