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GESTÃO DE CONTRATOS 10

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Princípios da equivalência funcional 
 
Um dos princípios trazidos por tal lei se refere à equivalência 
funcional dos contratos realizados em meio eletrônico em relação aos 
contratos realizados por meios tradicionais. Por este reconhecem-se, 
juridicamente, todas as mensagens eletrônicas de dados. A eles não se 
pode negar os efeitos jurídicos, nem a validade ou a eficácia apenas por 
terem sido realizados em ambiente virtual. Tal equiparação visa garantir 
para os contratos eletrônicos e reconhecer para eles os mesmos efeitos 
jurídicos conferidos aos contratos realizados verbalmente ou por escrito. 
Esse princípio pode ser observado nos Projetos de Lei brasileiros em 
trâmite no Congresso Nacional e que visam a regulamentação do comércio 
eletrônico no país. São eles o Projeto de Lei 1.589/99 da OAB de SP e o 
Projeto de Lei 4.906/2001. Ambos podem ser encontrados em nossa 
Biblioteca Virtual. 
 
 
 
 
 
 
Neutralidade e perenidade das normas reguladoras 
do ambiente digital 
 
Com a finalidade de manter atualizadas as informações devido ao constante 
avanço tecnológico, que cria a todo instante novos softwares, hardwares e sistemas 
de informação e segurança eletrônica, as normas voltadas à regulamentação do 
comércio eletrônico devem ser neutras, para que não se constituam em entraves 
para o desenvolvimento de novas tecnologias e também devem ser perenes, no 
sentido de se manterem atualizadas, sem a necessidade de serem modificadas a 
todo instante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conservação e aplicação das normas jurídicas existentes 
 
Quando o contrato é feito através de um meio eletrônico não se dá, 
de forma alguma, a alteração da natureza jurídica da relação contratual. O 
contrato virtual de compra e venda, por exemplo, não deixa de ser de 
compra e venda só porque é feito, total ou parcialmente, por meio de 
computador, logo, a regulamentação jurídica tradicional continua sendo 
utilizada, através de analogia e de integração, toda vez que é possível. 
Os elementos essenciais do negócio jurídico, consentimento e objeto, assim 
como suas manifestações, defeitos e tipologia, não sofrem alteração 
significativa quando o vínculo jurídico é firmado por meio eletrônico. 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios da boa fé objetiva 
 
Diferentemente do que ocorria nos tempos do Liberalismo, quando a 
boa-fé era tomada a partir de uma concepção subjetiva, individualista, e 
que seguia o velho dogma da autonomia da vontade das partes 
contratantes, surgiu, com o advento da Constituição Federal de 1988, assim 
como também com o Código de Defesa do Consumidor, de 1990, e o Novo 
Código Civil Brasileiro, de 2002, uma nova concepção de boa-fé, a objetiva, 
a qual visa coibir práticas contratuais abusivas, revê o contrato quando há 
onerosidade excessiva, e protege a parte mais vulnerável do contrato. 
O Código de Defesa do Consumidor foi o primeiro diploma legal 
brasileiro a contemplar, de forma expressa,o princípio da boa-fé objetiva, 
que tem a função de ser instrumento de controle da vontade do contratante 
mais forte e a proteção do lado mais fraco de relação jurídica contratual. 
Com a boa-fé objetiva busca-se alcançar a realização da justiça 
contratual, exigindo-se que haja confiança, comportamento leal, ético e 
transparente entre os contratantes a fim de preservar o justo equilíbrio dos 
contratos, mantendo a proporção justa entre direitos e obrigações das 
partes envolvidas no contrato. 
A boa-fé objetiva também se acha elencada no artigo 422 do Código 
Civil. 
Os contratos eletrônicos realizados pela internet ainda não estão 
regulamentados em lei brasileira, e assim sendo, dada a vulnerabilidade do 
mundo virtual, expõe os seus contratantes a riscos, além de possibilitar 
vários tipos de fraudes. 
Dessa forma, a aplicação do princípio da boa-fé objetiva tem 
destaque na contratação eletrônica, já que exige o máximo de lealdade, 
confiança e honestidade das partes, desde a fase pré-contratual, durante a 
sua execução, e também após tal execução. 
Tal princípio é vital para a contratação eletrônica, uma vez que, na 
falta de legislação específica para regulá-la, a boa-fé recobre-se de ampla 
 
 
 
 
 
condição para a correção de abusos e injustiças, garantindo a segurança 
das relações jurídicas contratuais. 
 
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