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Circuitos Digitais Flip-Flops 1 Flip - Flops Introdução Os circuitos combinacionais são aqueles onde as saídas dependem apenas dos níveis lógicos colocados nas entradas. A mesma combinação de entrada sempre produzirá o mesmo resultado na saída, porque os circuitos combinacionais não possuem memória. A maioria dos sistemas digitais é composta tanto por circuitos combinacionais como de elementos de memória. O elemento de memória mais importante é o flip-flop. Flip-Flop R-S (Reset – Set) O circuito básico do flip-flop R-S é mostrado na fig. 1: Fig. 1: Circuito lógico do flip-flop R-S O circuito acima mostra que o estado futuro das saídas Q e Q dependem de R e S e também do estado atual dessas saídas. Isso é mostrado na tabela 1. Circuitos Digitais Flip-Flops 2 Caso S R Qatual Qfuturo futuro Q Nos casos 0 e 1, com S = 0 e R = 0, as saídas Q e Q’ permaneceram inalteradas (memória). Nos casos 2 e 3, com S = 0 e R = 1, a saída Q foi para 0 e Q’ foi para 1. Nos casos 4 e 5, com S = 1 e R = 0, a saída Q foi para 1 e Q’ foi para 0. Nos casos 6 e 7, com S = 1 e R = 1, as saídas Q e Q’ foram para 1, ocasionando um problema, já que as saídas Q e Q’ devem ser complementares. Uma tabela simplificada e o símbolo do flip-flop R-S são mostrados na fig. 2: Fig. 2: Tabela verdade e simbologia do flip-flop R-S O circuito do flip-flop R-S também pode ser implementado usando portas NOR. Flip-Flops com Clock Circuitos que utilizam clock são chamados de circuitos síncronos. Muitos flip-flops utilizam um sinal de clock para determinar o momento em que suas saídas mudarão de estado. O sinal de clock é comum para todas as partes do circuito. Normalmente, o sinal de clock é uma onda quadrada e durante uma transição positiva (nível 0 para nível 1) ou transição negativa (nível 1 para nível 0) a saída poderá mudar de estado. Fig. 3: Simbologia de flip-flops com clock na transição de subida e descida Circuitos Digitais Flip-Flops 3 Tempos de Setup e Hold Os tempos de setup e hold são parâmetros que devem ser observados para que o flip-flop possa trabalhar de modo confiável. O tempo de setup, ts, corresponde ao intervalo no qual as entradas devem permanecer estáveis antes da transição do clock. O tempo de hold, th, corresponde ao intervalo no qual as entradas devem permanecer estáveis depois da transição do clock. Os tempos de setup e hold mínimos devem ser respeitados para o funcionamento confiável do flip-flop. Fig. 4: Tempos de setup e hold Flip-Flop R-S com Clock O símbolo do flip-flop R-S com clock é mostrado na fig. 5: Fig. 4-5: Flip-flop R-S com clock Circuitos Digitais Flip-Flops 4 O circuito interno é mostrado na fig. 6: Fig. 6: Circuito lógico interno do flip-flop R-S com clock O detector de transição é um circuito que habilitará, por alguns instantes, as entradas SET e RESET, durante a transição de CLOCK. O circuito típico de um detector de transição é mostrado na fig. 7: Fig. 7: Circuitos detectores de transição positiva e negativa Os tempos dos pulsos de CLK* correspondem aos tempos de atraso da porta NOT, em torno de 5 ns. Circuitos Digitais Flip-Flops 5 Flip-Flop J-K O símbolo do flip-flop J-K é mostrado na fig. 8: Fig. 8: Flip-flop J-K A operação do flip-flop J-K é semelhante à do flip-flop R-S. A diferença é que o flip- flop J-K não possui a condição proibida, ou seja, J = K = 1. Nessa situação, a saída será complementada (valor anterior será invertido). O circuito interno do flip-flop J-K é mostrado na fig. 9: Fig. 9: Circuito lógico interno do flip-flop J-K Flip-Flop D O símbolo do flip-flop D é mostrado na fig. 10: Fig. 10: Flip-flop D Circuitos Digitais Flip-Flops 6 O circuito interno do flip-flop D é mostrado na fig. 11: Fig. 11: Circuito lógico interno do flip-flop D Latch D O símbolo lógico do latch D é mostrado na fig. 12. Diferentemente do flip-flop D, o latch D possui uma entrada EN. Quando esta entrada estiver habilitada, a saída é a cópia da entrada. Se ela estiver desabilitada, a saída não mudará. Fig. 12: Latch D O circuito interno é mostrado na fig. 13: Fig. 13: Circuito interno do latch D Entradas Assíncronas Todas as entradas dos flip-flops até agora vistos dependem do sinal de clock. Estas entradas são chamadas entradas síncronas. Em muitos flip-flops existem outras entradas que são chamadas entradas assíncronas, ou seja, não dependem do sinal de clock para atuarem. Circuitos Digitais Flip-Flops 7 Essas entradas são usadas para colocar o flip-flop no estado “0” ou “1”, a qualquer instante. A tabela 2 mostra as entradas assíncronas: Para a operação normal do flip-flop, as entradas PRESET e CLEAR devem estar em “1”. A qualquer momento, podemos forçar a saída Q a ser “0” ou “1”. A última combinação não pode ser usada, já que é contraditória. A fig. 14 mostra as entradas assíncronas de um flip-flop J-K: Fig. 14: Simbologia do flip-flop J-K com as entradas assíncronas Características de Temporizações dos Flip-Flops As seguintes características de tempo devem ser respeitadas para o funcionamento correto dos flip-flops: - Tempos