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446 OAB 2011 1 ADM RESUMO

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OAB 1ª Fase 2011.1 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035.0105 1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
REGIME JURÍDICO 
 
- Confere Prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e Restrições 
(Perece. da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os 
outros princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e 
sujeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do direito administrativo”. 
 
Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-PRINCÍPIOS) Art. 37, caput, da CF/88: Princípios 
Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE: A adm. Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão 
subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito dos particulares, onde o 
que não está proibido está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela Legalidade Administrativa, o 
administrado só atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da 
coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, a atividade da administrativa é da Administração 
e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (ou agente público 
de fato). 
 
- As publicidades da adm. não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão 
meramente informativas, educativas ou de orientação social. 
 
 MORALIDADE: Maurice Hauriou, 1927: noção de adm. proba, a moralidade administrativa seria um 
conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da adm., conjunto de valores que fixam 
um padrão de condutas que deve ser observado pela Administração no sentido de que ela atue com 
retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a Lei, essas atuações têm que 
ser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, inc.LXXIII da CF/88  Ação popular para controlar a moralidade administrativa dos 
agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE: Transparência no exercício da atividade administrativa. 
OAB 1ª Fase 2011.1 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
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- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo 
(privacidade, intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, antes já era princípio infraconstitucional. A atuação da 
Administração deve ser: 
 Rápida: Dinamismo, Celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, Satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública: 
 
 Finalidade Pública Geral: impõe atuação que atuação administrativa seja sempre voltada à 
coletividade, ao interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica: determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é 
praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o princípio da 
finalidade pública (Desvio específico de finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos: 
 
 Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção 
relativa, juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão 
válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (constitucional): 
 
 A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios 
atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade 
 Súm. 346, STF :“A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.” 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se 
originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súm.473, 
STF : ”A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem 
ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial”. 
 
OAB 1ª Fase 2011.1 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
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 Em todos esses casos de Invalidação e Revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e 
deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial 
restringe-se a aspectos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a 
conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole 
da Administração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9784/99, art.53  Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus 
próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação: 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. 
Inc. IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função 
atípica do judiciário devem ser fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prático de 
um ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável 
aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração 
motivar ato que poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os 
motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo 
Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta 
deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF) 
 
 Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se 
apresentar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que 
optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a 
Administração deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens entre meio 
e o fim, de modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de 
desproporcionalidade do ato. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS: 
 
OAB 1ª Fase 2011.1 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
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- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública 
como necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever 
da administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem 
com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
PODER VINCULADO: competência vinculada expedir atos vinculados.- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, 
cujos elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por Lei. Confere à Administração uma 
competência para expedir Atos Vinculados ou Regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de 
nenhuma liberdade administrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
 
- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só 
impõe sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
1. PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de 
se valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do Objeto e na avaliação dos Motivos do ato 
praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. 
Pode deliberar a respeito do Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos elementos para 
prática de um ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de 
mais de uma decisão. 
 
 Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em Lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. 
Nunca poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos 
princípios constitucionais. 
 
PODER DE POLÍCIA 
 
OAB 1ª Fase 2011.1 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
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- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e 
agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, 
gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar 
geral da coletividade. É um Poder de Polícia Administrativo. 
 
- É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo 
Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos do administrados, 
apenas limita-los de modo que não ponham a coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que ensejam a atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários 
indeterminados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 
 Delegação: O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular 
detivesse o Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrina 
entende que esse Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; 
entidades da Administração indireta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, 
delegatários, também o possuem, mas de forma mais restrita. Obs. Apenas quanto aos atos e 
atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a efetiva demolição 
de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
 
 Sanções: Devem vim previstas expressamente em Lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder 
de Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para 
executar a lei aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, 
no desempenho das suas atividades. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os 
contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 
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Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
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Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma 
atividade do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função 
política de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
 
 - ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma 
declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em 
providências jurídicas complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de 
legitimidade pelo Judiciário, no desempenho de atividades essencialmente administrativas da 
gestão dos interesses coletivos. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos: 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo 
com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora 
enquanto não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde 
à verdade de fato  Fé Pública. 
 
 Imperatividade: não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os 
administrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua 
vontade. Coercitividade dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá 
haver resistência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. 
Os atos negociais, que apenas permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse 
atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob 
pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra 
solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução 
do ato. Ex. demolição de obra. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, 
com base na Lei de Ação Popular 4717/65, art.2°, a falta de um dos requisitos torna o ato inválido 
(anulável, podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos 
(conteúdo e causa). 
OAB 1ª Fase 2011.1 
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Matheus Carvalho 
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 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por Lei, conferida aos órgãos e 
agentes públicos para, em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo 
através dos atos administrativos. Decorre sempre da Lei, é sempre Vinculada, portanto, mesmo 
quando o ato é discricionário, sem o qual o ato é inválido. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua Finalidade específica prevista em Lei, mesmo que atenda a uma 
outra finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou 
desvio de poder, e será Inválido. A Finalidade Específica de cada ato está sempre prevista em 
Lei, é sempre elemento vinculado, mesmo que ato seja discricionário. Ex. Ato de remoção, a 
finalidade específicaé uma melhor prestação do serviço público. Obs Não pode existir ato 
administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do Ato Administrativo. É, em regra, escrito e no idioma nacional, a 
forma está prescrita em Lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em Lei: quando a 
lei se omitir a respeito da forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: 
sinais de trânsito). 
 
*Obs: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato administrativo, é uma 
solenidade especial para prática de determinados dos atos que a exigem. O não cumprimento 
da formalidade torna o ato irregular, já o vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o 
Decreto é ato administrativo que serve como formalidade para eficácia do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da 
Administração (Ex. Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). 
O motivo será elemento Vinculado quando o Ato for Vinculado; Será Discricionário quando o 
Ato assim o for (ocorre quando a lei não elenca o motivo, deixando que a administração o 
pondere). 
 
*Obs: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional, é a exigência da Administração em 
revelar, manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado 
pela Administração para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade 
do ato. Os motivos determinam e condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe 
juridicamente). É a própria essência do ato, a própria administração vai escolher qual o seu 
objeto. É elemento discricionário, quando o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato 
assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria remoção). 
 
a) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: 
 
