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RESUMO ADMINISTRATIVO OAB NA MEDIDA XXXIII

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DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
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1. CONCEITO
O direito administrativo pode ser conceituado, com 
base na doutrina de Hely Lopes Meireles, como o ramo 
do direito público formado por um conjunto harmônico de 
regras e princípios que rege os órgãos, agentes públicos 
e a atividade administrativa em qualquer esfera do 
poder, realizando de forma direta (independentemente 
de provocação, ao contrário da função jurisdicional, que 
depende desta), concreta (possui destinatário determinado 
e efeitos concretos, ao contrário da função legislativa, que 
é abstrata) e imediata (se preocupa com a atividade jurídica 
do Estado, e não social), os fins desejados pelo Estado.
2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Princípios expressamente previstos na Constituição 
Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência (art. 37 da CF/88). Para decorar: o famoso LIMPE. 
LEGALIDADE
Enquanto ao particular 
permite-se fazer tudo o 
que a lei não proíbe, na 
Administração Pública só é 
permitido fazer o que a lei 
expressamente autoriza. 
IMPESSOALIDADE 
A administração está proibida 
de estabelecer discriminações 
infundadas. Decorrências: 
a) Súmula Vinculante nº 13
(veda o nepotismo); b) § 1º
do art. 37 da CF/88 que é
categórico ao proibir nomes,
símbolos ou imagens nas
publicidades dos órgãos
públicos.
MORALIDADE 
A ideia de honestidade, 
probidade, lealdade e boa-
fé, ou seja, pressupõe-se a 
atuação de forma correta. 
A proibição do nepotismo 
também possui fundamento 
na moralidade.
PUBLICIDADE 
Os atos administrativos, 
para produzirem efeitos, 
devem ser levados ao 
conhecimento do público, 
salvo nos casos de sigilo, 
quando imprescindível para a 
segurança da sociedade e do 
Estado.
EFICIÊNCIA
A eficiência deve ser buscada 
tanto na estruturação dos 
órgãos púbicos, quanto de 
seus agentes públicos, de 
modo que sejam obtidos os 
melhores resultados, com 
otimização de recursos e de 
mão de obra. Exemplos: a) 
escolas de governo (art. 39, 
§7º, da CF/88) e b) avaliação
especial de desempenho (art.
41 da CF/88).
Princípios que não são expressamente previstos na 
Constituição Federal: supremacia do interesse público 
sobre o privado, indisponibilidade do interesse público, 
segurança jurídica, razoabilidade e proporcionalidade. 
SUPREMACIA DO 
INTERESSE PÚBLICO 
SOBRE O PRIVADO
Quando houver colisão 
de interesse privado com 
interesse público, o Estado 
deverá condicionar ou limitar 
o direito individual para
garantir a supremacia do
interesse público. Exemplos:
a) poder de polícia; b)
cláusulas exorbitantes dos
contratos administrativos; c)
desapropriação.
INDISPONIBILIDADE DO 
INTERESSE PÚBLICO
Interesse público 
primário: rigorosamente 
indisponível 
Interesse público 
secundário: 
“relativamente 
indisponível”
SEGURANÇA JURÍDICA 
Objetiva preservar os atos 
administrativos já praticados, 
garantindo-se a estabilização 
das relações jurídicas com 
a Administração Pública. 
Exemplos: a) art. 2º da Lei 
nº 9.784/98, que veda a 
aplicação jurídica retroativa 
da nova interpretação”; e b) 
art. 54 da Lei nº 9.784/98 
que estabelece que “o direito 
da Administração de anular 
os atos administrativos 
de que decorram efeitos 
favoráveis para os 
destinatários decai em cinco 
anos, contados da data em 
que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé”.
RAZOABILIDADE E 
PROPORCIONALIDADE 
Razoabilidade e 
proporcionalidade 
são elementos 
complementares e, 
juntos, representam o 
denominado “juízo de 
adequação”. Possuem 
previsão na Lei n. 
9.784/99.
3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
• DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
Desconcentração: representa a distribuição interna 
de competência administrativa, ou seja, é a distribuição 
que ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, como 
no caso da criação de órgãos dentro da estrutura de 
um ente político, ou dentro de uma pessoa jurídica 
da administração pública indireta. Haverá relação de 
subordinação entre a pessoa jurídica e a estrutura criada, 
podendo ocorrer tanto na Administração Direta, quanto 
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DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
22
na Indireta. 
Descentralização: execução das tarefas estatais por 
meio da criação de outra pessoa jurídica. Não há relação 
de subordinação ou hierarquia, mas tão somente controle 
ou fiscalização institucional, tendo em vista que ocorre 
entre pessoas jurídicas distintas.
A descentralização pode se efetivar por outorga 
ou delegação: 
Outorga: a Administração transfere à nova pessoa 
jurídica a titularidade e a execução do serviço público por 
meio de lei. Como a titularidade do serviço não pode sair 
do poder público, somente as pessoas jurídicas de direito 
público podem receber outorga (autarquias e fundações 
públicas de direito público). 
Delegação: a Administração transfere à nova pessoa 
somente a execução do serviço público, reservando 
para si a titularidade. A delegação é feita para pessoas 
jurídicas de direito privado, podendo ser: a) por lei, às 
pessoas da administração pública indireta de direito 
privado (empresas públicas, sociedades de economia 
mista e fundações públicas de direito privado); b) por 
contrato, aos particulares, por permissão ou concessão 
de serviço público (Ex.: telefonia e transporte coletivo); 
c) por ato administrativo unilateral, aos particulares, por
autorização de serviço público (Ex. taxi e despachante).
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
Constituem a Administração Pública Indireta as 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, 
sociedades de economia mista e consórcios públicos.
AUTARQUIAS: pessoas jurídicas autônomas 
de direito público de capacidade exclusivamente 
administrativa, criadas por lei. A personalidade jurídica 
da autarquia se inicia com a vigência da lei criadora, ou 
seja, não há necessidade de registro. 
Características da autarquia: a) personalidade 
jurídica de direito público, possuem patrimônio próprio e se 
sujeitam ao controle da entidade estatal a que pertencem 
por meio de supervisão ministerial (tutela); b) privilégios 
tributários e processuais: gozam de imunidade tributária 
recíproca relacionada à atividade fim e não a atividades 
diversas (art. 150, §2º) e privilégios processuais, 
como o duplo grau obrigatório); c) juízo competente: 
Justiça Federal; d) responsabilidade civil: respondem 
objetivamente pelos danos que seus servidores, nessa 
qualidade, causarem aos administrados. Se a Autarquia, 
acionada em responsabilidade objetiva, não tiver 
patrimônio para indenizar, o Estado pode ser chamado 
à responsabilidade, subsidiariamente; e) natureza 
dos bens: os bens das autarquias são públicos sendo, 
portanto, inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis 
e não podem ser objeto de oneração. Seus débitos são 
quitados pelo sistema de precatórios (art. 100, da CF/88).
Conselhos de Classe: o Supremo Tribunal Federal, 
no julgamento da ADI n. 1717, fixou aos conselhos de 
classe a natureza de autarquia. Como decorrência lógica, 
os Conselhos são obrigados a realizar concurso público, 
a anuidade recebida tem natureza tributária e estão 
sujeitos ao controle pelos Tribunais de Conta. Entretanto, 
o STF, em decisão com repercussão geral, firmou tese no
sentido de que os conselhos de classe não se submetem
ao regime de precatório (RE 938837).
OAB: a OAB foi criada como autarquia especial, 
porém, em função de sua essencialidade constitucional, 
foi declarada pelo STF não mais como autarquia especial, 
mas sim como “ente estatal sui generis”, não equiparado 
a qualquer outro órgão ou pessoa jurídica estatal. Com 
isso, a OAB foi autorizada a não mais licitar, nem concursar 
seus agentes. O TCU, no entanto, decidiu em novembro de 
2018 que OAB deverá prestar contas ao Tribunal. 
Agências Reguladoras:são autarquias de regime 
especial criadas a partir da quebra dos monopólios 
estatais possuindo como principais objetivos fiscalizar 
e regular as atividades estatais privatizadas. Principais 
Peculiaridades: a) função diferenciada: controle e 
normatização de uma determinada atividade; b) 
investidura (ou nomeação) especial do dirigente: o 
Presidente da República não pode nomear de forma livre, 
dependendo da aprovação prévia do Senado Federal; c) 
mandato do dirigente com prazo fixo, perdendo o mandato 
apenas em caso de renúncia, de condenação judicial 
transitada em julgado ou de processo administrativo 
disciplinar, d) quarentena: saindo da direção da agência 
reguladora, o ex-dirigente não poderá atuar na iniciativa 
privada no mesmo ramo de atividade, por determinado 
prazo. O prazo de quarentena, como regra geral, é de 
06 meses; e) modalidade própria de Licitação: consulta; 
f) regime de pessoal: cargos públicos, com regime
estatutário, providos por concurso público.
Agências Executivas: são autarquias ou fundações 
que elaboram um plano estratégico de modernização 
e celebram com a administração direta um contrato de 
gestão, para ter mais liberdade, recursos, bem como mais 
privilégios na licitação. Celebrado o “contrato de gestão”, 
a autarquia ou a fundação ganha o status temporário de 
“agência executiva”.
AGÊNCIA 
REGULADORA
AGÊNCIA 
EXECUTIVA
NATUREZA • Autarquiaespecial
• Autarquia
comum ou
fundação pública
CRIAÇÃO • Criada como“agência”
• Convertida
em agência ao
assinar contrato
de gestão com a
Administração
FUNÇÃO
• Gerir
interesses
públicos e
privatizados
• Otimizar a
eficiência da
execução direta
FUNDAÇÕES PÚBLICAS: são pessoas jurídicas 
constituídas a partir de patrimônio público destinado a 
realização de atividade de interesse público. Não possuem 
fins lucrativos e se destinam a atividades beneficentes ou 
assistenciais.
