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Christiano Cassetari Direitos Personalidade (aula 2)

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Continuação de Direitos da Personalidade 
 
Art. 16 - Nome: é compreendido por prenome (é o que individualiza a pessoa na sociedade. Pode 
ser simples ou composto) e por sobrenome (identifica a qual família a pessoa pertence). Ainda, 
apresenta-se o apelido (alcunha). A lei de Registros Públicos permite a inclusão da alcunha a seu 
nome. Outrossim, é possível ter também o agnome (partícula que diferencia pessoas que têm o 
mesmo nome e sobrenome. ex.: júnior, Filho, Neto, Segundo). 
 
Atualmente, tanto o homem como a mulher, no momento do casamento, podem adotar o 
sobrenome de seu cônjuge. Por força do presente artigo, essa inclusão é considerada uma doação, 
passando a integrar a personalidade do cônjuge. Com o divórcio este é quem decide se continuará 
usando ou não o sobrenome do outro Cônjuge. Vale ressaltar que pode ocorrer a inclusão do nome 
do companheiro, entretanto, nesse caso, deve ser requerido judicialmente. 
Em regra, o nome é imutável, salvo na hipótese deste causar exposição ao ridículo (situação 
vexatória), sendo viabilizada a respectiva mudança por ação judicial. Outrossim, há essa 
possibilidade quando ocorrer o erro de grafia (art. 110 da lei de Registros Públicos autoriza 
retificação do nome em âmbito administrativo). 
Ademais disso, o nome pode ser mudado nos casos de reconhecimento de paternidade, adoção. 
Na hipótese de homonímia é viável a mudança, assim como para promover a proteção de 
testemunha ou em caso de inclusão do sobrenome do padrasto ou madrasta (Lei Clodovil). 
Por fim, o art. 56 da lei de Registro Públicos prevê tal possibilidade pelo prazo de uma ano, depois 
de completada a maioridade, para os casos que não se têm os motivos elencados anteriormente. 
 
Art. 17 - Vedação ao emprego do nome em questão de desprezo ou situação vexatória; 
Art. 18 - Proibição da vinculação de nome alheio em propaganda comercial, sem sua autorização; 
art. 19 - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
Art. 20 - Possibilidade de requerimento proibindo a exposição de imagem, nome, palavra, escrita, 
sem o prejuízo de indenização, se constatado o dano. Esse artigo viabiliza a proibição das biografias 
não autorizadas. Em se tratando de morto, o § único estabelece que são partes legítimas para 
requererem essa proteção: cônjuge, ascendentes e descendentes. Obs.: o colateral é legítimo para 
ingressar com ação de indenização, mas não pode realizar o requerimento. Ainda, o Enunciado do 
CJF n. 275 afirma que o companheiro também é legitimado para proceder tal requerimento. 
 
2. Extinção da personalidade da pessoa natural: ocorre com a morte, que pode ser: 
· real: há a certeza do óbito. 
 
· presumida: paira dúvida sobre a existência do óbito, a qual é submetida pelo o instituto da 
Ausência, a qual ocorre pelos seguintes passos: 
 
I. quando alguém se ausenta do seu domicílio sem deixar notícias ou representante ou 
quando o mandatário não quiser ou não puder exercer o mandato; 
 
 
 
 
 
 
II. Arrecadação judicial dos bens do ausente (legitimados - art. 22: parente interessado na 
linha sucessória, credor, Ministério Público). É nomeado um curador de ausentes, com o 
objetivo de administrar o patrimônio do ausente (legitimados do art. 25: cônjuge separado 
de fato a menos de 2 anos, companheiro - Enunciado n. 97 do CJF, não havendo cônjuge 
ou companheiro serão os pais ou descendentes - o grau mais próximo exclui o mais 
remoto ou uma pessoa nomeada pelo magistrado). 
 
III. Após um ano da arrecadação ou após três anos, se o ausente deixou representante ou 
procurador: decorrido esse prazo, ter-se-á a declaração de ausência e abertura da 
sucessão provisória, a qual deve ser requerida pelas pessoas previstas no art. 27 do CC/02, 
que se dá por uma sentença de ausência, produzindo efeitos depois de 180 dias da sua 
publicação. 
 
Se a herança for entregue a colateral, este somente será imitido na posse mediante 
oferecimento de garantia. Se ninguém requerer a abertura do inventário, passado o 
aludido lapso temporal, o Ministério Público poderá proceder ao requerimento. 
 