OAB 1ª Fase 2011.1 
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Matheus Carvalho 
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A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus 
efeitos, por razões de conveniência e oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da 
República. Não é possível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros 
Poderes poderão revogar seus próprios atos administrativos. Obs.: O Judiciário não 
poderá revogar ato administrativo no exercício de sua função típica, que é a função 
jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato 
torna-se inconveniente à Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência 
e oportunidade dos atos anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
 - Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma 
licença. 
 - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados). 
 - Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. 
Obs: STF: Não há Direito Adquiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de 
Autotutela da Administração. A Administração pode revogar seus próprios atos, 
respeitado o dir. adquirido. 
 -Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser 
conveniente e oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex-Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, 
permanecendo os efeitos pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ou 
Viciado, por razões exclusivamente de Legalidade ou Legitimidade. 
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2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o 
Judiciário (controle externo judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário 
pode Invalidar atos de todos os Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atos 
restritivos dos Direitos dos administrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos 
ampliativos dos Direitos do administrado: A Invalidação terá efeito Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A Administração Pública tem 05 anos para declarar a 
Invalidação do Ato. Passados os 05 anos, a Administração não poderá mais invalida-la 
 Convalidação Temporal. Obs. Ação Judicial p/ Anulação de Ato Administrativo: Prazo 
Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 9784/99, art.55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, não são convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo, não 
convalidável, não reeditável. 
• Podem ser Convertidos: Mudança de categoria de um ato, quando sai de uma 
categoria na qual o ato era nulo, para uma outra onde o ato seja válido, também 
tem efeito retroativo. Diferencia-se de convalidar (reeditar o mesmo ato sem o 
vício que o contamina, com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de atos nulos com vício de conteúdo e objeto. (Nomeação 
de servidor para cargo sem concurso público, pode ser convertido em nomeação 
para cargo de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. Obs. Doutrinadores 
defendem que, quando houver possibilidade de convalidação, a Administração 
está obrigada a Convalidar o ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a convalidação 
como faculdade da administração. 
• Quando houver vício na competência: desde que o ato seja ratificado pela 
autoridade competente, Confirmado, haverá a convalidação. 
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• Quando houver vício na forma: reedita-se o ato com a forma prescrita em lei. 
• OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO. 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
11. Formas de Prestação da Atividade Administrativa: 
 
15.1- DESCONCENTRAÇÃO: Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há 
Hierarquia, Subordinação. 
 
 Descentralização: 
 
 Por Outorga: O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser 
feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 
 Delegação: Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. 
Pode ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal): quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta 
(Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual): quando a delegação for para particulares (concessionárias, 
permissionárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
 
15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO: 
 
- Núcleo especializado de competências que servem para prestação de atividade administrativa. 
Não pode celebrar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeitode direitos e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchida 02 condições (ir em busca de 
prerrogativas funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público 
na Administração direta e na indireta (Lei 9784/99). 
 
15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria: tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é 
responsável pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre 
Administração Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o 
dinheiro), administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. No máximo poderá 
regular, complementar, disciplinar o que está previsto em lei. 
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 Formas de Controle: 
 
 Interno: feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
 
 Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação 
Popular; Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, 
receitas e despesas fiscalizadas, finalidades predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS 
 
 Conceito: Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do 
Estado, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São 
criadas e extintas por lei ordinária específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a Lei a criou. Não são criadas para visar o Lucro. 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 
 
 Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e 
liberdade. Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração desse. 
São escolhidos por eleição. Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. 
 OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo 
Presidente após prévia aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie) 
 
1. Finalidade: Regular, Fiscalizar, Disciplinar, Normatizar determinadas 
atividades. Não é atividade nova, antes era exercida diretamente pelo 
Estado. 
 
2. Capacidade Legislativa: Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o 
papel de complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua 
atuação. 
 
3. Regime Especial: Têm mais autonomia, Liberdade normativa, liberdade 
econômica e financeira. 
 
4. Nomeação de Dirigentes: Presidente nomeia com prévia aprovação do 
Senado. É investidura ou nomeação especial, porque depende de prévia 
aprovação do Senado. 
 
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5. Mandato com Prazo certo e determinado: A Lei de criação de cada 
Autarquia de regime especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. 
de 04 anos). Obs. Já há Projeto de Lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos 
para todas. 
 
6. Vedação (Quarentena): Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses 
ou 01 ano (a depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área 
de atuação da Agência Reguladora. 
 AGÊNCIA EXECUTIVA: 
 
a) São Autarquias ou Fundações Públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem 
um planejamento para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão: Celebrado entra uma Autarquia ou Fundação Pública e o Poder 
Público. Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: Autarquia A  Contrato de 
gestão  Agencia Executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário, findo o contrato de gestão, o ente que se 
tornou agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. 
de ag.executiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art.24, par.único, Lei 8666/93: Dispensa 
de Licitação. Regra Geral: 
 
AValor de até 10% do Convite (até R$150.000, se obras ou serviços de engenharia; até 
R$80.000 para os outros serviços); 
 
Blicitação dispensada (R$15.000 ou R$8.000). 
 
e) Dispensa para as Agências Executivas: 20% do Valor do Convite, ou seja, quando o valor da 
licitação for até R$30.000 ou R$16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. 
Essa dispensa vale também para: Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas e 
Consórcios Públicos. Só vale para as Autarquias e fundações públicas, quando qualificadas 
como agência executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. Obs.: 
Quando forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundação Pública. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PÚBLICO: 
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a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da 
Fazenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. Obs. Quando o 
concurso falar de Fundação Pública, será a de Direito Público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PRIVADO (fundações governamentais) 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas 
de dir.público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por Lei Ordinária; Lei Complementar deve determinar a 
finalidade das fundações públicas de dir.privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em 
Fundação Pública, todas elas são de Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; sua criação autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente público: Pode ser capital de vários entes da federação. 
Entretanto, não poderá haver capital de uma Sociedade de Economia Mista investido na 
Empresa Pública, do contrário ela perderá esse status. 
 
c) Tem livre Constituição: Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; Criação autorizada por lei. 
 
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b) Têm Capital Misto: O Capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem 
ser constituídas, obrigatoriamente, como Sociedades Anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo: São julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) FINALIDADES: 
 
A Prestar Serviço Público: Quando forem prestadoras de serviço público, haverá 
prevalência do Dir.Público sobre o Dir.Privado. 
 
B Explorar Atividade Econômica: Quando forem exploradoras de atividade econômica, 
haverá prevalência do regime de Dir.Privado, com alguma influencia do Dir.Público. obs: 
Art.173, CF (Hipóteses em que o Estado pode Explorar Atividade Econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da Segurança Nacional. 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. CONCEITO: 
 
- É uma espécie de contrato, um vínculo jurídicoem que os sujeitos ativo e passivo comprometem-se a 
uma prestação visando Criar, Extinguir ou Modificar Direitos na consecução do interesse público, seguindo 
o Regime Público. 
2. FORMALIDADES: 
 
a) Contrato Escrito. Exceção Poderá ser verbal quando a lei autorizar. Art.60, Lei 8666/93 
(Contratos Verbais): 
 
 Contratos com valor até 4 mil reais. 
 Contrato de pronta entrega. 
 Contrato de pronto pagam. 
 
b) Licitação Prévia/ Procedimento (art.26): 
 
- Se a licitação for inexigível ou dispensada será necessário utilizar-se do procedimento do 
art.26. 
 
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- O Instrumento do contrato será Obrigatório quando o valor for o da Tomada ou da 
Concorrência, mesmo que seja caso de dispensa ou inexigibilidade. 
- Poderá o Instrumento de Contrato ser Facultativo quando o valor for correspondente a 
Convite e quando for possível realiza-lo de outra maneira. 
 
c) Forma do Ato Administrativo. 
 
- Segundo a doutrina moderna, a forma do ato administrativo é vinculada; Podendo ser 
discricionária, se a Lei Autorizar. 
 
d) Publicação (art.61, § único): 
 
- É Feita com o resumo, com o extrato do contrato. A Publicação não pode ultrapassar o 
prazo de 20 dias ou até o 5º dia do mês subseqüente à assinatura do contrato (o que 
acontecer primeiro). 
 
