Buscar

FIANÇA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Claudia Camargo de Paula – RA: 013883
Questões sobre Fiança
1. O que é e qual a natureza jurídica da fiança penal?
Fiança é um direito concedido ao réu que lhe permite, mediante cauçao e cumprimento de certas obrigações, ficar em liberdade durante o processo, desde que preenchidos determinados requisitos. Viza ao pagamento das custas, da indenização do dano e da multa, se o réu for condenado (art. 336 do CPP). Ao contrário sensu, sendo o réu absolvido, ser-lhe-á restituído o valor (art 337 do CPP). A fiança tem como escopo exigir do acusado um sacrifício mais suave do que sua prisão cautelar, uma das finalidades é assegurar a presença do acusado no processo com as obrigações consoantes nos arts. 327 e 328 do CPP. Será consedida imediatamente após a lavratura do flagrante, mas também poderá ser concedida no correr da ação penal, até o trânsito em julgado da sentença, se surgir hipótese legal, como, por exemplo, se o acusado estava preso por crime inafiançável e o juiz na sentença desclassifica a infração para outra afiançável.
	Em quais situações a fiança poderia ser arbitrada pelo delegado?
Qual é o valor que poderia ser arbitrado em tais situações?
A autoridade policial poderá conceder fiança nos crimes em que a pena máxima não exceda a 4 anos, com valor de 1 a 100 salários mínimos (art. 325, I do CPP), como também em todos os crimes punidos com detenção, seja qual for a pena imposta (Rangel).
3. Em quais situações o juiz poderá arbitrar fiança? Qual é o valor
que poderá arbitrar?
O juíz poderá conceder fiança em qualquer espécie de crime afiançável, com valor de 10 a 100 salários mínimos (325, II do CPP) detro de 48 horas, podendo, alternativamente, aplicar uma das demais medidas cautelares ou converter em prisão preventiva.
	Quais são os critérios levados em conta ao se fixar o valor da fiança?
A autoridade que concede a fiança segue os critérios de gravidade da ação penal, da situação econômica do réu, como também a vida pregressa e as circonstâncias indicativas de sua periculosidade (art. 326 do CPP).
5. O que ocorre quando o acusado comprova que não possui condições de pagar?
Se o réu for extremamente pobre e não puder arcar com o pagamento da fiança, o juíz poderá conceder a liberdade provisória eximindo-o de prestá-la (art. 350 do CPP). O réu, todavia, ficará sujeito às mesmas condições dos arts. 327 e 328 – obrigação de comparecer a todos os atos do processo para os quais for intimado e proibição de mudar de residência sem autorização judicial ou de se ausentar-se de comarca por mais de 8 dias sem comunicar o local em que poderá ser encontrado. Poderá o juíz, ainda, aplicar qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, caso entenda necessário. O descumprimento de qualquer dessas obrigações fará com que o juiz determine a substituição da medida imposta, que imponha outra em cumulação ou que decrete a prisão preventiva (art. 350, parágrafo único, c.c. Art. 282, §4º, do CPP). Trata-se de direito do rréu e não faculdade discricionária do juíz.
6. Qual a destinação da fiança ao fim do processo?
O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano causado à vítima, da prestação pecuniária e da multa, caso o réu seja condenado (art. 336 do CPP). Tal regra aplica-se ainda que haja prescrição da pretensão executória, ou seja, se, depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, ocorrer a prescrição. Se houver sobre, será devolvida ao condenado, exceto se houver decretação de perda da fiança por não ter ele se apresentado à prisão para cumprir a pena após o trânsito em julgado da sentença (art. 344 do CPP).
7. No que consiste a quebra da fiança? Quais são as suas consequências?
Consiste no inadimplemento das obrigações, na violação da confiança e na inobservância dos ônus processuais a que está sujeito o afiançado. A quebra de fiança ocorre no mesmo processo em que o réu esteja respondendo em liberdade provisória mediante fiança (art. 324, I, 327, 328 e 341 do CPP). Será decretada pela autoridade judiciária, pois a autoridade policial somente tem competência para praticar ato coercitivo de restrição de liberdade individual se for através da prisão em flagrante.
Como consequência importará a perda da metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidads cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.
8. Quais são os crimes inafiançáveis? Se o fundamento legal.
A Constituição da República nega o direito de fiança quando se trata de crimes hediondos (art. 5º, LXVI c/c XLIII), como também os conferidos nos arts. 323 e 324 do CPP:
	crimes de racismo;
	crimes de tortura, tráfico de entorpecentes e drogas afins e terrorismo;
	crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático
	aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os ars. 327 e 328 do CPP
	em caso de prisão civil ou militar
	quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312 do CPP)
	nas hipóteses de exclusão por disposição esoecial de lei, como o da contravenção de aposta sobre corrida de cavalo fora do hipódromo e dos crimes contra o sistema financeiro
Não se concede fiança quando, em concurso material, a soma das penas mínimas cominadas for superior a 2 anos de reclusão, porém a autoridade policial deverá conceder fiança ao autor do fato nos crimes tentados onde a pena reduzida permanecer dentro do qantum de 4 anos, sob pena de grave e insofismável (irrefutável) violação à liberdade de locomoção, autorizando a propositura de ação de heabeas corpus.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais