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Aula 00 Princípios constitucionais relativos aos direitos políticos e organização da Justiça Eleitoral

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Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 121 
AULA 00: Princípios constitucionais relativos aos 
direitos políticos e organização da Justiça 
Eleitoral 
SUMÁRIO 
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................. 2 
2. CRONOGRAMA .................................................................................... 4 
3. INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL ..................................... 7 
4. DIREITOS POLÍTICOS: SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNIO ... 15 
5. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS RELATIVOS AOS DIREITOS 
POLÍTICOS .............................................................................................. 19 
5.1 NACIONALIDADE .................................................................................................................... 20 
5.2 ELEGIBILIDADE ...................................................................................................................... 31 
5.3 PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................................. 42 
6. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL .............................................. 52 
7. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ............................................ 53 
8. DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS ............................... 76 
9. DOS JUÍZES ELEITORAIS ............................................................... 88 
10. DAS JUNTAS ELEITORAIS: ........................................................ 90 
11. RESUMO DA AULA ...................................................................... 94 
12. QUESTÕES COMENTADAS ..................................................... 107 
13. REFERÊNCIAS ............................................................................ 121 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 121 
 
1. Apresentação 
 
Bem vindos ao curso de Direito Eleitoral, preparatório para o 
concurso de Analista Judiciário – Área Judiciária – do Tribunal Regional 
Eleitoral de Minas Gerais. 
A data provável de aplicação da prova é dia 14.04.2013. 
A prova será elaborada e aplicada pela CONSULPLAN. A CONSULPLAN 
é uma empresa privada, com sede em Minas Gerais, que tem larga 
experiência em aplicação de concursos de âmbito municipal. Em se 
tratando de tribunais, a empresa realizou poucos concursos. 
Vamos analisar ao longo de nosso curso o máximo de questões 
possíveis desses concursos, sem esquecer, por óbvio, as questões 
relativas aos tópicos mais relevantes cobrados por outras bancas quando 
as da CONSULPLAN não forem suficientes. 
Para o cargo de analista a remuneração é de R$ 6.611,39. 
Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das 
pedras pra você, mas lembre-se de que eu já estive aí, onde você está 
agora. 
Pra você me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim. 
Meu nome é Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela 
Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em direito público. A 
minha vida no mundo dos concursos teve início em 2005, quando me 
preparei para o concurso de técnico administrativo – área judiciária – do 
Superior Tribunal de Justiça. Já nesse concurso, obtive êxito e trabalhei 
por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1ª Turma. 
Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal Superior 
Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocação. Nessa Corte, fui lotado na 
Corregedoria Geral e, em seguida, na assessoria de um dos Ministros que 
compõem o TSE. 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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Uma das muitas vantagens de se trabalhar em um tribunal como o 
TSE é que você consegue organizar seu tempo para continuar estudando 
cerca de 6 horas por dia. 
A partir daí, meu estudo foi focado para as provas de advogado 
público (AGU, procuradorias estaduais, defensorias públicas etc.), pois 
sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do 
Distrito Federal. 
Nem tudo na vida são louros. Nessa fase obtive muitas derrotas e 
reprovações nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas continuei 
firme em meu objetivo, pois só não passa em concurso quem pára de 
estudar! 
E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de 
Procurador Federal – AGU. 
Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau: 
Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal. 
Foi então que todo o suor, dedicação, disciplina, renúncia e privações 
deram o resultado esperado, logrei aprovação no concurso de Procurador 
do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exerço essa função até hoje. 
Atualmente sou Presidente da Associação dos Procuradores do DF. 
Não posso deixar de mencionar também a minha experiência como 
membro de bancas de concursos públicos. A participação na elaboração 
de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais, me fez perceber 
o nível de cobrança do conteúdo nas provas, as matérias mais recorrentes 
e os erros mais comuns dos candidatos. 
Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar nos 
conteúdos mais recorrentes e dar a matéria na medida certa, assim como 
um bom médico prescreve um medicamento. 
Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar todos os 
sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco da doença. 
Isso quer dizer que não podemos deixar nenhum ponto do edital para 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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trás, mas devemos focar nas matérias mais recorrentes nos concursos 
para tribunais eleitorais. 
Além disso, não preciso nem mencionar que o direito eleitoral é a 
disciplina fundamental para o concurso do TRE-MG. 
É por isso que você está aqui agora! 
Num concurso com tantos inscritos, você não pode perder tempo e 
deve lutar com as armas certas. A principal arma para você vencer essa 
batalha é o planejamento. 
 
