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OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 11 1. CONCEITO O direito administrativo pode ser conceituado, com base na doutrina de Hely Lopes Meireles, como o ramo do direito público formado por um conjunto harmônico de regras e princípios que rege os órgãos, agentes públicos e a atividade administrativa em qualquer esfera do poder, realizando de forma direta (independentemente de provocação, ao contrário da função jurisdicional, que depende desta), concreta (possui destinatário determinado e efeitos concretos, ao contrário da função legislativa, que é abstrata) e imediata (se preocupa com a atividade jurídica do Estado, e não social), os fins desejados pelo Estado. 2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Princípios expressamente previstos na Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37 da CF/88). Para decorar: o famoso LIMPE. LEGALIDADE Enquanto ao particular permite-se fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei expressamente autoriza. IMPESSOALIDADE A administração está proibida de estabelecer discriminações infundadas. Decorrências: a) Súmula Vinculante nº 13 (veda o nepotismo); b) § 1º do art. 37 da CF/88 que é categórico ao proibir nomes, símbolos ou imagens nas publicidades dos órgãos públicos. MORALIDADE A ideia de honestidade, probidade, lealdade e boa- fé, ou seja, pressupõe-se a atuação de forma correta. A proibição do nepotismo também possui fundamento na moralidade. PUBLICIDADE Os atos administrativos, para produzirem efeitos, devem ser levados ao conhecimento do público, salvo nos casos de sigilo, quando imprescindível para a segurança da sociedade e do Estado. EFICIÊNCIA A eficiência deve ser buscada tanto na estruturação dos órgãos púbicos, quanto de seus agentes públicos, de modo que sejam obtidos os melhores resultados, com otimização de recursos e de mão de obra. Exemplos: a) escolas de governo (art. 39, §7º, da CF/88) e b) avaliação especial de desempenho (art. 41 da CF/88). Princípios que não são expressamente previstos na Constituição Federal: supremacia do interesse público sobre o privado, indisponibilidade do interesse público, segurança jurídica, razoabilidade e proporcionalidade. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO Quando houver colisão de interesse privado com interesse público, o Estado deverá condicionar ou limitar o direito individual para garantir a supremacia do interesse público. Exemplos: a) poder de polícia; b) cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos; c) desapropriação. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO Interesse público primário: rigorosamente indisponível Interesse público secundário: “relativamente indisponível” SEGURANÇA JURÍDICA Objetiva preservar os atos administrativos já praticados, garantindo-se a estabilização das relações jurídicas com a Administração Pública. Exemplos: a) art. 2º da Lei nº 9.784/98, que veda a aplicação jurídica retroativa da nova interpretação”; e b) art. 54 da Lei nº 9.784/98 que estabelece que “o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE Razoabilidade e proporcionalidade são elementos complementares e, juntos, representam o denominado “juízo de adequação”. Possuem previsão na Lei n. 9.784/99. 3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA • DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Desconcentração: representa a distribuição interna de competência administrativa, ou seja, é a distribuição que ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, como no caso da criação de órgãos dentro da estrutura de um ente político, ou dentro de uma pessoa jurídica da administração pública indireta. Haverá relação de subordinação entre a pessoa jurídica e a estrutura criada, podendo ocorrer tanto na Administração Direta, quanto OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 22 na Indireta. Descentralização: execução das tarefas estatais por meio da criação de outra pessoa jurídica. Não há relação de subordinação ou hierarquia, mas tão somente controle ou fiscalização institucional, tendo em vista que ocorre entre pessoas jurídicas distintas. A descentralização pode se efetivar por outorga ou delegação: Outorga: a Administração transfere à nova pessoa jurídica a titularidade e a execução do serviço público por meio de lei. Como a titularidade do serviço não pode sair do poder público, somente as pessoas jurídicas de direito público podem receber outorga (autarquias e fundações públicas de direito público). Delegação: a Administração transfere à nova pessoa somente a execução do serviço público, reservando para si a titularidade. A delegação é feita para pessoas jurídicas de direito privado, podendo ser: a) por lei, às pessoas da administração pública indireta de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado); b) por contrato, aos particulares, por permissão ou concessão de serviço público (Ex.: telefonia e transporte coletivo); c) por ato administrativo unilateral, aos particulares, por autorização de serviço público (Ex. taxi e despachante). • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Constituem a Administração Pública Indireta as autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos. AUTARQUIAS: pessoas jurídicas autônomas de direito público de capacidade exclusivamente administrativa, criadas por lei. A personalidade jurídica da autarquia se inicia com a vigência da lei criadora, ou seja, não há necessidade de registro. Características da autarquia: a) personalidade jurídica de direito público, possuem patrimônio próprio e se sujeitam ao controle da entidade estatal a que pertencem por meio de supervisão ministerial (tutela); b) privilégios tributários e processuais: gozam de imunidade tributária recíproca relacionada à atividade fim e não a atividades diversas (art. 150, §2º) e privilégios processuais, como o duplo grau obrigatório); c) juízo competente: Justiça Federal; d) responsabilidade civil: respondem objetivamente pelos danos que seus servidores, nessa qualidade, causarem aos administrados. Se a Autarquia, acionada em responsabilidade objetiva, não tiver patrimônio para indenizar, o Estado pode ser chamado à responsabilidade, subsidiariamente; e) natureza dos bens: os bens das autarquias são públicos sendo, portanto, inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis e não podem ser objeto de oneração. Seus débitos são quitados pelo sistema de precatórios (art. 100, da CF/88). Conselhos de Classe: o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n. 1717, fixou aos conselhos de classe a natureza de autarquia. Como decorrência lógica, os Conselhos são obrigados a realizar concurso público, a anuidade recebida tem natureza tributária e estão sujeitos ao controle pelos Tribunais de Conta. Entretanto, o STF, em decisão com repercussão geral, firmou tese no sentido de que os conselhos de classe não se submetem ao regime de precatório (RE 938837). OAB: a OAB foi criada como autarquia especial, porém, em função de sua essencialidade constitucional, foi declarada pelo STF não mais como autarquia especial, mas sim como “ente estatal sui generis”, não equiparado a qualquer outro órgão ou pessoa jurídica estatal. Com isso, a OAB foi autorizada a não mais licitar, nem concursar seus agentes. O TCU, no entanto, decidiu em novembro de 2018 que OAB deverá prestar contas ao Tribunal. Agências Reguladoras:são autarquias de regime especial criadas a partir da quebra dos monopólios estatais possuindo como principais objetivos fiscalizar e regular as atividades estatais privatizadas. Principais Peculiaridades: a) função diferenciada: controle e normatização de uma determinada atividade; b) investidura (ou nomeação) especial do dirigente: o Presidente da República não pode nomear de forma livre, dependendo da aprovação prévia do Senado Federal; c) mandato do dirigente com prazo fixo, perdendo o mandato apenas em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar, d) quarentena: saindo da direção da agência reguladora, o ex-dirigente não poderá atuar na iniciativa privada no mesmo ramo de atividade, por determinado prazo. O prazo de quarentena, como regra geral, é de 06 meses; e) modalidade própria de Licitação: consulta; f) regime de pessoal: cargos públicos, com regime estatutário, providos por concurso público. Agências Executivas: são autarquias ou fundações que elaboram um plano estratégico de modernização e celebram com a administração direta um contrato de gestão, para ter mais liberdade, recursos, bem como mais privilégios na licitação. Celebrado o “contrato de gestão”, a autarquia ou a fundação ganha o status temporário de “agência executiva”. AGÊNCIA REGULADORA AGÊNCIA EXECUTIVA NATUREZA • Autarquiaespecial • Autarquia comum ou fundação pública CRIAÇÃO • Criada como“agência” • Convertida em agência ao assinar contrato de gestão com a Administração FUNÇÃO • Gerir interesses públicos e privatizados • Otimizar a eficiência da execução direta FUNDAÇÕES PÚBLICAS: são pessoas jurídicas constituídas a partir de patrimônio público destinado a realização de atividade de interesse público. Não possuem fins lucrativos e se destinam a atividades beneficentes ou assistenciais. Personalidade Jurídica: as fundações públicas podem ser pessoas jurídicas de direito público, quando criadas por lei específica, ou de direito privado, quando criadas por autorização legislativa. