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Aula 10 - Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
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Aula 10 – Ordem social. 
Olá! 
Chegamos na última aula do nosso curso, que abrange assuntos menos 
cobrados em concursos, tais como: seguridade social; educação, cultura e 
desporto; ciência e tecnologia; comunicação social; meio ambiente; família, 
criança, adolescente e idoso; índios. Ademais, em direito constitucional 
(quando tais temas são cobrados), as questões limitam-se a exigir do 
candidato o conhecimento da literalidade. 
Vejamos a distribuição do nosso conteúdo. 
1 – Seguridade Social 
2 – Educação 
3 – Cultura 
4 - Desporto 
5 – Meio Ambiente 
6 - Ciência e Tecnologia 
7 – Comunicação Social 
8 – Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso 
9 – Índios 
Veja como são muitos assuntos! A fim de aumentar o universo de exercícios 
comentados, nesta aula recorrei a questões de outras bancas também, quando 
necessário. Mas, quando se cobra a literalidade, não existe diferença entre as 
bancas examinadoras. 
Boa aula! 
Como já vimos, no século XX, a sociedade começa a exigir que o Estado 
promova ações que assegurassem a todos condições dignas de existência. E, a 
partir de então, as Constituições passam a dispor sobre formas de atuação na 
área econômica e social. 
No nosso caso em particular, a idéia de uma Constituição social materializa-se 
no Título VIII da CF/88, denominado ordem social. Esse título aborda vários 
assuntos (seguridade social, educação, cultura, desporto, meio ambiente, 
família, índios, ciência e tecnologia). 
Segundo José Afonso da Silva, o título da ordem social e os direitos 
fundamentais constituem o núcleo substancial do regime democrático. 
Nesse sentido, nos termos do art. 193 da CF, a ordem social tem como base o 
primado do trabalho, e como objetivos o bem-estar e a justiça social. 
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Sintetizando: 
 
E isso já é importante, pois cai em concursos. Assim, saiba diferenciar base e 
objetivos. 
Ainda segundo José Afonso da Silva, isso implica que as relações econômicas e 
sociais do país devem propiciar trabalho e condição de vida adequada ao 
trabalhador e à sua família, e que a riqueza produzida no país, para gerar 
justiça social, há de ser distribuída de forma equânime. 
Podemos começar com uma questão? 
(CESPE/CONSULTOR/SENADO/2002) Acerca da ordem social nos termos da 
Constituição da República de 1988, julgue os itens subseqüentes. 
1) (CESPE/CONSULTOR/SENADO/2002) A ordem social disposta na 
Constituição de 1988 tem como base a harmonia entre capital e trabalho. 
Observe que a questão ateve-se ao texto da Constituição, cobrando 
essencialmente a memorização do art. 193. 
A base da ordem social é o primado do trabalho, portanto errada a questão. 
Na realidade, a harmonia entre capital e trabalho está na Constituição como 
um dos fundamentos do Estado brasileiro (os valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa). 
Item errado. 
 
1 – Seguridade Social 
A Seguridade Social está disciplinada entre os artigos 194 e 204 da CF/88. Ela 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa: (i) dos Poderes 
Públicos e (ii) da sociedade. 
Além disso, destina-se a assegurar os direitos relativos à: 
I) à saúde, disciplinada nos arts. 196 a 200 da CF; 
II) à previdência, disciplinada nos arts. 201 e 202; e 
III) à assistência social, disciplinada nos arts. 203 e 204. 
Atenção! É comum as bancas atribuírem à seguridade social como um todo 
características que são específicas da previdência, como o caráter contributivo, 
por exemplo. Não caia nessa! 
Na verdade, o caráter contributivo é característica apenas da previdência 
social, como se depreende do art. 201 da CF: 
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“A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial.” 
Nesse sentido, a CF dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado 
(art. 196) e que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social (art. 203). 
De acordo com o parágrafo único do art. 194 da CF/88, compete ao poder 
público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos 
seguintes objetivos: 
I) Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento 
Enquanto a universalidade da cobertura refere-se às situações (riscos) 
cobertas pelo sistema (doença, invalidez, velhice etc.), a universalidade de 
atendimento determina que o sistema atenda a todos que dele precisarem 
(independentemente de condição econômica ou classe social). 
II) Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços 
às populações urbanas e rurais 
Proíbe discriminações legais arbitrárias entre populações urbanas e rurais (têm 
igualmente direito aos mesmos benefícios e serviços). 
III) Princípio da seletividade e distributividade na prestação dos 
benefícios e serviços 
O princípio da seletividade relaciona-se à priorização das situações cobertas 
a fim de fornecer atendimento efetivo a quem mais precisa (trata-se do rol de 
prestações, da escolha dos serviços e benefícios prestados). O princípio da 
distributividade direciona benefícios e serviços aos mais necessitados, 
funcionando como redutor de desigualdades sociais. 
Ou seja, os princípios da seletividade e da distributividade funcionam como 
instrumentos de promoção da igualdade social, em consonância com o 
princípio da solidariedade, que autoriza tratamento desigual aos menos 
favorecidos como forma de melhoria em suas condições de vida. 
IV) Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios 
Concedido o benefício, surge para o segurado o direito de não tê-lo reduzido 
em seu valor nominal. 
V) Princípio da equidade na forma de participação no custeio 
O princípio da equidade relaciona-se com as noções de justiça e igualdade na 
forma de custeio. Assim, as contribuições devem ser estabelecidas de acordo a 
capacidade econômica. Quem pode mais paga mais, quem pode menos paga 
menos. 
VI) Princípio da diversidade da base de financiamento 
A diversidade da base de financiamento prestigia o princípio da solidariedade, 
uma vez que responsabiliza diversos setores da sociedade pelo financiamento 
do sistema de seguridade. Assim, as fontes de recursos são variadas, uma vez 
que provêm dos orçamentos dos entes federados e de contribuições sociais 
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sobre empregadores, empresas, trabalhadores, receita de concursos de 
prognósticos e importadores de bens ou serviços do exterior. 
VII) Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados. 
Impõe a organização da seguridade social segundo um sistema descentralizado 
e democrático. 
O esquema abaixo apresenta a estruturação da seguridade social, segundo a 
CF/88. 
Sintetizando: 
 