de Setup e Hold – Correspondem aos intervalos de tempo em que a entrada deve permanecer estável, antes e depois da transição do clock. - Atrasos de Propagação – Na mudança de estado da saída, sempre haverá um atraso entre a aplicação de um sinal na entrada e o momento que a saída muda. Circuitos Digitais Flip-Flops 8 Fig. 15: Atrasos de propagação - Freqüência Máxima de Clock, fmax – Esta é a freqüência mais alta que pode ser aplicada no flip-flop, de modo a dispará-lo confiavelmente. - Tempos de Duração do Clock em ALTO e BAIXO – O tempo de duração do clock em nível ALTO, tw(H), e o tempo de duração em nível BAIXO, tw(L), são mostrados na figura abaixo. Fig. 16: Tempos de duração de clock em ALTO e BAIXO - Largura dos Pulsos Assíncronos – Assim como foram definidas larguras mínimas de pulsos para o clock, as entradas assíncronas PRESET e CLEAR também possuem larguras mínimas de pulsos para uma operação correta. Fig. 17: Larguras mínimas de pulsos assíncronos Circuitos Digitais Flip-Flops 9 - Tempos de Transição do Clock – Para garantir o funcionamento correto do flip- flop, o tempo de transição do clock deve ser o menor possível. Para dispositivos TTL, esse tempo é ≤ 50 ns e para dispositivos CMOS, ≤ 200 ns. Circuitos Integrados de Flip-Flops Alguns circuitos integrados de flip-flops são mostrados abaixo: - 7474 – Duplo flip-flop D disparado por borda (TTL); - 74LS112 – Duplo flip-flop J-K disparado pela borda (TTL); - 74C74 – Duplo flip-flop D disparado pela borda (CMOS); - 74HC112 – Duplo flip-flop J-K disparado pela borda (CMOS). Circuitos Digitais Flip-Flops 10 Problemas de Temporização em Flip-Flops Um problema de temporização que poderá ocorrer em sistemas que utilizam flip-flops é mostrado na fig. 18: Fig. 18: Problemas de temporização em flip-flopsComo o clock é o mesmo para os dois flip-flops, para que o circuito funcione adequadamente, o tempo de hold de Q2, th, deve ser menor que o atraso de propagação de Q1. Flip-Flops Mestre/Escravo Antes do desenvolvimento de flip-flops com tempo de hold muito pequeno, os problemas de temporização vistos anteriormente eram solucionados utilizando-se flip- flops mestre/escravo. Os flip-flops mestre/escravo são constituídos de dois flip-flops, um disparado na transição de subida do clock (mestre) e o outro na descida do clock (escravo). Na borda de subida do clock, os níveis presentes nas entradas do flip-flop determinam a saída do mestre. Na borda de descida do clock, os níveis das saídas do mestre são passados para o escravo, ou para a saída do flip-flop. Circuitos Digitais Flip-Flops 11 Dispositivos Schmitt-Trigger A principal característica de um circuito Schmitt-Trigger é mostrada na fig. 19: Fig. 19: Comparação entre um inversor comum e um inversor Schmitt - Trigger A fig. 19 mostra um inversor comum sendo acionado por um sinal com tempo de transição longo. Em circuitos comuns, a saída pode oscilar à medida que o sinal de entrada passa pela faixa de transição. Ainda na fig. 19, vemos que em um circuito com entrada Schmitt - Trigger a saída não produzirá oscilações. Esse circuito funciona da seguinte forma: a entrada está em nível BAIXO resultando nível ALTO na saída. A saída só irá para nível BAIXO quando a entrada ultrapassar o valor VT+ (tensão de limiar superior). Nessas condições, se quisermos que a saída volte a ser ALTO, devemos aplicar uma tensão de entrada menor do que VT- (tensão de limiar inferior). Dispositivos Schmitt-Trigger são especialmente usados em circuitos onde os sinais de entrada variam lentamente (ondas senoidais, sinais de sensores, etc). As especificações de VT+ e VT- dependem do tipo de componente, mas VT- é sempre menor do que VT+. Circuitos Geradores de Clock A maioria dos sistemas digitais utiliza algum circuito gerador de clock. Dentre essas aplicações podemos ter algumas que utilizam um sinal de clock sem a exigência de precisão. Outras, porém, a precisão é fundamental. Existem vários tipos de Circuitos Digitais Flip-Flops 12 osciladores que podem gerar pulsos de clock para sistemas digitais. Os menos precisos e menos estáveis (dependendo da aplicação) utilizam resistores e capacitores. Os mais precisos e estáveis utilizam cristais de quartzo e com freqüências muito maiores do que os circuitos que utilizam resistores e capacitores como geradores de clock. Oscilador Schmitt-Trigger Um típico gerador de clock usando dispositivos Schmitt-Trigger é mostrado na figura abaixo: Fig. 20: Circuito de um oscilador utilizando inversor Schmitt-Trigger Temporizador 555 como Oscilador O circuito integrado 555 também pode ser usado como gerador de clock. A figura abaixo mostra isso: Fig. 21: Circuito de um oscilador utilizando o temporizador 555 Circuitos Digitais Flip-Flops 13 Osciladores a Cristal de Quartzo A principal característica dos osciladores a cristal de quartzo, é sua estabilidade e precisão quanto à freqüência de oscilação. A figura seguinte mostra circuitos osciladores que utilizam cristais de quartzo. Fig. 22: Circuitos de osciladores a cristal
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