Personalidade Jurídica: as fundações públicas 
podem ser pessoas jurídicas de direito público, quando 
criadas por lei específica, ou de direito privado, quando 
criadas por autorização legislativa. 
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DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
33
FUNDAÇÃO PÚBLICA DE 
DIREITO PÚBLICO 
FUNDAÇÃO PÚBLICA DE 
DIREITO PRIVADO
Criada por lei (não 
precisa de registro). 
Regime equiparado ao da 
autarquia. 
Criada por autorização 
legislativa. Regime híbrido, 
semelhante àquele 
aplicado às empresas 
públicas e sociedades de 
economia mista.
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA 
MISTA: a Constituição Federal permite que o Estado 
explore excepcionalmente, de forma direta, a atividade 
econômica quando envolver questões de soberania 
nacional ou relevante interesse público, constituindo 
empresas públicas ou sociedades de economia mista 
(empresas estatais) para atuar no mercado privado (art. 
173 da CF/88). 
Semelhanças entre empresas públicas e sociedades 
de economia mista: a) pessoas jurídicas de direito 
privado criadas a partir de autorização legislativa; b) são 
constituídas por contrato ou estatuto social e sua existência 
inicia-se a partir do registro de seus documentos sociais 
na Junta ou cartório civil; c) patrimônio de natureza 
privada, que poderá ser penhorado, salvo quando 
se tratar de bem vinculado à prestação de serviços 
públicos, hipótese em que será impenhorável; d) Não 
estão sujeitas à recuperação judicial nem à falência, 
por expressa previsão do artigo 2º da Lei n. 11.101/05; 
e) trabalhadores são empregados regidos pela CLT. No
entanto, esses empregados equiparam-se aos servidores
públicos em algumas situações: I) Ingressam por meio
de concurso público; II) Sujeitam-se às regras de não
acumulação; III) São considerados funcionários públicos
para fins penais (art. 327 do CP); IV) Respondem por
improbidade administrativa (Lei 8.429/92); V) Sujeitam-
se aos remédios constitucionais e VI) Sujeitam-se ao teto
remuneratório, salvo quando as empresas públicas e as
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, não
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas
de pessoal ou de custeio em geral, conforme §9º do art.
37 da CF/88.
Estabilidade dos empregados: o Supremo Tribunal 
Federal firmou entendimento de que os empregados 
públicos não fazem jus à estabilidade do art. 41 da CF/88 
(salvo os contratados antes da EC 19/98), mas a sua 
dispensa deve ser obrigatoriamente motivada.
Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia Mista.
EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Capital exclusivamente 
público (pode ser de mais 
de um ente, desde que 
todos sejam públicos).
Capital misto (parte 
público, parte privado)
Qualquer modalidade 
empresarial
Somente sociedade 
anônima
Empresa Pública Federal 
→ Justiça Federal
Empresa Pública 
Estadual/Municipal → 
Justiça Estadual
Sempre Justiça Estadual
Exploração de atividade econômica ou de prestação 
de serviço público: as empresas públicas ou sociedades 
de economia mista poderão explorar atividade 
econômica, hipótese em que estarão sujeitas ao mesmo 
regramento jurídico das demais empresas privadas 
(encargos tributários, previdenciários, trabalhistas, etc.), 
ou desempenhar serviços públicos (metrô, correio, etc.), 
caso em que terão maior influência do regime jurídico 
púbico, justificando-se o tratamento diferenciado em 
relação às demais empresas privadas.
EXPLORADORAS 
DE ATIVIDADE 
ECONÔMICA 
PRESTADORAS 
DE SERVIÇO 
PÚBLICO 
LICITAÇÃO Poderão ter estatuto próprio 
Obrigadas a licitar 
BENS
Podem ser 
penhorados 
São impenhoráveis 
se estiverem 
r e l a c i o n a d o s 
diretamente ao 
serviço público 
RESPONSA-
BILIDADE 
DO ESTADO 
Responsabilidade 
subjetiva e não 
responde 
subsidiariamente 
Responsabilidade 
objetiva e responde 
subsidiariamente 
REGIME 
TRIBUTÁRIO 
Não têm privilégios 
não extensíveis à 
iniciativa privada
Se a empresa 
presta serviço 
público com 
exclusividade 
há imunidade 
recíproca (art. 150, 
VI, “a”, da CF/88, 
só impostos 
na finalidade 
específica da 
empresa).
CONSÓRCIO PÚBLICO: a Lei n. 11.107/2005 
estabelece que o consórcio público poderá assumir a 
forma de associação pública ou de pessoa jurídica de 
direito privado, sendo que, em qualquer hipótese, não 
terá fins econômicos
Consórcio como Pessoa Jurídica de Direito Privado: 
Aplica-se ao consórcio público de direito privado o direito 
comum, como o regime celetista, mas também se exige 
respeito às normas de direito público no que concerne à 
realização de licitação, celebração de contratos, prestação 
de contas e realização de concurso. 
Associação Pública: é a denominação do consórcio 
público de personalidade jurídica de direito público, 
regida pelas normas de direito público. A associação 
pública integra a administração indireta dos entes 
associados simultaneamente. O pessoal regido pela CLT 
(Lei nº 13.822/2019)
Participação da União: a União somente participará 
de consórcios públicos em que também façam parte 
todos os Estados em cujos territórios estejam situados os 
Municípios consorciados (art. 1º, §2º, da Lei 11.107/2005). 
O consórcio público será constituído por contrato cuja 
celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo 
de intenções.
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• TERCEIRO SETOR
O terceiro setor é composto por entidades privadas 
da sociedade civil, que prestam atividade de interesse 
público, sem fins lucrativos, não estando incluídas na 
Administração Pública.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 
Conceito: organização social é um título concedido 
pela Administração Pública a determinadas entidades 
privadas sem fins lucrativos, após a assinatura do 
contrato de gestão, transferindo-se a essas entidades 
a possibilidade de prestarem certas atividadesque 
normalmente são exercidas pelo Estado.
Licitação: é dispensável a licitação para a celebração 
de contratos de prestação de serviços com as organizações 
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de 
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.
Contrato de Gestão: o contrato de gestão permite 
que a Organização Social tenha gestão do orçamento, 
dos agentes públicos e dos bens públicos (móveis e 
imóveis) necessários ao cumprimento das atividades 
estabelecidas no contrato de gestão, mas ficará sujeita ao 
controle do Tribunal de Contas.
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE 
PÚBLICO (OSCIP)
Conceito: podem ser qualificadas como OSCIP as 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, 
que tenham sido constituídas e se encontrem em 
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, 
desde que os respectivos objetivos sociais e normas 
estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei 
n° 9.790/99.
Ato vinculado: a outorga da qualificação como OSCIP 
é ato vinculado, desde que cumpridos os requisitos da Lei 
n° 9.790/99.
Vedação: não são passíveis de qualificação como 
OSCIP as entidades previstas no art. 2° Lei n° 9.790/99, 
como as sociedades comerciais, os sindicados, 
instituições religiosas, organizações partidárias, 
entidades e empresas que comercializam planos de 
saúde e assemelhados, instituições hospitalares privadas 
não gratuitas e suas mantenedoras, organizações sociais, 
cooperativas e fundações públicas.
Termo de Parceria: a entidade qualificada como OSCIP 
poderá firmar Termo de Parceria com o Poder Público, 
passando a atuar em áreas típicas de interesse social, como 
assistência, cultura e proteção ao meio ambiente, recebendo, 
para tanto, incentivos da Administração Pública.
Bens imóveis: se a organização adquirir bem 
imóvel com recursos provenientes da celebração do 
Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de 
inalienabilidade, ou seja, não poderá ser vendido (art.15 
Lei n° 9.790/99).
• SISTEMA “S”
Conceito: entende-se por Sistema “S” (serviços 
sociais autônomos) o conjunto que abrange diversas 
instituições de interesse de categorias profissionais, 
como SESC (comerciários), SESI (industriários), SEST 
(transporte), SENAI (aprendizagem industrial) e SENAC 
(aprendizagem do comércio), mas não integram a 
administração direta nem a indireta.
Financiamento: o sistema é financiado por meio das 
contribuições de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas (art. 149, III, da CF/88), que são repassadas 
a essas entidades para desempenharem as atribuições 
previstas em lei. Por isso, se submetem ao controle 
Tribunal de Contas da União. 
4. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
PODER VINCULADO E DISCRICIONÁRIO 
Poder Vinculado: o administrador não possui 
liberdade de atuação, devendo atuar com base em uma 
única conduta prevista em lei, como no caso da concessão 
da aposentadoria compulsória para o servidor que atingir 
75 anos de idade. 
Poder Discricionário: o administrador poderá 
realizar juízo de conveniência e oportunidade, com 
liberdade para escolher a melhor conduta a ser adotada 
dentro dos limites estabelecidos em lei. São exemplos de 
atos discricionários a autorização para porte de arma e a 
exoneração de servidor em cargo de comissão. Para FGV, 
o fato de a lei se encontrar insatisfatória ou ultrapassada
não permite o uso do poder discricionário.
PODER REGULAMENTAR 
Conceito: trata-se de poder conferido aos chefes 
do Poder Executivo para a edição de decretos ou 
regulamentos a fim de complementar ou detalhar a lei, 
garantindo a sua fiel execução. Há basicamente duas 
modalidades de decretos: 
DECRETOS OU 
REGULAMENTOS 
DE EXECUÇÃO
Dependem da existência de lei 
anterior para serem editados. 