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 33 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO Criada por lei (não precisa de registro). Regime equiparado ao da autarquia. Criada por autorização legislativa. Regime híbrido, semelhante àquele aplicado às empresas públicas e sociedades de economia mista. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: a Constituição Federal permite que o Estado explore excepcionalmente, de forma direta, a atividade econômica quando envolver questões de soberania nacional ou relevante interesse público, constituindo empresas públicas ou sociedades de economia mista (empresas estatais) para atuar no mercado privado (art. 173 da CF/88). Semelhanças entre empresas públicas e sociedades de economia mista: a) pessoas jurídicas de direito privado criadas a partir de autorização legislativa; b) são constituídas por contrato ou estatuto social e sua existência inicia-se a partir do registro de seus documentos sociais na Junta ou cartório civil; c) patrimônio de natureza privada, que poderá ser penhorado, salvo quando se tratar de bem vinculado à prestação de serviços públicos, hipótese em que será impenhorável; d) Não estão sujeitas à recuperação judicial nem à falência, por expressa previsão do artigo 2º da Lei n. 11.101/05; e) trabalhadores são empregados regidos pela CLT. No entanto, esses empregados equiparam-se aos servidores públicos em algumas situações: I) Ingressam por meio de concurso público; II) Sujeitam-se às regras de não acumulação; III) São considerados funcionários públicos para fins penais (art. 327 do CP); IV) Respondem por improbidade administrativa (Lei 8.429/92); V) Sujeitam- se aos remédios constitucionais e VI) Sujeitam-se ao teto remuneratório, salvo quando as empresas públicas e as sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, não receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral, conforme §9º do art. 37 da CF/88. Estabilidade dos empregados: o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que os empregados públicos não fazem jus à estabilidade do art. 41 da CF/88 (salvo os contratados antes da EC 19/98), mas a sua dispensa deve ser obrigatoriamente motivada. Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Capital exclusivamente público (pode ser de mais de um ente, desde que todos sejam públicos). Capital misto (parte público, parte privado) Qualquer modalidade empresarial Somente sociedade anônima Empresa Pública Federal → Justiça Federal Empresa Pública Estadual/Municipal → Justiça Estadual Sempre Justiça Estadual Exploração de atividade econômica ou de prestação de serviço público: as empresas públicas ou sociedades de economia mista poderão explorar atividade econômica, hipótese em que estarão sujeitas ao mesmo regramento jurídico das demais empresas privadas (encargos tributários, previdenciários, trabalhistas, etc.), ou desempenhar serviços públicos (metrô, correio, etc.), caso em que terão maior influência do regime jurídico púbico, justificando-se o tratamento diferenciado em relação às demais empresas privadas. EXPLORADORAS DE ATIVIDADE ECONÔMICA PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO LICITAÇÃO Poderão ter estatuto próprio Obrigadas a licitar BENS Podem ser penhorados São impenhoráveis se estiverem r e l a c i o n a d o s diretamente ao serviço público RESPONSA- BILIDADE DO ESTADO Responsabilidade subjetiva e não responde subsidiariamente Responsabilidade objetiva e responde subsidiariamente REGIME TRIBUTÁRIO Não têm privilégios não extensíveis à iniciativa privada Se a empresa presta serviço público com exclusividade há imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88, só impostos na finalidade específica da empresa). CONSÓRCIO PÚBLICO: a Lei n. 11.107/2005 estabelece que o consórcio público poderá assumir a forma de associação pública ou de pessoa jurídica de direito privado, sendo que, em qualquer hipótese, não terá fins econômicos Consórcio como Pessoa Jurídica de Direito Privado: Aplica-se ao consórcio público de direito privado o direito comum, como o regime celetista, mas também se exige respeito às normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e realização de concurso. Associação Pública: é a denominação do consórcio público de personalidade jurídica de direito público, regida pelas normas de direito público. A associação pública integra a administração indireta dos entes associados simultaneamente. O pessoal regido pela CLT (Lei nº 13.822/2019) Participação da União: a União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados (art. 1º, §2º, da Lei 11.107/2005). O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 44 • TERCEIRO SETOR O terceiro setor é composto por entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividade de interesse público, sem fins lucrativos, não estando incluídas na Administração Pública. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS Conceito: organização social é um título concedido pela Administração Pública a determinadas entidades privadas sem fins lucrativos, após a assinatura do contrato de gestão, transferindo-se a essas entidades a possibilidade de prestarem certas atividadesque normalmente são exercidas pelo Estado. Licitação: é dispensável a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. Contrato de Gestão: o contrato de gestão permite que a Organização Social tenha gestão do orçamento, dos agentes públicos e dos bens públicos (móveis e imóveis) necessários ao cumprimento das atividades estabelecidas no contrato de gestão, mas ficará sujeita ao controle do Tribunal de Contas. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) Conceito: podem ser qualificadas como OSCIP as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei n° 9.790/99. Ato vinculado: a outorga da qualificação como OSCIP é ato vinculado, desde que cumpridos os requisitos da Lei n° 9.790/99. Vedação: não são passíveis de qualificação como OSCIP as entidades previstas no art. 2° Lei n° 9.790/99, como as sociedades comerciais, os sindicados, instituições religiosas, organizações partidárias, entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados, instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras, organizações sociais, cooperativas e fundações públicas. Termo de Parceria: a entidade qualificada como OSCIP poderá firmar Termo de Parceria com o Poder Público, passando a atuar em áreas típicas de interesse social, como assistência, cultura e proteção ao meio ambiente, recebendo, para tanto, incentivos da Administração Pública. Bens imóveis: se a organização adquirir bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade, ou seja, não poderá ser vendido (art.15 Lei n° 9.790/99). • SISTEMA “S” Conceito: entende-se por Sistema “S” (serviços sociais autônomos) o conjunto que abrange diversas instituições de interesse de categorias profissionais, como SESC (comerciários), SESI (industriários), SEST (transporte), SENAI (aprendizagem industrial) e SENAC (aprendizagem do comércio), mas não integram a administração direta nem a indireta. Financiamento: o sistema é financiado por meio das contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (art. 149, III, da CF/88), que são repassadas a essas entidades para desempenharem as atribuições previstas em lei. Por isso, se submetem ao controle Tribunal de Contas da União. 4. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODER VINCULADO E DISCRICIONÁRIO Poder Vinculado: o administrador não possui liberdade de atuação, devendo atuar com base em uma única conduta prevista em lei, como no caso da concessão da aposentadoria compulsória para o servidor que atingir 75 anos de idade. Poder Discricionário: o administrador poderá realizar juízo de conveniência e oportunidade, com liberdade para escolher a melhor conduta a ser adotada dentro dos limites estabelecidos em lei. São exemplos de atos discricionários a autorização para porte de arma e a exoneração de servidor em cargo de comissão. Para FGV, o fato de a lei se encontrar insatisfatória ou ultrapassada não permite o uso do poder discricionário. PODER REGULAMENTAR Conceito: trata-se de poder conferido aos chefes do Poder Executivo para a edição de decretos ou regulamentos a fim de complementar ou detalhar a lei, garantindo a sua fiel execução. Há basicamente duas modalidades de decretos: DECRETOS OU REGULAMENTOS DE EXECUÇÃO Dependem da existência de lei anterior para serem editados. Estão abaixo da lei, motivo pelo qual não estão sujeitos ao controle direto de constitucionalidade, mas sim ao controle de legalidade. DECRETOS OU REGULAMENTOS AUTÔNOMOS São editados independentemente da existência de ato normativo anterior, possuindo a mesma hierarquia das leis e, por esse motivo, estão sujeitos ao controle vertical de constitucionalidade. Com base no art. 84, VI, da CF/88, o decreto autônomo poderá dispor apenas sobre a organização e o funcionamento da Administração Pública, desde que não implique aumento de despesas ou criação e extinção de órgãos públicos (o que apenas se dá por meio de lei, de iniciativa do Presidente da República) e a extinção de cargos vagos. Os decretos autônomos são de competência privativa do Presidente da República, mas podem ser delegados aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado- Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 55 Controle: além do controle pelo Poder Judiciário no que tange à sua legalidade e à sua legitimidade, o Decreto submete-se, também, ao controle pelo Poder Legislativo, conforme art. 49, inciso V, da CF/88, que dispõe ser da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa. PODER DISCIPLINAR Diz respeito à faculdade que possui o poder público de punir as infrações funcionais cometidas pelos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina da Administração por meio de processo administrativo disciplinar (PAD). PODER HIERÁRQUICO É com fundamento no poder hierárquico que a Administração Pública realiza a sua organização estrutural, escalonando seus órgãos e repartindo suas funções, definindo, na forma da lei, os limites de competência de cada um. Surgem, durante esse processo, algumas prerrogativas, tais como, delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever atividades de órgãos inferiores. PODER DE POLÍCIA Conceito: representa o poder da Administração Pública em limitar a liberdade e a propriedade dos particulares para a preservação dos interesses da coletividade. O exercício do poder de polícia é realizado por meio de atos normativos e punitivos, permitindo-se ainda a cobrança de taxa quando houver uma contraprestação estatal, conforme art. 145, II, da CF/88. Modalidades: o poder de polícia pode ser preventivo (licença ou autorização), fiscalizador ou repressivo (aplicação de multa, embargo ou demolição, por exemplo). Delegação: de acordo com a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, não é possível delegar o poder de polícia, em nome da segurança jurídica (ADI 1717). Entretanto, permite-se a delegação dos chamados atos materiais, preparatórios ou instrumentais do exercício do poder de polícia, como no caso da contratação de empresa privada para a instalação de redares para controle da velocidade no trânsito. Atributos do Poder de Polícia: DISCRICIO- NARIEDADE Em regra, o agente público poderá decidir qual é a melhor solução a fim de atender ao interesse público. É possível, no entanto, o exercício vinculado do poder de polícia, como no caso da licença para dirigir. AUTOEXECU- TORIEDADE Administração executa as suas decisões por meios diretos, sem precisar de ordem judicial, como no caso da determinação de interdição de um estabelecimento, desde que o faça observando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Exceção: cobrança de multa, em que há necessidade de intervenção judicial para sua execução COERCIBILI- DADE o Estado pode impor sua decisão, respeitando a razoabilidade e a proporcionalidade, independentemente da concordância do cidadão. 5. ATOS ADMINISTRATIVOS VALIDADE: Para a validade do ato administrativo, exige-se o preenchimento de 5 pressupostos (elementos) específicos: 1) Competência, 2) Finalidade, 3) Forma, 4) Motivo e 5) Objeto. COMPETÊNCIA Elemento vinculado. É irrenunciável, mas pode ser objeto de delegaçãoe avocação. Não podem ser objeto de delegação: I - Edição de atos de caráter normativo; II - Decisão de recursos administrativos; III - Matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. O vício mais comum que atinge o elemento competência é o excesso de poder (umas das formas de abuso de poder), onde o agente é incompetente para a prática de determinado ato, mas mesmo assim o pratica. FORMA Elemento vinculado. São requisitos da forma a exteriorização da vontade, que em regra é por escrito (podendo ser de outra forma quando a lei autorizar) e a motivação, considerada o raciocínio lógico entre os elementos do ato e a lei. A motivação é obrigatória, devendo acontecer antes ou, no máximo, durante a prática do ato. MOTIVO Pode ser um elemento vinculado ou discricionário, conforme dispuser a lei. Teoria dos motivos determinantes: um ato administrativo cuja motivação foi externada (ainda que não fosse obrigatória a motivação) só é válido se os motivos que o fundamentaram forem verdadeiros OBJETO É o resultado prático do ato administrativo, o ato considerado em si mesmo, o seu efeito jurídico imediato. Pode ser um elemento vinculado ou discricionário. FINALIDADE Elemento vinculado, pois todo o ato administrativo tem uma finalidade prevista em lei. Se o administrador público buscar finalidade diversa daquela prevista em lei, praticará desvio de finalidade. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 66 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE Até que se prove em contrário, o ato administrativo é legítimo e emanou de agente regularmente investido. Portanto, o ônus da prova da existência de vício no ato administrativo é de quem alega. IMPERATIVIDADE Podem ser imediatamente impostos aos particulares a partir de sua edição, mesmo que estejam sendo questionados administrativa ou judicialmente quanto à sua validade, salvo na hipótese de impugnação ou recurso com efeito suspensivo. AUTOEXECUTO- RIEDADE Podem ser materialmente implementados pela administração, diretamente, inclusive mediante o uso da força, sem necessidade de autorização judicial prévia. Utilizada normalmente quando a lei expressamente a prevê ou em situações de urgência, como no caso de retirada da população de um prédio que ameaça desabar. Exemplo de ato não revestido de autoexecutoriedade é a cobrança de multa, já que a execução da quantia correspondente de ser realizada judicialmente. TIPICIDADE É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ATOS DISCRICIONÁRIOS E VINCULADOS Ato vinculado: a lei previamente determina o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado pelo administrador (Exemplo: licença para dirigir e concessão de aposentadoria). Não há juízo de conveniência/oportunidade. Ato discricionário: o administrador tem liberdade, faz juízo de valor, análise de conveniência/oportunidade, nos limites da lei. No ato discricionário, o motivo e o objeto são elementos discricionários, que formam o chamado mérito do ato administrativo. Entretanto, mesmo se tratando de ato discricionário, o Poder Judiciário poderá fazer o controle judicial do ato no que concerne a seus demais elementos (competência, forma e finalidade), já que a Constituição Federal garante o amplo acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, CF/88). ATOS SIMPLES COMPOSTOS E COMPLEXOS Ato simples: é o que decorre de uma manifestação única de vontade do órgão, podendo ser unipessoal (atos simples singular) ou colegiado (atos simples colegiado). Ato complexo: é o que depende da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos ou autoridade (Exemplo: Portarias conjuntas ou instruções normativas conjuntas da Secretaria da Receita Federal e da Procuradoria da Fazenda Nacional). Ato composto: é aquele que resulta da manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove, que tem função meramente instrumental (Exemplo: nomeação do PGR). ATO VÁLIDO, NULO, ANULÁVEL E INEXISTENTE Ato válido: é aquele que está em conformidade com o ordenamento jurídico porque observou integralmente as exigências legais. Ato nulo: é aquele que possui vício insanável, ou seja, não é passível de convalidação. Como todo ato administrativo goza de presunção de legitimidade, os efeitos da anulação, que são ex tunc, aplicam-se às partes diretamente envolvidas, mas deve-se preservar os efeitos já produzidos em relação a terceiros de boa-fé. Ato inexistente: é aquele que possui aparência de um ato administrativo, mas, em verdade, se origina de alguém que não é um agente público, como o usurpador de função. Não produz nenhum efeito, inclusive perante terceiros de boa-fé. Ato anulável: é o que possui defeito sanável (não passível de convalidação), desde que não seja lesivo ao interesse público nem cause prejuízos a terceiros. Anulação dos Atos Administrativos: o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (art. 54, caput, da Lei nº 9.784/1999). No entanto, qualquer medida adotada pela Administração voltada à impugnação do ato impede a ocorrência da decadência (art. 54, § 2º, da Lei nº 9.784/1999). ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS ATOS NEGOCIAIS: são editados em situações nas quais o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha anuência prévia da administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito. Podem ser vinculados ou discricionários e definitivos ou precários. LICENÇA Ato administrativo vinculado e definitivo referente a um direito subjetivo do particular (Exemplo: alvará para a realização de uma obra). AUTORIZAÇÃO Ato discricionário e precário para autorizar a realização de atividade predominantemente de interesse do particular, ou de utilização de bem público (Exemplo: autorização para porte de arma) PERMISSÃO Ato discricionário e precário mediante o qual é consentida ao particular alguma conduta em que exista interesse predominante da coletividade (Exemplo: Permissão de uso de bem público para a realização de um show). OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 77 EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ANULAÇÃO Conceito: extinção do ato administrativo em virtude de ilegalidade. Um vício de legalidade pode ser sanável ou insanável. Se for sanável, pode ser anulado ou convalidado. Se for insanável, deve ser anulado. A anulação pode ser feita pela administração (autotutela), de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação. Efeitos: A anulação retroage seus efeitos ao momento da prática do ato (ex tunc), mas devem ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé. Prazo: O art. 54 da Lei 9.784/99 estabelece o prazo de 5 (cinco) anos para a anulação de atos administrativos. REVOGAÇÃO Conceito: é a extinção do ato administrativo discricionário por uma questão de mérito, ou seja, de conveniência/oportunidade. São insuscetíveis de revogação: a) atos consumados (já exauriram seus efeitos), b) atos vinculados, porque no ato vinculado não há mérito e c) atos que já geraram direitos adquiridos. Somente a Administração Pública faz controle de mérito, por meio de seu poder de autotutela. Efeitos: a revogação não possui eficácia retroativa, produzindo efeitos “ex nunc”. CASSAÇÃO Conceito: é a extinção do ato administrativo em virtude do descumprimento de obrigaçãopelo beneficiário do ato, ou seja, representa sanção para aquele particular que deixou de cumprir as condições exigidas para a manutenção de um determinado ato administrativo. CADUCIDADE Conceito: ocorre quando uma nova legislação impede a permanência do ato administrativo. CONTRAPOSIÇÃO Conceito: o ato anterior será extinto em razão da superveniência de ato posterior cujos efeitos são a ele contrapostos (Exemplo: a exoneração extingue a nomeação de servidor público). 6. LICITAÇÃO (LEI N. 14.133/21) APLICAÇÃO: a nova lei de licitações (Lei n. 14.133/21) se aplica à Administração Pública Direta, autárquica e fundacional (Direito Púbico ou Privado), em relação a todos os entes da Federação, ou seja, União, Estados, distrito Federal e Municípios. Exceções: a Lei n. 14.133/21 não se aplica às empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), porque elas são regidas pela Lei n. 13.303/2016, salvo em relação às disposições penais. VIGÊNCIA: A nova Lei de Licitação entrou em vigor na data da sua publicação (01/04/21). Revogação da Lei n. 8.666/93 - A Lei n. 14.133/2021 não revogou imediatamente a Lei n. 8.666/93, já que ambas as leis vão coexistir pelo prazo de 2 anos, ou seja, nos dois primeiros anos de vigência da Lei n. 14.133/201 o administrador poderá escolher o regime antigo ou o novo para os procedimentos licitatórios. Aplicação combinada dos dois regimes: é vedada a aplicação combinada da Lei n. 14.133/2021 e da Lei n. 8.666/93. Assim, ou o procedimento vai seguir as regras do regime antigo, ou do regime novo, não podendo haver combinação das regras das duas leis. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS: Princípio da segregação de funções: a licitação é um procedimento complexo, que deve ter a participação de vários agentes públicos, separando as funções de autorização, controle e execução, durante o trâmite do procedimento, evitando-se a concentração das funções em um único servidor. Princípio da Celeridade: tem como principal objetivo otimizar o trâmite dos certames licitatórios. A nova Lei de Licitação, ao estipular, como regra geral, a inversão da fase de julgamento e de habilitação, vai ao encontro do princípio da celeridade. Princípio da Transparência: objetiva não somente a publicidade dos atos da licitação, mas sobretudo facilitar a compreensão dos atos, o que pode ser feito, por exemplo, por meio de gráficos, tabelas, etc. Princípio do Desenvolvimento Nacional Sustentável: determinada a necessidade de observância, por exemplo, das normas sociais e ambientais nas contratações decorrentes de procedimentos licitatórios, como, por exemplo, a utilização de critérios visando recursos com baixo impacto sobre a flora, a fauna, o ar, o solo e a água; AGENTES DE LICITAÇÃO: os servidores que vão participar do procedimento licitatório devem: I - ser, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da Administração Pública; II - ter atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e III - não ser cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil. AGENTE DE CONTRATAÇÃO: servidor com maior responsabilidade, encarregado de conduzir a licitação. Tem o dever de tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação. ATENÇÃO: o agente de contratação, diferentemente dos demais servidores, deve ser obrigatoriamente servidor público efetivo ou empregado púbico do quadro efetivo da administração pública.. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 88 Atuação: O agente de contratação atuará nas modalidades de licitação concorrência e leilão. Em se tratando de pregão, o agente responsável pela condução do certame será designado pregoeiro. Diálogo Competitivo: a licitação será conduzida por uma comissão de contratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da Administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão. Bens e serviços especiais: permite-se que seja designada comissão de contratação para licitação que envolva bens ou serviços especiais. Os servidores responderão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão MODALIDADES DE LICITAÇÃO: I) PREGÃO Hipóteses: obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns. Serviços comuns de engenharia: o pregão poderá (não é obrigatório) ser utilizado nos serviços comuns de engenharia (art. 29, parágrafo único, da Lei n. 14.133/2021) . Obs: serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado. Critérios de Julgamento: a) menor preço ou b) maior desconto. Procedimento: observará o procedimento comum (art. 17 da Lei n. 14.133/2021). Meio eletrônico: o pregão deve ser realizado preferencialmente por meio eletrônico. II) CONCORRÊNCIA Hipóteses: utilizada para contratação de bens e serviços especiais, obras e serviços comuns e especiais de engenharia, Obs: bens e serviços especiais são aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos de forma objetiva, exigido-se justificativa prévia do contratante. Critérios de Julgamento: a) menor preço; b) melhor técnica ou conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) maior retorno econômico; e) maior desconto.” (Só não pode usar o critério “maior lance”). Procedimento: observará o procedimento comum (art. 17 da Lei n. 14.133/2021). III) CONCURSO Hipóteses: escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor. Obs: Administração Pública que define o valor que será pago ao vencedor, mediante o pagamento de preço ou remuneração. Assim, não interessa as ofertas de preço feito pelos licitantes. Critérios de Julgamento: melhor técnica ou conteúdo artístico. Obs: Na Lei n. 8.666/93 não existe critério de julgamento para o concurso. A Lei n. 14.133/2021 passou a prever expressamente os critérios de melhor técnica ou conteúdo artístico.. Procedimento: rito especial (diferente do rito comum, previsto no art. 17), sendo que as regras serão definidas no próprio edital. IV) LEILÃO Hipóteses: alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos. Obs: O leilão pode ser realizado por leiloeiro oficial ou por servidor designado pelo agente público competente. No caso de optar pelo leiloeiro oficial. Critério de Julgamento: maior lance. Procedimento: o rito adotado é o especial, composto das seguintes fases: fase de lances, fase recursal, pagamento pelo vencedor e homologação, conforme estipulado em edital. ATENÇÃO: o leilão não exigirá registro cadastral prévio e não terá fase de habilitação (§ 4º do artigo 31). V - DIÁLOGO COMPETITIVO Hipóteses: I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: a) inovação tecnológica ou técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela Administração; II - verifique a necessidadede definir e identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos: a) a solução técnica mais adequada; b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato; Procedimento: observará o procedimento especial (§ 1º do art. 32 da Lei n. 14.133/2021). Três fases: 1) Publicação do edital e pré-seleção dos licitantes, 2) Diálogo com os licitantes pré-selecionados 3) Fase competitiva. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 99 PROCEDIMENTO COMUM (FASES DE LICITAÇÃO) O procedimento licitatório comum, previsto no art. 17 da Lei n. 14.133/21, é divido em 7 (sete) fases, conforme abaixo estudado. 1) Fase Preparatória: especifica os critérios e condições no edital da licitação. 2) Divulgação do Edital de Convocação: divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). 3) Apresentação de Propostas e Lancesm quando for o ocaso: após a divulgação do edital, inicia-se a fase de apresentação de propostas e lances, cujos prazos variam de acordo com a natureza do bem ou serviço e os critérios de julgamento, conforme previsto no art. 55 da Lei n. 14.133/2021. 4) Julgamento: a Administração Pública poderá adotar os critérios de julgamento, que variam de acordo com a modalidade de licitação. 5) Habilitação: fase em que se verifica o conjunto de informações e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em: I - jurídica; II - técnica; III - fiscal, social e trabalhista; IV - econômico-financeira. 6) Fase Recursal: existe somente uma fase recursal. O recurso terá o prazo de 3 (três) dias úteis, conforme art. 165 da Lei n. 14.133/21. 7) Homologação: julgadas as propostas, habilitados os licitantes e analisados os recursos, cabe ao agente de contratação tão somente encaminhar o processo licitatório para a autoridade superior, que, dentre as possibilidades previstas no art. 71 da Lei n. 14.133/21, poderá adjudicar o objeto e homologar a licitação. PROCEDIMENTOS AUXILIARES Além das modalidades de licitação, a Administração pode servir-se dos procedimentos auxiliares previstos no art. 78 da Lei n. 14.133/2021, a saber: Credenciamento; Pré-qualificação; Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI); Sistema de Registro de Preços; e Registro Cadastral. CREDENCIAMENTO: licitantes previamente cadastrados após chamamento público, que prevê condições padronizadas para a contratação. Três hipóteses: I- paralela e não excludente, II - com seleção a critérios de terceiros, III- em mercados fluidos. PRÉ-QUALIFICAÇÃO: a Administração Pública pode pré-selecionar licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futuras licitações, sendo que a licitação poderá ser restrita aos licitantes pré- qualificados. PMI: a administração vai convocar a iniciativa privada para fazer estudos e propor uma solução pra alguma situação específica. Nessa fase, a administração não paga nada, mas quem apresentar o projeto vencedor pode ser pago pela empresa que vencer a licitação CREDENCIAMENTO: licitantes previamente cadastrados após chamamento público, que prevê condições padronizadas para a contratação. Três hipóteses: I- paralela e não excludente, II - com seleção a critérios de terceiros, III- em mercados fluidos. PRÉ-QUALIFICAÇÃO: a Administração Pública pode pré-selecionar licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futuras licitações, sendo que a licitação poderá ser restrita aos licitantes pré- qualificados. PMI: a administração vai convocar a iniciativa privada para fazer estudos e propor uma solução pra alguma situação específica. Nessa fase, a administração não paga nada, mas quem apresentar o projeto vencedor pode ser pago pela empresa que vencer a licitação, SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO: utilizado para formalizar e registrar os interesses de certos particulares em oferecer certos bens e serviços para a Administração Pública, viabilizando diversas contratações simultâneas ou sucessivas, sem a realização de um específico procedimento licitatório para cada uma delas. REGISTRO CADASTRAL – tem como objetivo unificar as informações sobre todos os licitantes. Os órgãos e entidades da Administração Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) para efeito de cadastro unificado de licitantes, na forma disposta em regulamento (artigo 87). CRITÉRIOS DE JULGAMENTO MENOR PREÇO – significa que o vencedor da licitação deverá apresentar o menor dispêndio para a Administração (concorrência e pregão) MAIOR DESCONTO – também parte da ideia do menor dispêndio para Administração Pública, que parte de um preço tabelado e verifica quem fornece o maior desconto (concorrência e pregão). MELHOR TÉCNICA OU CONTEÚDO ARTÍSTICO – O preço que a Administração Pública vai pagar já vem previamente estipulado no Edital. Esse critério de julgamento serve para projetos arquitetônicos e para trabalhos técnicos, artísticos ou científicos. Pode ser utilizado na concorrência ou no concurso. TÉCNICA OU PREÇO – existe uma ponderação entre o preço e a técnica apresentados. Deve existir um fator de ponderação, sendo que o fator de ponderação máximo para a técnica é de até 70%. Apenas na modalidade concorrência. MAIOR RETORNO ECONÔMICO – critério especifico para os denominados contratos de eficiência. O objetivo é gerar a maior economia para a Administração Pública. Pode ser utilizada na concorrência. MAIOR LANCE – a melhor proposta é aquela que ofertar o maior valor, sendo o critério exclusivo do Leilão. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1010 CONTRATAÇÃO DIRETA INEXIGIBILIDADE Ocorre quando houver uma inviabilidade objetiva de disputa. Exemplos: a) fornecedor exclusivo; b) profissional de notória especialização, salvo serviços de publicidade; e c) artistas consagrados. DISPENSA quando a disputa, embora viável, revela-se prejudicial ao interesse público, podendo ser dispensável (Faculdade do administrador) ou dispensada (obrigatoriamente não será realizada). Hipóteses de dispensa de licitação: a) Dispensa em razão do valor do contrato: a) R$ 100.000 para obras, serviços de engenharia e serviços de manutenção de veículos automotores (novidade da nova lei) e b) R$ 50.000 para os demais serviços e compras em geral. Valores em dobro, quando se tratar de consórcio público e agencia executiva; b) Licitação deserta e fracassada – A Licitação deserta ou fracassadas serão hipótese de licitação dispensável quando ocorrer os seguintes requisitos: a) a Licitação deve ter sido realizada há menos de 1 ano, b) Manutenção de todas as condições (o administrador não pode alterar as condições da licitação deserta ou fracassada), c) deve ter sido uma licitação deserta ou fracassada por ausência de propostas válidas, ou porque os preços são superiores ao de mercado ou dos órgãos oficiais (fracassada por validade das propostas ou preços); C ) Dispensa de licitação em razão de emergência – De acordo com o art. 75, VIII, ocorre nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possamser concluídas no prazo máximo de1 (um) ano. D) Dispensa de Licitação de virtude de situações graves - De acordo com o inciso VII do art. 75 da Lei n. 14.133/2021, permite-se a dispensa de licitação nos casos de: a) guerra, b) estado de defesa, c) estado de sítio, d) intervenção federal, e) grave perturbação da ordem pública. FORMALIDADES PARA A CONTRATAÇÃO DIRETA: 1) Deve haver uma formalização, ou seja, a apresentação da documentação para o inicio do processo; 2) Estimativa da despesa e indicação dos recursos orçamentários; 3) Parecer Jurídico e Parecer Técnico; 4) Verificar requisitos mínimos de habilitação e qualificação; 5) Razão da escolha do fornecedor; 6) Justificativa do preço pago; 7) Autorização da autoridade competente 7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS FORMALIZAÇÃO: Após a realização do procedimento licitatório, a Administração convocará o licitante vencedor para assinar o contrato, conforme prazos e condições estabelecidas no edital. Contrato verbal: É nulo o contrato verbal, salvo no