 
2) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 
PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A seguridade social tem por finalidade 
assegurar exclusivamente os direitos relativos à saúde, mediante um 
conjunto integrado de ações de iniciativa tanto do poder público como da 
sociedade. 
A Seguridade Social está disciplinada no art. 194 daCF. A seguridade social 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa: (i) dos Poderes 
Públicos e (ii) da sociedade. 
Além disso, destina-se a assegurar os direitos relativos à: 
I - saúde; 
II – previdência; e 
III - assistência social. 
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Entraremos em cada um desses aspectos logo a seguir. Mas, por enquanto, é 
relevante saber que a seguridade social compreende todos os três. Assim, 
errada a questão. 
Item errado. 
3) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) Compete ao poder público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com base no caráter 
democrático e descentralizado da administração, mediante gestão bipartite 
e com a participação dos trabalhadores e dos empregadores. 
De acordo com o § único do art. 194 da CF compete ao poder público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos objetivos listados 
nos incisos de I a VII e apresentados no esquema anterior. 
Um desses objetivos refere-se ao caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com participação (nos órgãos 
colegiados): 
I - dos trabalhadores; 
II - dos empregadores; 
III - dos aposentados; e 
IV - do Governo. 
Item errado. 
4) (CESPE/CONSULTOR/SENADO/2002) Entre os objetivos da seguridade 
social, em face de recente processo de flexibilização, já não mais se inclui 
a universalização de cobertura e atendimento. 
Outro objetivo do sistema de seguridade social é o da universalização da 
cobertura e do atendimento (art. 194, § único, I). 
Com essas duas questões foi possível observar a necessidade de se memorizar 
os objetivos da seguridade social. 
Item errado. 
5) (CESPE/OAB/2007) A seguridade social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social, as quais exigem caráter contributivo. 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos: 
I - à saúde, disciplinada nos arts. 196 a 200 da CF; 
II - à previdência, disciplinada nos arts. 201 e 202; e 
III - à assistência social, disciplinada nos arts. 203 e 204. 
É errado, porém, dizer que a seguridade social exige caráter contributivo. Na 
verdade, o caráter contributivo é característica apenas da previdência social, 
como se depreende do art. 201 da CF: 
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“A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial.” 
Atenção! É comum as bancas atribuírem à seguridade social como um todo, 
características que são específicas da previdência, como o caráter contributivo. 
Não caia nessa! 
Aliás, a CF dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196) 
e que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social (art. 203). 
Item errado. 
6) (CESPE/AGENTE/PF/2004) A seguridade social, que pode ser definida 
como o conjunto de ações integradas, de iniciativa dos poderes públicos e 
da sociedade, destinadas exclusivamente a assegurar direitos relativos à 
previdência social e à assistencial social, tem como um dos objetivos que 
fundamentam sua organização a diversidade da base de financiamento. 
Mais uma vez o CESPE fez uma questão restringindo a seguridade social a uma 
ou duas de suas vertentes. Não caia nessa! A seguridade social compreende 
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos: (i) à saúde, (ii) à 
previdência e (iii) à assistência social. 
Um dos objetivos que fundamentam a organização da seguridade social é 
realmente a diversidade da base de financiamento. 
Item errado. 
7) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2004) As ações propositivas de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade que asseguram os direitos 
relacionados à saúde, à educação, à assistência social e à previdência 
constituem o conceito de seguridade social, conforme estabelecido no 
título da Ordem Social da Constituição Federal. 
Os direitos relativos à educação não se encontram entre os componentes da 
seguridade social, que abrange apenas saúde, previdência e assistência social. 
Item errado. 
 
1.1 - Financiamento da Seguridade Social 
O art. 195 da CF explicita como se dará o financiamento da seguridade social. 
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais: (...)” 
As formas de financiamento decorrem: (i) do orçamento dos entes federados; 
e (ii) de contribuições sociais. Nesse sentido, há participação do governo, 
das empresas e dos trabalhadores no custeio da seguridade social, segundo 
o princípio da diversidade da base de financiamento. 
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É importante conhecer as formas de financiamento da seguridade social 
apresentadas no art. 195. Segue abaixo um esquema que pode ajudá-lo a 
memorizar esses aspectos, o que não substitui a necessidade de você conhecer 
o próprio teor do art. 195. 
Sintetizando: 
 
Além dessas fontes de financiamento, lei complementar poderá instituir 
outras destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. 
Mas observe um detalhe previsto no § 6°: essa instituição de novas 
contribuições deverá respeitar a chamada anterioridade nonagesimal. É 
dizer que só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado. 
Por outro lado, não estarão sujeitas à anterioridade do exercício financeiro (CF, 
art. 150, III, “b”), podendo ser cobradas no mesmo exercício em que tenham 
sido instituídas, desde que respeitados os 90 dias. 
Devemos destacar duas imunidades previstas nesse art. 195. As contribuições 
sociais para a seguridade social não poderão incidir sobre: 
I - aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social (CF, art. 195, II); 
Anote-se, aqui, uma importante diferença em relação ao regime próprio de 
previdência dos servidores públicos, previsto no art. 40 da Constituição 
Federal: os proventos e as pensões concedidas sob o regime próprio de 
previdência dos servidores públicos sofrem a incidência de contribuição 
previdenciária (CF, art. 40, § 18), ao passo que a aposentadoria e a pensão 
concedidas pelo regime geral de previdência para os trabalhadores em geral 
estão imunes à incidência de contribuição. 
II - entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei (CF, art. 195, § 7°). 
Destaque-se que a pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade 
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público 
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios (CF, art. 195, § 
3°). 
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É de se observar ainda que nenhum benefício ou serviço da seguridade social 
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de 
custeio total (CF,art. 195, § 5°). 
8) (CESPE/ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA/MPS/2010) A CF 
prevê, expressamente, como fonte de financiamento para a seguridade 
social, a contribuição social da empresa incidente sobre o lucro. 
O art. 195 da CF explicita como se dará o financiamento da seguridade social. 
Assim, a seguridade social será financiada por toda a sociedade mediante 
recursos provenientes: (i) dos orçamentos dos entes federados; e (ii) de 
contribuições sociais. Segundo a CF, incidirá contribuição social sobre o lucro 
das empresas (CF, art.195, I, “c”). 
Item certo. 
9) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Sobre a receita de 
concursos de prognósticos incide contribuição social destinada a financiar 
a seguridade social. 
Segundo a CF, incidirá contribuição social sobre a receita de concursos de 
prognósticos (CF, art.195, III). 
Item certo. 
10) (CESPE/TÉCNICO SOCIAL COM FORMAÇÃO EM SERVIÇO 
SOCIAL/SEAD/CEHAP/PB/2008) A seguridade é um sistema de cobertura 
de contingências sociais destinado a todos os que se encontram em estado 
de necessidade, não restringindo os benefícios nem aos contribuintes nem 
à perda da capacidade laborativa. 
A seguridade social não se restringe ao atendimento aos contribuintes ou 
àqueles que tenham perdido sua capacidade de trabalho. A saúde, por 
exemplo, é direito de todos (CF, art. 196) e a assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social 
(CF, art. 203). 
Item certo. 
11) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/2008) 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
exclusivamente os direitos à previdência social. 
A seguridade não se restringe à previdência social. Ela abrange também a 
saúde e a assistência social (CF, art. 194). 
Item errado. 
12) (CESPE/ESCRIVÃO/PF/2004) É possível a criação de benefício da 
seguridade social sem indicação da correspondente fonte de custeio total 
caso esse benefício seja classificado como atividade essencial do Estado. 
Segundo o art. 195, § 5°, nenhum benefício ou serviço da seguridade social 
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de 
custeio total. 
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Item errado. 
13) (CESPE/ESCRIVÃO/PF/2004) Uma das formas de financiamento da 
seguridade social é a contribuição social incidente sobre a receita de 
concursos de prognósticos. 
Já vimos as formas de financiamento da seguridade social, de acordo com o 
art. 195 da CF. Entre elas destaca-se a contribuição sobre a receita de 
concursos de prognósticos (art. 195, III). 
Item certo. 
14) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A seguridade social foi 
constitucionalmente dividida em normas sobre saúde, previdência social e 
assistência social. 
Como já vimos, a seguridade social divide-se em saúde, previdência social e 
assistência social. 
Item certo. 
15) (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/TO/2005) Por disposição expressa 
da Constituição Federal, quaisquer normas reguladoras das contribuições 
sociais instituídas para o financiamento da seguridade social somente 
podem entrar em vigor após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei respectiva. 
Somente estão submetidas à anterioridade nonagesimal (art. 195, § 6°) as leis 
que venham instituir ou aumentar contribuições sociais, já que trata do 
princípio da não-surpresa. Ou seja, não são quaisquer normas reguladoras do 
tema. 
Como exemplo, podemos apresentar a súmula 669 do STF, que estabelece que 
a norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não 
se sujeita ao princípio da anterioridade. 
Item errado. 
 