- É Condição de Eficácia do Contrato, ou seja, antes da publicação o contrato já é válido, 
mas é ineficaz, não produz efeitos. 
 
3. CLÁUSULAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: 
 
a) Cláusulas Necessárias: Quando ausentes  Contrato Nulo, Ilegal. 
 
 Garantia (art.55 e 56 da Lei 8.666/93) 
 
- A Administração deve exigir a garantia, em virtude da indisponibilidade do interesse 
público. 
 
- É o contratado que deve decidir qual será a forma da garantia, dentro das alternativas 
elencadas pela lei: Títulos da dívida pública; Caução em dinheiro; Seguro-Garantia 
(contrato de garantia de outro contrato); Fiança Bancária (garantia fidejussória). 
 
- Valor da Garantia: Até 05% do valor do contrato. Até 10% quando o contrato for de 
grande vulto, alta complexidade e causar riscos financeiros à Administração. 
 
 Duração do Contrato Administrativo (art.57 da Lei 8.666/93): 
 
- Prazo sempre determinado (art.57, §3º). A duração máxima será compatível com a 
disponibilidade do crédito orçamentário: 12 meses (lei orçamentária anual). 
 
- Exceções (prazo maior que 12 meses): 
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I) Quando o objeto do contrato estiver previsto no Plano Plurianual (PPP, art.166, 
CF): Prazo máximo do contrato administrativo será de 04 anos. 
I) Prestação Contínua: Se em razão do prazo o preço for melhor, nos casos de 
prestação contínua, o prazo máximo do contrato será de 60 meses. 
 
- Obs. Art.57 Admite-se uma prorrogação (60 meses + 60 meses) em caráter 
excepcional, mediante fundamentação e autorização da autoridade superior. 
 
II) Aluguel de equipamentos e programas de informática: Prazo máximo de 48 
meses. 
 
III) Contratos de Concessão ou Permissão de Serviço Público: Podem ter prazos 
diferenciados, de acordo com a lei que cuidar do serviço delegado, a lei que cuida 
do serviço dará o prazo máximo do contrato de concessão ou permissão. 
 
b) CLÁUSULAS EXORBITANTES (Art.58): 
 
 - Desigualdade entre as partes no contrato, que é válida no contrato administrativo. 
 
 Alteração Unilateral do Contrato (art.65): 
 
- Se a alteração é feita bilateralmente, não há cláusula exorbitante. Só a administração 
pode alterar unilateralmente o contrato. 
 Extinção Unilateral do Contrato: 
 
- Se quem quer extinguir o contrato é o contratado, só poderá fazê-lo na via judicial, se a 
Administração não aceitar extinguir administrativamente. 
 
 01ª Hipótese: Conclusão do Objeto 
 
 02ª Hipótese: Advento do Termo Final do contrato (prazo final) 
 
 03ª Hipótese: Rescisão 
 
I) Consenso entre as Partes: Rescisão Amigável. 
II) Revisão Administrativa: A administração rescinde unilateralmente o contrato, 
extinguindo-o. Hipóteses: 
 
• Razões de Interesse Público: Necessidade de Indenização para o particular. 
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• Descumprimento de Cláusula Contratual: O Contratado deverá indenizar a 
administração. 
 
• Rescisão Judicial. 
 
 04ª Hipótese: Extinção de Pleno de Direito: Por circunstancias alheias à vontade. Ex. 
falência. 
 
05ª Hipótese: Anulação: O contrato já nasce ilegal. 
 
c) Fiscalização do Contrato Administrativo: 
 
- A administração pode até intervir na empresa em situações excepcionais. 
 
d) Aplicação de Penalidades pela Inadimplência de Contratado (art.87, Lei 8.666): 
 
I) Advertência; 
II) Multa; 
III) Suspensão do Direito de Contratar com Poder Público, por, no máximo, 02 
anos; 
 
- Obs. No caso de suspensão o contratado estará impedido de contratar apenas com o 
Ente que aplicou a penalidade. 
 
- Obs. Para aplicação de uma dessas 03 penalidades será feita de forma discricionária 
pelo administrador, não há um rol de hipóteses para aplicação de cada uma dessas 
penalidades. 
 
IV)Declaração de Inidoneidade da Empresa pelo prazo máximo de 02 anos: A 
Empresa deixa de ser idônea e fica impedida de contratar com todos os entes da 
administração. Diferencia-se da Suspensão, que é restrita ao ente com o qual a 
contratada fez o contrato. 
 
- Obs. Para empresa voltar a ser idônea tem que ser reabilitada, para que isso ocorra 
devem ser preenchidos alguns requisitos: Passar o prazo da declaração de 
inidoneidade; A contratada deve indenizar os prejuízos causados à administração 
(requisitos cumulativos). 
 
-Obs. Para aplicação da penalidade de declaração de inidoneidade da empresa, o 
contratado deve ter praticado conduta que seja tipificada também como crime. 
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
CONCEITO: 
 
- Obrigação que tem o Estado de reparar os danos causados a terceiros em razão de comportamentos 
lícitos e ilícitos ou atividades materiais. 
 
2.0 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 
 
2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado (“The King can do not wrong”) 
 
2.2 Teoria da Responsabilidade de Direito Privado: 
 
- O Estado respondia desde que se demonstrasse a culpa individualizada do seu agente, ou seja, a 
Responsabilidade do Estado era idêntica à Responsabilidade do Direito Privado. 
 
2.3  Teoria da Responsabilidade de Direito Público: 
 
- Surge com o caso “Blanc”, na França, no fim de século 19. 
 
A) Teoria da Culpa Administrativa, ou Culpa do Serviço ou Culpa Anônima: 
 
- Pregava uma Responsabilidade Subjetiva distinta da Responsabilidade subjetiva do Direito 
Privado, na medida em que exigia que se provasse uma Culpa Especial do Estado, e não mais uma 
culpa individualizada do seu agente, a culpa não era mais atribuída ao agente pública, e sim uma 
culpa relacionada ao serviço, que seria a Culpa Administrativa, Anônima. 
 
Paul Duez: Haverá Culpa Administrativa quando (“Faute du Service”): 
 
 O serviço não funcionou. 
 O Serviço funcionou mal. 
 O Serviço funcionou de forma retardada, não célere. 
 
B) Teoria do Risco Administrativo: 
 
- A Atividade do Estado, potencialmente, pode produzir riscos aos administrados.Obs. A Teoria da 
Culpa Administrativa defende que só haveria responsabilidade por atos ilícitos praticados pelo 
Estado. 
 
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- Haveria, então, uma Responsabilidade Objetiva, lastreada apenas em um nexo de causalidade 
entre a atuação do Estado e o dano ocorrido, sem a necessidade do elemento culpa, mesmo que o 
dano seja produzido por Atividade Lícita do Estado. 
 
2.4Responsabilidade do Estado no Brasil: 
 
- Constituição de 1824 No Brasil a Teoria da Irresponsabilidade do Estado nunca foi adotada. A 
Constituição de 1824 adotou a Teoria da Culpa Administrativa, na qual a Responsabilidade do Estado 
só existiria quando prova a culpa deste. 
 
- Constituição de 1946  consagra-se a Teoria do Risco Administrativo, com a Responsabilidade 
Objetiva do Estado. 
 