2. Cronograma 
 
Nesse curso serão ministradas 10 aulas de direito eleitoral, uma a 
cada semana, cada uma com os seguintes temas: 
Aula 00 (01/11/2012) 
Conceito e fontes Princípios e normas constitucionais relativos aos 
direitos políticos, nacionalidade e aos partidos políticos, de que tratam os 
Capítulos III, IV e V do Título II da Constituição de 1988 em seus arts. 12 
a 17. Lei n.º 4.737/65 (Código Eleitoral) e alterações posteriores. 
Organização da Justiça Eleitoral: composição e competências; Ministério 
Público Eleitoral: atribuições. 
 
Aula 01 (08/11/2012) 
Alistamento eleitoral: (Resolução TSE n.º 21.538/03, publicada no 
Diário da Justiça da União de 03 de novembro de 2003 e alterações 
posteriores); Ato e efeitos da inscrição, transferência e encerramento. 
Cancelamento e exclusão do eleitor; Revisão Eleitoral; Domicílio eleitoral. 
 
Aula 02 (15/11/2012) 
O dever eleitoral (voto): sanções ao inadimplemento, isenção, 
justificação pelo não comparecimento à eleição. Privilégios e garantias 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícioscomentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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eleitorais (aspectos gerais, liberdade no exercício do sufrágio, 
fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores 
residentes nas zonas rurais - Lei n.º 6.091/74 e alterações posteriores). 
Direito de resposta. Apuração nas Juntas Eleitorais, nos Tribunais 
Regionais e no Tribunal Superior Eleitoral. 
 
Aula 03 (22/11/2012) 
Partidos políticos (Lei n.º 9.096/95 e alterações posteriores): 
conceituação, natureza jurídica, criação e registro, funcionamento 
parlamentar, programa, estatuto, filiação, fidelidade e disciplina 
partidárias, fusão, incorporação e extinção, finanças e contabilidade, 
fundo partidário, acesso gratuito ao rádio e à televisão. Processo de perda 
de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa 
e de justificação de desfiliação partidária (Resolução TSE n.º 
22.610/2007). 
 
Aula 04 (29/11/2012) 
Elegibilidade: conceito e condições. Inelegibilidade (Lei 
Complementar n.º 64/90 e alterações posteriores): conceito, fatos 
geradores de inelegibilidade e desincompatibilização. Registro de 
candidatura: pedido, substituição, cancelamento, impugnação 
(Constituição, Lei n.º 9.504/97 e Lei Complementar n.º 64/90) 
 
Aula 05 (06/12/2012) 
Eleições (Lei n.º 9.504/97 e alterações, Lei n.º 4.737/65 (Código 
Eleitoral) e alterações posteriores). Sistema eleitoral: princípio majoritário 
e proporcional, representação proporcional. Coligações. Convenções para 
escolha de candidatos. Arrecadação e aplicação de recursos nas 
campanhas eleitorais. Prestação de contas das campanhas eleitorais. 
Pesquisas eleitorais. Sistema eletrônico de votação e da totalização dos 
votos. 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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Aula 06 (13/12/2012) 
Propaganda eleitoral. Propaganda eleitoral antecipada e propaganda 
irregular. Representação por propaganda eleitoral irregular (Lei n.º 
9.504/97). 
 
Aula 07 (20/12/2012) 
Diplomação dos eleitos: natureza jurídica, competência para diplomar 
e fiscalização. 
 
