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 DA FRAUDE CONTRA CREDORES
	A fraude contra credores é um vício social, em que duas pessoas realizam um negócio jurídico para prejudicar os credores de uma delas. Essas pessoas praticam um negócio verdadeiro, sabendo o que estão fa-zendo, mas agem para causar prejuízio ao credor de uma delas.
	 
	 NOÇÕES DE CONHECIMENTOS BÁSICOS 
	Para que se compreenda o mecanismo da fraude contra credores, é necessário que, preliminarmente, se conheçam algumas questões que entram na formação desse vício da declaração da vontade.
	Primeiramente, deve ser conhecido o conceito de obrigação, que é o vínculo jurídico que une duas pessoas pelo qual uma delas ( o deve -dor ) fica obrigada a entregar uma prestação ( dar, fazer, não fazer alguma coisa ) à outra, que se chama credor. A prestação é o que o devedor de –ve: é a dívida, ou seja, aquilo que o devedor deve ao credor.
	Para que o devedor possa pagar sua dívida, afirma-se que todo o seu patrimônio ( todos os seus bens, créditos, direitos, tudo que ele tem ) fica vinculado. É o que dispõe o art. 391 do Código Civil:
	Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
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	Assim, quando o devedor deve para um credor ( ou credores ), não pode alienar todos os seus bens; pode alienar alguns, desde que os restantes bastem para pagar os credores. Não pode ficar sem nada.	
	Surge então o conceito de insolvência, que é a situação em que o patrimônio ( os bens ) do devedor não basta para pagar suas dívidas. Ou quando seu ativo é menor que seu passivo. Dispõe o art. 955 do C.C.:
	Art. 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas excedam à importância dos bens do devedor. 
	Quando há vários credores, todos têm o mesmo direito sobre os bens do devedor, a menos que alguns deles tenha algum título legal de preferência, isto é, de receber seu crédito na frente dos outros. Quando existirem vários credores, faz-se o chamado concurso de credores e divi -de o produto da venda dos bens do devedor por todos, proporcionalmen -te aos seus créditos. Isso se chama rateio. É o que diz a lei:
	Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do devedor comum.
	Alguns credores têm preferência sobre os outros. São os créditos privilegiados previstos no art. 961 do Código Civil:
	Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral.
 
 
 
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	Os créditos reais são os que decorrem dos direitos reais de garan tia, como a hipoteca e o penhor. Esses créditos, em regra, são pagos intei ramente na frente de todos os outros.
	Os credores sem nenhum privilégio recebem no fim, sobre o que sobrar. São os credores quirografários ( credores por cheques, duplica –tas, promissórias, dívidas comuns, etc. ).
	Esses credores quirografários são aqueles que o instituto da frau-de contra credores visa especialmente a proteger, como se verifica dos ar tigos 158 e 162 do Código Civil.
	Portanto, fraude contra credores ocorre quando o devedor insol -vente aliena seus bens a alguém, prejudicando ( deixando de pagar ) seus credores quirografários. Pode ser que ele já fosse insolvente ( ex. – devia 100, tinha uma casa de 60, e a vende ), ou que fique insolvente com o ne -gócio ( ex. – devia 100, tinha uma casa de 120 e a vende ).
 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA FRAUDE 	Em princípio, a fraude tem dois elementos: um objetivo ( “eventus damni” ), que é a alienação feita em estado de insolvência ( ou que causa a insolvência ); e um subjetivo ( “consilium fraudis” ) que é a má-fé do devedor, ou seja, a consciência de prejudicar seus credores.
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	A má-fé do devedor está sempre presente, pois conhece sua situa ção financeira e sabe que a alienação de seus bens em estado de insol - vência irá prejudicar seus credores. 
	Mas, com relação ao adquirente desses bens, a comprovação do “consilium fraudis” exige a prova de que ele conhecia a insolvência do alienante.
 HIPÓTESES LEGAIS DE FRAUDE
	O Código Civil prevê quatro hipóteses de fraude contra credores.
	1) Atos Gratuitos – Estão previstos no art. 158 do Código:
	Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dí- vida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários,como lesivos dos seus direitos. 
 	§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
	§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
	Tal artigo dispõe sobre duas modalidades de atos gratuitos: 
a) transmissão gratuita de bens e b) remissão de dívida.
 	 