Estão abaixo da lei, motivo pelo 
qual não estão sujeitos ao controle 
direto de constitucionalidade, mas 
sim ao controle de legalidade.
DECRETOS OU 
REGULAMENTOS 
AUTÔNOMOS
São editados independentemente 
da existência de ato normativo 
anterior, possuindo a mesma 
hierarquia das leis e, por esse 
motivo, estão sujeitos ao controle 
vertical de constitucionalidade. 
Com base no art. 84, VI, da CF/88, 
o decreto autônomo poderá dispor
apenas sobre a organização e o
funcionamento da Administração
Pública, desde que não implique
aumento de despesas ou criação
e extinção de órgãos públicos (o
que apenas se dá por meio de
lei, de iniciativa do Presidente da
República) e a extinção de cargos
vagos. Os decretos autônomos
são de competência privativa do
Presidente da República, mas
podem ser delegados aos Ministros
de Estado, ao Procurador-Geral
da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os
limites traçados nas respectivas
delegações.
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Controle: além do controle pelo Poder Judiciário no 
que tange à sua legalidade e à sua legitimidade, o Decreto 
submete-se, também, ao controle pelo Poder Legislativo, 
conforme art. 49, inciso V, da CF/88, que dispõe ser da 
competência exclusiva do Congresso Nacional sustar 
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem 
do poder regulamentar ou dos limites da delegação 
legislativa. 
PODER DISCIPLINAR 
Diz respeito à faculdade que possui o poder público de 
punir as infrações funcionais cometidas pelos servidores 
e demais pessoas sujeitas à disciplina da Administração 
por meio de processo administrativo disciplinar (PAD).
PODER HIERÁRQUICO 
É com fundamento no poder hierárquico que 
a Administração Pública realiza a sua organização 
estrutural, escalonando seus órgãos e repartindo 
suas funções, definindo, na forma da lei, os limites de 
competência de cada um. Surgem, durante esse processo, 
algumas prerrogativas, tais como, delegar e avocar 
atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever atividades de 
órgãos inferiores. 
PODER DE POLÍCIA 
Conceito: representa o poder da Administração 
Pública em limitar a liberdade e a propriedade dos 
particulares para a preservação dos interesses da 
coletividade. O exercício do poder de polícia é realizado por 
meio de atos normativos e punitivos, permitindo-se ainda 
a cobrança de taxa quando houver uma contraprestação 
estatal, conforme art. 145, II, da CF/88.
Modalidades: o poder de polícia pode ser preventivo 
(licença ou autorização), fiscalizador ou repressivo 
(aplicação de multa, embargo ou demolição, por exemplo). 
Delegação: de acordo com a jurisprudência dominante 
do Supremo Tribunal Federal, não é possível delegar o 
poder de polícia, em nome da segurança jurídica (ADI 
1717). Entretanto, permite-se a delegação dos chamados 
atos materiais, preparatórios ou instrumentais do 
exercício do poder de polícia, como no caso da contratação 
de empresa privada para a instalação de redares para 
controle da velocidade no trânsito.
Atributos do Poder de Polícia: 
DISCRICIO-
NARIEDADE 
Em regra, o agente público poderá 
decidir qual é a melhor solução a 
fim de atender ao interesse público. 
É possível, no entanto, o exercício 
vinculado do poder de polícia, como no 
caso da licença para dirigir. 
AUTOEXECU-
TORIEDADE 
Administração executa as suas 
decisões por meios diretos, sem 
precisar de ordem judicial, como no 
caso da determinação de interdição 
de um estabelecimento, desde que 
o faça observando os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.
Exceção: cobrança de multa, em que
há necessidade de intervenção judicial 
para sua execução
COERCIBILI-
DADE 
o Estado pode impor sua decisão,
respeitando a razoabilidade e a
proporcionalidade, independentemente
da concordância do cidadão.
5. ATOS ADMINISTRATIVOS
VALIDADE: Para a validade do ato administrativo, 
exige-se o preenchimento de 5 pressupostos (elementos) 
específicos: 1) Competência, 2) Finalidade, 3) Forma, 4) 
Motivo e 5) Objeto.
COMPETÊNCIA Elemento vinculado. É irrenunciável, 
mas pode ser objeto de delegaçãoe 
avocação. 
Não podem ser objeto de delegação: I - 
Edição de atos de caráter normativo; II 
- Decisão de recursos administrativos; 
III - Matérias de competência exclusiva
do órgão ou autoridade.
O vício mais comum que atinge o 
elemento competência é o excesso 
de poder (umas das formas de 
abuso de poder), onde o agente 
é incompetente para a prática de 
determinado ato, mas mesmo assim 
o pratica.
FORMA Elemento vinculado.
São requisitos da forma a 
exteriorização da vontade, que em 
regra é por escrito (podendo ser de 
outra forma quando a lei autorizar) e 
a motivação, considerada o raciocínio 
lógico entre os elementos do ato 
e a lei. A motivação é obrigatória, 
devendo acontecer antes ou, no 
máximo, durante a prática do ato.
MOTIVO Pode ser um elemento vinculado ou 
discricionário, conforme dispuser a 
lei.
Teoria dos motivos determinantes: 
um ato administrativo cuja motivação 
foi externada (ainda que não fosse 
obrigatória a motivação) só é válido 
se os motivos que o fundamentaram 
forem verdadeiros
OBJETO É o resultado prático do ato 
administrativo, o ato considerado 
em si mesmo, o seu efeito jurídico 
imediato. Pode ser um elemento 
vinculado ou discricionário.
FINALIDADE Elemento vinculado, pois todo o ato 
administrativo tem uma finalidade 
prevista em lei. Se o administrador 
público buscar finalidade diversa 
daquela prevista em lei, praticará 
desvio de finalidade. 
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66
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
PRESUNÇÃO DE 
LEGITIMIDADE
Até que se prove em contrário, 
o ato administrativo é legítimo e
emanou de agente regularmente
investido. Portanto, o ônus da
prova da existência de vício no ato
administrativo é de quem alega.
IMPERATIVIDADE Podem ser imediatamente 
impostos aos particulares a 
partir de sua edição, mesmo 
que estejam sendo questionados 
administrativa ou judicialmente 
quanto à sua validade, salvo 
na hipótese de impugnação ou 
recurso com efeito suspensivo.
AUTOEXECUTO-
RIEDADE
Podem ser materialmente 
implementados pela administração, 
diretamente, inclusive mediante 
o uso da força, sem necessidade
de autorização judicial prévia.
Utilizada normalmente quando a
lei expressamente a prevê ou em
situações de urgência, como no
caso de retirada da população de
um prédio que ameaça desabar.
Exemplo de ato não revestido de 
autoexecutoriedade é a cobrança 
de multa, já que a execução da 
quantia correspondente de ser 
realizada judicialmente.
TIPICIDADE É o atributo pelo qual o ato 
administrativo deve corresponder 
a figuras definidas previamente 
pela lei como aptas a produzir 
determinados resultados.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
ATOS DISCRICIONÁRIOS E VINCULADOS 
Ato vinculado: a lei previamente determina o 
único comportamento possível a ser obrigatoriamente 
adotado pelo administrador (Exemplo: licença para 
dirigir e concessão de aposentadoria). Não há juízo de 
conveniência/oportunidade. 
Ato discricionário: o administrador tem liberdade, faz 
juízo de valor, análise de conveniência/oportunidade, nos 
limites da lei. No ato discricionário, o motivo e o objeto 
são elementos discricionários, que formam o chamado 
mérito do ato administrativo. Entretanto, mesmo se 
tratando de ato discricionário, o Poder Judiciário poderá 
fazer o controle judicial do ato no que concerne a seus 
demais elementos (competência, forma e finalidade), 
já que a Constituição Federal garante o amplo acesso à 
Justiça (art. 5º, XXXV, CF/88). 
ATOS SIMPLES COMPOSTOS E COMPLEXOS
Ato simples: é o que decorre de uma manifestação 
única de vontade do órgão, podendo ser unipessoal (atos 
simples singular) ou colegiado (atos simples colegiado).
Ato complexo: é o que depende da manifestação de 
vontade de dois ou mais órgãos ou autoridade (Exemplo: 
Portarias conjuntas ou instruções normativas conjuntas 
da Secretaria da Receita Federal e da Procuradoria da 
Fazenda Nacional).
Ato composto: é aquele que resulta da manifestação 
de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus 
efeitos depende de um outro ato que o aprove, que tem 
função meramente instrumental (Exemplo: nomeação do 
PGR). 
ATO VÁLIDO, NULO, ANULÁVEL E INEXISTENTE
Ato válido: é aquele que está em conformidade com o 
ordenamento jurídico porque observou integralmente as 
exigências legais.
Ato nulo: é aquele que possui vício insanável, ou 
seja, não é passível de convalidação. Como todo ato 
administrativo goza de presunção de legitimidade, os 
efeitos da anulação, que são ex tunc, aplicam-se às 
partes diretamente envolvidas, mas deve-se preservar 
os efeitos já produzidos em relação a terceiros de boa-fé. 
Ato inexistente: é aquele que possui aparência de 
um ato administrativo, mas, em verdade, se origina de 
alguém que não é um agente público, como o usurpador 
de função. Não produz nenhum efeito, inclusive perante 
terceiros de boa-fé.
Ato anulável: é o que possui defeito sanável (não 
passível de convalidação), desde que não seja lesivo ao 
interesse público nem cause prejuízos a terceiros. 