1.2 – Saúde 
Vejamos alguns aspectos relativos ao direito à saúde. Segundo nossa 
Constituição, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
Portanto, como já visto, a saúde é uma das vertentes da seguridade social que 
não exige contribuição, podendo qualquer um se dirigir à rede hospitalar 
pública e requerer atendimento. 
De acordo com o art. 197, as ações e serviços de saúde são de relevância 
pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica 
de direito privado. 
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As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Atenção! Você deve ficar atento para a Emenda Constitucional 63/2010, que 
dispõe sobre piso salarial profissional nacional e diretrizes para os Planos de 
Carreira de agentes comunitários de saúde e de agentes de combate às 
endemias. 
Assim, de acordo com a nova redação dada ao § 5° do art. 198 da CF/88: 
“§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial 
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a 
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de 
combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar 
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.” 
O art. 199 estabelece a forma de participação da iniciativa privada no sistema 
de saúde. Assim, as instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante 
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
A assistência à saúde é livre às instituições privadas, que poderão participar de 
forma complementar do SUS. Todavia, o § 2° do art. 199 veda a destinação de 
recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
O § 3° do art. 199 veda a participação direta ou indireta de empresas ou 
capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos 
em lei. 
Segundo o § 4°, a lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a 
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, 
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de 
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
Quanto a esse último aspecto, você deve ter em mente aquela importante 
decisão do Supremo Tribunal Federal, já comentada no nosso curso. O Tribunal 
julgou constitucional o art. 5° da Lei federal 11.105/2005 (Lei da 
Biossegurança), que permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de 
células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por 
fertilização in vitro e não usados no respectivo procedimento. Nesse caso, 
entendeu o STF que deveria prevalecer o direito à saúde e o direito à livre 
expressão da atividade científica (ADI 3.510, 28 e 29-5-08). 
Vejamos algumas questões. 
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16) (CESPE/ADMINISTRADOR/MTE/2008) Casouma clínica privada 
especializada em transplante de medula óssea pretenda estender os seus 
serviços para o atendimento à população carente, nesse caso, ainda que 
essa clínica integre o Sistema Único de Saúde, não poderá receber 
recursos públicos para auxílios ou subvenções se tiver fins lucrativos. 
A assistência à saúde é livre às instituições privadas, que poderão participar de 
forma complementar do SUS. Todavia, o § 2° do art. 199 veda a destinação 
de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições 
privadas com fins lucrativos. 
Item certo. 
17) (CESPE/AGENTE/PF/2004) As instituições privadas podem participar de 
forma complementar do Sistema Único de Saúde mediante contrato de 
direito público ou convênio. 
Segundo o art. 199, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, sendo 
que o § 1° estabelece que as instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante 
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
Item certo. 
18) (CESPE/TCE-PE/2004) A disciplina constitucional da saúde permite que, no 
âmbito do Sistema Único de Saúde, o poder público colabore com 
quaisquer instituições privadas prestadoras de serviços de saúde, 
mediante a destinação de auxílios e subvenções, conforme o caso. 
É permitido que as instituições privadas participem de forma complementar do 
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito 
público ou convênio. Nesse caso, terão preferência as entidades filantrópicas e 
as sem fins lucrativos, sendo vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Ou seja, não serão quaisquer instituições que poderão receber auxílios e 
subvenções, apenas aquelas que não tiverem fins lucrativos. 
Item errado. 
19) (CESPE/TCE-PE/2004) O direito à saúde, na Constituição da República, é, 
em certa medida, tratado como uma manifestação do princípio da 
igualdade. 
Essa é mais uma ótima questão do CESPE, em que é realizada uma abordagem 
sistemática da Constituição. Nesse caso, a assertiva apresenta uma interação 
entre o direito à saúde e o princípio da igualdade, realmente existente na 
Constituição. 
Primeiramente, o art. 6° estabelece a saúde como um dos direitos sociais da 
pessoa. Já no art. 5° a constituição estatui que todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza. 
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Assim, em homenagem a esses dois comandos fundamentais do Estado 
brasileiro, na ordem social, a saúde é apresentada como direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem 
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação 
(art. 196). 
Item certo. 
20) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A Constituição Federal 
impõe ao poder público a obrigação de garantir aos cidadãos o acesso 
universal e igualitário a ações e serviços de saúde. 
A assertiva traz a regra prevista no art. 196 da CF, segundo o qual a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção 
e recuperação. 
Item certo. 
21) (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/TO/2005) A instituição de um 
sistema único de saúde, por meio de uma rede regionalizada e 
hierarquizada, está prevista na Constituição Federal, devendo tal sistema 
ser organizado de acordo com as diretrizes de descentralização, 
atendimento integral e participação da comunidade. 
A questão cobra do candidato o conhecimento do art. 198 da CF. 
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único. 
A organização desse sistema deve seguir as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Item certo. 
22) (CESPE/PROCURADOR/PGE/PI/2008) A lei disporá sobre as condições e os 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias 
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a 
coleta, o processamento e a transfusão de sangue e seus derivados, sendo 
vedado todo tipo de comercialização. 
A questão limita-se a reproduzir o art. 199, § 4°, segundo o qual a lei disporá 
sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e 
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem 
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo 
vedado todo tipo de comercialização. 
Item certo. 
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Para terminarmos os aspectos constitucionais relacionados à saúde, cabe 
destacar que ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei (CF, art. 200): 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de 
saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
 
