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Situação epidemiológica da esquistossomose no Brasil Grupo Técnico das Parasitárias Sub HA/CGDT/DEVEP/SVS/MS Brasília, novembro 2010 Esquistossomose mansoni • Doença infecciosa parasitária causada por helminto • Agente etiológico Schistosoma mansoni • Hospedeiro definitivo: homem • Hospedeiros intermediários caramujos do gênero Biomphalaria: B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea, distribuídos em vasta extensão geográfica no Brasil Imagem: Guia de Malacologia, SVS/MS, 2008 Esquistossomose mansoni: ciclo de transmissão Fonte:Carvalho et al, 2008 • Presença dos hospedeiros intermediários (caramujos infectados pelo Schistosoma mansoni); • presença do hospedeiro definitivo (homem); • condições socioeconômicas e culturais, modos de vida (ocupação, lazer); • escassez de saneamento domiciliar e ambiental; • nível de educação em saúde da população exposta ao risco Fatores condicionantes e favorecedores da transmissão A esquistossomose é uma doença cuja transmissão é complexa, em virtude da quantidade de fatores envolvidos, até que ela se manifeste. • Período de Incubação Duas a seis semanas • Período de transmissibilidade Homem: início da ovoposição (4 a 6 semanas) até 6 a 10 anos Hospedeiro intermediário: início da eliminação de cercárias (4 a 7 semanas) até vários meses Esquistossomose mansoni: transmissão Esquistossomose mansoni: fases e formas clínicas • Fase inicial Assintomática (90%) Forma aguda Dermatite cercariana toxêmica •Fase crônica Formas graves Hepatointestinal Hepática Hepatoesplênica Formas complicadas: associadas com outras doenças Fotos: acervo Dr. J. R. Lambertucci Distribuição das esquistossomoses no mundo • As esquistossomoses causadas por platelmintos do gênero Schistosoma possuem várias espécies de interesse clínico As mais significativas são: o S. mansoni, o S. japonicum e o S. hematobium (causam as formas intestinal e urinária) • Existem em 74 países dos continentes africano, asiático e americano • A esquistossomose mansoni acomete 54 países - África, Ásia e Américas • América Latina: Brasil, Venezuela e ilhas do Caribe • O Brasil é o país com a maior área endêmica das Américas Distribuição das esquistossomoses no mundo Fonte: WHO, 2008Fonte: WHO, 2008 Situação Epidemiológica Está presente em vasta extensão do País (19 Unidades Federadas) Área endêmica (9 UF) MA, AL, BA, PE, PB, RN, SE, MG e ES Área com transmissão focal (10UF) PA, PI, CE, RJ, SP, PR, SC, RS, GO e DF Acomete 2,5 a 6 milhões de pessoas Causa um número significativo de formas graves: (média internações - 1998 - 2008 = 1.001) Provoca um número expressivo de óbitos: (média 1998 - 2008 = 500) Distribuição da esquistossomose, de acordo com a faixa de prevalência, por município. Brasil, 2009 Evolução histórica do controle da esquistossomose no Brasil • 1953 - Campanha contra a Esquistossomose • 1956 – DNRu1 1970 – SUCAM2 • 1975 - Programa Especial de Controle da Esquistossomose – PECE • 1980 - Programa de Controle da Esquistossomose – PCE • 1990 – Funasa3 • 1999 – Descentralização das ações de vigilância e controle de doenças da Funasa para os Estados e Municípios • Atualmente – Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose-PCE/SVS/MS 1. DNRu – Departamento Nacional de Endemias Rurais 2. SUCAM – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública 3. FUNASA – Fundação Nacional de Saúde Fonte:SVS/MS Taxas de mortalidade e internação por esquistossomose. Brasil, 1990 – 2009 Fonte: MS/SIM, SIH/SUS /100.00 hab.. *Mortalidade 2009 *Mortalidade 2009 –– dados sujeitos dados sujeitos àà revisãorevisão ** Interna** Internaçção hospitalar 20010 ão hospitalar 20010 –– situasituaçção em 01/03/ 2011 (sujeita a novas atualizaão em 01/03/ 2011 (sujeita a novas atualizaçções)ões) Taxa de mortalidadeTaxa de mortalidade redureduçção 50% (1990 ão 50% (1990 –– 2009)2009) 496 496 óóbitos (2009)bitos (2009) Taxa de internaTaxa