Anulação dos Atos Administrativos: o direito da 
Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai 
em 5 anos, contados da data em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé (art. 54, caput, da Lei nº 
9.784/1999). No entanto, qualquer medida adotada pela 
Administração voltada à impugnação do ato impede 
a ocorrência da decadência (art. 54, § 2º, da Lei nº 
9.784/1999). 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
ATOS NEGOCIAIS: são editados em situações nas 
quais o ordenamento jurídico exige que o particular 
obtenha anuência prévia da administração para 
realizar determinada atividade de interesse dele, ou 
exercer determinado direito. Podem ser vinculados ou 
discricionários e definitivos ou precários.
LICENÇA Ato administrativo vinculado e 
definitivo referente a um direito 
subjetivo do particular (Exemplo: 
alvará para a realização de uma obra).
AUTORIZAÇÃO Ato discricionário e precário para 
autorizar a realização de atividade 
predominantemente de interesse do 
particular, ou de utilização de bem 
público (Exemplo: autorização para 
porte de arma)
PERMISSÃO Ato discricionário e precário 
mediante o qual é consentida ao 
particular alguma conduta em que 
exista interesse predominante da 
coletividade (Exemplo: Permissão 
de uso de bem público para a 
realização de um show).
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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
ANULAÇÃO 
Conceito: extinção do ato administrativo em 
virtude de ilegalidade. Um vício de legalidade pode ser 
sanável ou insanável. Se for sanável, pode ser anulado 
ou convalidado. Se for insanável, deve ser anulado. A 
anulação pode ser feita pela administração (autotutela), 
de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder 
Judiciário, mediante provocação.
Efeitos: A anulação retroage seus efeitos ao momento 
da prática do ato (ex tunc), mas devem ser resguardados 
os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé.
Prazo: O art. 54 da Lei 9.784/99 estabelece o prazo 
de 5 (cinco) anos para a anulação de atos administrativos.
REVOGAÇÃO 
Conceito: é a extinção do ato administrativo 
discricionário por uma questão de mérito, ou seja, 
de conveniência/oportunidade. São insuscetíveis de 
revogação: a) atos consumados (já exauriram seus 
efeitos), b) atos vinculados, porque no ato vinculado não 
há mérito e c) atos que já geraram direitos adquiridos. 
Somente a Administração Pública faz controle de 
mérito, por meio de seu poder de autotutela.
Efeitos: a revogação não possui eficácia retroativa, 
produzindo efeitos “ex nunc”. 
CASSAÇÃO 
Conceito: é a extinção do ato administrativo em 
virtude do descumprimento de obrigaçãopelo beneficiário 
do ato, ou seja, representa sanção para aquele particular 
que deixou de cumprir as condições exigidas para a 
manutenção de um determinado ato administrativo.
CADUCIDADE 
Conceito: ocorre quando uma nova legislação impede 
a permanência do ato administrativo. 
CONTRAPOSIÇÃO
Conceito: o ato anterior será extinto em razão da 
superveniência de ato posterior cujos efeitos são a 
ele contrapostos (Exemplo: a exoneração extingue a 
nomeação de servidor público).
6. LICITAÇÃO (LEI N. 14.133/21)
APLICAÇÃO: a nova lei de licitações (Lei n. 
14.133/21) se aplica à Administração Pública Direta, 
autárquica e fundacional (Direito Púbico ou Privado), em 
relação a todos os entes da Federação, ou seja, União, 
Estados, distrito Federal e Municípios. 
Exceções: a Lei n. 14.133/21 não se aplica às 
empresas estatais (empresas públicas e sociedades de 
economia mista), porque elas são regidas pela Lei n. 
13.303/2016, salvo em relação às disposições penais. 
VIGÊNCIA: A nova Lei de Licitação entrou em vigor 
na data da sua publicação (01/04/21). 
Revogação da Lei n. 8.666/93 - A Lei n. 14.133/2021 
não revogou imediatamente a Lei n. 8.666/93, já que 
ambas as leis vão coexistir pelo prazo de 2 anos, ou seja, 
nos dois primeiros anos de vigência da Lei n. 14.133/201 
o administrador poderá escolher o regime antigo ou o
novo para os procedimentos licitatórios.
Aplicação combinada dos dois regimes: é vedada a 
aplicação combinada da Lei n. 14.133/2021 e da Lei n. 
8.666/93. Assim, ou o procedimento vai seguir as regras 
do regime antigo, ou do regime novo, não podendo haver 
combinação das regras das duas leis.
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS: 
Princípio da segregação de funções: a licitação é 
um procedimento complexo, que deve ter a participação 
de vários agentes públicos, separando as funções de 
autorização, controle e execução, durante o trâmite do 
procedimento, evitando-se a concentração das funções 
em um único servidor. 
Princípio da Celeridade: tem como principal objetivo 
otimizar o trâmite dos certames licitatórios. A nova Lei de 
Licitação, ao estipular, como regra geral, a inversão da 
fase de julgamento e de habilitação, vai ao encontro do 
princípio da celeridade. 
Princípio da Transparência: objetiva não somente a 
publicidade dos atos da licitação, mas sobretudo facilitar a 
compreensão dos atos, o que pode ser feito, por exemplo, 
por meio de gráficos, tabelas, etc. 
Princípio do Desenvolvimento Nacional Sustentável: 
determinada a necessidade de observância, por exemplo, 
das normas sociais e ambientais nas contratações 
decorrentes de procedimentos licitatórios, como, por 
exemplo, a utilização de critérios visando recursos com 
baixo impacto sobre a flora, a fauna, o ar, o solo e a água;
AGENTES DE LICITAÇÃO: os servidores que vão 
participar do procedimento licitatório devem: 
I - ser, preferencialmente, servidor efetivo ou 
empregado público dos quadros permanentes da 
Administração Pública;
II - ter atribuições relacionadas a licitações 
e contratos ou possuam formação compatível ou 
qualificação atestada por certificação profissional emitida 
por escola de governo criada e mantida pelo poder 
público; e
III - não ser cônjuge ou companheiro de licitantes ou 
contratados habituais da Administração nem tenham com 
eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, 
até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, 
econômica, financeira, trabalhista e civil.
AGENTE DE CONTRATAÇÃO: servidor com maior 
responsabilidade, encarregado de conduzir a licitação. 
Tem o dever de tomar decisões, acompanhar o trâmite 
da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e 
executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom 
andamento do certame até a homologação. 
ATENÇÃO: o agente de contratação, diferentemente 
dos demais servidores, deve ser obrigatoriamente 
servidor público efetivo ou empregado púbico do quadro 
efetivo da administração pública.. 
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Atuação: O agente de contratação atuará nas 
modalidades de licitação concorrência e leilão. Em se 
tratando de pregão, o agente responsável pela condução 
do certame será designado pregoeiro.
Diálogo Competitivo: a licitação será conduzida 
por uma comissão de contratação composta de pelo 
menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados 
públicos pertencentes aos quadros permanentes da 
Administração, admitida a contratação de profissionais 
para assessoramento técnico da comissão. 
Bens e serviços especiais: permite-se que seja 
designada comissão de contratação para licitação que 
envolva bens ou serviços especiais. Os servidores 
responderão solidariamente por todos os atos praticados 
pela comissão, ressalvado o membro que expressar 
posição individual divergente fundamentada e registrada 
em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a 
decisão
MODALIDADES DE LICITAÇÃO: 
I) PREGÃO
Hipóteses: obrigatória para aquisição de bens e 
serviços comuns.
Serviços comuns de engenharia: o pregão poderá 
(não é obrigatório) ser utilizado nos serviços comuns 
de engenharia (art. 29, parágrafo único, da Lei n. 
14.133/2021) .
Obs: serviços comuns são aqueles cujos padrões 
de desempenho e qualidade podem ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais 
de mercado.
Critérios de Julgamento: a) menor preço ou b) maior 
desconto. 
Procedimento: observará o procedimento comum 
(art. 17 da Lei n. 14.133/2021). 
Meio eletrônico: o pregão deve ser realizado 
preferencialmente por meio eletrônico.
II) CONCORRÊNCIA
Hipóteses: utilizada para contratação de bens e 
serviços especiais, obras e serviços comuns e especiais 
de engenharia,
Obs: bens e serviços especiais são aqueles que, por 
sua alta heterogeneidade ou complexidade, não podem 
ser descritos de forma objetiva, exigido-se justificativa 
prévia do contratante.
Critérios de Julgamento: a) menor preço; b) melhor 
técnica ou conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) maior 
retorno econômico; e) maior desconto.” (Só não pode usar 
o critério “maior lance”).
Procedimento: observará o procedimento comum 
(art. 17 da Lei n. 14.133/2021). 
III) CONCURSO
Hipóteses: escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico, para concessão de prêmio ou remuneração ao 
vencedor. 
Obs: Administração Pública que define o valor que 
será pago ao vencedor, mediante o pagamento de preço 
ou remuneração. Assim, não interessa as ofertas de preço 
feito pelos licitantes.
Critérios de Julgamento: melhor técnica ou conteúdo 
artístico. 
Obs: Na Lei n. 8.666/93 não existe critério de 
julgamento para o concurso. A Lei n. 14.133/2021 passou 
a prever expressamente os critérios de melhor técnica ou 
conteúdo artístico..
Procedimento: rito especial (diferente do rito comum, 
previsto no art. 17), sendo que as regras serão definidas 
no próprio edital.
IV) LEILÃO
Hipóteses: alienação de bens imóveis ou de bens 
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos.
Obs: O leilão pode ser realizado por leiloeiro oficial ou 
por servidor designado pelo agente público competente. 
No caso de optar pelo leiloeiro oficial.
Critério de Julgamento: maior lance. 