1.3 – Previdência Social 
A previdência social é uma espécie de seguro social que tem por finalidade 
atender às pessoas contra infortúnios que elas possam ter ao longo de sua 
vida (como doenças, invalidez, acidentes etc.). Em resumo, como qualquer 
seguro, a pessoa recolhe determinada quantia regularmente e tem a proteção 
contra esses riscos. 
Ou seja, a previdência tem um caráter contributivo. Com isso, os 
benefícios não são assegurados a todos os cidadãos. 
Outro aspecto é o de que para funcionar o sistema, tem de haver mais pessoas 
contribuindo a fim de se formar um montante suficiente para sustentar os 
benefícios. Assim, outra característica da previdência é o fato de ela ser 
obrigatória. 
Lembre-se ainda de que a previdência social tem dois regimes distintos: o 
regime geral (art. 201 da CF) e o regime próprio dos servidores públicos (art. 
40). 
É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de 
segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência 
(CF, art. 201, § 5º). 
 
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É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, 
ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade físicae quando se tratar de segurados 
portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar (CF, art. 
201, § 1º). 
Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do 
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo (CF, art. 
201, § 2º). 
Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício 
serão devidamente atualizados, na forma da lei (CF, art. 201, § 3º). Assim, é 
assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei (CF, art. 201, § 
4º). 
A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor 
dos proventos do mês de dezembro de cada ano (CF, art. 201, § 6º). 
É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos 
da lei, obedecidas as seguintes condições (CF, art. 201, § 7º): 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de 
contribuição, se mulher; 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos 
os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia 
familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 
Os requisitos a que se refere o inciso I serão reduzidos em cinco anos, para o 
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio 
(CF, art. 201, § 8º). 
cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e 
idade avançada 
proteção à maternidade, especialmente à gestante 
proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário 
salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda 
pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao 
cônjuge ou companheiro e dependentes 
PREVIDÊNCIA 
SOCIAL 
organizada sob a forma de regime 
geral, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados 
critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, 
nos termos da lei, a: 
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Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de 
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, 
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão 
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei (CF, art. 201, § 9º). 
Segundo o § 10 do art. 201 da Constituição, caberá à Lei disciplinar a 
cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente 
pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. 
Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao 
salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão 
em benefícios, nos casos e na forma da lei (CF, art. 201, § 11). 
Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a 
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem 
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que 
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de 
valor igual a um salário-mínimo (CF, art. 201, § 12). Esse sistema especial 
terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do 
regime geral de previdência social (CF, art. 201, § 13). 
23) (CESPE/TÉCNICO SOCIAL COM FORMAÇÃO EM SERVIÇO 
SOCIAL/SEAD/CEHAP/PB/2008) A previdência social tem como objetivo 
básico assegurar determinados benefícios a todos os cidadãos. Tais 
benefícios destinam-se a cobrir eventos de doenças, invalidez e morte, 
proteger a maternidade, proteger o trabalhador em situação de 
desemprego, entre outros. 
A previdência social é uma espécie de seguro social que tem por finalidade 
atender às pessoas que contribuíram (nesse sentido, os benefícios não são 
assegurados a todos os cidadãos). 
Item errado. 
24) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Mesmo que um servidor 
público federal possua regime próprio de previdência social, ele poderá ser 
contribuinte facultativo do regime geral de previdência social. 
Como vimos, há dois regimes de previdência: (i) geral; e (ii) próprio dos 
servidores públicos. 
O art. 201, § 5º, veda o ingresso de pessoa participante do Regime Próprio de 
Previdência Social na qualidade de segurado facultativo do Regime Geral da 
Previdência Social. 
Por outro lado, há a possibilidade de inscrição facultativa de pessoa não 
participante de nenhum regime, como a dona de casa que não recebe 
nenhuma forma de remuneração, por exemplo. 
Item errado. 
25) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A previdência social tem 
como uma de suas finalidades amparar as pessoas reconhecidamente 
hipossuficientes, prestando-lhes auxílio em casos de doença, invalidez, 
morte e idade avançada. 
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Já vimos as finalidades da previdência social anteriormente. Observa-se entre 
elas, a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada 
(art. 201, I). 
Item certo. 
26) (CESPE/Defensor Público/DPGE/2007) Embora não conste expressamente 
no título que trata da ordem social na Constituição Federal, o princípio da 
solidariedade é postulado fundamental para a compreensão do regime 
financeiro da previdência social brasileira, representado de maneira 
evidente pelo pacto das gerações, característica dos sistemas de 
repartição. 
Cheguei a mencionar que para o sistema de previdência social funcionar é 
necessário que haja muita gente contribuindo a fim de se formar um montante 
suficiente para sustentar os benefícios. Daí decorre o seu caráter obrigatório, 
expresso no art. 201. 
A isso se refere a assertiva, ao mencionar o princípio da solidariedade. De 
maneira simples, podemos dizer que quem contribui hoje ajuda a formar um 
montante de recursos que pode sustentar a aposentadoria de outras pessoas 
que já não podem trabalhar. Daqui a alguns anos outras pessoas estarão 
contribuindo para sustentar a aposentadoria dessa mesma pessoa que 
contribui hoje e por aí vai... 
Item certo. 
27) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) Para efeito de aposentadoria, é 
assegurada a contagem, de forma autônoma, do tempo de contribuição na 
administração pública ou na atividade privada, rural e urbana, não sendo 
lícita a compensação financeira entre os dois sistemas. 
A questão está em desacordo com o § 9° do art. 201, já que a contagem do 
tempo de contribuição é realizada de forma recíproca, havendo compensação 
entre os sistemas. 
Nos termos da CF, para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem 
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade 
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de 
previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios 
estabelecidos em lei. 
Item errado. 
 