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	Atos de transmissão gratuita de bens são os negócios jurídicos em que o devedor aliena bens gratuitamente, sem nada receber em troca, como, por exemplo, a doação. 
	Atos de remissão de dívida são aqueles em que o devedor insol -vente perdoa a dívida de seus devedores. O crédito que ele tinha integra-va seu patrimônio e seus credores poderiam penhorá-lo. Com a remissão, esse crédito se extingue e seus credores perdem essa forma de receber.
	Nesses dois casos, basta a prova da prática do negócio e da insol vência do devedor. Não há necessidade de se provar que o donatário ( ou o devedor perdoado ) conhecia essa insolvência, pois ele só recebe vanta gens com o negócio fraudulento.
	2) Atos Onerosos – Estão previstos no art. 159 do Código Civil:
 
 	Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conheci-da do outro contratante.
	Trata este artigo de contratos onerosos praticados pelo devedor insolvente, geralmente uma compra e venda. Nesses contratos há uma contra-prestação entregue pelo comprador ( o preço pago ), de modo que para anular-se o negócio deve-se provar também a sua má-fé. 
 
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	Aqui deve-se provar o “ eventus damni ”, ou seja, que a venda foi feita pelo vendedor em estado de insolvência, ou que ele foi reduzido a insolvência em razão dessa venda. 
	Além disso, também precisa ser provado o “ consilium fraudis ” entre o vendedor e o comprador: a sua má-fé . Não se exige prova de conluio ou acordo entre eles para prejudicar os credores do vendedor. Basta que se prove que o comprador conhecia a insolvência do vendedor ou que tinha motivos para conhecê-la.
	Por isso, a lei exige que se prove que a insolvência do vendedor era notória, sabida por todos, ou que fosse presumida, por haver moti- vos para ser conhecida pelo comprador. 
	A insolvência é notória quando conhecida por todos, como no ca so de o vendedor ter títulos protestados ou ser réu em ações de cobrança ou em execuções cambiais.
	Na segunda situação, a insolvência é presumida quando o com-prador tinha motivos para conhecer a situação do vendedor. A ciência da insolvência é inferida de várias circunstâncias, tais como o preço muito baixo ( vil ), o parentesco próximo, a amizade intima, o compadrio, etc.
	Essa provas incumbem ao credor quirografário que quiser anular a venda. Se ficar demonstrado que o comprador nada sabia da insolvên -cia do vendedor, o negócio não será anulado.
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	Essas são as principais situações em que se anulam negócios ju-rídicos com base em fraude contra credores. Mas a lei entende ainda ha ver fraude em outras situações. É o que dizem os arts. 162 e 163 do CC.
	Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pa -gamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores,aquilo que recebeu. 
 
 	Art.163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
	No primeiro caso, a lei anula o pagamento de dívida não vencida feito pelo devedor insolvente a um de seus credores quirografários. Se a
dívida já estava vencida e ainda não instaurado o concurso de credores, o pagamento é tido como bom. Mas se não estava vencida, não se admite que o devedor insolvente quebre a igualdade que deve existir entre seus credores quirografários, favorecendo um deles.
	A segunda hipótese é semelhante mas, ao invés de pagar a dívida, o devedor insolvente constitui garantia real ( hipoteca, penhor ) a algum credor quirografário, prejudicando os demais. 
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	Anulados os negócios fraudulentos, as suas vantagens reverterão ao patrimônio do devedor insolvente e sobre elas os credores em concur-so exercerão seus direitos. No caso de garantias reais outorgadas, serão elas anuladas, ficando todos os credores igualados. Diz o art. 165 do CC.:
	Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante rever terá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
 	Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direi tos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importa rá somente na anulação da preferência ajustada.
	A ação que deve ser movida para a anulação dos negócios jurídi-cos praticados com fraude contra credores chama-se ação pauliana ou revocatória. 
	Essa ação deve ser movida pelos credores quirografários, que já o eram ao tempo da alienação fraudulenta ( são os Autores da ação ). Co-mo Réus, nos termos do art. 161 do CC., deverão ser citados o devedor insolvente, a pessoa que com ele contratou e os terceiros adquirentes -que hajam procedido de má-fé.

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