- Constituição Federal de 1988  Adotou as duas teorias, a do Risco Administrativo e a da Culpa 
Administrativa. 
 
3.0-Responsabilidade do Estado por Atos Comissivos: 
 
3.1 Teoria do Risco Administrativo: 
 
- O Estado sempre responderá objetivamente por seus atos comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos ou 
materiais. 
 
- Comportamento Lícito: 
 
 Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido por chefe do 
executivo; 
 
 Material: Produzido em razão de atividade material do Estado. 
 
- Comportamento Ilícito: 
 
 Jurídico: Ex. Auto de apreensão de mercadoria sem as formalidades legais. 
 
 Material: Ex. Tortura de um preso por um agente carcerário. 
 
4.0- Responsabilidade do Estado por suas Omissões: 
 
- STF A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria da Culpa Administrativa. 
 
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Responsabilidade objetiva pelas situações em que há CUSTÓDIA. 
 
LEI N. 8.112/90 - REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E DAS 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS 
 
1) Regime jurídico dos servidores públicos 
 
1.1) Histórico 
 
 Antes de 1988 havia a coexistência de regimes. Em uma mesma repartição pública havia 
pessoas submetidas a regimes jurídicos diferentes. Existiam ainda os denominados “extranumerários” (sem 
regime). 
 O art. 39 da CF/1988, com redação original, passou a prever um regime jurídico funcional 
único para a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. A CF/1988 não obrigava o 
estabelecimento de regime jurídico estatutário ou celetista. Era necessário apenas que o regime funcional 
fosse único. Estava eliminado o problema da coexistência de regimes jurídicos funcionais. 
 Em 1998, a EC 19/1998, dentre outras coisas, alterou a redação da cabeça do art. 39. A partir 
de então, a regra que obrigava o regime jurídico único foi extraída do texto constitucional. Os entes federados 
puderam, desde então, a instituírem mais de um regime funcional. Colocava-se fim à obrigatoriedade do 
regime jurídico único. A lei 9.986/2000 foi o primeiro ato normativo a tentar criar um quadro de empregos 
públicos (autarquias especiais). 
 Pela medida cautelar deferida na ADI 2.135, a eficácia original do caput do art. 39 foi 
restaurada. A regra da EC 19/1998, que deu nova redação ao art. 39, padeceria de uma inconstitucionalidade 
formal, por afronta ao sistema bicameral. A essa decisão foi conferida eficácia ex nunc. 
 Hoje, vigora a obrigatoriedade de regime jurídico único, salvo as exceções contempladas na 
própria Constituição. 
 
1.2) Introdução (Lei 8.112/90) 
 
 Artigos 2º e 3º: Servidor é quem ocupa cargo público. E cargo público é o conjunto de 
atribuições entregues a um servidor? Em âmbito federal o servidor público, em âmbito federal, é o ocupante 
de cargo público. 
 Art. 3º, parágrafo único: 
 Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros (regra de acessibilidade). A 
Constituição não permite a diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados, salvo as exceções 
expressamente nela previstas (art. 13, parágrafo 3º, da CF/1988). 
 O art. 37, I, da CF/1988: ... assim como aos estrangeiros, na forma da lei. O texto original da 
CF não admitia a ocupação, por estrangeiro, de cargo, emprego ou função. Essa regra acabou sendo 
excepcionada em 1996, antes do advento da EC 19/1998, pelo art. 207, parágrafo 1º, da CF/1988 (EC 
11/1996), permitia a admissão de estrangeiros nas entidades de ensino federais. Em 1998 essa regra foi 
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estendida a outros cargos, na forma da lei. Na forma da lei, segundo o STJ, significa dizer que o dispositivo 
constitucional tem eficácia limitada (RMS/STJ 16.923). 
 Os cargos “são criados por lei”. A criação de cargos públicos gera repercussão de ordem 
orçamentária. Em geral, pelo princípio do paralelismo de formas, um ato somente pode ser extinto por outro 
da mesma natureza. Todavia, por decreto, poderá o Presidente da República extinguir funções ou cargos, 
quando vagos (art. 84, VI, “b”), se provido, por lei (art. 84, XXV). 
 “... vencimento pago pelos cofres públicos ...”. É do conceito de cargo a sua remuneração. O 
trabalho gratuito no âmbito da Administração Pública é permitido, nos termos da lei (art. 4º), e.g., Lei 
9.608/1998. 
 “... para provimento em caráter efetivo ou em comissão”. Em ambos os casos o servidor é 
estatutário. 
 
XXXXXXXXXXXXX Cargo de provimento efetivo Cargo de provimento em 
comissão 
I. Quanto à 
possibilidade de 
aquisição de 
estabilidade: 
- É possível. - Não é possível. 
II. Quanto ao 
ingresso: 
- Através de concurso público. - Livre nomeação e exoneração, 
de acordo com a lei (norma de 
eficácia contida, pois se a lei criar 
o cargo a lei poderá conter a 
liberdade de nomeação e 
exoneração e.g., nível de 
escolaridade, grau de parentesco 
[súmula vinculante n. 13 do STF]. 
O STF entendeu que a restrição, 
nesse último caso, decorre 
diretamente da CF, 
independentemente de lei). 
III. Quanto ao 
desligamento: 
- Mediante procedimento 
administrativo, assegurada a 
ampla defesa e o contraditório. 
- Livre exoneração. 
IV. Quanto às 
atribuições 
 - Só podem ser criados para 
funções de direção, chefia e 
assessoramento. Não podem 
referir-se a funções de natureza 
técnica. 
V. Regime 
previdenciário 
- Regime de previdência próprio 
dos servidores (art. 40, da 
- Regime geral de previdência 
social (art. 40, parágrafo 13º). 
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CF/1988) Trata-se do servidor, 
extraquadro, que ocupa 
exclusivamente cargo em 
comissão. 
 
1.4) Requisitos para a investidura em cargo público (art. 5º) 
 
 Parágrafo 1º: as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos. Para 
isso deve esse requisito estar previsto em lei (aspecto formal). Súmula 686 do STF: só por lei se pode sujeitar 
ao exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Além disso, deve-se observar o requisito 
teleológico, ou seja, a exigência deve guardar compatibilidade lógica com as atribuições do cargo (aspecto 
material). Súmula 683 do STF: o limite de idade para a inscrição e concurso público só é legítima quando possa 
ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
1.5) Provimento e vacância 
 
1.5.1 Formas de provimento (art. 8º) 
 
 Provimento é o preenchimento docargo. 
 Forma originária de provimento: nomeação. 
 Forma derivada de provimento: promoção, readaptação, reversão, reaproveitamento, 
reintegração e recondução. 
 A ascensão e a transferência são inconstitucionais. 
 Súmula 685. 
 
