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Centro Territorial de Educação Profissional do Pie monte Norte do Itapicuru – CETEP Extensão: Colégio Estadual de Andorinha Disciplina: Cartografia e Topografia Professora: Ana Selma Alves CARTOGRAFIA E TOPOGRAFIA Cartografia: (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a ciência que trata da elaboração técnica de mapas a partir dos resultado das observações diretas ou da exploração da documentação e de sua utilização. Topografia: deriva da palavra grega “topos” (lugar) e “graphen” (descrever), o que significa a descrição exata e minuciosa de um lugar. (DOMINGUES, 1979). Tem como finalidade determinar o contorno, a dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas, desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade terra. Compete ainda à topografia, a locação, no terreno, de projetos elaborados de Engenharia. Importância: é a base de qualquer projeto e de qualquer obra realizada por engenheiros ou arquitetos. Por exemplo, os trabalhos de obras viárias, núcleos habitacionais, edifícios, aeroportos, hidrografia, usinas hidrelétricas, telecomunicações, sistema de água e esgoto, planejamento, urbanismo, paisagismo, irrigação, drenagem, cultura, reflorestamento, se desenvolvem em função do terreno sobre o qual se assentam. Portanto, é fundamental o conhecimento pormenorizado deste terreno, tanto na etapa do projeto, quanto da sua construção ou execução; e, a Topografia, fornece os métodos e os instrumentos que permitem este conhecimento do terreno e asseguram uma correta implantação da obra ou serviço. Pode se afirmar, com muita segurança, que o mapa é, de todas as modalidades da comunicação gráfica, uma das mais antigas da humanidade, nesta premissa todo povo, sem exceção, nos legou mapas, afirmação esta alimentada por abundantes evidências. Os mapas mais antigos que se conhecem foram encontrados na antiquíssima cidade de Hank Sukur, na Turquia, e datam de cerca de 6200 a.C., estando pintados numa parede. Existem também mapas em outras culturas ancestrais como por exemplo na asteca, na esquimó, na mesopotâmica, etc. Com a invenção do papel passaram os mapas a ser desenhados em folhas (talvez daí subsista quase como sinônimo a palavra carta), mais concretamente do termo grego que designava as folhas de papiro usadas na execução dos mapas, e que era karte. O termo carta é normalmente usado para referir mapas antigos. Na Idade Média, os mapas em uso na Europa eram frequentemente centrados em Jerusalém, e com o Oriente para cima. Um dos grandes passos na evolução dos mapas é dado na época dos Descobrimentos, quando as áreas representadas eram bem maiores que anteriormente e havia a necessidade de obter bons níveis de precisão posicional para conseguir navegar com relativa segurança. A manutenção da rota de um avião ou navio, a análise e definição de estratégias militares de ataque e defesa, a localização de jazidas e possíveis vias de acesso, ou a simples orientação rodoviária numa viagem de turismo, todas essas atividades exigem mapas específicos com diferentes objetivos e usuários. É este o campo da cartografia. Dá-se o nome de cartografia à ciência de preparar cartas, mapas e planos para os mais variados fins, com diversos níveis de complexidade e informação, baseados em elementos científicos, técnicos e artísticos de extremo apuro, tendo por base os resultados da observação direta ou da análise de documentos. As ciências mais afins à cartografia são a geografia e a geodésia. Entende-se por mapa a representação gráfica convencional, geralmente plana e em pequena escala, de áreas relativamente extensas, como acontece nos mapas murais e os Atlas. Para tal, são utilizados diversos sistemas de projeção, estabelecidos matematicamente. As cartas diferem dos mapas pela representação gráfica em grande escala, enquanto que os planos são cartas que representam áreas relativamente pequenas, o que permite desprezar a curvatura e adotar escala constante. Escala é a relação estabelecida entre a representação do fenômeno no mapa e sua verdadeira dimensão. A escala 1:1.000.000 significa que cada medida linear do espaço real está reduzida, no mapa, à milionésima parte (1km = 1mm). O plano, que representa áreas menores, geralmente trabalha com a escala 1:500 ou 1:50.000. O principal problema da cartografia é a projeção da superfície curva da Terra sobre uma superfície plana, o que necessariamente provoca alterações nos ângulos e linhas definidos pelas coordenadas geográficas. Divisões da cartografia. Três são as divisões básicas da cartografia: (1) cartografia topográfica, topocartografia ou cartografia original; (2) cartografia geográfica ou geocartografia; (3) cartografia temática ou cartografia aplicada. *Cartografia topográfica: Vinculada à geodésia, a cartografia topográfica dedica-se à transformação direta das medidas e