caso de pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) Termo Aditivo - caso haja necessidade de o particular executar serviços que, por circunstâncias imprevistas no momento da contratação, tiverem que ser realizados de forma extracontratual, dever ser assinado termo aditivo. Forma eletrônica - O § 3º do art. 91 da Lei n. 14.133/21 permite a utilização da forma eletrônica na celebração de contratos e de termos aditivos, atendidas as exigências previstas em regulamento. PNCP - outra formalidade importante trazida pela nova lei de licitação é a necessidade de divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) do contrato e de seus aditamentos, o que deverá ocorrer, como condição de eficácia, nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura: I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação; e II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta. DURAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS De acordo com o artigo 105 da Lei n. 14.133/21, há três requisitos em relação ao prazo do contrato: (I) o prazo deve ser fixado já no edital; (II) disponibilidade prévia de créditos orçamentários no início do contrato e em cada exercício e (III) previsão no plano plurianual, quando a contratação for ultrapassar um exercício orçamentário. Regra geral: Como regra geral, o prazo dos contratos administrativos é de 12 meses. A Lei n. 14.133/21, entretanto, prevê algumas exceções: Prazo de 5 anos: a) Contratos de serviços e fornecimentos contínuos, b) Contratos de aluguel de equipamentos e de utilização de programas de informática. Prazo de 10 anos: a) objeto envolva, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, b) Materiais de forças armadas (exceção de uso pessoal), c) contratos de incentivo à pesquisa científica e tecnológica, d) -contratos que possam acarretar comprometimento da segurança nacional, conforme estabelecido pelo Ministro de Estado da Defesa, e) Contratos em que houver transferência de tecnologia ao SUS, f) aquisição de insumos estratégicos para a saúde produzidos por fundação que tenha por finalidade apoiar a Administração Pública. Prazo de 15 anos: o contrato que previr a operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da informação. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1111 Prazo Indeterminado: É possível a assinatura de contrato por prazo indeterminado nos contratos em que a Administrção seja usuária de serviço público oferecido em regime de monopólio, desde que comprovada, a cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação. Serviços de fornecimento contínuos: o artigo 106 da Lei n. 14.133/21 permite que a Administração Pública firme contrato com prazo de vigência de 5 anos, não havendo mais a necessidade, como ocorria na Lei n. 8.666/93, que a vigência do contrato fosse limitada ao fim do exercício corrente para depois prorrogá-lo, em cada ano orçamentário, até o limite de 60 meses (ou 72, no caso das prorrogações excepcionais prevista na Lei n. 8.666/1993 ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CLÁUSULAS EXORBITANTES: são cláusulas especiais que irão conferir poderes contratuais extraordinários à Administração que não são aceitos no regime privado, como, por exemplo, a possiblidade de alteração unilateral do contrato. Alteração contratual: a alteração do contrato administrativo, formalizada mediante termo aditivo, pode ocorrer tanto por meio de alteração unilateral levada a efeito pela Administração Pública sem prévia anuência do contratado, quanto de forma bilateral por acordo entre as partes. Alteração unilateral: o art. 124, I, da Lei n. 14.133/21 prevê dois tipos de cláusulas que a Administração pode alterar unilateralmente, independentemente da concordância do contratado e sem prejudicar as demais cláusulas contratuais, a saber: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos e b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei. Limites: o artigo 125 da Lei n. 14.133/2021 (§ 1º do artigo 65 da Lei n.8.666/1993), por sua vez, estabelece como limite de acréscimos ou supressões decorrentes das alterações unilaterais promovidas pela Administração o percentual de 25% sobre o valor inicial atualizado do contrato para contratos de obras, serviços ou compras e de 50% para acréscimo em reforma de edifício ou equipamento. Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: a alteração unilateral dos encargos do particular enseja o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato mediante a formalização de termo aditivo. Alteração bilateral: a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço ou do modo de fornecimento, c) modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, d) para reestabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato. Também deve ser observado o equilíbrio econômico financeiro. Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato - ao mesmo tempo que garante a impossibilidade de alteração unilateral das cláusulas econômico-financeiras por parte da Administração, impõe, com base na Teoria da Imprevisão, que se baseia na cláusula rebus sic stantibus, aplicada diante de fatos supervenientes, imprevistos e imprevisíveis que provoquem o desequilíbrio contratual (fato do príncipe, fato da administração, interferências imprevistas, caso fortuito e força maior), a alteração do contrato para a revisão dos preços. Reparticipação objetiva de risco (matriz de risco) - A matriz de risco poderá ser prevista no próprio edital (art. 22) e definirá o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em relação a eventos supervenientes, devendo ser observada na solução de eventuais pleitos das partes (§ 4º do artigo 103 da Lei n. 14.133/21). EXTINÇÃO DO CONTRATO RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO: o contrato administrativo poderá ser extinto por ato unilateral da Administração Pública, por acordo entre as partes ou, ainda, por decisão do Poder Judiciário ou de Tribunal Arbitral, em havendo convenção de arbitragem. As causas de rescisão do contrato administrativo possuem previsão no art. 137 da Lei n. 14.133/21. Culpa Exclusiva: se a rescisãodecorrer de culpa exclusiva da Administração, o contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido e terá direito a: I - devolução da garantia; II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de extinção; III - pagamento do custo da desmobilização. Autorização por escrito: a rescisão determinada por ato unilateral da Administração e a rescisão consensual deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente e reduzidas a termo no respectivo processo. ANULAÇÃO DO CONTRATO: ilegalidade na formalização ou em cláusula essencial do contrato, podendo ser declarada pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração Pública, com efeitos “ex tunc”. Dever de indenizar o contratado pelo que efetivamente executou e por outros prejuízos regularmente comprovados, desde que a nulidade não lhe seja imputável (art. 149 da Lei n. 14.133/21). CONCLUSÃO DO OBJETO: ocorre quando as partes cumprem totalmente as prestações contratuais devidas. TÉRMINO DO PRAZO: ocorre quando expirado o prazo do contrato administrativo. SANÇÕES I - advertência - inexecução parcial do contrato II - multa - (0,5% até 30% do valor do contrato) III - impedimento de licitar e contratar - hipóteses dos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155). OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1212 Impedimento de licitar ou contratar pelo prazo de até 3 anos. IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar - hipóteses dos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 ou quando as hipóteses do “impedimento de licitar e contratar” justificarem sanção mais grave. Impossibilidade de liictar pelo prazo de 3 a 6 anos. DIFERENÇAS ENTRE PERMISSÃO E CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO Ambos são contratos administrativos, em que a Administração Púbica delega a prestação de serviço público a particulares, que serão remunerados mediante taxa dos usuários. CONCESSÃO PERMISSÃO Obras e/ou serviços Apenas serviços públicos Não admite pessoas físicas (PJs ou consórcios) Admite pessoas físicas (PJ ou PF) Exige concorrência Pode ser qualquer modalidade de licitação Depende de autorização legislativa específica Não depende de autorização legal Não tem caráter precário Caráter precário (pode ser extinta a qualquer momento, sem direito à indenização). Essa é a literalidade da lei, mas o conceito é contraditório, já que o contrato administrativo não é precário. PARCERIA PÚBLICO PRIVADO Conceito: é uma concessão de serviço público especial, uma vez que o Estado patrocina o contrato de concessão, ou seja, a remuneração