Aula 08 (31/01/2013) 
Recursos eleitorais: cabimento, pressupostos de admissibilidade, 
processamento, efeitos e prazos. Abuso de poder, corrupção e outros 
ilícitos no processo eleitoral. Investigação Judicial Eleitoral (Lei 
Complementar n° 64/90 e alterações posteriores). Condutas vedadas aos 
agentes públicos em campanhas eleitorais (Lei n.º 9.504/97). Doação de 
recursos para campanhas eleitorais acima do limite legal (Lei n.º 
9.504/97). Captação ou gastos ilícitos de recursos para campanhas 
eleitorais (Lei n.º 9.504/97). Captação ilícita de sufrágio (Lei n.º 
9.504/97). Recurso Contra Expedição de Diploma (Lei n.º 4.737/65 – 
Código Eleitoral). 
 
Aula 09 (07/02/2013) 
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Constituição Federal). Ação 
rescisória eleitoral. Das disposições penais. Crimes eleitorais: normas 
gerais. Boca de urna. Corrupção eleitoral. Falsidade ideológica. Processo 
Penal Eleitoral: ação penal, competência em matéria criminal eleitoral, 
rito processual penal eleitoral com aplicação subsidiária do Código de 
Processo Penal. 
Além disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a 
apreensão do conteúdo venha mais facilmente. 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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Para reforçar a aprendizagem, resumirei o conteúdo apresentado ao 
final de cada aula e apresentarei as questões mencionadas ao longo da 
aula em tópico separado, para que você possa resolvê-las na véspera da 
prova. 
Todos esses instrumentos você terá a sua disposição para encarar a 
batalha. Vamos a luta! 
 
3. Introdução ao direito eleitoral 
 
O estudo do direito eleitoral se torna interessante quando olhamos 
para esse ramo do direito como o principal instrumento para colocar a 
democracia em prática. 
Se o Brasil se propõe a ser uma República de regime democrático, o 
seu direito eleitoral deve ser estruturado de forma a propiciar a 
participação do povo na tomada das decisões do Estado. Mas não é só, 
essa participação deve ser promovida por meio de um sistema que 
proporcione captar os verdadeiros anseios da população. 
De nada adiantaria um regime dito democrático se o direito eleitoral 
propiciasse o voto apenas de uma minoria, ou se as regras autorizassem 
que o detentor do poder econômico manipulasse a manifestação popular, 
ou ainda que permitisse fraudes nas urnas. 
Pois bem, mas o que seria a democracia? 
A origem etimológica da palavra já nos dá uma boa noção: 
 
 
 Demo cracia demos (povo) + kratos (poder). 
 
Democracia não é outra coisa senão o regime político em que o 
poder é exercido pelo povo, é o povo quem governa para o próprio povo. 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
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Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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A sociedade é livre para decidir, fazendo com que o Estado seja guiado 
pela soberania popular. 
A Constituição de 1988, a lei maior do nosso país, é expressa ao 
afirmar que a República Federativa do Brasil constitui-se em um Estado 
“Democrático” de Direito e que “todo poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição”. 
Isso quer dizer que o Brasil tem: 
 como forma de governo a república; 
 como forma de estado o federalismo; 
 como sistema de governo o presidencialismo; e 
 como regime político a democracia. 
Aqui já apresento a primeira questão de concurso para você ir 
“aquecendo as turbinas”. 
 
 
 
1) (CONSULPLAN – Assessor Legislativo/MG – 2010) Analise as 
afirmativas correlatas: 
I. “No Brasil, o sistema eleitoral se fundamenta nos conceitos de 
República (sistema de governo) e Presidencialismo (forma de governo).” 
II. “No Brasil, os poderes estão distribuídos entre o Legislativo, o 
Judiciário e o Executivo, sendo que o Executivo é chefiado pelo 
presidente, que é o mandatário da nação.” 
Assinale a alternativa correta: 
A) Ambas as afirmativas estão incorretas. 
B) Apenas a afirmativa I está correta. 
C) As duas afirmativas estão parcialmente corretas. 
D) Apenas a afirmativa II está correta. 
E) Ambas as afirmativas estão corretas. 
 