de internaççãoão redureduçção 90% (1990 ão 90% (1990 –– 2009)2009) 299 interna299 internaçções (2010)ões (2010) População examinada, portadores de S. mansoni e percentual de positividade detectados em inquéritos coproscópicos. Brasil, 1981 a 2009* * Dados parciais Fonte: SVS/MS Ano População examinada Portadores de infecção Percentual de positividade (%) 1981 1.840.626 172.242 9,4 1982 1.732.907 136.882 7,9 1983 2.096.268 184.149 8,8 1984 2.347.810 198.025 8,4 1985 2.697.910 223.609 8,3 1986 1.878.728 138.481 7,4 1987 1.406.844 90.001 6,4 1988 1.363.606 82.962 6,1 1989 1.395.202 76.412 5,5 1990 1.802.675 150.934 8,4 1991 1.900.761 134.103 7,1 1992 2.353.970 203.207 8,6 1993 2.354.390 274.084 11,6 1994 2.559.051 283.369 11,1 1995 2.715.259 300.484 11,1 1996 2.718.164 245.401 9,0 1997 2.791.831 290.031 10,4 1998 2.163.354 183.374 8,5 1999 2.095.765 177.146 8,5 2000 1.364.240 90.580 6,6 2001 1.376.867 93.464 6,8 2002 2.073.970 146.647 7,1 2003 2.089.180 141.605 6,8 2004 1.910.739 118.503 6,2 2005 2.229.804 137.734 6,2 2006 2.371.016 141.017 5,9 2007 2.476.752 153.948 6,2 2008 1.667.306 109.468 6,5 2009 1.274.743 66.495 5,2 2010* 763.523 39.199 5,1 Percentual de positividade para S. mansoni na população examinada, por Unidade Federada. Brasil, 2004 - 2009 Ano Unidade Federada 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Pará 0,7 2,3 2,4 2,2 1,7 3,9 Maranhão 4,2 5,3 4,2 4,1 4,7 4,8 Piauí 0 0 0,1 0,1 0 0,2 Ceará 0,8 0,8 0,5 0,4 0,4 0,2 Rio Grande do Norte 2,8 3,8 3,6 3,6 3,1 3,3 Paraíba 4,9 5,1 4,7 5,4 7 5,2 Pernambuco 9,1 10,1 8,6 8,2 8,5 6,6 Alagoas 10,2 9,6 8,7 8,1 8,4 8,8 Sergipe 10,8 9,7 10 10,5 10,5 9,7 Bahia 6,1 5,1 5 4,3 3,7 3,6 Minas Gerais 7,7 5,9 5,9 6 6,5 4,4 Espírito Santo 3,8 5 4,3 3,6 3,4 2,9 Rio de Janeiro 1,3 1,9 1,9 0,3 1,1 3,7 Paraná 0,9 1,3 1,5 1,4 2,1 6,4 Santa Catarina 0,1 0,1 0,2 0,5 0,1 0,0 Fonte: MS/SVS Atividades para o controle da esquistossomose 1.Diagnóstico Busca ativa - inquérito coproscópico domiciliar (método diagnóstico Kato-Katz) Periodicidade - no mínimo a cada dois anos. Demanda passiva - rede de Atenção Primária. 2. Tratamento Crianças: a) Oxamniquina suspensão - dosagem de 20mg/kg/ peso b) Praziquantel, comprimidos - dosagem: 60mg/kg/peso Adultos: a) Praziquantel, comprimidos - dosagem: 50mg/kg/peso Estratégia para tratamento por localidade • prevalência < 25%, tratamento somente de pessoas positivas; • prevalência 25% até < 50%, tratamento de pessoas positivas e conviventes; • prevalência igual ou superior a 50%: tratamento de toda a população da localidade Atividades para o controle da esquistossomose 4. Educação em saúde e ambiental para as populações sob risco • Participação comunitária no controle da esquistossomose 5. Obras de engenharia de Saúde Pública • Para eliminar criadouros de hospedeiros intermediários. Ex: construção de canais, drenagens, aterros e outros. • Para prevenir que o homem contamine os mananciais de água. Ex. instalação água encanada e obras de saneamento básico domiciliar 3. Malacologia • Inspeções coleções hídricas - determinar a localização de moluscos hospedeiros da esquistossomose (Biomphalaria glabrata, B. straminea, B. tenagophila) • Controle dos hospedeiros intermediários com uso de moluscicida ou controle biológico Foto: Gersonil Souza - BA Foto: acervo Dra. Constança Simões Barbosa, Fiocruz/PE Desafios para o controle da esquistossomose Fotos: acervo do PCE/SVS/MS Foto: Ivan Euclides 2008 Publicações do Ministério da Saúde sobre esquistossomose site: www.saude.gov.br/svs Outros links OMS http://www.who.int/topics/schistosomiasis/en/http://www.who.int/tdr/diseases/schisto/default.htm Fiocruz http://www.fiocruz/ioc CPqRR http://pide.cpqrr.fiocruz.br www.saude.gov.br/svs esquistossomose@saude.gov.bresquistossomose@saude.gov.br Equipe tEquipe téécnica: cnica: mariaj.menezes@saude.gov.br jeann.marcelino@saude.gov.br alvaro.castro@saude.gov.br
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