 A) Nomeação 
 
 São fases do provimento: 
 
a.1) Concurso 
 
 Para cargos públicos efetivos o concurso será sempre de provas ou de provas e títulos, nunca 
só de títulos. 
 Existe algum direito decorrente da aprovação em concurso? 
 Classicamente, é difundida a idéia de que a aprovação em concurso gera apenas expectativa 
de direito. Todavia, há decisões proferidas tanto pelo STF como pelo STJ em sentido diferente. Esses 
precedentes reconhecem o direito à nomeação até o número de vagas previstas no edital, ou seja, o anúncio 
de vagas gera o direito subjetivo de nomeação dos aprovados (STF/RMS 23.657). A praxe administrativa do 
“cadastro de reservas” surgiu para contornar essa imposição. 
 Pacífico é que a aprovação do candidato dá a ele o direito de ver assegurada a ordem 
classificatória da aprovação (súmula 15 do STF). A súmula 15 combate o que o professor chama de preterição 
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direta (alguém da mesma lista). O STJ decidiu que o candidato aprovado prefere a outra pessoa contratada 
emergencialmente ou nomeada em caráter precário (STJ/RMS 18.105). O professor considera esse 
entendimento uma forma de se evitar a preterição indireta. 
 
a.2) Nomeação 
 
 É considerada forma originária de provimento. 
 O provimento se dá com a nomeação e a investidura com a posse (artigos 7º e 8º). Uma vez 
nomeado o candidato para o cargo X, este, desde já será considerado provido, ou seja, preenchido, dentro do 
prazo de que dispõe o nomeado para tomar posse. 
 O candidato uma vez nomeado terá direito à posse (súmula 16 do STF); 
 
a.3) Posse 
 
 O candidato terá o prazo improrrogável de 30 dias para a sua posse, momento em que se 
tornará servidor, assumindo os direitos e deveres inerentes ao cargo, sendo, nesse momento, que se dá a 
investidura; 
 
a.4) Exercício 
 
 O servidor terá o prazo de 15 dias para entrar no exercício do cargo. 
 A inobservância do prazo de 30 para a posse torna sem efeito o ato de nomeação (art. 13). O 
candidato não será exonerado porque ainda não é considerado servidor. 
 Se o servidor não entrar em exercício no prazo de 15 dias o servidor será exonerado. 
 
Estabilidade 
 
 Conceito: é uma garantia dos servidores públicos que significa limites ao seu desligamento. O 
estável somente perderá o cargo, se não for por vontade própria, em quatro situações (art. 41, parágrafo 1º, 
da CF/1988): 
 ◊ em virtude de sentença judicial transitada em julgado (decisão judicial que concretize 
regra que preveja essa possibilidade, e.g., art. 92 do CP, ato de improbidade etc.). Deve o comando de 
desligamento estar contido no dispositivo da sentença. A doutrina aponta como exceção a essa regra o caso 
art. 1º, parágrafo 5º da Lei 9.455/96 (lei de tortura); 
 ◊ mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa; 
 ◊ mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada a ampla defesa (essa lei complementar ainda não existe); 
 ◊ art. 169, parágrafo 4º: para adequação a patamar inferior ao limite prudencial para 
gastos com pessoal. 
 
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Requisitos: 
 ◊ quem ocupar um cargo efetivo tendo nele ingresso por concurso público. Essa advertência 
é relevante para evitar que aquele que ingresse em cargo efeito sem concurso público obtenha a estabilidade; 
 ◊ prazo: 03 anos; 
 ◊ a partir de 1998 surge, em nível constitucional, um requisito novo, que é o estágio 
probatório. Antes de 1998 os requisitos eram os seguintes: 02 anos (requisito na CF) e estágio probatório 
(requisito infralegal). Antes de 1998, a ausência da avaliação não impedia a aquisição da estabilidade, pois não 
ser avaliado era considerado ser aprovado no estágio probatório (aprovação tácita). A partir de 1998 a 
avaliação tornou-se obrigatória. Enquanto não avaliado o servidor não adquire a estabilidade. A lei 8.112/90 
foi alterada pela MP 431, de 14 de maio de 2008. Esse normativo deu nova redação ao art. 20 para fixar o 
prazo de 36 meses para a duração do estágio de probatório. Adaptou-se a lei à nova realidade constitucional. 
 
29/08/2008______________________________________________ 
 
Vitaliciedade 
 
 Conceito: é um limite ao desligamento do servidor público. O vitalício apenas pode 
perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado, resultante de um processo especialmente 
intentado para fim de desligá-lo. Prazo: 02 anos, a exceção de alguns cargos, e.g., desembargador, 
conselheiros de tribunal de contas etc. 
 
B) Readaptação (art. 24) 
 
 Pode um servidor exercer um cargo sem estar nele definitivamente investido? Sim. Servidor 
que exerce as funções em caráter excedente inerentes a cargo para o qual deveria ser readaptado, mas que 
não se encontra vago (art. 24, parágrafo 2º-A). 
 
C) Reversão 
 
 Trata-se da reversão da aposentadoria do servidor inativo, que retorna à atividade. 
 Existem dois casos de reversão: 
 - Art. 25, I: retorno do servidor aposentado por invalidez permanente pela cessação da causa 
da aposentação; 
 - Art. 25, II: retorno do servidor aposentado voluntariamente no interesse da administração 
(requisitos: aposentação voluntária, estabilidade quando na atividade, aposentadoria ocorrida há menos de 05 
anos, existência de cargo vago). 
 
D) Reintegração (art. 28) 
 Retorno do servidor público ao cargo de origem decorrente da anulação da sua demissão. 
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 O servidor reintegrado tem direito à indenização decorrente do período em que permaneceu 
sem receber vencimento. O servidor retorna da condição funcional como se nunca tivesse saído, e.g., 
gozando, inclusive, de promoções. 
 Art. 41, parágrafo 2º, da CF/1988. 
 
E) Recondução 
 
 É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado decorrente: da inabilitação 
em estágio probatório relativo a outro cargo; reintegração do anterior ocupante. 
 Observação: o STF e o STJ já reconheceram a figura da recondução voluntária (STF/MS 
24.543 e MS 22.933 e STJ/ MS 8.339). Recondução voluntária é a possibilidade de o servidor retornar ao seu 
cargo de origem no qual já era estável até que seja estabilizado em outro cargo. 
 
F) Aproveitamento 
 
 O aproveitamento sempre vem junto da disponibilidade. O modo de provimento é o 
aproveitamento. O não estável, com a extinção do cargo, deixa de ser servidor público. O estável será 
colocado em disponibilidade, com direito à remuneração proporcional ao tempo de serviço, até que sejam 
aproveitados. Ou seja, extinto o cargo os servidores estáveis serão colocados em disponibilidade, com 
proventos proporcionais, até que a Administração Pública encontre um outro cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado para que tais servidores sejam aproveitados. 
 
1.5.2 Formas de vacância 
 
A) Exoneração 
 
 Desligamento não-punitivo. 
 
B) Demissão 
 
 Desligamento punitivo. 
 
C) Promoção e readaptação 
 
 São formas simultâneas de provimento e vacância. 
 
D) Aposentadoria e falecimento 
 
 Formas naturais de vacância. 
 
E) Posse em outro cargo inacumulável 
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 Para se ocupar outro cargo o servidor deve pedir a vacância no cargo anteriormente ocupado 
na forma do art. 33, VIII (e não exoneração) para preservar o seu direito de se reconduzir ao cargo caso seja 
reprovado no estágio probatório no novo cargo. 
1.6) Sistema remuneratório 
 
 Como contraprestação pelo trabalho que presta à Administração Pública o servidor recebe, 
em regra, remuneração. Esta é composta pelo vencimento e pelas vantagens pecuniárias. 
 Os agentes políticos percebem subsídio. O subsídio é pago em parcela única. 
 
