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Introdução à Ciência Política

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Introdução à Ciência Política – Professora Maria Sarah – sarah@puc-rio.br
22/02/2016
Provas 25/04, 06/06 e 20/06
Bibliografia:
“Os clássicos da política”, Vol. 1, Editora Ática, WEFFORT, Francisco
“O Príncipe”, MAQUIAVEL, Nicolau
“O nome da rosa”
Filmes
A ponte dos espiões
Spotlight
A grande aposta
Inside job
NICOLAU MAQUIAVEL
Estudo de “O Príncipe”
	Ambientado em Florença no Século XV;
	Escrito durante o Renascimento Italiano (renascimento das ideias gregas), pós idade média. Na idade média ocorreu a fragmentação dos poderes políticos do Império Romano, dividindo a Itália em feudos em decorrência das invasões dos bárbaros;
	A unificação italiana é um dos temas centrais de Maquiavel. Entretando ela só ocorre no Século XIX;
	Inicialmente os mecenas (nobres) financiavam os renascentistas (humanistas);
	O homem passa a ser o centro de tudo;
	Maquiavel tem a pior visão da natureza humana;
	Maquiavel separa o ser privado do ser político;
	Maquiavel é funcionário do governo e apoiado por este;
	O principal problema da Itália é a instabilidade política por causa da falta da unificação italiana;
	Maquiavel questiona “Como manter o poder? Através da monarquia!”;
	O Príncipe tem duas características principais: virtú (que não é a virtude religiosa) e fortuna;
	Moral pragmática para resultados versus princípios: “Os fins justificam os meios.”;
	A avaliação da política é conjuntural, depende do momento;
	Flexibilidade = ética vs resultados;
	Mudança do fundamentalismo (princípios radicais) para total flexibilidade, sem princípios - “os fins justificam os meios”;
	A política não é a lógica racional da justiça e da ética, mas a lógica da força transformada em lógica do poder e da lei;
	Maquiavel inaugura a ideia de valores políticos mediados pela eficácia prática e pela utilidade social. Diferente da modalidade privado dos indivíduos;
	O ethos político é diferente do ethos moral;
	Maquiavel funda uma NOVA moral, que é a do cidadão, do homem que constrói o Estado, uma moral imanente (oposto de transcendente), mundana;
	Ocorre a ruptura do pensamento de política ligada à religião;
	Pensamento prático, pragmático;
	Verdade efetiva das coisas.
	
	Quantidade
	Desejo
	Lealdade
	O povo
	Mais numerosos
	Ser livre
	Maior
	Os grandes
	Menos numerosos
	Oprimir
	Menor
Sobre os exércitos: para obter e manter o poder
	
	A quem obedecem
	Eficácia
	Mercenários
	Ao dinheiro
	Inúteis e perigosos
	Auxiliares
	A outro governante
	Inúteis e perigosos
	Próprios
	Ao próprio Príncipe
	Úteis e não perigosos
	Mistos
	Ao Príncipe ou dinheiro
	Úteis e mais/menos perigosos
Para Maquiavel, o Príncipe:
	Deve ser respeitado e temido;
	Não deve ser odiado;
	Sua virtude política vai aparece na qualidade das instituições que souber criar e manter, e na capacidade que tiver pra enfrentar as ocasiões adversas, isto é, a fortuna ou a sorte;
	O poder do Príncipe deve ser superior ao dos grandes e estar a serviço do povo;
	O ethos ou caráter do Príncipe deve variar com as circunstâncias, para que sempre seja senhor delas.
Roteiro para a prova:
	Origem do poder?
	Finalidade do política?
	Quais são as principais características do Príncipe (virtù e fortuna)?
	Moral segundo Maquiavel
THOMAS HOBBES
	Um contratualista;
	A chave: o “estado de natureza”:
	Toda a sociedade onde não tem uma lei encontra-se o estado da natureza, onde os grupos tentam se sobrepor;
	O Homem Natural de Hobbes:
		Não é um selvagem;
	Não muda – seria perene;
	Até o séc. XVIII: quase consensual a ideia da imutabilidade da natureza humana;
	Como o homem é, naturalmente? “... tão iguais que...”;
	O mais razoável: atacar o outro para vencê-lo ou simplesmente para evitar um ataque possível: assim a guerra se generaliza.
	Três causas principais da discórdia:
		A competição almeja o lucro;
	A desconfiança almeja a segurança;
	A glória almeja a reputação.
	Segundo Hobbes: “conhece-te a ti mesmo”;
	Reforma o pensamento do absolutismo;
	Ideia muito forte do medo. Só coisas negativas sobre a natureza humana;
	Existe um medo e insegurança muito grandes em relação ao outro. E medo da morte;
	Um estado de profundo sofrimento, de falta de desenvolvimento e progresso da sociedade:
	Para sair deste estado, somente através do pacto;
	Cada um de nós usa a sua própria força para se defender ou atacar o outro:
	No limite destes confrontos entre os grupos, como somos também cheios de emoção, vamos querer sair deste estado de natureza, através do pacto com o Leviatã;
	A guerra de todos contra todos. Muito mais na imaginação do que na vida real.