Concluída a fase da sucessão provisória, entregues os bens do ausente aos legitimados, 
estes não poderão alienar os bens imóveis, somente os bens móveis. Entretanto, o 
legislador conferiu a possibilidade de o juiz converter os bens móveis em imóveis, não 
permitindo, dessa forma, a venda da herança. 
 
IV. Após dez anos da sentença que autoriza a abertura da sucessão provisória ou se o 
ausente conta com 80 anos ou mais e de cinco anos que datam as últimas notícias do 
ausente, nesse caso, é possível requerer a conversão da sucessão provisória em definitiva. 
Nesse momento verifica-se a morte presumida (art. 6º do CC/02). 
 
Pergunta de prova: é possível ter morte presumida sem decretação de ausência? Sim, em 
razão do art. 7º do CC/02, que elenca tais possibilidades: 
 
· extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
· prisioneiro de guerra que acabou há mais de 2 anos. 
 
Obs.: somente poderá ser requerida após esgotadas as buscas e averiguações, 
devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
Comoriência (art. 8º): é a presunção relativa (cabe prova em contrário) de simultaneidade 
da morte; é a constatação da impossibilidade de se aferir o momento da morte, ou da 
premoriência. Assim, deverá ser considerada a comoriência. Não é necessário estar no 
mesmo evento. Deve-se observar que não há a necessidade dos comorientes serem 
parentes, por exemplo, no contrato de seguro de vida, envolvendo o beneficiário e o 
segurado no evento morte. Considerando que um comoriente não participa da sucessão 
do outro, no presente exemplo, o beneficiário não receberá o seguro de vida, não fazendo 
este parte da herança deixada. Para esses casos apresenta-se o art. 792 do CC/02 (falta de 
pessoa indicada na apólice de seguro de vida ou morte do beneficiário). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Pessoas Jurídicas: 
 
conceito: é a unidade de pessoas ou patrimônio, que busca determinada finalidade e que 
é reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e deveres. 
 
Teorias que explicam a personalidade da pessoa jurídica: São três: 
 
I. Teoria da Ficção Legal (Savigny): a pessoa jurídica é uma criação artificial da lei. Crítica: 
considerando que o Estado é uma pessoa jurídica, suas manifestações seriam também 
uma ficção. Dessa forma, inviável tal teoria. 
 
II. Teoria da equiparação (Brinz): pessoa jurídica é um patrimônio equiparado as pessoas 
naturais: crítica: coisifica a pessoa natural. 
 
III. Teoria da Realidade Objetiva (Gierke): pessoas naturais são organismos físicos e 
pessoas jurídicas são organismos sociais, dotados de vontade própria. Crítica: pessoa 
jurídica não tem vontade própria. quem a tem, são os seus membros que a administram. 
 
IV. Teoria da Realidade da Instituições Jurídicas (Hauriou): o direito pode dar e tirar 
personalidade de quem quiser. (teoria adotada). 
 
Classificação da pessoa jurídica: 
 
a) Quanto à nacionalidade: 
 
· Nacional (art. 1126 - 1133 do CC): organizada conforme a lei brasileira e com sede 
no Brasil; 
 
· Estrangeira (art. 1134 - 1141 do CC): é aquela com sede no exterior e organizada 
conforme as leis estrangeiras. Depende da autorização do Poder Executivo Federal 
para funcionar. 
 
b) Quanto à estrutura interna: 
 
· Universitas bonorum - universalidade de bens: quando a pessoa jurídica é 
formada pela universalidade de bens. Ex.: Fundações. 
 
· Universitas personarum - universalidade de pessoas: por exemplo: Associações. 
 
c) Quanto as funções e capacidade: 
 
· Pessoa Jurídica de Direito Público: 
 
I. Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (art. 41, CC): União, Estados, DF, 
Municípios e Territórios, Autarquias (inclui Associações Públicas) e demais 
entidades criadas por lei(Fundações Públicas - art. 37, XI, § 9º e art. 38, ambos da 
CF/88; Agências Reguladoras - lei n. 9986/00, Agências Executivas - Decreto n. 
2487/98); 
 
 
 
 
 
 
II. Pessoa Jurídica de Direito Público Externo (art. 42 do CC): 
 
_estados estrangeiros; 
_pessoas regidas pelo direito internacional público: ONU. OEA, FMI, etc.. 
 
· Pessoa Jurídica de Direito Privado (art. 44 do CC): Associações, Fundações, 
Sociedades - direito empresarial, organizações religiosas, partidos políticos - 
direito administrativo, EIRELI - direito empresarial. 
 
Associações Civis (art. 53 - 61 do CC): são formadas pelo conjunto de pessoas que 
se unem para buscar uma finalidade não lucrativa. 
 