1.6) Regime disciplinar 
 
 O regime disciplinar cuida de regras de comportamento do servidor público bem como das 
penas decorrentes da sua inobservância. 
 
1.6.1 Deveres dos servidores públicos (art. 116) 
 
1.6.2 Proibições (art. 117) 
 
1.6.3 Acumulações indevidas de cargos, empregos ou funções públicas (art. 118) 
 
 Art. 37, XVI e XVII, da CF/1988: 
 a) Regra geral: não é possível a acumulação de cargos, empregos ou funções públicas. 
 b)Exceções: 
◊dois cargos de professores; 
◊1 cargo de professor com 1 cargo técnico (que exige um curso superior qualquer) ou 
científico (aquele que exige um curso superior específico); 
◊dois cargos da área da saúde com profissão regulamentada; 
◊a Constituição Federal traz mais uma hipótese no art. 38, III que cuida do caso de 
servidor investido no cargo eletivo de Vereador. 
 Para que a acumulação seja possível faz-se necessária a observância de duas condições: 
◊limite do teto ou subteto remuneratório definido na CF/1988; 
◊compatibilidade de horários; 
◊a jornada semanal total não pode extrapolar 60 horas. 
 
Questões 
 i) Pode um servidor público acumular um emprego privado? 
 Em tese pode, pois não há uma regra geral que proíba o servidor público de exercer função 
de natureza privada. Todavia, há preceitos que criam restrições, e.g., proibição de exercer cargo de gerência, 
proibição de prática de atos de comércio etc. O art. 117, XVIII diz que ao servidor é proibido o exercício de 
cargos incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. As proibições podem 
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estar na lei que regulamenta o regime do servidor ou na lei que regulamenta a profissão de natureza privada, 
e.g., estatuto da OAB. 
 ii) Um servidor aposentado pode cumular os seus proventos com a remuneração de um 
cargo, emprego ou função pública? 
 Até 1996 a interpretação do STF era a de que não havia restrições. A EC 20/1998 deu nova 
redação ao art. 37, parágrafo 10º. 
 A regra que o servidor aposentado não pode acumular proventos com a remuneração de 
cargo, emprego ou função pública. 
 Excepcionalmente, o servidor aposentado poderá acumular o seu provento com a 
remuneração de um cargo em comissão, com o subsídio de um mandato eletivo ou com a remuneração de um 
cargo que seja acumulável com o que era ocupado quando em atividade estava o servidor aposentado. 
 iii) Pode o servidor cumular duas aposentadorias do regime próprio de previdência (art. 40) 
 Em regra não. 
 Excepcionalmente poderá haver a cumulação, desde que observado teto remuneratório, dos 
proventos decorrentes de cargos acumuláveis na atividade. 
 
1.6.4 Responsabilidade do servidor público (art. 125) 
 
 As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se entre si (incomunicabilidade 
das instâncias). 
 A regra geral é que o resultado de um processo em uma instância não repercute no 
resultado de outro de instância diversa. A exceção vem prevista no art. 126 do estatuto. 
 
I) Penas administrativas aplicáveis aos servidores públicos (art. 127) 
 
i) Advertência (art. 129) 
 É um ato praticado por escrito que acaba restando registrado no assento funcional do 
servidor. 
 A advertência será aplicada no caso de violação das proibições constantes do art. 117, I a VIII 
e XIX ou de inobservância dos deveres funcionais previstos no art. 116. 
ii) Suspensão (art. 130) 
 Pelo período de até 90 dias o servidor será afastado de suas atribuições com total prejuízo da 
sua condição funcional (sem remuneração, sem contar tempo de serviço etc.). 
 A suspensão poderá ser convertida em multa (art. 130, parágrafo 2º), ou seja, no período da 
punição o servidor receberá apenas 50% da sua remuneração. 
 Casos que justificam a aplicação da pena de suspensão: 
 - Reincidência de falta já punida com a advertência; 
 - Violação dos deveres funcionais contemplados no art. 117, XVII e XVIII. 
 
Observações: 
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 a) A advertência e a suspensão são penas que não implicar o rompimento do vínculo do 
servidor com a Administração Pública. 
 b) O art. 131 traz a possibilidade de reabilitação administrativa (decurso de 3 anos para a 
advertência e 5 anos para a suspensão). 
 
iii) Demissão (art. 136) 
 É o desligamento do servidor. Além de a demissão ocasionar o desligamento do servidor, 
outros efeitos são previstos pela lei, e.g., indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário. 
 A demissão incompatibiliza o servidor para nova investidura em caro público federal pelo 
prazo de 5 anos (art. 137). 
 Não poderão o ex-servidor retornar ao serviço público por violação ao art. 132, I, IV, VIII, X e 
XI. Parcela da doutrina entende que essa regra seria inconstitucional, pois a CF/1988 veda a aplicação de 
pena de caráter perpétuo (debate orbter dictium em julgamento no STF). Não há posicionamento firmado 
no STF. 
 Casos (art. 132): 
 - Ter o agente cometido crime contra a Administração Pública. A Administração Pública pode 
demitir o servidor pela prática de crime contra a Administração Pública mesmo antes do trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória. O STF usa o argumento da independência das instâncias, embora 
tenha, por algum tempo, oscilado no seu posicionamento. 
 - Abandono de cargo (ausência intencional por mais de 30 dias, nos termos do art. 138). 
 - Inassiduidade habitual (faltar ao serviço injustificadamente pelo prazo de 60 
interpoladamente nos últimos 12 meses). 
 - Improbidade administrativa. O STF, ao julgar o RMS 24.699 [ler a primeira parte desse 
julgado sobre diferença entre discricionariedade administrativa e conceito jurídico indeterminado], disse 
que o servidor não pode ser demitido sem que haja sentença em processo judicial que o tenha condenado 
pela prática de ato de improbidade (incongruência com o caso de crime contra a AP). 
iv) Cassação de aposentadoria e disponibilidade 
 É a ruptura do vínculo pecuniário que o servidor aposentado ou em disponibilidade tem com 
a AP. 
 Casos (art. 134): 
 - Inativo que, na atividade, houver praticado fato punível com demissão. 
 - servidor que aproveitado não entre em exercício no prazo legal (art. 32). 
v) Destituição do cargo em comissão ou da função de confiança 
 Em se constatando a falta punível com demissão ou suspensão praticada pelo servidor 
deverá este ser destituído do cargo em comissão ou da função comissionada. Na prática o servidor acaba 
pedindo exoneração. Se se verificar a prática da falta a exoneração deverá ser convertida em destituição. 
 
1.6.5 Prescrição da pretensão punitiva disciplinar da AP (art. 142) 
 
 Advertência: 180 dias 
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 Suspensão: 02 anos 
 Demais penas (desligamento): 05 anos 
 O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornouconhecido (parágrafo 
1º). 
 Os prazos de prescrição previstos no Código Penal aplicam-se às infrações disciplinares 
capituladas como crime (parágrafo 2º). 
 A abertura de sindicância ou de processo administrativo disciplinar interrompe o prazo 
prescricional (parágrafos 3º e 4º). O término do PAD ou da sindicância enseja o reinício do prazo de prescrição. 
A lei não trata da prescrição dentro do PAD (prescrição intercorrente). O prazo do PAD deveria durar no 
máximo 140 dias (60 + 60 + 20). Em função disso a jurisprudência tem considerado que instaurado o PAD o 
prazo prescricional permanece interrompido pelo prazo máximo de 140 dias, quando então será ele (o prazo 
prescricional) reiniciado (“regra do 140” - STF/MS 22.728). 
 