Por fim, cabe comentar como a Constituição disciplina a previdência privada, 
de caráter complementar. 
Segundo o art. 202, o regime de previdência privada, de caráter complementar 
e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência 
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o 
benefício contratado, e regulado por lei complementar. Essa lei assegurará ao 
participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o 
pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. 
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As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais 
previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de 
previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, 
assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a 
remuneração dos participantes, nos termos da lei (CF, art. 202, § 2°). 
Segundo o § 3º do art. 202 da CF/88, é vedado o aporte de recursos a 
entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de 
patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal 
poderá exceder a do segurado. 
Por fim, cabe destacar que Lei complementar: 
I) disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, 
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e 
empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de 
entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades 
fechadas de previdência privada (CF, art. 202, § 4°); aplicando-se, no que 
couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação 
de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de 
previdência privada (CF, art. 202, § 5°); e 
II) estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias 
das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos 
participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses 
sejam objeto de discussão e deliberação (CF, art. 202, § 6°). 
28) (CESPE/DELEGADO/PF/2004) É vedado à União, pela Constituição Federal, 
qualquer tipo de aporte de recursos a entidade de previdência privada, 
sendo a desobediência a essa determinação considerada crime contra a 
ordem social. 
Segundo o art. 202, § 3°, como regra é vedado o aporte de recursos a 
entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas. 
Todavia, existe uma exceção para a condição de patrocinador, situação na 
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do 
segurado. 
Item errado. 
29) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) É vedado o aporte de recursos a 
entidade de previdência privada pela União, pelos estados, pelo DF e pelos 
municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas, ainda que na qualidade de 
patrocinador. 
Apesar de, como regra, ser vedado o aporte de recursos a entidade de 
previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e 
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outras entidades públicas, existe uma exceção. Trata-se da possibilidade de 
contribuição na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese 
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado (art. 202, § 
3°). 
Item errado. 
 
1.4 – Assistência Social 
O art. 203 da CF apresenta os objetivos da assistência social, sendo um deles 
a promoção da integração ao mercado de trabalho. O esquema abaixo organiza 
as informações constantes no art. 203. 
 
 
 
As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com 
recursos do orçamento da seguridade social, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades 
beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis (CF, art. 
204). 
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à 
inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita 
tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
o amparo às crianças e adolescentes carentes 
a promoção da integração ao mercado de trabalho 
a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária 
a garantia de um 
salário mínimo de 
benefício mensal 
ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
Prestada a quem dela 
precisar, 
independentemente de 
contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: 
que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família 
I - à pessoa portadora 
de deficiência 
II - ao idoso 
a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice 
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II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados (CF, art. 204, parágrafo único). 
30) (CESPE/ADMINISTRADOR/MTE/2008) A promoção da integração ao 
mercado de trabalho é um objetivo da assistência social. 
De fato, esse é um dos objetivos da assistência social (CF, art. 203, III). 
Item certo. 
31) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Suponha que Maria, de 25 
anos de idade, possua deficiência que a incapacita ao trabalho e que, na 
casa em que mora, com a mãe e mais cinco irmãos, a renda familiar seja 
de um salário mínimo. Nessa situação, Maria tem direito a benefício da 
assistência social, no valor de um salário mínimo por mês, mesmo na 
hipótese de jamais ter contribuído para a seguridade social. 
Muito interessante a situação hipotética apresentada na questão. Pelo art. 203 
um dos objetivos da assistência social consiste na garantia de um salário 
mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência que comprove 
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família. Observe que Maria enquadra-se nessa situação, visto que nem ela 
pode trabalhar, nem sua família tem condições de sustentá-la. 
Ademais, ainda segundo o art. 203, a assistência social independe de 
contribuição, sendo prestada a quem dela precisar. Assim, não há óbice em 
que Maria receba benefício sem ter jamais contribuído para a seguridade 
social. 
Item certo. 
32) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A Constituição Federal 
estabelece que a assistência social deve ser prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. 
Observe essa característica da assistência social, muito cobrada pelo Cespe. 
Diferentemente da previdência social, que tem caráter contributivo, a 
assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social (art. 203). Não vá errar isso, hein! 
Item certo. 
33) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) As ações governamentais na 
área da assistência social são realizadas com recursos do orçamento da 
seguridade social, sendo proibida a obtenção de recursos de outras fontes. 
O financiamento da seguridade social será realizado por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de 
contribuições sociais. 
O art. 195 lista entre os incisos de I a IV a competência tributária discriminada 
para instituição de contribuições sociais para a seguridadesocial. Essas 
contribuições serão materializadas pela edição de lei ordinária. 
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Já o § 4° do art. 195 institui a competência residual, que possibilita à União, 
por meio de lei complementar, criar outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social. 
Aliás, aqui vale destacar o seguinte: para a instituição de contribuições sobre 
as materialidades já previstas nos incisos do art. 195 da Constituição, a 
Constituição só exige lei ordinária; já para a União utilizar-se de sua 
competência residual para a instituição de outras fontes destinadas a 
manutenção ou expansão da seguridade social, exige-se a edição de lei 
complementar (art. 195, § 4º). 
Item errado. 
(CESPE/OAB/2007) Josias foi aposentado por invalidez, por ter contraído o 
vírus da AIDS, e não tem condições econômicas de custear o seu tratamento, 
já que os custos com medicação e as despesas de seu filho de 10 anos de 
idade ultrapassam o valor de seus proventos de aposentadoria. Considerando a 
situação hipotética acima, julgue os itens à luz da ordem social e do 
entendimento do STF. 
34) (CESPE/OAB/2007) As ações de assistência social devem ser prestadas a 
Josias, independentemente de suas condições econômicas, pelo fato de ele 
ser pai de uma criança. 
Vimos que a assistência social independe de contribuição, mas depende das 
condições econômicas do destinatário. 
De acordo com o art. 203, as ações de assistência social serão prestadas a 
quem delas necessitar. Além disso, entre seus objetivos podemos destacar: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
e 
II - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a 
lei. 
Item errado. 
35) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) A assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, desde que o interessado seja contribuinte da 
seguridade social. 
De acordo com a CF, a assistência social não tem caráter contributivo. 
Portanto, será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social. 
Você acertou essa, não é? Depois de tanto repetir, tomara que ela caia no seu 
concurso e você acerte lá também... RS 
Item errado. 
(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) Diante de uma 
reportagem jornalística que apontava os maus-tratos sofridos por idosos em 
um asilo, os quais não tinham condições de se locomover para um hospital, o 
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MP resolveu firmar com o município um termo de ajustamento de conduta, no 
qual esse ficaria responsável por dissolver a associação responsável por 
administrar aquele estabelecimento privado, bem como proporcionar uma nova 
sede e transporte público coletivo a todos aqueles que ali se encontravam 
internados. Solicitou, por fim, a abertura de inquérito policial para apurar o 
fato. Conforme foi verificado pela própria associação, a responsabilidade pelos 
maus-tratos aos idosos foi imputada a um associado, que foi 
compulsoriamente excluído da associação. Considerando a situação hipotética 
acima, julgue os itens de acordo com o tratamento constitucional do idoso e os 
direitos e garantias individuais. 
36) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) A liberdade 
de associação não é um direito fundamental absoluto, devendo guardar 
relação com outros direitos, como o da dignidade da pessoa humana e da 
proteção aos idosos. Dessa forma, agiu corretamente o MP ao buscar a 
dissolução da referida associação, a qual demonstrou não ter condições de 
administrar o asilo. 
Realmente, a liberdade de associação, assim como os demais direitos 
fundamentais, não tem natureza absoluta, devendo guardar relação com 
outros direitos. Até aí a questão está correta. 
Todavia, não pode o MP dissolver a associação, pois se trata de reserva de 
jurisdição. 
A Constituição garante a plena liberdade de associação para fins lícitos, 
exigindo decisão judicial a suspensão das suas atividades ou a dissolução 
compulsória, exigindo-se o trânsito em julgado nesse último caso. 
Item errado. 
37) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) A CF 
garante, conforme dispuser a lei, o benefício assistencial mensal, de um 
salário mínimo, à pessoa idosa, desde que esta comprove não possuir 
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 
Segundo o art. 203, V, a assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, 
garantindo-se um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Item certo. 
 
