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www.cers.com.br OAB XIX EXAME DE ORDEM Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 1 CITAÇÃO NO PROCESSO PENAL TIPOS DE CITAÇÃO ► CITAÇÃO POR MANDADO Em regra, a citação será por mandado, ou seja, cita- ção realizada de forma pessoal. OBSERVAÇÃO Existem três situações em que a citação/intimação deve ser pessoal de forma OBRIGATÓRIA. Ocorre quando: 1ª) o réu estiver preso (art. 360 do Código de Pro- cesso Penal). 2ª) se tratar de intimação do Ministério Público (art. 41, IV da Lei 8.625/1993 e art. 370, § 4º do CPP). 3ª) quando se tratar de intimação da Defensoria Pública (art. 44, I, art. 89, I e art. 128, I da Lei Com- plementar nº 80/94 e art. 370, § 4º do CPP). OBSERVAÇÃO Caso NÃO seja observada a formalidade indicada na observação anterior, haverá nulidade. Nulidade esta que deverá ser arguida em sede de preliminar na própria resposta à acusação. OBSERVAÇÃO Defensor dativo não possui prazo em dobro. ► CITAÇÃO POR HORA CERTA Esta modalidade de citação, no processo penal, pas- sou a existir em 2008. Ocorrerá quando o Oficial de Justiça percebe que o réu está se ocultando para evitar a citação. Neste caso, o procedimento a ser seguido é o trazido no Código de Processo Civil, mais precisamente em seus arts. 227 a 229, conforme se verifica na leitura do art. 362 do Código de Processo Penal. Este tipo de citação ocorre após a terceira tentativa de citação pessoal em que o oficial percebe que o réu está se ocultando. Após ocorrer esta tentativa ele marcará dia e hora para efetuar a citação, indepen- dentemente da realização de nova citação. Se o ofi- cial de justiça perceber novamente que o réu está se ocultando irá dar por citado o réu. Ainda que o réu esteja se ocultando em outra comarca será conside- rado citado. Caso o Oficial de Justiça faça a citação por hora certa na segunda tentativa, haverá nulidade. ► CITAÇÃO POR EDITAL Ocorre quando o citando encontra-se em local incerto e não sabido. Vale observar o art. 366 do Código de Processo Penal, tendo em vista que se o réu é citado por edital e não comparecer, nem constituir advo- gado, ficarão SUSPENSOS o processo e o curso do prazo prescricional. Ou seja, NÃO corre mais prazo nenhum. O prazo de 10 dias para a resposta à acu- sação do réu citado por edital somente vai voltar a correr na hora de o réu ou o advogado constituído aparecerem no cartório onde está o processo. OBSERVAÇÃO O Superior Tribunal de Justiça considera que o máximo de suspensão do prazo prescricional seria o da pena máxima abstratamente cominada para o crime. A hipótese resultou na edição da súmula 415 do STJ. Sobre o art. 366 do CPP, deve-se também estar atento à súmula 455 do STJ. ►CARTA PRECATÓRIA Ocorre quando o réu está em lugar certo e sabido, porém no território de outra jurisdição que não a ju- risdição processante. Nesse caso, aplica-se o cons- tante no art. 353 do CPP. OBSERVAÇÃO A comarca deprecante é aquela que EXPEDE a carta precatória. Já a comarca deprecada é aquela que RECEBE a carta. ► CARTA ROGATÓRIA sujeito está em local certo e sabido, mas no estran- geiro. Nesse caso, o curso do prazo da prescrição será suspenso até a efetiva citação, conforme precei- tua o art. 368 do CPP. OBSERVAÇÃO No processo penal, todos os prazos contam-se da data da efetiva ciência (citação ou intimação) e não da juntada do mandado. Assim, o que interessa é a data em que o réu foi citado, data a partir da qual fluirá o prazo de 10 dias para a apresentação da resposta à acusação. Isso é, inclusive, entendi- mento da Súmula 710 do STF. Ressalte-se que os prazos processuais são contados excluindo-se o dia do início e incluindo-se o dia do final. Se o prazo final cair em dia não útil, prorroga- se o prazo para o primeiro dia útil subsequente, nos www.cers.com.br OAB XIX EXAME DE ORDEM Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 2 termos do art. 798, § 1º do Código de Processo Pe- nal. OBSERVAÇÃO O prazo da resposta à acusação é processual, desta forma, na contagem do prazo deve-se ex- cluir o dia de início e incluir o dia de vencimento. OBSERVAÇÃO O militar tem uma forma específica para ser citado, previsto ao teor dos artigos 358 e 359 do CPP.
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