fotografias, obtidas pelos levantamentos de campo, em desenho manual ou pelos levantamentos fotográficos. É quase exclusivamente praticada em instituições governamentais que se dedicam à execução da carta de um país. Trabalho permanente, de contínuo aperfeiçoamento e pormenorização, passou a ser indispensável à tomada de decisões da administração pública e à defesa do território nacional. Com o emprego de escalas pequenas, produzem-se mapas detalhados, matematicamente corretos e que servem de base para outros menos detalhados. O uso de imagens estereoscópicas nos levantamentos aerofotogramétricos simplificou o desenho cartográfico, tornando-o de mais rápida execução e menos dependente do esforço individual. A aerofotogrametria constitui um método de medida e representação do terreno por meio da fotografia aérea, que é uma perspectiva cônica do terreno. As deformações ópticas desse tipo de foto são corrigidas no momento da fotografia ou em laboratório. Por si só, no entanto, a aerofotogrametria não reduziu os levantamentos de campo, e ainda necessita de apoio terrestre, plenimétrico e altimétrico. A carta topográfica é, em regra, constituída por numerosas folhas topográficas conexas. São muito utilizadas em atividades profissionais de alto nível ligadas à engenharia, à navegação, à estratégia e à logística militar. Características gerais dos mapas: Representação plana; Geralmente em escala pequena; Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc.), político- administrativos; Destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos. TIPOS DE MAPAS A representação de um mapa depende do tipo de uso para o qual este é elaborado. Por exemplo, um mapa de estradas dará importância à rede viária ao representar os vários tipos de vias, os cruzamentos e as distâncias entre cidades. Um mapa geológico caracterizará do ponto de vista da geologia o solo numa dada região. Um mapa político mostrará as fronteiras ou outras divisões administrativas. Um mapa para navegação marítima dará prioridade à localização de faróis, portos e relevo submarino. Os mapas sofreram uma verdadeira revolução com a aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica – (SIG-NS) ou GIS (Geographic Information System), do Sistema de Posicionamento Global – GPS e do Sistema de posição local – LPS a partir do final do século XX. Estes sistemas possuem grande capacidade, imagens remotas e robótica, apresentando alta precisão para coleta de pontos topográficos que contribuem para análise e interpretação de dados. Esta revolução opera-se não apenas a nível da produção mas também da circulação, manipulação e utilização de informação espacial. É fácil hoje produzir um mapa personalizado no computador ou obter um outro, de qualquer local do mundo, na internet. • Mapas Geológicos Mapa geológico é aquele que mostra a distribuiçãodos tipos de rochas e das estruturas geológicas como fraturas, falhas, dobras, posição das camadas, cada tipo de rocha existente numa determinada área ou grupo de tipos de rochas, é separado de outro por linhas cheias, as quais são chamadas linhas de contato bem como retrata à possibilidade de existirem ocorrências favoráveis para a exploração de jazidas e a peculiaridade geológica da região. Assim considerando, três casos são possíveis: camadas horizontais, camadas verticais, camadas inclinadas. Mapas geológicos com camadas horizontais: Nesse caso, os limites ou contatos entre as diversas camadas, possuem contorno paralelo ou coincidente com as curvas de nível . Ex.: Mapas geológicos com camadas verticais Nesse caso, essas camadas são delimitadas no mapa geológico por duas retas paralelas, que interceptam as curvas de nível. Mapa geológico com camadas inclinadas: Esse caso não é tão elementar como os dois anteriores. Os contatos ou limites entre as camadas interceptam as curvas de nível segundo linhas irregulares (seu contorno nunca é representado por retas paralelas). • Mapas Topográficos: são aqueles que mostram as características topográficas de uma determina área. Para tanto são utilizadas as curvas de nível, que representam linhas que unem pontos de mesma cota topográfica, em que a cota topográfica entende- se a distância na vertical do ponto considerado até uma base de referência (datum), normalmente considerada o nível do mar local. Para se obter o mapa de curvas de nível procede-se como mostrado na Figura abaixo: as curvas de nível representam projeções, no plano horizontal, das linhas de interseção da topografia com planos horizontais imaginários tomados em intervalos de cota específicos. Exemplo de um mapa topográfico NOÇÕES DE TOPOGRAFIA SUBTERRÂNEA Os métodos empregados nas determinações topográficas no subsolo pouco diferem dos métodos tradicionais, porém com as implicações de um trabalho realizado dentro de uma mina ou galeria. Da mesma forma que nos levantamentos topográficos