2 – Educação 
A Constituição estabelece a educação como direito de todos e dever do 
Estado e da família. E será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF, art. 205). 
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38) (FCC/PROCURADOR/PGE-MT/2011) A educação é direito de todos, dever 
exclusivo do Estado e será promovida e incentivada com a colaboração da 
família do educando. 
A questão está errada, pois se trata de dever também da família e será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. 
Item errado. 
 
Pois bem, vimos que a Educação é dever do Estado. O art. 208 da CF/88 
demonstra como esse dever será efetivado. Vamos dar uma olhada. 
“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para 
todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; 
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos 
de idade; 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde.” 
Ainda tratando a educação como direito de todos e dever do Estado (e da 
família), a Constituição fixa regra de que o acesso ao ensino obrigatório e 
gratuito é direito público subjetivo (CF, art. 208, § 1º). 
Por consequência, o não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder 
público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade 
competente (CF, art. 208, § 3º). 
Por fim, destaque-se que, nos termos do art. 208, § 3º da CF/88, compete ao 
poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a 
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. 
Tente resolver, agora, estas questões. 
39) (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/AP/2009-adaptada) Nos termos da 
Constituição da República, o dever do Estado com a educação será 
efetivado mediante a garantia de 
a) educação infantil, em crechee pré-escola, às crianças até seis anos de 
idade. 
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b) progressiva universalização do ensino fundamental gratuito. 
c) ensino médio obrigatório e gratuito, assegurada inclusive sua oferta 
gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria. 
d) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino. 
A alternativa “a” está incorreta, pois a educação infantil, em creche e pré-
escola, é garantida às crianças até 5 (cinco) anos de idade (CF, art. 208, IV). 
Guarde bem essa idade de cinco anos, pois se trata de alteração realizada 
pela EC 53/2006. Por isso, não é raro cair em concursos. 
A alternativa “b” está incorreta. Na realidade, garante-se a progressiva 
universalização do ensino médio gratuito (CF, art. 208, II). 
A alternativa “c” está incorreta, pois fica assegurada a educação básica 
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, 
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram 
acesso na idade própria (CF, art. 208, I). 
A alternativa “d” está correta. De fato, garante-se atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular 
de ensino (CF, art. 208, III). 
Gabarito: “d” 
40) (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/RS/2011) É direito público subjetivo o 
acesso ao ensino obrigatório e gratuito, tanto que o não oferecimento do 
ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa 
responsabilidade da autoridade competente. 
De fato, o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo 
(CF, art. 208, § 1º). Portanto, o não-oferecimento do ensino obrigatório pelo 
poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade 
competente (CF, art. 208, § 3º). 
Item certo. 
41) (FCC/ANALISTA/MPU/2007) O Estado deve garantir progressiva 
universalização do ensino médio gratuito. 
O dever do Estado com a educação será efetivado também mediante a 
garantia de progressiva universalização do ensino médio gratuito (CF, art. 208, 
II). 
Item certo. 
42) (IADES/Analista Jurídico/PG/DF/2011) Os portadores de deficiência devem 
ter, preferencialmente, atendimento educacional em rede própria 
especializada de ensino. 
Muito pelo contrário! A Constituição garante atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino (CF, art. 208, III). 
Item errado. 
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2.1 - Princípios do ensino 
Adicionalmente, a Constituição estabelece os princípios com base nos quais o 
ensino será ministrado (CF, art. 206). Vale a pena memorizá-los. 
São eles: 
“I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a 
arte e o saber; 
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma 
da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público 
de provas e títulos, aos das redes públicas; 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade; 
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação 
escolar pública, nos termos de lei federal. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores 
considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para 
a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” 
Um detalhe importante: você pode observar a educação é direito de todos e 
dever do Estado e que a Constituição garante a gratuidade do ensino público. 
Ok. Mas isso não significa que não haja espaço para a iniciativa privada. 
Em primeiro lugar, a coexistência de instituições públicas e privadas é 
um dos princípios do ensino (CF, art. 206, III). 
Adicionalmente, a Constituição estabelece que o ensino é livre à iniciativa 
privada, atendidas as seguintes condições (CF, art. 209): 
I) cumprimento das normas gerais da educação nacional; 
II) autorização e avaliação de qualidade pelo poder público. 
Cabe destacar ainda que os recursos públicos serão destinados às escolas 
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais 
ou filantrópicas, definidas em lei, que (CF, art. 213): 
I) comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação; 
II) assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, 
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de 
suas atividades. 
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Esses recursos poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino 
fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem 
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da 
rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público 
obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade 
(CF, art. 213, § 1°). 
Também as atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber 
apoio financeiro do Poder Público (CF, art. 213, § 2°). 
Observe como tudo é decorrência de uma diretriz maior: o ensino como direito 
de todos e dever do Estado (e da família)! 
Vejamos agora algumas questões sobre o tema. 
43) (FCC/Procurador/PGE-MT/2011) A coexistência de instituições públicas e 
privadas é princípio do ensino, cuja gratuidade é assegurada em 
estabelecimentos oficiais e particulares, observadas neste caso as 
condições estabelecidas em lei 
De fato, a coexistência de instituições públicas e privadas é um dos princípios 
do ensino (CF, art. 206, III). 
Todavia, a assertiva está incorreta. Ora, o princípio correto fala em 
gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, e não nos 
particulares (CF, art. 206, IV). 
Item errado. 
44) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-AL/2010) Com relação à Educação, é 
correto afirmar que o ensino será ministrado com base, dentre outros, no 
princípio da 
a) onerosidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. 
b) heterogeneidade de condições para o acesso e permanência na escola. 
c) obrigatoriedade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber. 
d) unicidade de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino. 
e) gestão democrática do ensino público, na forma da lei. 
Mais uma questão para ser respondida com base nos princípios do ensino, nos 
termos do art. 206. 
A alternativa “a” está incorreta, pois a Constituição fala em gratuidade do 
ensino público em estabelecimentos oficiais (CF, art. 206, IV). 
A alternativa “b” está incorreta, afinal a Constituição defende a igualdade de 
condições para o acesso e permanência na escola (CF, art. 206, I). 
A alternativa “c” está incorreta. A Constituição assegura a liberdade de 
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (CF, 
art. 206, II). 
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A alternativa “d” está incorreta. Ora,ao contrário, pretende-se garantir é o 
pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas (CF, art. 206, III). 
A alternativa “e” está correta, pois a gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei é, de fato, um dos princípios do ensino (CF, art. 206, VI). 
Gabarito: “e” 
45) (FCC/Procurador/PGE-MT/2011) O ensino é livre à iniciativa privada, 
atendidas as condições de cumprimento das normas gerais da educação 
nacional e autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. 
O ensino é livre à iniciativa privada (CF, art. 209). Nesse caso, devem ser 
atendidas as seguintes condições: 
I) cumprimento das normas gerais da educação nacional; 
II) autorização e avaliação de qualidade pelo poder público. 
Item certo. 
46) (FCC/Procurador/PGE-MT/2011) Os recursos públicos serão destinados às 
escolas públicas, cabendo à lei definir as hipóteses em que poderão ser 
dirigidos à iniciativa privada. 
É importante ficar atento aos detalhes. 
Segundo a Constituição, os recursos públicos serão destinados às escolas 
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas, definidas em lei, que (CF, art. 213): 
I) comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros 
em educação; 
II) assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, 
filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso de encerramento de 
suas atividades. 
Observa-se que não há previsão de direcionamento de recursos públicos para 
escolas privadas. 
Item errado. 
47) (FCC/Procurador/PGE-MT/2011) Os recursos públicos poderão ser 
destinados a bolsas de estudo para o ensino médio e superior, quando 
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da 
residência do educando. 
Vimos que os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo 
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas 
em lei e que cumpram certos requisitos. 
Pois bem, admite-se também que os recursos públicos sejam destinados a 
bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, 
para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de 
vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do 
educando, ficando o poder público obrigado a investir prioritariamente na 
expansão de sua rede na localidade (CF, art. 213, § 1º). 
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Cabe destacar, por fim, que as atividades universitárias de pesquisa e 
extensão poderão receber apoio financeiro do poder público (CF, art. 213, § 
2º). 
Item errado. 
 
2.2 - Organização do Ensino 
O art. 211 da CF/88 trata da organização do ensino. Assim, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de 
colaboração seus sistemas de ensino. 
Na organização de seus sistemas de ensino, os entes federados definirão 
formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino 
obrigatório (CF, art. 211, § 4°). Deve-se considerar ainda que a educação 
básica pública deverá atender prioritariamente ao ensino regular (CF, art. 213, 
§ 5°). 
I) União: (i) organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios; (ii) 
financiará as instituições de ensino públicas federais; e (iii) exercerá, em 
matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir 
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do 
ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios. 
II) Estados e DF: atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. 
III) Municípios: atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na 
educação infantil. 
 
2.3 - Conteúdos 
O art. 210 estabelece algumas diretrizes relativas a conteúdos de ensino. 
Com efeito, a Constituição exige que sejam fixados conteúdos mínimos 
para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum 
e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. 
Em respeito à laicidade do Estado brasileiro, fica estabelecido que o ensino 
religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários 
normais das escolas públicas de ensino fundamental (CF, art. 210, § 1º). 
Guarde isto: o ensino religioso é de matrícula facultativa. 
E em homenagem aos valores culturais nacionais, a Constituição prevê que o 
ensino fundamental regular seja ministrado em língua portuguesa, assegurada 
às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e 
processos próprios de aprendizagem (CF, art. 210, § 2º). 
48) (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ/AP/2009) Nos termos da Constituição da 
República, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de ensino religioso, de matrícula obrigatória onde for ministrado, 
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como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino 
fundamental. 
A assertiva está incorreta, pois o ensino religioso é de matrícula facultativa, 
como é natural em um Estado laico como o brasileiro (CF, art. 210, § 1°). 
Item errado. 
 
2.4 - Universidades 
As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa 
e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 
A elas é facultada a possibilidade de admitir professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei. (CF, art. 207, § 1°). 
Sobre universidades, cabe ainda comentar algo relevante. Vimos que um dos 
princípios constitucionais da educação é a gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais. Apesar disso, era bastante comum as 
universidades federais cobrarem taxa de matrícula obrigatória – o que era um 
absurdo. 
Diante de inúmeras ações judiciais tratando do assunto, o STF entendeu por 
bem pacificar a contenda editando uma súmula vinculante: 
"A cobrança de taxa de matrícula nas Universidades Públicas viola o disposto 
no artigo 206, inciso IV, da Constituição Federal" (Súmula Vinculante 12). 
49) (COPEVE-UFAL/ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO/UFAL/2011) As 
universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de 
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 
A questão está correta, e se limita a reproduzir o caput do art. 207 da CF/88. 
Item certo. 
 