Procedimento: o rito adotado é o especial, composto 
das seguintes fases: fase de lances, fase recursal, 
pagamento pelo vencedor e homologação, conforme 
estipulado em edital. 
ATENÇÃO: o leilão não exigirá registro cadastral 
prévio e não terá fase de habilitação (§ 4º do artigo 31).
V - DIÁLOGO COMPETITIVO 
Hipóteses: I - vise a contratar objeto que envolva 
as seguintes condições: a) inovação tecnológica ou 
técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter 
sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções 
disponíveis no mercado; e c) impossibilidade de as 
especificações técnicas serem definidas com precisão 
suficiente pela Administração; II - verifique a necessidadede definir e identificar os meios e as alternativas que 
possam satisfazer suas necessidades, com destaque para 
os seguintes aspectos: a) a solução técnica mais adequada; 
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já
definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
Procedimento: observará o procedimento especial (§ 
1º do art. 32 da Lei n. 14.133/2021). 
Três fases: 
1) Publicação do edital e pré-seleção dos licitantes,
2) Diálogo com os licitantes pré-selecionados
3) Fase competitiva.
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PROCEDIMENTO COMUM (FASES DE LICITAÇÃO)
O procedimento licitatório comum, previsto no art. 17 
da Lei n. 14.133/21, é divido em 7 (sete) fases, conforme 
abaixo estudado.
1) Fase Preparatória: especifica os critérios e
condições no edital da licitação. 
2) Divulgação do Edital de Convocação: divulgação
e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de 
seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas 
(PNCP). 
3) Apresentação de Propostas e Lancesm quando for
o ocaso: após a divulgação do edital, inicia-se a fase de
apresentação de propostas e lances, cujos prazos variam
de acordo com a natureza do bem ou serviço e os critérios 
de julgamento, conforme previsto no art. 55 da Lei n.
14.133/2021.
4) Julgamento: a Administração Pública poderá
adotar os critérios de julgamento, que variam de acordo 
com a modalidade de licitação.
5) Habilitação: fase em que se verifica o conjunto de
informações e documentos necessários e suficientes para 
demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto 
da licitação, dividindo-se em: I - jurídica; II - técnica; III - 
fiscal, social e trabalhista; IV - econômico-financeira.
6) Fase Recursal: existe somente uma fase recursal.
O recurso terá o prazo de 3 (três) dias úteis, conforme art. 
165 da Lei n. 14.133/21.
7) Homologação: julgadas as propostas, habilitados
os licitantes e analisados os recursos, cabe ao agente 
de contratação tão somente encaminhar o processo 
licitatório para a autoridade superior, que, dentre as 
possibilidades previstas no art. 71 da Lei n. 14.133/21, 
poderá adjudicar o objeto e homologar a licitação.
PROCEDIMENTOS AUXILIARES 
Além das modalidades de licitação, a Administração 
pode servir-se dos procedimentos auxiliares previstos no 
art. 78 da Lei n. 14.133/2021, a saber: Credenciamento; 
Pré-qualificação; Procedimento de Manifestação de 
Interesse (PMI); Sistema de Registro de Preços; e 
Registro Cadastral.
CREDENCIAMENTO: licitantes previamente 
cadastrados após chamamento público, que prevê 
condições padronizadas para a contratação. Três 
hipóteses: I- paralela e não excludente, II - com seleção a 
critérios de terceiros, III- em mercados fluidos. 
PRÉ-QUALIFICAÇÃO: a Administração Pública 
pode pré-selecionar licitantes que reúnam condições de 
habilitação para participar de futuras licitações, sendo 
que a licitação poderá ser restrita aos licitantes pré-
qualificados. 
PMI: a administração vai convocar a iniciativa 
privada para fazer estudos e propor uma solução pra 
alguma situação específica. Nessa fase, a administração 
não paga nada, mas quem apresentar o projeto vencedor 
pode ser pago pela empresa que vencer a licitação
CREDENCIAMENTO: licitantes previamente 
cadastrados após chamamento público, que prevê 
condições padronizadas para a contratação. Três 
hipóteses: I- paralela e não excludente, II - com seleção a 
critérios de terceiros, III- em mercados fluidos. 
PRÉ-QUALIFICAÇÃO: a Administração Pública 
pode pré-selecionar licitantes que reúnam condições de 
habilitação para participar de futuras licitações, sendo 
que a licitação poderá ser restrita aos licitantes pré-
qualificados. 
PMI: a administração vai convocar a iniciativa 
privada para fazer estudos e propor uma solução pra 
alguma situação específica. Nessa fase, a administração 
não paga nada, mas quem apresentar o projeto vencedor 
pode ser pago pela empresa que vencer a licitação,
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO: utilizado para 
formalizar e registrar os interesses de certos particulares 
em oferecer certos bens e serviços para a Administração 
Pública, viabilizando diversas contratações simultâneas 
ou sucessivas, sem a realização de um específico 
procedimento licitatório para cada uma delas.
REGISTRO CADASTRAL – tem como objetivo unificar 
as informações sobre todos os licitantes. Os órgãos e 
entidades da Administração Pública deverão utilizar 
o sistema de registro cadastral unificado disponível
no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP)
para efeito de cadastro unificado de licitantes, na forma
disposta em regulamento (artigo 87).
CRITÉRIOS DE JULGAMENTO 
MENOR PREÇO – significa que o vencedor da 
licitação deverá apresentar o menor dispêndio para a 
Administração (concorrência e pregão) 
MAIOR DESCONTO – também parte da ideia do 
menor dispêndio para Administração Pública, que parte 
de um preço tabelado e verifica quem fornece o maior 
desconto (concorrência e pregão). 
MELHOR TÉCNICA OU CONTEÚDO ARTÍSTICO – 
O preço que a Administração Pública vai pagar já vem 
previamente estipulado no Edital. Esse critério de 
julgamento serve para projetos arquitetônicos e para 
trabalhos técnicos, artísticos ou científicos. Pode ser 
utilizado na concorrência ou no concurso.
TÉCNICA OU PREÇO – existe uma ponderação entre 
o preço e a técnica apresentados. Deve existir um fator
de ponderação, sendo que o fator de ponderação máximo
para a técnica é de até 70%. Apenas na modalidade
concorrência.
MAIOR RETORNO ECONÔMICO – critério especifico 
para os denominados contratos de eficiência. O objetivo 
é gerar a maior economia para a Administração Pública. 
Pode ser utilizada na concorrência. 
MAIOR LANCE – a melhor proposta é aquela que 
ofertar o maior valor, sendo o critério exclusivo do Leilão.
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1010
CONTRATAÇÃO DIRETA
INEXIGIBILIDADE 
Ocorre quando houver uma 
inviabilidade objetiva de disputa. 
Exemplos: a) fornecedor exclusivo; 
b) profissional de notória 
especialização, salvo serviços
de publicidade; e c) artistas
consagrados.
DISPENSA 
quando a disputa, embora viável, 
revela-se prejudicial ao interesse 
público, podendo ser dispensável 
(Faculdade do administrador) ou 
dispensada (obrigatoriamente 
não será realizada).
Hipóteses de dispensa de licitação: 
a) Dispensa em razão do valor do contrato: a) R$
100.000 para obras, serviços de engenharia e serviços de 
manutenção de veículos automotores (novidade da nova 
lei) e b) R$ 50.000 para os demais serviços e compras em 
geral. Valores em dobro, quando se tratar de consórcio 
público e agencia executiva;
b) Licitação deserta e fracassada – A Licitação deserta 
ou fracassadas serão hipótese de licitação dispensável 
quando ocorrer os seguintes requisitos: a) a Licitação 
deve ter sido realizada há menos de 1 ano, b) Manutenção 
de todas as condições (o administrador não pode alterar 
as condições da licitação deserta ou fracassada), c) deve 
ter sido uma licitação deserta ou fracassada por ausência 
de propostas válidas, ou porque os preços são superiores 
ao de mercado ou dos órgãos oficiais (fracassada por 
validade das propostas ou preços); 
C ) Dispensa de licitação em razão de emergência – De 
acordo com o art. 75, VIII, ocorre nos casos de emergência 
ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência 
de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou 
a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos 
e outros bens, públicos ou particulares, e somente para 
aquisição dos bens necessários ao atendimento da 
situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas 
de obras e serviços que possamser concluídas no prazo 
máximo de1 (um) ano.
D) Dispensa de Licitação de virtude de situações
graves - De acordo com o inciso VII do art. 75 da Lei 
n. 14.133/2021, permite-se a dispensa de licitação nos
casos de: a) guerra, b) estado de defesa, c) estado de sítio,
d) intervenção federal, e) grave perturbação da ordem
pública.
FORMALIDADES PARA A CONTRATAÇÃO DIRETA: 1) 
Deve haver uma formalização, ou seja, a apresentação da 
documentação para o inicio do processo; 2) Estimativa 
da despesa e indicação dos recursos orçamentários; 3) 
Parecer Jurídico e Parecer Técnico; 4) Verificar requisitos 
mínimos de habilitação e qualificação; 5) Razão da 
escolha do fornecedor; 6) Justificativa do preço pago; 7) 
Autorização da autoridade competente
7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
FORMALIZAÇÃO: Após a realização do procedimento 
licitatório, a Administração convocará o licitante vencedor 
para assinar o contrato, conforme prazos e condições 
estabelecidas no edital.
Contrato verbal: É nulo o contrato verbal, salvo no 
caso de pequenas compras ou o de prestação de serviços 
de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor 
não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais)
Termo Aditivo - caso haja necessidade de o particular 
executar serviços que, por circunstâncias imprevistas no 
momento da contratação, tiverem que ser realizados de 
forma extracontratual, dever ser assinado termo aditivo.