	O Estado surge/nasce de pactos/contratos recíprocos uns com os outros:
		O pacto de submissão com “O Soberano/Leviatã/deus mortal”
	Estado = Leviatã = Soberano;
	Quando se abre mão da liberdade ilimitada para o Soberano;
	A liberdade e igualdade são dispensáveis;
	Apesar das diferenças, as qualidades e defeitos de cada um se neutralizam;
	No pacto todos abrem mão de algo para o Soberano. Este não está no pacto. Não assina o contrato. O Soberano nasce após e por conta do contrato;
	O Soberano X Os Súditos;
	Tem o papel de acabar com a guerra;
	Tirar de cada um o poder de fazer justiça com as próprias mãos;
	Não tem contrapartida;
	É um pacto de submissão onde há o risco do Soberano abusar do poder, porém isso ainda é melhor do que a anarquia;
	A razão de existir do pacto é o direito à vida. Sendo assim, se sou condenado à morte, rompo o pacto;
	Apesar disso, Hobbes não elaborou teorias sobre a guerra entre os Leviatãs (diferentes Estados).
Roteiro para a prova:
	Estado de natureza;
	O Contrato;
	O Leviatã.
JOHN LOCKE (1632 – 1704)
	Um dos fundadores do liberalismo político;
	Indivíduo é anterior ao Estado e à sociedade;
	Estado de natureza (EN):
	Estágio pré-social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade. Situação real e historicamente determinada, como ainda viveriam, na época, as tribos norte-americanas;
	Estado de relativa paz e harmonia;
	Homens já dotados de razão e propriedade (vida, liberdade e bens) como direitos naturais do ser humano.
	Teoria da propriedade:
	Já existe no estado de natureza;
	Uma instituição anterior à sociedade;
	Um direito natural do indivíduo que não poderia ser violado pelo Estado;
	O homem como naturalmente libre e proprietário de sua pessoa e do seu trabalho;
	O trabalho como fundamento originário da propriedade.
	O próprio trabalho imporia limitações à propriedade pela própria capacidade de trabalho do indivíduo;
	O uso da moeda levou, finalmente, à concentração da riqueza e à distribuição desigual dos bens entre os homens: da propriedade limitada (pelo trabalho) para a propriedade ilimitada (baseada na acumulação).
	Contrato social;
	Os inconvenientes do estado de natureza:
	Violação da propriedade (vida, liberdade e bens), uma vez que inexiste uma lei estabelecida, de juiz imparcial e de força coercitiva, para impor a execução das sentenças. Isso pode levar e colocar os indivíduos em “Estado de Guerra”, uns contra os outros;
	Por unanimidade os homens se unem e estabelecem entre si o contrato social. Passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil.
	Sociedade política ou civil;
	Objetivo: proteção da comunidade contra os perigos internos e as invasões estrangeiras;
	Pacto de consentimento para proteger, agora com a proteção da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político unitário.
	Direito de resistência.
Roteiro para a prova:
	O estado de natureza;
	A teoria da propriedade;
	O contrato social;
	A sociedade política ou civil;
	O direito de resistência.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
	Estado de Natureza (EN):
	Hipotético;
	Onde os
homens viviam bem e felizes, em harmonia com a natureza;
	Nele reinava a liberdade e a igualdade;
	Não há volta para esse estado;
	Está na origem da humanidade somente;
	A sociedade do Séc. 19 na França não era natural pois não havia liberdade e havia alta desigualdade;
	1º e 2º estados contra o 3º estado.
	Desigualdade é uma consequência não natural.
	Mudança:
	A descoberta da agricultura (trigo) e da metalurgia (ferro) fazem surgir a propriedade com todos os inconvenientes que dela decorrem. Segundo Rousseau, esta mudança (o surgimento da propriedade) foi fruto de um consentimento, de um acordo, quando um homem cerca um terreno, diz que é seu e encontra outros que concordam;
	A propriedade é resultado do trabalho.
	Pacto ou contrato social legítimo:
	Estabelece as condições de possibilidade de um pacto legítimo, por unanimidade, onde cada um faz um contrato “por assim dizer consigo mesmo”, constituindo a VONTADE GERAL;
	Quando é feito o uso da força o pacto é ilegítimo, pois não é a vontade geral.
	A Soberania:
	Será expressa pela lei. A vontade geral constitui um elemento de moralidade. A liberdade e a faculdade que possui cada um de fazer predominar sobre a sua vontade “particular”, a vontade geral;
	Logo, obedecer ao soberano , ao povo em conjunto, é verdadeiramente ser livre;
	Inalienável;
	Indivisível;
	Infalível;
	Absoluta.
	Lei = expressão da vontade geral.
	A hipótese para a origem da humanidade é similar a hipótese dos físicos sobre a origem do universo.
	O mito do bom selvagem: supõe que os ancestrais eram bons selvagens. Não há documentação para comprovação.
