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DOENÇA DE CHAGAS Prof. Dr .Sergio Rodríguez Málaga (UFPa) Disciplina: Parasitologia Curso: Enfermagem Distribui-se nas Américas – do sul dos EUA ao sul da Argentina e Chile Segundo a OMS cerca de 18 milhões de pessoas estão infectadas. No Brasil são aproximadamente 5 milhões de pessoas doentes. A partir de 2001 foi “virtualmente” interrompida a transmissão vetorial. países com D. Chagas endêmica Doença de Chagas EPIDEMIOLOGIA A doença de Chagas é causada por Trypanosoma cruzi - Hemoflagelado - Transmitido por um vetor (TRIATOMINEO) “barbeiro” - Somente encontrada no continente americano (*) - Parasita intracelular - Apresenta diversidade biológica e genética (diferença nas manifestações clínicas) - Manifestações clínicas agudas e crônicas Doença de Chagas é uma antropozoonose. No Brasil, ¼ do território é area endêmica. Distribuição do Maranhão ao Rio Grande do Sul, que corresponde ao corredor da Floresta Amazônica a Mata Atlântica. - Associada a destruição do ciclo silvestre e construção de casas de pau a pique e barro. - Êxodo rural – urbanização da doença CICLO EPIDEMIOLÓGICO DO T. CRUZI Ciclo domésticoCiclo silvestre Gambás – Didelphis marsupialis – o mais importante reservatótio das Américas. Apresenta dois ciclos vitais distintos do parasita (sangue / glândula de cheiro : idêntico ao dos barbeiros) Triatoma infestans Panstrogylus megistus T. braziliensis Transmissão domiciliar de T. cruzi Infecção contaminativa (não inocutativa) MORFOLOGIA Hospedeiro vertebrado Amastigota Tripomastigota sanguíneo Hospedeiro invertebrado Tripomastigota metacíclico Epimastigota Amastigota: intracelular, presença de flagelo curto não livre, multiplicação divisão binária . Tripomastigota sanguíneo: forma alongada, cinetoplasto posterior ao núcleo, flagelo forma uma membrana ondulante que percorre o corpo do parasita. Epimastigota: multiplicação por divisão binária, forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo e flagelo formando uma pequena membrana ondulante. Encontrado no intestino do inseto vetor. Tripomastigota metacíclico: encontrado nas fezes do barbeiro CICLO BIOLÓGICO O inseto pica e defeca ao mesmo tempo. Tripomastigotas metacíclicos penetram na pele Tripomastigotas sanguíneos são ingeridos por um novo barbeiro durante a picada Transformam-se em tripomastigotas metacíclicos e são eliminados nas fezes. INTERAÇÃO PARASITA - CÉLULA HOSPEDEIRA A. Aderência a membrana celular, B-C. Internalização via pseudópodes ou depressão da membrana, D. Parasita dentro do vacúolo parasitário, E-F. Transformação do tripomastigota em amastigotas, G. Multiplicação dos amastigotas no citoplasma da célula, H-I. Transformação de amastigota – tripomastigota. J. Ruptura da célula hospedeira e liberação de tripomastigotas sanguíneos. MECANISMOS DE TRANSMISSÃO Vetorial: de maior importância epidemiológica. Forma infectante: Tripomastigotas metacíclicos. Transfusional: Importante nas áreas urbanas. Forma infectante: Tripomastigota sanguíneo. Congênita: Forma infectante: Tripomastigotas sanguíneos que atingem o feto. Acidental: Inoculação por agulha ou contato das mucosas com material contendo tripomastigotas. Ingestão: Leite materno, alimentos contaminados com fezes de triatomíneos. Forma infectante tripomastigotas. Transplante de órgãos: pode resultar em doença aguda grave. Forma infectante: amastigotas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Infecção assintomática (grande maioria). Fase aguda • Período de incubação: 5 a 14 dias da picada p/ a forma aguda. • Primeiras manifestações: - Sinal de Romanã: edema bipalpebral unilateral (presença de parasitas abundantes – amastigotas como tripomastigotas) - Chagoma de inoculação: inflamação local na derme no ponto de inoculação do parasita. • Febre, edema, adenite, hepato-esplenomegalia , as vezes insuficiência cardíaca (10 a 30%). • Mortalidade de 10%: crianças e imunodeprimidos. Sinal de Romaña Chagoma de inoculação PATOGENIA NA FASE AGUDA - Parasitemia elevada (estabelecer uma imunidade e focos inflamatórios) - Presença de ninhos de amastigotas cujo o rompimento promove focos inflamatórios que podem levar a morte. Meningoencefalite. Miocardite chagásica aguda. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase crônica a). Forma assintomática ou indeterminada: Período de incubação: 10 a 30 anos. - Corresponde a mais de 50-70% dos casos, - Caracteriza-se pela presença de anticorpos anti-T.cruzi, - Presença ou ausência de tripanosomas circulantes, - Ausência de sintomas da doença, - Eletrocardiograma e exames radiológicos normais MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase crônica b) Forma Sintomática: reativação do processo inflamatório (parasitemia baixa) e as mudanças anatômicas. Cardíaca • Insuficiência cardíaca: Substituição do tecido muscular por fibrose, diminuição da força contrátil do miocárdio (arritmias) • Formação de trombos intracavitários (retardamento da circulação) • Comprometimento do sistema das contrações cardíacas (feixe de Hiss, nódulo sinusal, nódulo AV): gera perturbações de estímulos e propagação. Raio X do tórax presença de cardiomegalia FORMA CARDÍACA Insuficiência cardíaca, distúrbios da condução Fibras substituindo massa muscularCardiomegalia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase crônica b) Forma Sintomática: Digestiva (megacólon e megaesôfago) Megaesôfago: disfagia, refluxo gastro-esofágico, dor retroesternal. Megacolón: constipação instestinal. Destruição do plexo mioentérico pelo inflitrado inflamatório com dilatação permanente. DIAGNÓSTICO Clínico: manifestações da entrada do parasita, associado febre e hepato- esplenomegalia (fase aguda) Alterações cardíacas e digestivas (evidenciadas por eletrocardiograma e radiografia – fase crônica). Laboratorial Fase aguda: presença do parasita no sangue - Esfregaço de sangue, - Gota espessa, - Exame de creme leucocitário ou Método de Strout. - Testes sorológicos: RIFI e ELISA (detecção de IgM) (Início de formação de anticorpos – a partir de 15 dias de infecção) Fase Crônica: baixa parasitemia e presença de anticorpos - Xenodiagnóstico ou hemocultura (presença de parasita) - Testes sorológicos – RIFI, ELISA e HAI - PCR TRATAMENTO Benzonidazol: efeito apenas contra as formas sanguíneas. 5 a 8 mg/kg por dia durante 60 dias. Efetivo na fase aguda, entretanto, na fase crônica visa apenas melhoria do prognóstico do paciente. CONTROLE Melhoria da habitação, Combate ao triatomíneos (dedetização), Vigilância de banco de sangue.
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