Questão de 
concurso 
 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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Como se vê, o item I da questão trocou os conceitos ao dizer que a 
república refere-se ao sistema de governo e o presidencialismo refere-se 
à forma de governo. Na verdade, república é forma de governo e 
presidencialismo é sistema de governo. Por isso, o gabarito da questão é 
o item D. Esses conceitos serão, certamente, melhor detalhados no curso 
de direito constitucional. 
Entremos agora na análise de nossa Constituição, a regra máxima de 
nossa República. 
Destaco, inicialmente, o seu art. 1º. Por ser de vital importância para 
o estudode todo o direito eleitoral, deve o concursando ter sempre em 
mente esse dispositivo constitucional. Leia-o com atenção: 
 
 
 
 
 
Como se vê, a cidadania e o pluralismo político são princípios 
fundamentais da República do Brasil. Ambos os conceitos estão 
diretamente ligados ao exercício da democracia e ao direito eleitoral. 
Na definição de José Afonso da Silva, cidadania é a denominação 
que se dá aos que participam da vida política do Estado, ativa (votando) 
ou passivamente (sendo votado). Esses direitos, como veremos abaixo, 
são adquiridos mediante o alistamento eleitoral. 
O pluralismo político, por sua vez, consiste na existência de 
diversos grupos em que cada um é detentor de uma parcela de poder, de 
modo que não há grupo inteiramente soberano e não há grupo que será 
anulado. 
E qual seria a distinção entre pluralismo político e pluralidade 
partidária? 
Pluralidade partidária ou pluripartidarismo, como veremos abaixo, é a 
possibilidade de constituição de diversos partidos políticos. A noção de 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: 
II - a cidadania; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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pluralismo político é mais ampla do que a de pluralidade partidária, 
pois há numa sociedade diversas fontes de poder que não se limitam ao 
âmbito políticopartidário. Entretanto, o pluripartidarismo e o respeito às 
minorias, ambos consagrados na Constituição, decorrem do pluralismo 
político. 
O último e o mais importante aspecto do art. 1º da Constituição que 
o aluno deve levar pra prova é a caracterização do Brasil como um 
regime democrático semidireto. Mas o que seria uma democracia 
semidireta (ou plebiscitária)? 
A democracia pode ser classificada em direta, indireta e semidireta, 
vejamos as distinções: 
Democracia 
Direta Indireta Semidireta ou 
Plebiscitária 
Os cidadãos participam 
diretamente das 
decisões do Estado. 
Não há outorga de 
mandato. 
Os cidadãos elegem 
representantes para 
manifestarem os 
interesses do povo nas 
decisões políticas. 
Outorga de um 
mandato. 
A vontade do povo 
(soberania popular) se 
exterioriza, ora por 
meio de 
representantes, ora 
diretamente. 
 
Brasil democracia semidireta ou plebiscitária 
 
Num primeiro momento, é fácil visualizar que, normalmente, 
exercemos a democracia indireta, pois sempre votamos em 
representantes que ocuparão os cargos políticos e manifestarão suas 
decisões atendendo, supostamente, aos anseios de seu eleitorado. Assim, 
o exercício da democracia indireta se manifesta pelo voto em uma 
eleição. 
Mas e a democracia direta, quando a exercemos? 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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A Constituição prevê 3 hipóteses em que o cidadão brasileiro exerce 
a democracia direta: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. 
Vamos aos conceitos. 
Plebiscito: formulação de consulta prévia ao cidadão para decidir 
sobre determinado assunto de forma objetiva: sim ou não (art. 2º, § 1º, 
da Lei nº 9.709/98). Exemplos de plebiscitos ocorridos na história mais 
recente do Brasil são: deliberação prévia sobre adoção do regime de 
governo (monarquia, parlamentarismo ou república) e do sistema de 
governo (parlamentarismo ou presidencialismo) e deliberação prévia 
sobre a criação de novos municípios (determinação do art. 18, § 4º, da 
Constituição). 
Referendo: formulação de consulta com posterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação 
ou rejeição (art. 2º, § 2º, da Lei nº 9.709/98). Exemplo de referendo 
ocorrido na história recente do Brasil foi o da aprovação da proibição do 
comércio de armas de fogo inserida no Estatuto do Desarmamento (art. 
35 da Lei nº 10.826/03). Naquela oportunidade, a proibição já havia sido 
inserida na lei, mas esta condicionou a eficácia do dispositivo à aprovação 
popular. 
Iniciativa popular: possibilidade de um grupo de cidadãos 
apresentar projetos de lei diretamente ao Poder Legislativo. Em regra, 
a iniciativa de proposição de leis federais é conferida aos deputados e 
senadores, à comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou 
do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores e ao Procurador-Geral da República 
(art. 61, caput, da Constituição). 
Aos cidadãos é possível a iniciativa de lei, desde que o projeto de lei 
seja subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos 
por cento dos eleitores de cada um deles (art. 61, § 2º, da Constituição). 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
– Área Judiciária. Teoria e exercícios 
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Prof Daniel Mesquita – Aula 00 
 
