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Psicopatologia I Evolução Histórica da Psicopatologia: um breve olhar para a história da loucura Profª Nilzângela Medeiros O grito. Edvard Munch, 1893. Galeria Nacional. Oslo O Sofrimento Humano Doença?? . Tristeza Angústia Ansiedade Medo Onde queremos chegar? cuidado para não É necessário ter muito patologizar o sofrimento. O critério de avaliação é o próprio indivíduo e seu mal-estar psicológico (sofrimento). No enfoque psicológico, compreende-se a doença mental como produto da interação das condições de vida social com a trajetória específica do indivíduo. E as condições externas? Condições externas p o d e m s e r entendidas como desencadeadoras ou determinantes da doença mental. Um breve olhar sobre a loucura . Um breve olhar sobre a Loucura Michel Foucault (1926-1984) deu uma v a l i o s a c o n t r i b u i ç ã o p a r a compreendermos a constituição histórica do conceito de doença mental. Um breve olhar sobre a Loucura No Renascimento (século XVI), o louco vivia “solto, errante, expulso das cidades, entregue aos peregrinos e navegantes”. O louco era visto como tendo um saber esotérico sobre os homens e o mundo. Um breve olhar sobre a Loucura D u r a n t e o Renascimento, a loucura significava ignorância, ilusão, desregramentos de conduta, desv io moral, oposição a razão. Desfrutavam de relativa liberdade de ir e vir, eram caros os casos de internação. Um breve olhar sobre a Loucura L o u c u r a p e l a c u i d a d o Igreja. pela Tratados caridade. Um breve olhar sobre a Loucura Nos séculos 17 e 18, os critérios para definir a loucura ainda não eram médicos — a designação de louco não dependia de uma ciência médica. E quem definia os critérios? A Igreja A Família A Justiça Os critérios se referiam à transgressão da lei e da moralidade. Um breve olhar sobre a Loucura condenados ao isolamento. Com o início do mercantilismo, formação de cidades e concentração da população, começaram a surgir os problemas sociais e sanitários, aumentando o número de mendigos. Os mendigos eram expulsos das cidades, os doentes mentais e mendigos sem família eram Um breve olhar sobre a Loucura inadequados para vida social (critério de exclusão). Nessa época surgem os Hospitais Gerais (instalado nos antigos leprosários), onde eram internados toda a população marginalizada na época. Final do Século XVII, em Paris, o Hospital Geral. Hospital Geral não como instituição de tratamento. Não eram vistos como doentes, mas como Um breve olhar sobre a Loucura Um breve olhar sobre a Loucura sistema nervoso. Segunda metade do século XVIII, iniciam-se as reflexões médicas, situando a loucura como algo que ocorria no interior do próprio homem. Philips Pinel difunde uma nova concepção de loucura: fundamenta a alienação mental como distúrbios das funções intelectuais do Um breve olhar sobre a Loucura O a s i l o : c o m o l o c a l exclusivo dos loucos. Os métodos terapêuticos utilizados no asilo eram: a re l ig ião, a trabalho, a vigilância, c u l p a, o o julgamento. Um breve olhar sobre a Loucura Sua ação era moral e social, voltada para a normatização do louco. Inicia-se a medicalização. Surgimento da Psiquiatria. Psiquiatria Clássica compreensão da doença mental como simplesmente um doença orgânica, logo será tratada como medicamentos e produtos químicos. Um breve olhar sobre a loucura No Brasil, a primeira instituição de saúde mental foi fundado por D. Pedro II em 1852, no Rio de Janeiro. Enquanto isso no Brasil Os manicômios eram um local de de confinamento da população crescente desocupados e loucos que vagavam pelas velhas e grandes fazendas e recentes cidades. Os manicômios eram construídos em locais afastados e eram frequentados, em sua maioria, pela população mais pobre. Enquanto isso no Brasil • 1950-1970 (Era do Temor) Falta de leitos Expansão de leitos privados E s t a d o p a t r o c i n a n d o a loucura Enquanto isso no Brasil Condições péssimas de i n f r a - e s t r u t u r a , m e d i c a l i z a ç ã o indiscriminada, uso de técnicas como castigo. Enquanto isso no Brasil Tudo é organizado pensando não no doente, mas na manutenção da ordem interna e na obtenção do lucro. Internações são superior ao número de leitos. Ociosidade dos internos. Enquanto isso no Brasil Enquanto isso no Brasil Enquanto isso no Brasil Enquanto isso no Brasil Enquanto isso no Brasil Enquanto isso no Brasil 1960: Franco Basaglia questiona a existência dos hospitais psiquiátricos; 1978: Aprovada lei proibindo a criação de novos hospícios e sua substituição por pensões protegidas, lares abrigados, hospital- dia, leitos psiquiátricos em hospital geral. 1987: primeiro CAPS no Brasil. Enquanto isso no Brasil 1990: Reforma Psiquiátrica Brasileira Movimento dos profissionais e famílias; Impasses, tensões, conflitos e desafios; Lei proibindo psiquiátricos a criação de novos hospitais e enfatizando o tratamento ambulatorial e a reinserção social do doente junto da família e comunidade e sua reabilitação social, profissional e cívica. DESINSTITUCIONALIZAÇÃO Desinstitucionalização sociedade portanto, exclusora das diferenças, produzir modificações na racionalidade social sobre este fenômeno. O que é desinstitucionalizar? Desinstitucionalizar não é somente modificar as formas de atenção à loucura, mas produzir modificações na cultura, na Enquanto isso no Brasil 1992: Movimentos sociais aprovam em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. 