1.6.6 Apuração da infração disciplinar 
 
◊ Conhecimento do fato (de ofício ou por denúncia contendo a identificação do denunciante sob pena de 
nulidade do PAD). A denuncia apócrifa não pode fundamentar a instauração do PAD, mas esse pode ser 
iniciado de ofício pela autoridade administrativa. 
 
◊ A apuração pode ocorrer através da abertura de sindicância ou pela instauração diretamente de PAD. 
 
◊ Da sindicância poderá resultar três conseqüências: 
- arquivamento; 
- advertência ou suspensão por até 30 dias, assegurado o contraditório; 
- instauração do PAD (obrigatório para a aplicação de pena mais grave). 
 
Observação: 
◊ Se a infração for de acumulação indevida de cargos o processo seguirá o rito do art. 133. 
◊ Se a infração for de abandono de cargo ou de inassiduidade habitual o processo seguirá o rito do art. 140. 
 
PAD (art. 148 a 173): 
 
1. Instauração: corresponde ao momento em que se publica o ato que designa a comissão (art. 149). 
2. Inquérito administrativo: núcleo essencial do processo. 
2.1 Instrução probatória. 
 Entre essa etapa e a próxima existe a indiciação, em que é especificada a infração que será 
apurada. 
2.2 Defesa escrita. 
2.3 Relatório final conclusivo. 
3. Julgamento 
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 Se a autoridade for incompetente para a aplicação da sanção deverá remeter o processo à 
autoridade competente. 
 
Observação importante: Art. 156: é assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo 
pessoalmente ou por intermédio de procurador. O STJ entendia que a ausência de defesa prévia invalidaria o 
PAD (proposição 343 da súmula de jurisprudência do STJ: é obrigatória a presença de advogado em todas as 
fases do processo administrativo disciplinar). A AP deveria designar defensor dativo para o servidor. Em 
sentido contrário manifestou-se o STF através da súmula vinculante 05 que diz: A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
 
BENS PÚBLICOS 
 
1) Conceito 
 
 O CCB/2002, no art. 98, define como públicos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público interno (art. 41). 
 São pessoas jurídicas de direito público interno: a União, os Estados, o DF, os Municípios, as 
autarquias, as associações públicas, as demais entidades de direito público criadas por lei. Nos termos do 
estatuto civil, os bens das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das fundações públicas de 
direito privado não são considerados públicos. 
 C.A.B.M. inclui os bens das estatais prestadoras de serviço público e das concessionárias de 
serviço público. 
 
2) Classificação 
 
2.1) Quanto à destinação ou afetação 
 
◊ Bem de uso comum (art. 99, I) 
 
 São aqueles bens públicos afetados à utilização sem restrições, desde que observada a sua 
destinação normal. 
 A cobrança de quantia em dinheiro para a utilização do bem não descaracteriza a natureza 
do bem de uso comum, e.g., rodovia com cobrança de pedágio, parque etc. (art. 103). O bem não se 
transforma em bem de uso especial. 
 
◊ Bens de uso especial 
 
 ◦ Bens administrativos: aqueles afetados à função administrativa (“número da afetação” é o 
nome que se dá à placa anexada aos bens). 
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 Os bens administrativos podem sofrer restrições de várias espécies, e.g., vestimentas 
inapropriadas, horários de visitação etc. 
 ◦ Bens dotados de uma restrição extraordinária, e.g., ruas interditadas para reformas. 
 ◦ Bens públicos utilizados por terceiros com “privatividade”: bens utilizados por particulares 
como se deles fosse e.g., bancas em feiras públicas. A autorização de uso é um ato administrativo unilateral, 
discricionário e precário, pelo qual o poder público transfere o direito de uso a terceiros, e.g., parque de 
diversões na praça etc. A permissão de uso é um ato negocial, unilateral, discricionário, precário e precedido 
de processo licitatório, pelo qual o poder público transfere o direito de uso a terceiros. A cessão de uso é a 
transferência do direito de uso de bem público a outro órgão ou entidade pública ou socialmente relevante, 
e.g., cessão de sala do Município para a utilização pelo Estado como cadeia pública. A concessão de uso é um 
contrato administrativo dotado de caráter estável pelo qual o poder público transfere o direito de uso de um 
bem a particulares. Há ainda a concessão de uso especial para fins de moradia (MP 2220/2001), a concessão 
florestal (Lei 11.284/2006) e a concessão de direito real de uso (art. 7º do Decreto-lei 271), e.g., distrito 
industrial. A enfiteuse de bem público. 
 
Questão: pode o Poder Público realizar contrato de locação ou de arrendamento? 
 1ª corrente: seria proibido. 
 2ª corrente (majoritária): a AP também pode se valer desses instrumentos típicos do direito 
privado. Decreto-lei 9.760/46 e Lei 9.636/98 (bens públicos federais). A própria legislação prevê o 
arrendamento. Em todo caso a contratação deve ocorrer conforme a lei 8.666/93. 
 
◊ Bens dominicais ou dominiais 
 
 É o bem público não afetado a nenhuma finalidade pública. Integram o patrimônio disponível 
da AP. Trata-se de bens não-afetados. 
 
 
3) Principais características 
 
3.1 Inalienabilidade 
 
 Os bens públicos não podem ser alienados. A inalienabilidade diz respeito aos bens de uso 
comum e os bens de uso especial (art. 100 do CC). 
 ● Aquisição de bens públicos. 
 Existem formas de aquisição típicas de direito privado. A AP pode adquirir bens através de 
institutos de direito privado, e.g., compra, doação. A AP pode adquirir bem por usucapião. 
 Também existem institutos de direito público pelos quais a AP adquirem os seus bens e.g., 
desapropriação. 
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 A aquisição também pode se dar por imposição legal, e.g., áreas de preservação 
permanente, unidades naturais de preservação ambiental, registros de loteamentos (art. 22, da Lei 6.766/79), 
direito de preempção (art. 25 da Lei 10.257/2001), confisco etc. 
 
 ● Alienação de bens públicos. 
 Regra legal: art. 17 e art. 23 da Lei 8.666/93. Essa norma se refere tanto aos institutos de 
direito privado e.g., permuta, venda, doação, dação em pagamento etc., como às formas de alienação de 
direito público. Bens móveis: modalidade de licitação será o leilão. Imóveis: regra geral, por concorrência, 
salvo aqueles adquiridos judicialmente por dação em pagamento. 
 
 
3.2 Imprescritibilidade 
 
 Os bens públicos são insuscetíveis de usucapião. Essa vedação existe desde o CC/1916. 
 Súmula 340 do STF: “Desde a vigência do código civil [1916, vez ser a súmula da década de 
60], os bens dominicais como os demais bens públicos não podem seradquiridos pela usucapião”. 
 A Lei 6.969/81 passou a dizer que as terras devolutas poderiam ser usucapidas. Esta lei teria 
revogado o CC/1916. Entre 1981 e 1988 era possível a usucapião de terras devolutas. Isso durou até 1988, pois 
a proibição passou a ter status constitucional (art. 183, parágrafo 3º e art. 191, parágrafo único da CF/1988). A 
mesma regra é trazida pelo art. 102 do CC/2002. 
 