Forma eletrônica - O § 3º do art. 91 da Lei n. 14.133/21 
permite a utilização da forma eletrônica na celebração de 
contratos e de termos aditivos, atendidas as exigências 
previstas em regulamento.
PNCP - outra formalidade importante trazida pela 
nova lei de licitação é a necessidade de divulgação no 
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) do 
contrato e de seus aditamentos, o que deverá ocorrer, 
como condição de eficácia, nos seguintes prazos, contados 
da data de sua assinatura: I - 20 (vinte) dias úteis, no 
caso de licitação; e II - 10 (dez) dias úteis, no caso de 
contratação direta.
DURAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
De acordo com o artigo 105 da Lei n. 14.133/21, há 
três requisitos em relação ao prazo do contrato: (I) o prazo 
deve ser fixado já no edital; (II) disponibilidade prévia de 
créditos orçamentários no início do contrato e em cada 
exercício e (III) previsão no plano plurianual, quando a 
contratação for ultrapassar um exercício orçamentário.
Regra geral: Como regra geral, o prazo dos contratos 
administrativos é de 12 meses. A Lei n. 14.133/21, 
entretanto, prevê algumas exceções: 
Prazo de 5 anos: a) Contratos de serviços e 
fornecimentos contínuos, b) Contratos de aluguel 
de equipamentos e de utilização de programas de 
informática. 
Prazo de 10 anos: a) objeto envolva, cumulativamente, 
alta complexidade tecnológica e defesa nacional, b) 
Materiais de forças armadas (exceção de uso pessoal), c) 
contratos de incentivo à pesquisa científica e tecnológica, 
d) -contratos que possam acarretar comprometimento
da segurança nacional, conforme estabelecido pelo
Ministro de Estado da Defesa, e) Contratos em que
houver transferência de tecnologia ao SUS, f) aquisição
de insumos estratégicos para a saúde produzidos por
fundação que tenha por finalidade apoiar a Administração
Pública.
Prazo de 15 anos: o contrato que previr a operação 
continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da 
informação.
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Prazo Indeterminado: É possível a assinatura de 
contrato por prazo indeterminado nos contratos em que 
a Administrção seja usuária de serviço público oferecido 
em regime de monopólio, desde que comprovada, 
a cada exercício financeiro, a existência de créditos 
orçamentários vinculados à contratação.
Serviços de fornecimento contínuos: o artigo 106 
da Lei n. 14.133/21 permite que a Administração Pública 
firme contrato com prazo de vigência de 5 anos, não 
havendo mais a necessidade, como ocorria na Lei n. 
8.666/93, que a vigência do contrato fosse limitada ao 
fim do exercício corrente para depois prorrogá-lo, em 
cada ano orçamentário, até o limite de 60 meses (ou 72, 
no caso das prorrogações excepcionais prevista na Lei n. 
8.666/1993
ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CLÁUSULAS EXORBITANTES: são cláusulas 
especiais que irão conferir poderes contratuais 
extraordinários à Administração que não são aceitos no 
regime privado, como, por exemplo, a possiblidade de 
alteração unilateral do contrato. 
Alteração contratual: a alteração do contrato 
administrativo, formalizada mediante termo aditivo, pode 
ocorrer tanto por meio de alteração unilateral levada a 
efeito pela Administração Pública sem prévia anuência do 
contratado, quanto de forma bilateral por acordo entre 
as partes.
Alteração unilateral: o art. 124, I, da Lei n. 14.133/21 
prevê dois tipos de cláusulas que a Administração 
pode alterar unilateralmente, independentemente 
da concordância do contratado e sem prejudicar as 
demais cláusulas contratuais, a saber: a) quando 
houver modificação do projeto ou das especificações, 
para melhor adequação técnica aos seus objetivos e b) 
quando necessária a modificação do valor contratual em 
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de 
seu objeto, nos limites permitidos pela lei.
Limites: o artigo 125 da Lei n. 14.133/2021 (§ 1º do 
artigo 65 da Lei n.8.666/1993), por sua vez, estabelece 
como limite de acréscimos ou supressões decorrentes 
das alterações unilaterais promovidas pela Administração 
o percentual de 25% sobre o valor inicial atualizado do
contrato para contratos de obras, serviços ou compras
e de 50% para acréscimo em reforma de edifício ou
equipamento.
Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: a 
alteração unilateral dos encargos do particular enseja o 
reequilíbrio econômico-financeiro do contrato mediante a 
formalização de termo aditivo.
Alteração bilateral: a) quando conveniente a 
substituição da garantia de execução; b) quando 
necessária a modificação do regime de execução da obra 
ou do serviço ou do modo de fornecimento, c) modificação 
da forma de pagamento por imposição de circunstâncias 
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, d) para 
reestabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do 
contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato 
do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis 
ou previsíveis de consequências incalculáveis, que 
inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, 
respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva 
de risco estabelecida no contrato. Também deve ser 
observado o equilíbrio econômico financeiro. 
Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato 
- ao mesmo tempo que garante a impossibilidade de
alteração unilateral das cláusulas econômico-financeiras
por parte da Administração, impõe, com base na Teoria da 
Imprevisão, que se baseia na cláusula rebus sic stantibus, 
aplicada diante de fatos supervenientes, imprevistos e
imprevisíveis que provoquem o desequilíbrio contratual
(fato do príncipe, fato da administração, interferências
imprevistas, caso fortuito e força maior), a alteração do
contrato para a revisão dos preços.
Reparticipação objetiva de risco (matriz de risco) - A 
matriz de risco poderá ser prevista no próprio edital (art. 
22) e definirá o equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato em relação a eventos supervenientes, devendo
ser observada na solução de eventuais pleitos das partes
(§ 4º do artigo 103 da Lei n. 14.133/21).
EXTINÇÃO DO CONTRATO 
RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO: 
o contrato administrativo poderá ser extinto por ato
unilateral da Administração Pública, por acordo entre as
partes ou, ainda, por decisão do Poder Judiciário ou de
Tribunal Arbitral, em havendo convenção de arbitragem.
As causas de rescisão do contrato administrativo
possuem previsão no art. 137 da Lei n. 14.133/21.
Culpa Exclusiva: se a rescisãodecorrer de culpa 
exclusiva da Administração, o contratado será ressarcido 
pelos prejuízos regularmente comprovados que houver 
sofrido e terá direito a: I - devolução da garantia; II - 
pagamentos devidos pela execução do contrato até a data 
de extinção; III - pagamento do custo da desmobilização.
Autorização por escrito: a rescisão determinada por 
ato unilateral da Administração e a rescisão consensual 
deverão ser precedidas de autorização escrita e 
fundamentada da autoridade competente e reduzidas a 
termo no respectivo processo.
ANULAÇÃO DO CONTRATO: ilegalidade na 
formalização ou em cláusula essencial do contrato, 
podendo ser declarada pelo Poder Judiciário ou pela 
própria Administração Pública, com efeitos “ex tunc”. 
Dever de indenizar o contratado pelo que efetivamente 
executou e por outros prejuízos regularmente 
comprovados, desde que a nulidade não lhe seja 
imputável (art. 149 da Lei n. 14.133/21).
CONCLUSÃO DO OBJETO: ocorre quando as partes 
cumprem totalmente as prestações contratuais devidas.
TÉRMINO DO PRAZO: ocorre quando expirado o 
prazo do contrato administrativo. 
SANÇÕES
I - advertência - inexecução parcial do contrato 
II - multa - (0,5% até 30% do valor do contrato) 
III - impedimento de licitar e contratar - hipóteses 
dos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155). 
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Impedimento de licitar ou contratar pelo prazo de até 3 
anos. 
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou 
contratar - hipóteses dos incisos II, III, IV, V, VI e VII do 
caput do art. 155 ou quando as hipóteses do “impedimento 
de licitar e contratar” justificarem sanção mais grave. 
Impossibilidade de liictar pelo prazo de 3 a 6 anos. 
DIFERENÇAS ENTRE PERMISSÃO E CONCESSÃO DE 
SERVIÇO PÚBLICO 
Ambos são contratos administrativos, em que a 
Administração Púbica delega a prestação de serviço 
público a particulares, que serão remunerados mediante 
taxa dos usuários. 
CONCESSÃO PERMISSÃO 
Obras e/ou serviços Apenas serviços 
públicos 
Não admite pessoas físicas 
(PJs ou consórcios) 
Admite pessoas físicas 
(PJ ou PF)
Exige concorrência Pode ser qualquer 
modalidade de licitação
Depende de autorização 
legislativa específica
Não depende de 
autorização legal
Não tem caráter precário Caráter precário (pode 
ser extinta a qualquer 
momento, sem direito à 
indenização). Essa é a 
literalidade da lei, mas o 
conceito é contraditório, 
já que o contrato 
administrativo não é 
precário. 
PARCERIA PÚBLICO PRIVADO 
Conceito: é uma concessão de serviço público especial, 
uma vez que o Estado patrocina o contrato de concessão, 
ou seja, a remuneração não é apenas do usuário. Se não 
houver contraprestação da ADM não é PPP.
CONCESSÃO 
PATROCINADA 
A ADM paga um valor além 
das tarifas dos usuários. O 
máximo que a ADM pode pagar 
é 70% do valor da remuneração 
da concessionária, salvo 
autorização legal específica. 
CONCESSÃO 
ADMINISTRATIVA 
A Administração Pública é a 
usuária direta ou indireta dos 
serviços públicos e remunera 
totalmente a concessionária. 
Prazo: máximo de 35 anos e mínimo de 5 anos. 