não é apenas do usuário. Se não houver contraprestação da ADM não é PPP. CONCESSÃO PATROCINADA A ADM paga um valor além das tarifas dos usuários. O máximo que a ADM pode pagar é 70% do valor da remuneração da concessionária, salvo autorização legal específica. CONCESSÃO ADMINISTRATIVA A Administração Pública é a usuária direta ou indireta dos serviços públicos e remunera totalmente a concessionária. Prazo: máximo de 35 anos e mínimo de 5 anos. Valor: o valor do contrato na PPP não pode ser inferior a 10 milhões de reais. Não há vedação quanto ao valor máximo do contrato. Vedação: é vedada PPP que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO São causas de extinção da concessão: a) advento do termo contratual; b) encampação (resgate): Interesse público. Autorização legislativa e indenização prévia c) caducidade (decadência): inexecução total ou parcial do concessionário. Indenização posterior pelo investimento realizado e não amortizado pela tarifa cobrada e se exige processo no qual se garanta ampla defesa e contraditório. Principais Hipóteses: I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, II – descumprimento de cláusulas contratuais, disposições legais ou regulamentares; III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; d) rescisão (judicial): o desinteresse parte da concessionária. Há direito a indenização por quebra do equilíbrio econômico financeiro. (art. 39 da Lei n. 8.987/95); e) anulação: ilegalidade durante a licitação ou no contrato; f) falência do concessionário ou falecimento, quando empresário individual: ocorre a REVERSÃO DOS BENS, que passam a pertencer ao Estado para que haja a continuidade da prestação do serviço. INTERVENÇÃO NA CONCESSÃO: representa a ingerência direta do concedente na prestação do serviço delegado, objetivando manter o serviço adequado a suas finalidades e garantir o fiel cumprimento da concessão. Feita por decreto e é autoexecutável. Após o decreto de intervenção, o concedente deve instaurar procedimento administrativo, no prazo de 30 dias. O procedimento terá duração máxima de 180 dias e deverá observar o princípio do contraditório e da ampla defesa. A inobservância desse prazo implica a invalidade da intervenção, retornando o concessionário à gestão do serviço. Apurada a inadequação do concessionário para prestar o serviço, a concessão será extinta. Caso não seja hipótese de extinção, a administração do serviço será devolvida à concessionária. 8. BENS PÚBLICOS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: para a FGV, os bens são de natureza privada, independentemente se a entidade presta serviço público ou explora atividade econômica. CLASSIFICAÇÃO BENS DE USO COMUM São aqueles que estão à disposição da coletividade (praças, rios, etc.). Uso pode ser gratuito ou oneroso. BENS DE USO ESPECIAL Apresentam uma destinação específica, ou seja, são utilizados para a execução ou prestação dos serviços públicos (aeroportos, bibliotecas, etc.). Uso gratuito ou oneroso. BENS DOMINICAIS Aqueles que não estão ligados a nenhuma finalidade pública, ou seja, não são de uso comum nem de uso especial. Não são afetados, por isso, podem ser alienados. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1313 CARACTERÍSTICAS INALIENABILIDADE Bens públicos não podem ser alienados, salvo os bens dominicais e os demais bens públicos desafetados. Para serem vendidos, são necessários: a) configuração interesse público, b) pesquisa prévia de preços, c) Licitação (concorrência ou leilão), salvo no caso de licitação dispensada, d) Autorização legal no caso de bem imóvel. IMPENHORABILIDADE Bens públicos não ser penhorados. IMPRESCRITIBILIDADE Nenhum bem público pode ser adquirido por usucapião IMPOSSIBILIDADE DE ONERAÇÃO Não podem ser objeto de penhor, hipoteca ou anticrese. USO DOS BENS PÚBLICOS Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário no interesse do particular (Exemplo: fechamento de avenida para realização de uma festa). Permissão: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, sendo o interesse predominante da coletividade (Exemplos: permissão de uso para instalação de bancas de jornal em calçadas). Concessão: possui natureza de contrato administrativo. Pode ser onerosa ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado. (Exemplo: concessão de uso de edifício público para abrigar um bar ou restaurante). 9. SERVIÇOS PÚBLICOS Princípio da continuidade do serviço público: o serviço público deve ser prestado sem interrupção ou suspensão indevidas. Decorrências: a) os bens vinculados à prestação de serviços públicos, mesmo que pertencentes a particulares, não podem sofrerpenhora nem alienação judicial, b) nos contratos administrativos celebrados com os particulares a regra é de que o contratado não pode invocar a exceção de contrato não cumprido, além do que extinta a concessão de serviço público, haverá o retorno ao poder concedente dos bens reversíveis. Serviços universais (uti universi): são prestados à coletividade em geral, sem que seja possível medir quanto cada um usa do serviço (iluminação pública, segurança, etc.). São remunerados por impostos, ressalvando-se que, no caso da iluminação pública, o art. 149 – A da CF/88 possibilita aos municípios e ao Distrito Federal instituírem contribuição na forma das respectivas leis para o custeio do serviço. Serviços singulares (uti singuli) ou individuais: são os prestados a usuários certos ou determinados, podendo ser mensurado quanto cada um usa, como nos casos dos serviços de gás encanado, energia elétrica e água. São remunerados por taxa ou por tarifa. FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: a forma de prestação dos serviços pode se centralizada, em que a administração pública presta os serviços por seus próprios órgãos (ex: União por seus ministérios) ou descentralizada, em que o Estado transfere a prestação do serviço a outra pessoa, por outorga (criação de nova pessoa jurídica para prestação dos serviços) OU Delegação (concessão ou permissão de serviço público). 10. REGIME GERAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS CONCURSO PÚBLICO Regra geral: para acesso a cargo ou emprego público, a regra é a realização de concurso. Exceções: a) mandato eletivo; b) cargo em comissão (utilizado para direção, chefia e assessoramento); c) contrato temporário (art. 37, IX, da CF/88) – para os casos de excepcional interesse público (processo seletivo simplificado), conforme as hipóteses previstas na Lei n. 8.745/93, d) hipóteses constitucionais: Ministros do STF, Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Conta e acesso pelo quinto constitucional e e) agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde, conforme art. 198 da CF/88. Súmula nº 685 Do STF: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.” Validade: até 02 anos, admitindo-se uma única prorrogação, por igual período (até 20% das vagas oferecidas em um concurso deverão ser reservadas para as pessoas com deficiência). Direito subjetivo: se o candidato for aprovado dentro do número de vagas previsto no edital, ele terá direito subjetivo à nomeação. Súmula Vinculante 43: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. Portanto, é vedado reenquadramento de servidor público em cargo para o qual não prestou concurso público. ESTABILIDADE Conceito: possui previsão no art. 41 da CF/88. É atingida após três anos de efetivo exercício e representa a garantia que o servidor público tem de permanecer no serviço, salvo nas hipóteses expressamente previstas pela própria CF (sentença judicial, processo administrativo, procedimento de avaliação periódica de desempenho e corte de despesas). ACUMULAÇÃO DE CARGOS Regra geral: vedada a acumulação de cargos públicos. Exceções: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1414 saúde, com profissões regulamentadas. Além disso, para a acumulação deverá haver compatibilidade de horários e a observância do teto. REMUNERAÇÃO Teto: subsídio mensal dos Ministros do STF ESTADOS MUNICÍPIOS EXECUTIVO: Subsídio do Governador. LEGISLATIVO: Subsídio dos Deputados Estaduais. JUDICIÁRIO: subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça (95% dos Ministros do Supremo Tribunal Federal). Subsídio do Prefeito FORMAS DE PROVIMENTO DO CARGO PÚBLICO NOMEAÇÃO Única forma de provimento originário de cargo público. É o provimento inicial na carreira. O provimento no cargo se dá pela nomeação, e a investidura, pela posse. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento. É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. PROMOÇÃO Mudança de cargo dentro da mesma carreira. Pode ocorrer por antiguidade ou merecimento. Também é caso de vacância, conforme art. 33, da lei 8112/90. READAPTAÇÃO Mudança de cargo público para uma outra carreira, em virtude de uma limitação física ou mental REVERSÃO Retorno à atividade do servidor que estava aposentado. APROVEITAMENTO Quando extinto o cargo ou declarado desnecessário o cargo do servidor estável e este é realocado em outro cargo. REINTEGRAÇÃO Retorno ao cargo público do servidor estável que foi injustamente demitido, em razão de decisão judicial ou administrativa RECONDUÇÃO Apenas pode ser reconduzido o servidor estável. Ocorre em duas situações: a) retorno ao cargo que o servidor estável ocupava, em virtude de inabilitação em outro estágio probatório; e b) retorno ao cargo anteriormente ocupado em virtude de reintegração do anterior ocupante. VACÂNCIA Hipóteses: a) exoneração: não tem caráter punitivo e pode ocorrer quando o servidor toma posse e não entra em exercício; quando não preenche os requisitos do estágio probatório e a pedido do servidor; b) demissão: tem natureza punitiva, ou seja, o servidor cometeu falta grave); c) promoção; d) ascensão e transferência; e) readaptação; f) aposentadoria; g) posse em outro cargo inacumulável e h) Falecimento. Observação: promoção e readaptação são as únicas hipóteses que geram provimento e vacância simultaneamente. REGIME DISCIPLINAR ADVERTÊNCIA Aplicada por escrito, nos casos de inobservância de dever funcional, que não justifique imposição de penalidade mais grave, bem como nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX da Lei n. 8.112/90. Prescrição: 180 dias. SUSPENSÃO A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. Prescrição: 2 anos. DEMISSÃO Pena mais grave aplicada ao servidor efetivo, representando a sua expulsão dos quadros da administração pública. Principais hipóteses: abandono de cargo (ausência por mais de 30 dias consecutivos), inassiduidade habitual (ausência por 60 dias interpoladamente em 12 meses), improbidade administrativa, ofensa física em serviço, etc. Prescrição: 180 dias. RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO O servidor público pode responder administrativa, civil e penalmente pela infração cometida. A regra é a independência das responsabilidades nas esferas citadas. Entretanto, como exceção, haverá a isenção da responsabilidade administrativa quando houver absolvição criminal por inexistência do fato ou não autoria. São casos em que a esfera penal vinculará à administrativa. Portanto, se a absolvição for por insuficiência de provas, não há vinculação na esfera administrativa. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1515 11. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Pacote Anticrime: a Lei n. 13.964/19 alterou do § 1º do art. 17 da Lei nº 8.429/92, passando a autorizar expressamente a celebração de acordo de não persecução cível nas ações de improbidade administrativa,o que já encontrava amparo na jurisprudência do STJ. Conceito: é a expressão técnica da corrupção administrativa. Fundamento (art. 37, § 4º, da CF/88) - os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Cassação dos Direitos Políticos: a cassação é vedada pela Constituição. O que se permite é a perda ou suspensão dos direitos políticos. Sujeito passivo: administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual Se o erário concorrer com menos de 50% para criação da entidade, a sanção patrimonial ficará limitada à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos (parágrafo único do art. 1° da Lei nº 8.429/92) Sujeito Ativo: qualquer agente público. Além disso, conforme art. 3° da Lei nº 8.429/1992, as disposições da lei de improbidade são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Foro Privilegiado: não existe foro privilegiado por prerrogativa de função em ações de improbidade administrativa. Afastamento cautelar: art. 20 da Lei nº 8.429/1992: “A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual” Indisponibilidade de bens: quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representará ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7º da Lei nº 8.429/1992). MODALIDADES ATO DE IMPROBIDADE QUE GERA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO Conceito: são atos que permitem ao agente auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° da LIA. Sanções: a) ressarcimento integral do dano; b) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; c) perda da função pública; d) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; e) pagamento de multa civil de até três vezes o valor do dano; f) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de dez anos. ATO DE IMPROBIDADE QUE GERA PREJUÍZO AO ERÁRIO Conceito: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens (Lesão ao cofre público por ato doloso ou culposo). Sanções: a) ressarcimento integral do dano; b) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; c) perda da função pública; d) suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos; e) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e f) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 5 (cinco) anos. ATO DE IMPROBIDADE QUE ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Conceito: qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, a exemplo do previsto nos incisos do art. 11 da Lei nº 8.429/92. Lei nº 13.425/2017: passou a prever a necessidade de normas especiais no planejamento urbano para prevenção e combate a incêndio e desastres para locais de grande concentração e circulação de pessoas. Segundo a lei, o prefeito que deixar de tomar essas providências no prazo de 2 anos incorre em ato de improbidade administrativa prevista no art. 11 da Lei nº 8.429/2017. Observação: os atos de improbidade que atentam contra princípios da Administração Pública exigem dolo e não dependem de enriquecimento do agente público nem da lesão ao erário. Portanto, não há necessidade de dano efetivo (material) para caracterizar o ato de improbidade. Sanções: a) ressarcimento integral do dano, se houver; b) perda da função pública; c) suspensão dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos; d) pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e e) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos. ATOS DE IMPROBIDADE DECORRENTES DE CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO Conceito (art. 10-A da Lei n. 8.249/92): qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116/2003 (ISS – alíquota mínima de 2%) Sanções: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A DM IN IS TR AT IV O | R ES U M O PA RA A P RO VA D A OA B/ FG V DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 1616 ENRIQUECIMENTO ILÍCITO LESÃO AO ERÁRIO PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO PERDA DA FUNÇÃO Sim Sim Sim Sim RESSARCIMENTO AO ERÁRIO Sim Sim Sim Não PERDA DOS BENS Sim Sim Não Não SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos De 5 a 8 anos PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO 10 anos 5 anos Até 3 anos Não MULTA Até 3x o valor acrescido 2x o dano Até 100x a remuneração 3 (três) vezes o valor do benefício PRAZO PRESCRICIONAL Art. 23 da Lei n. 8.249/92. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - Até 5 (cinco) anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II – Dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego; III - até 5 (cinco) anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. 12. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA DESAPROPRIAÇÃO Conceito: procedimento pelo qual o Poder Público realiza intervenção na propriedade alheia transferindo-a compulsoriamente ao patrimônio público. Pode ser de natureza ordinária ou sancionatória. Ordinária: razões de necessidade pública (urgência), utilidade pública (conveniência) ou interesse social (assentamento de pessoas, por exemplo), mediante pagamento de indenização justa, prévia e em dinheiro, conforme art. 5º, XXIV, da CF/88. Sancionatória: ocorre nos casos em que a propriedade é desapropriada por não respeitar a sua função social, podendo ocorrer no meio urbano (art. 182, § 4º, III, da CF/88) ou rural (art. 184 da CF/88). Desapropriação de bens públicos: a desapropriação pode recair sobre bens públicos, mas somente a União pode desapropriar bens dos Estados e dos Municípios e os Estados podem desapropriar bens dos Municípios. Desapropriação por particular: É possível ainda a desapropriação feita pelas concessionárias de serviço público (desapropriação por particular), desde que em casos previstos em lei e autorizado pela Administração, conforme previsto no art. 3º Decreto-Lei n. 3.365/41. Fases da desapropriação: FASE DECLARATÓRIA Declaração do bem como sendo objeto de desapropriação, por meio de declaração
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