convencionais, os levantamentos topográficos subterrâneos podem ser divididos em planimétricos, altimétricos e, quando associados, planialtimétricos. Os cálculos dos levantamentos são semelhantes aos executados “em céu aberto”, porém com algumas adaptações, destacando-se o fato que em algumas vezes os pontos topográficos podem estar localizados no teto de uma galeria, por exemplo, ao contrário dos levantamentos tradicionais onde os pontos estão sempre no solo. Diversos são os exemplos de aplicação da topografia subterrânea, entre eles destacam-se: - Locação de poços, túneis ou galerias; - Metrôs, redes viárias; - Controle de extração (questões de exploração fora dos limites de concessão); - Galerias de serviços; - Etc. Antes de prosseguir é necessário esclarecer que as minas podem ser tanto a céu aberto, onde são utilizados os procedimentos topográficos tradicionais, ou subterrâneas, cujo levantamento topográfico será abordado neste trabalho. Uma primeira particularidade com relação a trabalhos realizados no subsolo é a questão de segurança ou condições de trabalho. Alguns trabalhos podem necessitar a utilização de equipamentos de proteção individual específicos, como máscaras, roupas especiais, capacetes com sistema de iluminação. As condições de trabalho também podem ser inóspitas, com a presença de água, poeira, ou mesmo túneis com uma altura tal que não seja possível trabalhar em pé. O trabalho pode também ser realizado em lugares com movimentação de máquinas, vagonetes e outros equipamentos que podem atrapalhar o andamento normal de um levantamento. Em alguns casos pode não ser permitido o uso de equipamentos eletrônicos por questões de segurança (riscos de explosão, por exemplo). De fato, em determinados trabalhos há a necessidade de cuidados adicionais para não colocar vidas em risco. A perda de orientação também é outro problema. Ao contrário do levantamento realizado a céu aberto, onde é possível ter uma referência visual para a orientação, como uma árvore, morro ou mesmo o sol, dentro de uma mina isto não ocorre. Além disto, dependendo do local, a depreciação do equipamento é maior se comparada com o uso tradicional dos mesmos. Na maioria das vezes o levantamento executado no subsolo deve estar vinculado a um sistema de referência na superfície, de forma a criar uma ligação entre as estações topográficas na superfície e no subsolo. Na galerias é necessário determinar até onde podem ser executadas as escavações, desta forma o levantamento que está sendo realizado no subsolo tem que estar vinculado à poligonal na superfície, uma vez que os limites foram definidos a partir destes pontos. Desta forma, assumindo que a poligonal define os limites da área a ser explorada. Materialização dos pontos: Como nos casos tradicionais, os pontos podem estar materializados no piso, através de piquetes (madeira ou ferro) ou marcos de concreto. O problema é que em alguns tipos de minas há uma grande movimentação de vagões ou veículos de carga, o que pode inviabilizar este tipo de marco, uma vez que para se executar o levantamento seria necessário interromper o trânsito destes equipamentos, o que nem sempre é possível. A utilização de instrumentos topográficos é de suma importância para o desenvolvimento das atividades de mineração. Todas as obras de mineração, no subsolo e na superfície, devem ser levantadas topograficamente e representadas em mapas e plantas adequadas. Não é permitido iniciar quaisquer trabalhos de desenvolvimento de uma mina sem a participação de um responsável pela topografia, legalmente habilitado. Para o levantamento topográfico das minas, as empresas de mineração devem basear-se preferencialmente em uma rede de triangulação com coordenadas em sistema UTM (Projeção Universal Transversa de Mercator). Caso não exista uma rede de triangulação UTM, os levantamentos topográficos devem basear-se em redes locais já adotadas em minas vizinhas. Levantamentos topográficos, elaboração de mapas, plantas e trabalhos correlatos devem respeitar as normas e instruções vigentes. Todas as empresas são obrigadas a elaborar e a atualizar periodicamente e, em casos especiais, imediatamente, os mapas e as plantas topográficas das minas. Para fins de elaboração dos correspondentes mapas e plantas, todas as escavações subterrâneas e de superfície como poços, planos inclinados, galerias, chaminés, áreas mineradas no subsolo e a céu aberto, áreas com movimentação de material, inclinação dos taludes, nível de água, acidentes geográficos, obras civis e construções na superfície devem ser levantadas topograficamente. Os softwares contribuem também no acompanhamento das estruturas das galerias de uma mina, monitorando através da conexão remota, laser scanner, qualquer mudança que ocorra nas estruturas evitando assim riscos no ambiente de trabalho.
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