Valor: o valor do contrato na PPP não pode ser 
inferior a 10 milhões de reais. Não há vedação quanto ao 
valor máximo do contrato.
Vedação: é vedada PPP que tenha como objeto único o 
fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação 
de equipamentos ou a execução de obra pública. 
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO 
São causas de extinção da concessão: a) advento do 
termo contratual; b) encampação (resgate): Interesse 
público. Autorização legislativa e indenização prévia c) 
caducidade (decadência): inexecução total ou parcial do 
concessionário. Indenização posterior pelo investimento 
realizado e não amortizado pela tarifa cobrada e se exige 
processo no qual se garanta ampla defesa e contraditório. 
Principais Hipóteses: I - o serviço estiver sendo prestado 
de forma inadequada ou deficiente, II – descumprimento 
de cláusulas contratuais, disposições legais ou 
regulamentares; III - a concessionária paralisar o serviço 
ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses 
decorrentes de caso fortuito ou força maior; IV - a 
concessionária perder as condições econômicas, técnicas 
ou operacionais para manter a adequada prestação do 
serviço concedido; d) rescisão (judicial): o desinteresse 
parte da concessionária. Há direito a indenização por 
quebra do equilíbrio econômico financeiro. (art. 39 da 
Lei n. 8.987/95); e) anulação: ilegalidade durante a 
licitação ou no contrato; f) falência do concessionário 
ou falecimento, quando empresário individual: ocorre a 
REVERSÃO DOS BENS, que passam a pertencer ao Estado 
para que haja a continuidade da prestação do serviço.
INTERVENÇÃO NA CONCESSÃO: representa a 
ingerência direta do concedente na prestação do serviço 
delegado, objetivando manter o serviço adequado 
a suas finalidades e garantir o fiel cumprimento da 
concessão. Feita por decreto e é autoexecutável. Após 
o decreto de intervenção, o concedente deve instaurar
procedimento administrativo, no prazo de 30 dias. O
procedimento terá duração máxima de 180 dias e deverá
observar o princípio do contraditório e da ampla defesa.
A inobservância desse prazo implica a invalidade da
intervenção, retornando o concessionário à gestão do
serviço. Apurada a inadequação do concessionário para
prestar o serviço, a concessão será extinta. Caso não seja
hipótese de extinção, a administração do serviço será
devolvida à concessionária.
8. BENS PÚBLICOS
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE 
ECONOMIA MISTA: para a FGV, os bens são de natureza 
privada, independentemente se a entidade presta serviço 
público ou explora atividade econômica. 
CLASSIFICAÇÃO
BENS DE USO 
COMUM 
São aqueles que estão à disposição 
da coletividade (praças, rios, etc.). 
Uso pode ser gratuito ou oneroso.
BENS DE USO 
ESPECIAL 
Apresentam uma destinação 
específica, ou seja, são utilizados 
para a execução ou prestação dos 
serviços públicos (aeroportos, 
bibliotecas, etc.). Uso gratuito ou 
oneroso. 
BENS 
DOMINICAIS 
Aqueles que não estão ligados a 
nenhuma finalidade pública, ou seja, 
não são de uso comum nem de uso 
especial. Não são afetados, por isso, 
podem ser alienados. 
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CARACTERÍSTICAS 
INALIENABILIDADE Bens públicos não podem 
ser alienados, salvo os bens 
dominicais e os demais 
bens públicos desafetados. 
Para serem vendidos, são 
necessários: a) configuração 
interesse público, b) 
pesquisa prévia de preços, 
c) Licitação (concorrência
ou leilão), salvo no caso
de licitação dispensada, d)
Autorização legal no caso
de bem imóvel.
IMPENHORABILIDADE Bens públicos não ser 
penhorados. 
IMPRESCRITIBILIDADE Nenhum bem público pode 
ser adquirido por usucapião
IMPOSSIBILIDADE DE 
ONERAÇÃO
Não podem ser objeto 
de penhor, hipoteca ou 
anticrese.
USO DOS BENS PÚBLICOS 
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário 
e precário no interesse do particular (Exemplo: fechamento 
de avenida para realização de uma festa).
Permissão: ato administrativo unilateral, discricionário 
e precário, sendo o interesse predominante da coletividade 
(Exemplos: permissão de uso para instalação de bancas de 
jornal em calçadas).
Concessão: possui natureza de contrato administrativo. 
Pode ser onerosa ou gratuita, por tempo certo ou 
indeterminado. (Exemplo: concessão de uso de edifício 
público para abrigar um bar ou restaurante). 
9. SERVIÇOS PÚBLICOS
Princípio da continuidade do serviço público: o 
serviço público deve ser prestado sem interrupção ou 
suspensão indevidas. Decorrências: a) os bens vinculados 
à prestação de serviços públicos, mesmo que pertencentes 
a particulares, não podem sofrerpenhora nem alienação 
judicial, b) nos contratos administrativos celebrados com 
os particulares a regra é de que o contratado não pode 
invocar a exceção de contrato não cumprido, além do que 
extinta a concessão de serviço público, haverá o retorno ao 
poder concedente dos bens reversíveis.
Serviços universais (uti universi): são prestados à 
coletividade em geral, sem que seja possível medir quanto 
cada um usa do serviço (iluminação pública, segurança, 
etc.). São remunerados por impostos, ressalvando-se 
que, no caso da iluminação pública, o art. 149 – A da 
CF/88 possibilita aos municípios e ao Distrito Federal 
instituírem contribuição na forma das respectivas leis 
para o custeio do serviço. 
Serviços singulares (uti singuli) ou individuais: são 
os prestados a usuários certos ou determinados, podendo 
ser mensurado quanto cada um usa, como nos casos dos 
serviços de gás encanado, energia elétrica e água. São 
remunerados por taxa ou por tarifa.
FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: 
a forma de prestação dos serviços pode se centralizada, 
em que a administração pública presta os serviços por 
seus próprios órgãos (ex: União por seus ministérios) ou 
descentralizada, em que o Estado transfere a prestação 
do serviço a outra pessoa, por outorga (criação de 
nova pessoa jurídica para prestação dos serviços) OU 
Delegação (concessão ou permissão de serviço público). 
10. REGIME GERAL DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS 
CONCURSO PÚBLICO
Regra geral: para acesso a cargo ou emprego público, 
a regra é a realização de concurso. 
Exceções: a) mandato eletivo; b) cargo em comissão 
(utilizado para direção, chefia e assessoramento); c) 
contrato temporário (art. 37, IX, da CF/88) – para os 
casos de excepcional interesse público (processo seletivo 
simplificado), conforme as hipóteses previstas na Lei n. 
8.745/93, d) hipóteses constitucionais: Ministros do STF, 
Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Conta e acesso 
pelo quinto constitucional e e) agentes de combate a 
endemias e agentes comunitários de saúde, conforme art. 
198 da CF/88.
Súmula nº 685 Do STF: “É inconstitucional toda 
modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público 
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a 
carreira na qual anteriormente investido.”
Validade: até 02 anos, admitindo-se uma única 
prorrogação, por igual período (até 20% das vagas 
oferecidas em um concurso deverão ser reservadas para 
as pessoas com deficiência). 
Direito subjetivo: se o candidato for aprovado dentro 
do número de vagas previsto no edital, ele terá direito 
subjetivo à nomeação.
Súmula Vinculante 43: “É inconstitucional toda 
modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público 
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra 
a carreira na qual anteriormente investido”. Portanto, é 
vedado reenquadramento de servidor público em cargo 
para o qual não prestou concurso público. 
ESTABILIDADE 
Conceito: possui previsão no art. 41 da CF/88. É 
atingida após três anos de efetivo exercício e representa 
a garantia que o servidor público tem de permanecer 
no serviço, salvo nas hipóteses expressamente 
previstas pela própria CF (sentença judicial, processo 
administrativo, procedimento de avaliação periódica de 
desempenho e corte de despesas).
ACUMULAÇÃO DE CARGOS 
Regra geral: vedada a acumulação de cargos públicos. 
Exceções: a) a de dois cargos de professor; b) a de 
um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a 
de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
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saúde, com profissões regulamentadas. Além disso, para 
a acumulação deverá haver compatibilidade de horários 
e a observância do teto.
REMUNERAÇÃO 
Teto: subsídio mensal dos Ministros do STF 
ESTADOS MUNICÍPIOS
EXECUTIVO: Subsídio 
do Governador.
LEGISLATIVO: Subsídio 
dos Deputados Estaduais.
JUDICIÁRIO: subsídio 
dos Desembargadores 
do Tribunal de Justiça 
(95% dos Ministros 
do Supremo Tribunal 
Federal). 
Subsídio do Prefeito
FORMAS DE PROVIMENTO DO CARGO PÚBLICO 
NOMEAÇÃO
Única forma de provimento 
originário de cargo público. É o 
provimento inicial na carreira. 
O provimento no cargo se dá 
pela nomeação, e a investidura, 
pela posse. A posse ocorrerá 
no prazo de trinta dias 
contados da publicação do ato 
de provimento. É de quinze 
dias o prazo para o servidor 
empossado em cargo público 
entrar em exercício, contados 
da data da posse.
PROMOÇÃO
Mudança de cargo dentro 
da mesma carreira. Pode 
ocorrer por antiguidade ou 
merecimento. Também é caso 
de vacância, conforme art. 33, 
da lei 8112/90.
READAPTAÇÃO 
Mudança de cargo público para 
uma outra carreira, em virtude 
de uma limitação física ou mental
REVERSÃO Retorno à atividade do servidor que estava aposentado.
APROVEITAMENTO 
Quando extinto o cargo ou 
declarado desnecessário o 
cargo do servidor estável e este 
é realocado em outro cargo. 