Roteiro para a prova:
	O estado de natureza – a origem da desigualdade;
	O contrato social;
	A vontade geral.
CHARLES-LOUIS DE SECONDAT – BARÃO DE MONTESQUIEU (1689 – 1755)
	Até Montesquieu as leis eram legítimas, imutáveis e ideais.
	Para Montesquieu as leis são relações necessárias que derivam da natureza das coisas (das relações políticas).
	As leis são mais ou menos ADEQUADAS a um determinado povo e a uma determinada época ou lugar.
	Estabelecer a relação das lei com as sociedades ou com o “Espírito” das sociedades.
	O Espírito da lei varia com a sociedade, geografia, clima, época. É adequado para cada povo, independente da moral.
	Não existem leis universais ou universalmente aplicáveis.
	As condições de manutenção do poder, no caso da Monarquia, leis com instituições seria o ideal.
	O poder e sua relação com a liberdade:
	A natureza do governo quem detêm o poder?
	A Monarquia – dos dias atuais,médios territórios;
	A República – dos antigos, pequenos territórios;
	O Despotismo – do futuro, grandes territórios.
	O princípio do governos, como o poder é exercido?
	Na Monarquia – a honra, a glória, o legado
	Na República – a virtude cívica
	No Despotismo – o medo
Roteiro para a prova:
	O conceito de lei;
	As três formas do governo (visão de Montesquieu, a natureza e princípios)
OS FEDERALISTAS
	Conceitos importantes
	Confederação: é uma associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de tratados, mas que pode eventualmente adotar uma constituição comum. A principal distinção entre uma confederação e uma federação é que, na Confederação, os Estados constituintes não abandonam a sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal
	Federação ou Estado Federal: é Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio. Como regra geral, os estados ("estados federados") que se unem para constituir a federação (o "Estado federal") são autônomos, isto é, possuem um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas pela constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo governo central. Entretanto, apenas o Estado federal é considerado soberano, inclusive para fins de direito internacional. Normalmente, apenas ele possui personalidade internacional e os estados federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas na medida em que o respectivo Estado federal o autorizar.
	1776 – Independência dos Estados Unidos da América
	1781 – Artigos sobre a confederação
	Madison é considerado “Father of the Constitution”
	1788 – John Jay, Alexander Hamilton e James Madison assinaram os artigos na imprensa de Nova Iorque sob o pseudônimo de “Publius”
	Colonização americana
	Feita por pessoas religiosas (peregrinos) que emigraram para a colônia com o intuito de propagar o nome de Deus
	Todos eram alfabetizados logo cedo, dentro da própria igreja, para que pudessem ler a Bíblia
	Havia grande autonomia da colônia em relação à Inglaterra
	Soberania do povo, refletida da cidade para o estado, que gera a autonomia de cada colônia
	São estabelecidas 13 colônias soberanas
	As 13 colônias se toram independentes e viram os 13 estados
	Por serem soberanas individualmente, estabelecer um governo central torna-se problemático
	Por que as colônias, agora estados, abririam mão da sua independência da Inglaterra, por uma submissão a um governo central?
	Os 13 estados se unificam para criar um pais
	Para que essa estrutura funcionasse era necessário estabelecer uma ligação entre os estados e um governo central
	Isso é feito através da criação de uma confederação que tem um governo central fraco, garantindo que os estados não abram mão do seu poder
	Porém os federalistas advogam que para o bem do país é necessário um governo central forte, contrariando a ideia de soberania de cada estado
	A solução é a criação de uma federação onde cada estado cede uma pequena parte do seu poder para o governo central, que tem uma constituição para o país, mas permitindo que cada estado tenha a sua própria constituição
	Unidade x diversidade
	Centralização x descentralização
	Competição x cooperação
	O Federalismo:
	Garante a unidade, mas preserva a diversidade
	Centraliza para consolidar a formação do Estado, e limita a ação desse mesmo Estado para assegurar a descentralização territorial do poder político
	O pêndulo: entre governo federal e governo unitário
	Os federalistas tinham certeza que a sociedade americana era movida por interesses particulares
	Oposto ao pensamento de Rousseau onde a vontade gera é um consenso virtuoso da sociedade que neutraliza o interesse particular, onde se abre mão em prol do todo
	A Teoria da Separação dos Poderes e a natureza humana
“Mas afinal, o que é o próprio governo senão o maior de todos os reflexos da natureza humana? Se os homens fossem anjos, não seria necessário haver governos.”
James Madison – O Federalista n. 51
		Controles mútuos
	Um poder controla o outro pois já que não somos anjos, precisamos de uma vigilância
	A estabilidade política neutraliza as facções
	As facções são grupos de interesses que entram em conflito entre si
	É preciso criar o governo porque os homens não são anjos, para controlar as facções, neutralizá-las
	As facções precisam ser neutralizadas para que uma não se sobreponha a outra
	As questões federalistas resolvem no consenso
Roteiro para a prova:
	O moderno Federalismo: desafios;
	A separação dos poderes.

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