Fundações Particulares (art. 62 - 69 do CC): são formadas por um conjunto de 
patrimônio que foi destacado da propriedade de seu fundador, para um fim 
específico. É criada mediante escritura pública ou testamento. Devem ser bens 
livres e desembaraçados. O fundador declarará, se quiser, a forma de 
administração da Fundação. Somente poderá constituir-se para fins religiosos, 
morais, culturais ou de assistência (rol exemplificativo). De acordo com os 
Enunciados 8 e 9 do CJF, o rol do § único do art. 62 é exemplificativo, pois falta, 
por exemplo, a finalidade ambiental e educacional. Outrossim, o MP Estadual 
deve fiscalizar as respectivas Fundações, localizadas no estados. 
 
4. Início da Existência legal da Pessoa Jurídica (art. 45 do CC): a pessoa jurídica de direito público 
se dá com a vigência da lei que a criar. Já a pessoa jurídica de direito privado ocorre com o registro 
na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, nos caso das Fundações e 
Associações. Dessa forma, o registro confere a personalidade jurídica, protegendo os direitos da 
personalidade, no que couber (art. 52 co CC). Vide a súmula n. 227 do STJ: a pessoa jurídica pode 
sofrer dano moral. 
 
5. Domicílio da Pessoa Jurídica (art. 75 do CC): em relação ao município, é onde funciona a 
administração municipal. Das demais pessoas jurídicas, onde funcionar as respectivas diretorias ou 
administrações ou o domicílio especial, descrito no respectivo Estatuto. Se a pessoa jurídica tem 
filial ou sucursal, neste caso, cada um deles é considerado como domicilio para os atos nele 
praticados. Se a sede for no estrangeiro, com a administração no exterior, será no local situado no 
Brasil. 
 
6. Grupos Despersonalizados: são os grupos que não se confundem com pessoa jurídica, pois não 
possuem affectio societatis, por exemplo, sociedades não personificadas (sociedades irregulares, 
sociedades de fato), sociedade em conta de participação, massa falida (exercer direitos do falido - 
tem legitimidade processual, mas não tem personalidade jurídica), assim como o espólio - tem 
legitimidade processual, mas sem personalidade civil. Em relação ao condomínio edilício, está se 
construindo a ideia de que este tem personalidade jurídica, conforme o Enunciado n. 246 do CJF. 
Assim, em concurso de fase objetiva, deve ser considerado um ente despersonalizado. 
 
7. Desconsideração da Pessoa Jurídica: consoante a doutrina clássica, existe um "véu" que separa 
a pessoa jurídica de seus membros. Em razão do desvio de finalidade da criação de uma pessoa 
jurídica, foi criada nos EUA a Disregard Doctrine - desconsideração da personalidade jurídica, 
também conhecida como Teoria da Penetração, a qual promove a penetração das obrigações da 
pessoa jurídica no véu, atingindo os bens particulares dos sócios, dos membros da pessoa jurídica. 
Previsão legal: art. 2º da CLT, art. 28 do CDC, art. 50 do CC/02: 
 
 
 
 
 
 
A desconsideração da personalidade jurídica é constatada pelo desvio de finalidade e confusão 
patrimonial (dinheiro da PJ na conta dos sócios ou administradores). Em razão disso, pode o juiz 
determinar tal desconsideração, mediante requerimento judicial, normalmente, no curso de um 
processo de execução. Em sede da justiça do Trabalho, o juiz pode agir de ofício. Já no âmbito civil, 
ocorre somente através de requerimento da parte ou do MP, quando apto a intervir no processo. 
Assim, os efeitos de certas e determinadas obrigações serão estendidos aos bens particulares dos 
sócios ou administradores. O CC/02 adotou muitos requisitos, em comparação com o CDC. 
 
A doutrina brasileira dividiu-se em duas teorias: a ideia de maior ou menor é em relação aos 
requisitos, assim, conclui-se que o Código Civil adotou a Teoria Maior, enquanto que o Código de 
Defesa do Consumidor adotou a Teoria Menor: 
 
I. Teoria Maior: a lei exige mais requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade 
jurídica; 
 
II. Teoria Menor: a lei estabelece poucos requisitos para poder aplicar a desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
Outrossim, deve-se ressaltar que os Tribunais, assim como o STJ já referendaram a respeito da 
Desconsideração Inversa da Pessoa jurídica. Destarte, em relação aos seus efeitos, tem como 
objetivo estender as obrigações dos membros para a pessoa jurídica. Vide Resp. n. 1.236.916-RS. 
22.10.2013.

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