2001: Lei 10.216 - redireciona a assistência em sa úde m en ta l, pr iv ilegia n do o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária. Enquanto isso no Brasil Reversão do modelo assistencial: abordagens, novos Possibilita novas princípios e olhares as pessoas em situação de sofrimento. Os projetos não são homogêneos ➡ saúde mental; Instrumentalização dos profissionais para alavancar a inclusão do cuidado em Enquanto isso no Brasil • Violação dos direitos humanos Inspeção em Instituições de Saúde Mental (CFP e OAB - 2004) Abuso de medicamentos Carência de profissionais Negligência e abandono Precária infra estrutura Ausência de projeto terapêutico Filmes e a Entre as grades liberdade Casa dos mortos História da Loucura: Colônia Juliano Moreira Holocausto Brasileiro M a n i c ô m i o d e Barbacena E a arte imita a vida... Livro: Holocausto Brasileiro O Conceito de Normalidade em Psicopatologia Normal e Patológico é questão de O conceito de saúde e normalidade grande controvérsia. Os conceitos de normal e patológico são extremamente relativos (ex.: ponto de vista cultural; ponto de vista histórico). A questão da normalidade acaba por desvelar o poder que a ciência tem de, a partir de um diagnóstico fornecido por um especialista, formular o destino do indivíduo rotulado. Normal e Patológico O c o n c e i t o d e normalidade implica a própria definição do que é saúde e doença mental. Para a categorização do normal, é necessário o esta belecim en to de P a d r õ e s d e Comportamento. Normal e Patológico Várias áreas da saúde mental estão implicadas nesse conceito: forense, epidemiologia, psiquiatria psiquiatria cultural, planejamento em saúde mental e políticas públicas, orientação e capacitação profissional, prática clínica. Há alguns critérios de normalidade... Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP O que é a Psicopatologia? Psicopatologia • Conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental humano, que se esforça do ser por ser e l u c i d a t i v o e s i s t e m á t i c o , desmistificante. Como conhecimento que visa ser científico, não inclui critérios de valor e nem aceita dogmas. . Psicopatologia Campo que inclui um grande número de f e n ô m e n o s h u m a n o s e s p e c i a i s , a s s o c i a d o s a o q u e s e c h a m o u historicamente de doença mental. . Psicopatologia ciência Constitui-se como uma autonôma. e s t á C o n h e c i m e n t o p r o d u z i d o permanentemente sujeito a revisões, críticas e reformulações. Os limites da ciência psicopatológica consistem precisamente em que nunca se pode reduzir por completo o ser humano a conceitos psicopatológicos. . Em Psicopatologia É importante examinar um paciente, atentando-se para os sinais e sintomas que o m e s m o a p r e s e n t a ( s e u s aspectos isolados e, ao mesmo tempo, as modalidades de seus arranjos). Por meio do qual chega-se usualmente ao diagnóstico. No Limiar da Eternidade - Vincent Van Gogh, 1890 Em outros termos: Estamos às voltas com peças mínimas que, identificadas, definidas e constatadas suas aparições no nível clínico (segundo determinadas combinações) nos permitem estabelecer um diagnóstico. . SINTOMA é toda a informação descrita pelo paciente, a partir de suas vivências, sensações e impressões. Não é passível de confirmação pelo examinador, já que é uma sensação do paciente (um mal-estar – sensação de insegurança - em uma dada situação, por exemplo). O que é um sintoma? Sintoma: Forma e Conteúdo Forma: é a sua estrutura básica. Ex: alucinação, ideia obsessiva, labilidade afetiva, etc. Conteúdo: É aquilo que preenche a alteração estrutural. É geralmente mais pessoal, dependendo da história de vida do paciente. Ex: conteúdo religioso, de perseguição, de grandeza, de culpa, etc. Já o SINAL se refere a toda alteração objetiva, que é passível de ser percebida pelo examinador (um tique, um gesto repetitivo por exemplo). Testando Conhecimentos Maria, 16 anos, relata ao psicólogo que sempre que gira a torneira ouve uma voz sussurando no cano: "cuidado com as pessoas próximas de você. Elas querem prejudicar e causar transtornos para a sua vida". . Forma e conteúdos dos sintomas? Importante Lembrar!!! Não existem sintomas psicopatológicos t o t a l m e n t e e s p e c í f i c o s d e u m determinado transtorno psiquiátrico. O d i a g n ó s t i c o p s i q u i á t r i c o é essencialmente clínico. Uma ferramenta importante é a avaliação. Referências: BOCK, A.M.B. FURTADO, O. TEIXEIRA, M. de L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artemed, 2000. HIRDES, A. A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re)visão. Ciênc. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 297-305, 2009.
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