 
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Com essas assinaturas, o projeto deve ser apresentado à Câmara dos 
Deputados. 
As três hipóteses estão reguladas pela Lei nº 9.709/98. 
Com isso, temos: 
 
Participação indireta do Cidadão 
nas decisões Do Estado 
 Voto nas eleições 
 
 
 
 
 
Participação direta 
do Cidadão nas 
decisões Do Estado 
 
 Plebiscito: consulta prévia (Ex.: regime e 
sistema de governo e criação de novos 
municípios) 
 Referendo: consulta posterior à edição de um 
ato ou uma lei (Ex.: estatuto do desarmamento) 
 Iniciativa popular: projeto de lei à Câmara 
subscrito por 1% do eleitorado, distribuído em 
ao menos 5 Estados, com não menos de 0,3% 
dos eleitores de cada um deles. 
 
 
 
 
2) (FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO -TRE – AM – 2009) Constitui 
meio de exercício da soberania popular, previsto na Constituição 
Federal, dentre outros, 
(A) a lei delegada. 
(B) o plebiscito. 
(C) a resolução. 
(D) a medida provisória. 
(E) a lei ordinária. 
 
 
Não é preciso muito esforço para concluir que o item correto é o B. 
Questão de 
concurso 
 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
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comentados 
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Pois bem, até aqui procurei situar você no contexto constitucional em 
que se insere o direito eleitoral. Não há como falar de direito eleitoral sem 
antes falar de democracia. 
Feito isso, vamos entrar no mundo do direito eleitoral propriamente 
dito! 
Mas, afinal, o que é direito eleitoral? 
Direito eleitoral é o ramo do direito público que trata das eleições em 
todas as suas fases, até a diplomação dos eleitos, e dos institutos 
relacionados aos direitos políticos (Joel José Cândido). O direito eleitoral 
instrumentaliza a participação popular na vida do Estado, ou seja, 
disciplina dos meios necessários ao exercício da soberania popular 
(Pimenta Bueno). 
É um ramo do direito autônomo,pois possui princípio e regras 
próprias. 
Competência privativa para legislar sobre o direito eleitoral é da 
União (art. 22, I, da CF). 
Tratando agora das fontes do direito eleitoral (= de onde surgem as 
regras eleitorais), tem-se que as fontes primárias são: Constituição, 
Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei 
nº 9.096/95), Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/90) e Lei 
das Eleições (Lei nº 9.504/97). 
Além da Constituição, das leis complementares e das leis ordinárias, 
o direito eleitoral sofre grande influência das Resoluções do TSE. 
O TSE não é um tribunal que se preocupa apenas em julgar 
processos judiciais. Além dessa função jurisdicional em matéria eleitoral, 
o Tribunal Superior Eleitoral tem a atribuição de administrar as eleições 
em todo o pais. Desse modo, o Tribunal tem um caráter ambivalente, 
funciona como órgão jurisdicional e órgão de administração. 
Em sua função administrativa, o TSE tem o poder de regulamentar a 
lei eleitoral (art. 1º, parágrafo único, do Código Eleitoral), de modo que 
ela seja aplicada uniformemente em todo o país, seja nas eleições 
Direito Eleitoral p/ TREMG –Analista Judiciário 
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estaduais, seja nas municipais, para os cargos do Executivo e do 
Legislativo. 
Esse poder regulamentar é exercido por meio da edição de 
Resoluções, que acabam por ser importantes fontes do direito eleitoral. 
Por fim, assim como todo ramo do direito é recheado de princípios 
informadores, o direito eleitoral não é diferente. Apesar do edital 
regulador do certame não ter sido expresso nesse sentido, é sempre bom 
observar os princípios que têm origem em disposições constitucionais e 
que já foram objeto de cobrança em outras provas. 
SUPER IMPORTANTE!!! O princípio que esteve na pauta do dia da 
última eleição geral e, por isso, tem enormes chances de cair no seu 
concurso, especialmente na questão subjetiva é o princípio da 
anualidade. Por isso, olho aberto! 
O princípio da anualidade decorre do art. 16 da Constituição: 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua 
vigência. 
 
 Como se vê, para que uma lei que altere o processo eleitoral 
(alistamento, votação, apuração e diplomação) se aplique à próxima 
eleição, ela deve ser editada há mais de um ano da data da realização da 
eleição. Ou seja, a lei é editada, entra em vigor, mas só será aplicada a 
próxima eleição se a sua edição ocorreu há mais de um ano da mesma. 
IMPORTANTÍSSIMO!!! OLHO ABERTO, MEU AMIGO! Ao analisar a 
aplicabilidade imediata da “Lei da Ficha Limpa” (LC nº 135/2010) às 
eleições de 2010, o Supremo Tribunal Federal (guardião da Constituição e 
Tribunal que dá a última palavra no Brasil) considerou que as novas 
hipóteses de inelegibilidade influenciam nas escolhas dos partidos 
políticos, provocam surpresas no ano eleitoral e limitam direitos do 
cidadão-eleitor, do cidadão-candidato e dos partidos políticos. Desse 
modo, concluiu o STF que a lei não poderia ser aplicada às eleições 
de 2010 (ano da edição da lei). 
 
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Princípio da Anualidade 
Situação Conclusão Decisão 
A LC nº 135/2010 (“Lei da 
Ficha Limpa”) pode ser 
aplicada às eleições de 
2010? 
Não 
 
STF: RE 633703 
 
Muitos outros princípios serão apontados ao longo das aulas, mas o 
princípio da anualidade, meu caro aluno, devido a sua enorme 
importância e GRANDE POSSIBILIDADE DE CAIR NO SEU CONCURSO, 
deve entrar já na sua memória e não sair pelo menos até o dia da prova! 
 
4. Direitos políticos: sufrágio, voto e escrutínio 
 
Antes de ingressarmos no estudo da nacionalidade, da elegibilidade 
e dos partidos políticos, vamos tratar de algumas questões relativas aos 
direitos políticos que sempre são cobradas em concursos públicos. 
Os direitos políticos são direitos públicos subjetivos que surgem do 
poder de participação direta ou indireta do povo na coisa pública, seja 
votando, sendo votado ou, tão somente, fiscalizando os atos do gestor 
público (Antônio Carlos Mendes). 
Os direitos políticos podem ser analisados sob a ótica daquele que 
confere o voto (o real titular do poder) e sob a ótica daquele que recebe o 
voto (o que receberá o mandato). No primeiro caso, o do eleitor, 
tratamos dos direitos políticos ativos (capacidade eleitoral ativa). 
No segundo caso, tratamos dos direitos políticos passivos 
(capacidade eleitoral passiva). 
O direito político ativo por excelência é o sufrágio, manifestado 
através do voto. 
Por falar nisso, qual seria a diferença entre sufrágio, voto e 
escrutínio? 
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“O sufrágio é o direito público e subjetivo de participar ativamente 
dos destinos políticos da nação; o voto nada mais é do que o exercício 
concreto do direito de sufrágio e o escrutínio consiste no modo do 
exercício do sufrágio” (Roberto Moreira de Almeida) 
Assim, temos: 
 Sufrágio o direito de participar; 
 Voto exercício concreto do direito; 
 Escrutínio “como” o direito é exercido. 
 