3.3 Impenhorabilidade 
 
 Os bens públicos não pode ser objeto de penhora por dois motivos: i) porque a execução 
contra a AP se dá através da sistemática do art. 100, da CF/1988 e art. 730 e seguintes do CPC; e ii) porque 
pelo princípio da continuidade os serviços públicos não podem sofrer interrupção. 
 Os bens particulares afetados à prestação de serviços públicos, segundo jurisprudência do 
STF e do STJ, não podem ser penhorados. 
 O STF entendeu que a lei pode agregar a bens de entidades privadas a característica de bem 
público (RE 20.906): 
 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS. IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS E SERVIÇOS. 
RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI Nº 509/69. EXECUÇÃO. OBSERVÂNCIA DO 
REGIME DE PRECATÓRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 100 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. À 
empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é 
aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do 
artigo 12 do Decreto-lei nº 509/69 e não-incidência da restrição contida no artigo 173, § 1º, 
da Constituição Federal, que submete a empresa pública, a sociedade de economia mista e 
outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que 
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não exerce atividade econômica e presta serviço público da competência da União Federal e 
por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do 
disposto no artigo 100 da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e provido. 
 
3.4 Não-oneração 
 
 Os bens públicos inalienáveis não podem ser objeto de direito real de garantia – penhor, 
anticrese ou hipoteca. 
 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
- A Probidade Administrativa não é novidade no ordenamento jurídico brasileiro, já o Princípio da 
Moralidade foi introduzido pela CF de 1988. Esse princípio tem conceito vago e indeterminado, por isso 
muito doutrinadores misturam moralidade com probidade, porque ambas decorrem da idéia de 
honestidade. 
- Entretanto, a improbidade é muito mais ampla que a moralidade, envolvendo muito mais hipóteses. 
CONCEITO: É Designativo técnico para definir a corrupção administrativa, como desvirtuamento da 
administração pública, com a desobediência às regras de administração pública. 
FONTES: 
* Está prevista na CF de 1988 em 4 hipóteses: 
- Art.15: Suspensão dos Direitos Políticos em razão de Improbidade Administração. 
- Art.85: Prática de atos de improbidade faz parte do rol de crimes de Responsabilidade do Presidente da 
República. 
- Art.14, par.9º: Improbidade Administrativa no Período Eleitoral. 
- Art.37, par.4º: Regulado pela Lei 8429/92: Lei da Improbidade Administrativa. 
 
COMPETÊNCIA P/ LEGISLAR sobre IMPROBIDADE: 
- União: Com fundamento no art.22, inc.I, a doutrina atribui competência legislativa exclusiva à União p/ 
legislar a respeito, em razão da natureza das sanções aplicadas pela lei de improbidade (natureza eleitoral, 
civil, que são de legislação exclusiva pela União). 
- No que tange ao procedimento administrativo a competência é concorrente, ou seja, a União legisla 
sobre normais gerais, e os outros entes legislam sobre matérias específicas. 
 
NATUREZA JURÍDICA: 
- Não é ilícito penal. Para que um ato de improbidade seja também considerado ilícito penal, é necessário 
que esteja tipificado como tal em Lei Penal. 
Obs. Todo crime contra administração é ato de improbidade, mas nem todo ato de improbidade é crime. 
- Também não é ilícito administrativo. Mas a Lei 8112/90, estatuto dos servidores, pode estabelecer que 
um ato de improbidade seja também infração funcional, sendo, neste caso, também ilícito administrativo. 
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- Tem natureza de Ilícito Civil, embora alguns doutrinadores considerem que ela pode ter natureza de 
ilícito político em alguns casos. É apurado pela Ação de Improbidade Administrativa, que tem natureza de 
Ação Civil Pública. 
 
OBS. 1 Ato de Improbidade que seja ilícito civil, poderá também ser 1 Ilícito Penal e Ilícito 
Administrativo, hipótese na qual haverá procedimento p/ punição nas instâncias civil, administrativa e 
penal. 
- Regra Geral: Incomunicabilidade das Instâncias. 
- Exceções: 
* Sentença Absolutória no Processo Penal por inexistência do fato ou negativa de autoria: Neste caso, há 
comunicação das instâncias, e o absolvido no processo penal será absolvido também nos processos civil e 
administrativo. 
* Absolvição por Excludente no Proc.Penal: Faz Coisa Julgada no Processo Civil no que diz respeito à 
existência da excludente. Contudo, ainda assim, o absolvido por excludente poderá ser condenado no civil. 
* Art.935, CC/02; Arts.65 e 66 do CPP; Art.126, Lei 8112/90: Outras situações onde há comunicabilidade de 
instâncias. 
- Não há necessidade de sobrestação dos processos civil e administrativo enquanto correr o processo 
penal, mas o ideal é o que o juiz o faça, embora não seja obrigado a faze-lo. 
 
SUJEITO PASSIVO (Art.1º, Lei 8429/92): 
* Administração Direta, Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública, Autarquias e Fundações. 
* PJ na qual o Poder Público participe com mais de 50%: Neste caso, a PJ está sujeita integralmente à Lei 
de Improbidade. 
* PJ na qual o Poder Público participe com menos de 50%: Neste caso, as sanções ficarão limitadas ao 
patrimônio, e a sanção pela improbidade ficará limitada ao prejuízo causado ao Poder Público. Ex. Fundos 
de Pensão das Empresas Públicas e Soc.de Economia Mista. 
 
SUJEITO ATIVO: 
* Agentes Públicos, inclusive os agentes políticos, embora haja uma reclamação no STF com objetivo de 
excluí-los da lei de improbidade. 
* Terceiros: Desde que induzam, concorram ou se beneficiem da prática do ato. Entretanto, não 
responderá por todas as penas da ação de improbidade. 
* Pessoa Jurídica poderá ser sujeito ativo de improbidade: Também não sofrerá todas as sanções, limitar-
se-á às penas possíveis de serem aplicadas a uma PJ. 
Obs. Alguns autores entendem que mesmo os advogados privados poderão praticar ato de improbidade 
qdo atuarem em processo judicial, por exemplo. Marinela entende que só os Advogados públicos poderão 
praticar atos de improbidade. 
 
ATOS DE IMPROBIDADE: 
a) Atos que geram Enriquecimento Ilícito (art.9º): 
OAB 1ª Fase 2011.1 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035.0105 35 
 
- O art.9º é rol exemplificativo, basta que a conduta se enquadre no caput do artigo para que haja 
enquadramento no ato de enriquecimento ilícito. 
* Sanções: 
- Devolução do acrescido ilicitamente. 
- Ressarcimento dos prejuízos causados, quando houver prejuízo ao erário. 
- Suspensão de direitos políticos, de 8 a 10 anos. 
- Perda da Função. 
- Aplicação da Multa Civil: Até 3 x o que foi acrescido ilicitamente. 
- Proibição de Contratar, receber benefícios e incentivos fiscais pelo prazo de 10 anos. 
b) Atos de Improbidade gerada por Danos ao Erário (art.10º):

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