2.5 - Plano Nacional de Educação 
Segundo a Constituição, as principais diretrizes do ensino devem estar 
definidas em um Plano Nacional de Educação, de duração decenal. 
Com efeito, nos termos do art. 214, a lei estabelecerá o plano nacional de 
educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema 
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, 
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e 
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por 
meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas 
federativas que conduzam a: 
I) erradicação do analfabetismo; 
II) universalização do atendimento escolar; 
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III) melhoria da qualidade do ensino; 
IV) formação para o trabalho; 
V) promoção humanística, científica e tecnológica do País. 
VI) estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação 
como proporção do produto interno bruto. 
 
2.6 - Financiamento da Educação 
Segundo oart. 212 da CF/88, a União aplicará, anualmente, nunca menos de 
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por 
cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Para efeito desse cálculo, a parcela da arrecadação de impostos transferida 
pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados 
aos respectivos Municípios, não é considerada receita do governo que a 
transferir. 
Ainda no que se refere ao financiamento, a Constituição estabelece as 
seguintes regras: 
I) a distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento 
das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, 
garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de 
educação (CF, art. 212, § 3º); 
II) os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde 
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de 
contribuições sociais e outros recursos orçamentários (CF, art. 212, § 4º); 
III) a educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a 
contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da 
lei (CF, art. 212, § 5º); 
IV) as cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do 
salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos 
matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino (CF, 
art. 212, § 6º). 
Agora, o ideal é resolvermos questões relacionadas a esses assuntos. 
50) (FCC/PROCURADOR/PGE-AM/2010) Contraria as normas constitucionais 
que dispõem sobre educação, 
a) a aplicação, pelos Estados, de trinta por cento da receita resultante de 
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção 
e desenvolvimento do ensino. 
b) a instituição de ensino municipal gratuito de nível superior. 
c) o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino. 
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d) o ensino religioso, de matrícula obrigatória, nas escolas públicas de 
ensino fundamental. 
e) a exigência de autorização e avaliação de qualidade das instituições 
privadas de ensino pelo poder público. 
A alternativa “a” não contraria a Constituição. O caput art. 212 da CF/88 exige 
que a União aplique, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da 
receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Portanto, guarde isto: a União, no mínimo, 18%; e os demais entes, no 
mínimo, 25%. 
Observe que é “no mínimo”. Como a questão fala na aplicação de 30%, ela 
respeita (e não contraria) a Constituição. 
A alternativa “b” também está de acordo com a Constituição, pois a existência 
de ensino superior municipal gratuito não a contraria. A Constituição 
estabelece a seguinte divisão: 
I) os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na 
educação infantil (CF, art. 211, § 2º). 
II) os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino 
fundamental e médio (CF, art. 211, § 3º). 
Mas observe que se trata de uma divisão de prioridades, não havendo vedação 
a que os municípios ou estados atuem no ensino superior. 
A alternativa “c” está de acordo com a Constituição, pois, de fato, o dever do 
Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na 
rede regular de ensino (CF, art. 208, III). 
A alternativa “d” contraria a Constituição, na medida em que menciona a 
obrigatoriedade do ensino religioso. Já vimos que o ensino religioso será de 
matrícula facultativa e constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental (CF, art. 210, § 1º). 
A alternativa “e” está de acordo com a Constituição. O ensino é livre à 
iniciativa privada, atendidos (i) o cumprimento das normas gerais da educação 
nacional; e (ii) a autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público (CF, 
art. 209). 
Gabarito: “d” 
51) (CESPE/PROCURADOR/AL/ES/2011) Em se tratando de educação, a CF é 
expressa ao dispor que os recursos públicos são destinados às escolas 
públicas, não podendo ser direcionados às escolas comunitárias. 
Nos termos do art. 213, os recursos públicos serão destinados às escolas 
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas, definidas em lei, que: 
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I) comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros 
em educação; 
II) assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, 
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de 
suas atividades. 
Item errado. 
52) (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Um dos princípios que regem o ensino é a 
garantia de padrão de qualidade. 
De fato, entre os princípios que regem o ensino está a garantia de padrão de 
qualidade, expressamente prevista no art. 206, VII da CF/88. 
Item certo. 
53) (FCC/ANALISTA/MPU/2007) O ensino é livre à iniciativa privada não sendo 
necessária autorização do Poder Público. 
Realmente o ensino é livre à iniciativa privada. Mas devem ser atendidos o 
cumprimento das normas gerais da educação nacional, a autorização do 
Poder Público e a avaliação de qualidade também pelo Poder Público (CF, art. 
209). 
Item errado. 
54) (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Os municípios atuarão prioritariamente na 
educação infantil e no ensino médio. 
Na verdade, os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e 
na educação infantil (CF, art. 211, § 2º). 
Item errado. 
55) (FMP-RS/Auditor Público Externo/TCE-RS/2011) Um dos princípios que 
regem a organização do ensino público é a garantia de um piso salarial 
nacional aos profissionais da educação escolar pública, piso que deve ser 
fixado por lei federal. 
De fato, um dos princípios do ensino está consubstanciado na garantia de um 
piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar 
pública, nos termos de lei federal (CF, art. 206, VIII). 
Item certo. 
56) (FMP-RS/Auditor Público Externo/TCE-RS/2011) Nos âmbitos da educação 
infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, os recursos públicos 
serão destinados exclusivamente às escolas públicas. 
Na verdade, os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, 
podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas, definidas em lei, que (i) comprovem finalidade não-lucrativa e 
apliquem seus excedentes financeiros em educação; e (ii) assegurem a 
destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou 
confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades 
(CF, art. 213). 
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Item errado. 
57) (FMP-RS/Auditor Público Externo/TCE-RS/2011) A iniciativa privada 
poderá atuar livremente no ensino, independentemente de autorização do 
Poder Público, observadas as normas gerais da educação nacional. 
Realmente o ensino é livre à iniciativa privada, observadas as normas gerais 
da educação nacional. Todavia, a questão está incorreta, pois o ensino privado 
depende de autorização avaliação de qualidade por parte do Poder Público 
(CF, art.209). 
Item errado.

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