REINTEGRAÇÃO 
Retorno ao cargo público 
do servidor estável que foi 
injustamente demitido, em 
razão de decisão judicial ou 
administrativa
RECONDUÇÃO 
Apenas pode ser reconduzido 
o servidor estável. Ocorre em
duas situações: a) retorno ao
cargo que o servidor estável
ocupava, em virtude de
inabilitação em outro estágio
probatório; e b) retorno ao
cargo anteriormente ocupado
em virtude de reintegração do
anterior ocupante.
VACÂNCIA
Hipóteses: a) exoneração: não tem caráter punitivo e 
pode ocorrer quando o servidor toma posse e não entra 
em exercício; quando não preenche os requisitos do 
estágio probatório e a pedido do servidor; b) demissão: 
tem natureza punitiva, ou seja, o servidor cometeu falta 
grave); c) promoção; d) ascensão e transferência; e) 
readaptação; f) aposentadoria; g) posse em outro cargo 
inacumulável e h) Falecimento.
Observação: promoção e readaptação são as 
únicas hipóteses que geram provimento e vacância 
simultaneamente.
REGIME DISCIPLINAR
ADVERTÊNCIA 
Aplicada por escrito, nos casos de 
inobservância de dever funcional, 
que não justifique imposição de 
penalidade mais grave, bem como 
nos casos de violação de proibição 
constante do art. 117, incisos I a VIII 
e XIX da Lei n. 8.112/90. Prescrição: 
180 dias. 
SUSPENSÃO 
A suspensão será aplicada em 
caso de reincidência das faltas 
punidas com advertência e de 
violação das demais proibições 
que não tipifiquem infração sujeita 
a penalidade de demissão, não 
podendo exceder de 90 (noventa) 
dias. Prescrição: 2 anos. 
DEMISSÃO 
Pena mais grave aplicada ao 
servidor efetivo, representando 
a sua expulsão dos quadros da 
administração pública. Principais 
hipóteses: abandono de cargo 
(ausência por mais de 30 dias 
consecutivos), inassiduidade 
habitual (ausência por 60 dias 
interpoladamente em 12 meses), 
improbidade administrativa, ofensa 
física em serviço, etc. Prescrição: 
180 dias. 
RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO 
O servidor público pode responder administrativa, 
civil e penalmente pela infração cometida. A regra é 
a independência das responsabilidades nas esferas 
citadas. Entretanto, como exceção, haverá a isenção da 
responsabilidade administrativa quando houver absolvição 
criminal por inexistência do fato ou não autoria. São casos 
em que a esfera penal vinculará à administrativa. Portanto, 
se a absolvição for por insuficiência de provas, não há 
vinculação na esfera administrativa.
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11. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Pacote Anticrime: a Lei n. 13.964/19 alterou do § 
1º do art. 17 da Lei nº 8.429/92, passando a autorizar 
expressamente a celebração de acordo de não persecução 
cível nas ações de improbidade administrativa,o que já 
encontrava amparo na jurisprudência do STJ. 
Conceito: é a expressão técnica da corrupção 
administrativa. 
Fundamento (art. 37, § 4º, da CF/88) - os atos de 
improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, 
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da 
ação penal cabível. 
Cassação dos Direitos Políticos: a cassação é 
vedada pela Constituição. O que se permite é a perda ou 
suspensão dos direitos políticos. 
Sujeito passivo: administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, 
de empresa incorporada ao patrimônio público ou de 
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio 
ou da receita anual
Se o erário concorrer com menos de 50% para 
criação da entidade, a sanção patrimonial ficará limitada 
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos (parágrafo único do art. 1° da Lei nº 8.429/92) 
Sujeito Ativo: qualquer agente público. Além disso, 
conforme art. 3° da Lei nº 8.429/1992, as disposições da 
lei de improbidade são aplicáveis, no que couber, àquele 
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie 
sob qualquer forma direta ou indireta. 
Foro Privilegiado: não existe foro privilegiado 
por prerrogativa de função em ações de improbidade 
administrativa. 
Afastamento cautelar: art. 20 da Lei nº 8.429/1992: 
“A autoridade judicial ou administrativa competente 
poderá determinar o afastamento do agente público do 
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração, quando a medida se fizer necessária à 
instrução processual”
Indisponibilidade de bens: quando o ato de 
improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, a autoridade administrativa 
responsável pelo inquérito representará ao Ministério 
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado 
(art. 7º da Lei nº 8.429/1992).
MODALIDADES 
ATO DE IMPROBIDADE QUE GERA ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO 
Conceito: são atos que permitem ao agente auferir 
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em 
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego 
ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° da LIA.
Sanções: a) ressarcimento integral do dano; b) 
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio; c) perda da função pública; d) suspensão dos 
direitos políticos de oito a dez anos; e) pagamento de 
multa civil de até três vezes o valor do dano; f) proibição 
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios 
ou incentivos fiscais pelo prazo de dez anos.
ATO DE IMPROBIDADE QUE GERA PREJUÍZO AO ERÁRIO 
Conceito: qualquer ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, 
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens 
(Lesão ao cofre público por ato doloso ou culposo). 
Sanções: a) ressarcimento integral do dano; b) 
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio; c) perda da função pública; d) suspensão dos 
direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos; e) pagamento 
de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e f) 
proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 
5 (cinco) anos.
ATO DE IMPROBIDADE QUE ATENTAM CONTRA 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conceito: qualquer ação ou omissão que viole os 
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, 
e lealdade às instituições, a exemplo do previsto nos 
incisos do art. 11 da Lei nº 8.429/92. 
Lei nº 13.425/2017: passou a prever a necessidade 
de normas especiais no planejamento urbano para 
prevenção e combate a incêndio e desastres para locais 
de grande concentração e circulação de pessoas. Segundo 
a lei, o prefeito que deixar de tomar essas providências 
no prazo de 2 anos incorre em ato de improbidade 
administrativa prevista no art. 11 da Lei nº 8.429/2017. 
Observação: os atos de improbidade que atentam 
contra princípios da Administração Pública exigem dolo e 
não dependem de enriquecimento do agente público nem 
da lesão ao erário. Portanto, não há necessidade de dano 
efetivo (material) para caracterizar o ato de improbidade. 
Sanções: a) ressarcimento integral do dano, se 
houver; b) perda da função pública; c) suspensão 
dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos; d) 
pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor 
da remuneração percebida pelo agente; e e) proibição de 
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, 
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja 
sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos.
ATOS DE IMPROBIDADE DECORRENTES DE 
CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO 
FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO
Conceito (art. 10-A da Lei n. 8.249/92): qualquer ação 
ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício 
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e 
o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116/2003 (ISS –
alíquota mínima de 2%)
Sanções: perda da função pública, suspensão dos 
direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil 
de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou 
tributário concedido.
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FG
V
DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
1616
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO LESÃO AO ERÁRIO
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO
BENEFÍCIO 
FINANCEIRO OU 
TRIBUTÁRIO 
PERDA DA FUNÇÃO Sim Sim Sim Sim
RESSARCIMENTO 
AO ERÁRIO Sim Sim Sim Não
PERDA DOS BENS Sim Sim Não Não 
SUSPENSÃO 
DOS DIREITOS 
POLÍTICOS
De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos De 5 a 8 anos
PROIBIÇÃO DE 
CONTRATAR COM O 
PODER PÚBLICO
10 anos 5 anos Até 3 anos Não 
MULTA Até 3x o valor acrescido 2x o dano Até 100x a remuneração
3 (três) vezes o 
valor do benefício
PRAZO PRESCRICIONAL 
Art. 23 da Lei n. 8.249/92. As ações destinadas 
a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei 
podem ser propostas:
I - Até 5 (cinco) anos após o término do exercício 
de mandato, de cargo em comissão ou de função 
de confiança;
II – Dentro do prazo prescricional previsto em lei 
específica para faltas disciplinares puníveis com 
demissão a bem do serviço público, nos casos de 
exercício de cargo efetivo ou emprego;
III - até 5 (cinco) anos da data da apresentação à 
administração pública da prestação de contas final 
pelas entidades referidas no parágrafo único do 
art. 1o desta Lei. 
12. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
PROPRIEDADE PRIVADA
DESAPROPRIAÇÃO
Conceito: procedimento pelo qual o Poder Público 
realiza intervenção na propriedade alheia transferindo-a 
compulsoriamente ao patrimônio público. Pode ser de 
natureza ordinária ou sancionatória.
Ordinária: razões de necessidade pública (urgência), 
utilidade pública (conveniência) ou interesse social 
(assentamento de pessoas, por exemplo), mediante 
pagamento de indenização justa, prévia e em dinheiro, 
conforme art. 5º, XXIV, da CF/88. 
Sancionatória: ocorre nos casos em que a 
propriedade é desapropriada por não respeitar a sua 
função social, podendo ocorrer no meio urbano (art. 182, 
§ 4º, III, da CF/88) ou rural (art. 184 da CF/88).
Desapropriação de bens públicos: a desapropriação 
pode recair sobre bens públicos, mas somente a União 
pode desapropriar bens dos Estados e dos Municípios e 
os Estados podem desapropriar bens dos Municípios. 
Desapropriação por particular: É possível ainda a 
desapropriação feita pelas concessionárias de serviço 
público (desapropriação por particular), desde que em 
casos previstos em lei e autorizado pela Administração, 
conforme previsto no art. 3º Decreto-Lei n. 3.365/41. 
Fases da desapropriação: 
FASE 
DECLARATÓRIA 
Declaração do bem como sendo 
objeto de desapropriação, por 
meio de declaração

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