Pela leitura da Constituição, o Brasil adota o sufrágio universal, o 
voto direto e igual e o escrutínio secreto. Vejamos: 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto 
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
 
Sufrágio universal quer dizer que a Constituição não admite 
restrições dos direitos políticos relacionadas a fortuna ou capacidade 
intelectual (Marcos Ramayana). Apesar disso, a própria Constituição 
impõe que os inalistáveis e os absolutamente incapazes não desfrutam do 
sufrágio – veremos cada uma dessas situações mais abaixo. 
Se opõem ao sufrágio universal e, por isso, não são adotados no 
Brasil o: 
 sufrágio capacitário – possibilita a participação se a pessoa tem 
determinado grau de instrução; e 
 sufrágio censitário – a participação é facultada apenas àqueles 
que possuem certa fortuna. 
 
Voto direto se traduz no fato de que a vontade do cidadão é 
manifestada diretamente por ele e não por intermediários ou 
representantes. 
CUIDADO: Apesar do voto ser direto, no Brasil, a própria 
Constituição de 1988 prevê uma exceção em que é possível a eleição 
indireta: se ocorrer a vacância (retirada, saída dos cargos) do Presidente 
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e do Vice – bem como do prefeito e do seu vice e do governador e do seu 
vice – nos dois últimos anos do governo, a eleição para ambos os cargos 
será feita de forma indireta pelos membros do Poder Legislativo (art. 81, 
§ 1º, da Constituição), ou seja, serão os deputados e os senadores quem 
elegerão o Presidente e o Vice nessa situação e não os cidadãos. 
Voto igual quer dizer que o voto tem valor igualpara todos os 
eleitores. Nenhuma espécie, categoria ou tipo de eleitor tem voto com 
peso maior do que o outro. O voto da atual Presidenta da República nas 
urnas tem o mesmo valor do que aquele dado pelo mais anônimo dos 
cidadãos. Se o Papa fosse brasileiro e viesse votar em uma eleição no 
Brasil, o voto dele também seria igual ao da Presidenta e ao do eleitor 
anônimo. 
Essa característica do voto foi implementada nas democracias 
modernas a partir da independência americana, momento histórico em 
que se perpetuou a máxima: “One man, one vote” (tradução literal: um 
homem, um voto). Em “democracias” anteriores, era comum o voto 
múltiplo, plural ou familiar. 
Se opõem ao voto igual e, portanto, não são adotados no Brasil o: 
 voto múltiplo consiste na possibilidade de um eleitor votar uma 
vez em cada circunscrição eleitoral; 
 voto plural é a possibilidade de um eleitor votar mais de uma 
vez numa mesma circunscrição eleitoral; 
 voto familiar o pai de família é o único com capacidade eleitoral 
e, por isso, poderia votar várias vezes, de acordo com o 
número de membros de sua família. 
Escrutínio secreto quer dizer que, no momento da emissão do 
voto, o eleitor se recolhe em cabina isolada e indevasável, e deposita seu 
voto em cédula oficial em uma urna que assegura a inviolabilidade do 
sufrágio. 
CUIDADO! 
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O alistamento e o voto, no Brasil, são obrigatórios para os maiores 
de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta 
anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos, considerando a data das 
eleições (art. 14, § 1º, da Constituição). 
Esses são os principais aspectos dos diretos políticos ativos. Vimos 
nesse tópico, até o momento, a regulamentação constitucional do 
sufrágio, voto e do escrutínio. 
Com relação aos direitos políticos passivos (ou capacidade 
eleitoral passiva), por tratarem das regras de elegibilidade, ou seja, das 
condições que o cidadão precisa ter para ser votado, estudaremos em 
tópico próprio abaixo. 
Por fim, outra importante classificação dada pela doutrina aos 
direitos políticos é a relativa às normas que regulam a participação do 
cidadão no processo político. Falamos da distinção entre os direitos 
políticos positivos e negativos. 
Direitos políticos positivos são as normas que asseguram a 
participação no processo político como, por exemplo, o alistamento e a 
filiação partidária. Direitos políticos negativos são as normas que privam 
o cidadão do direito de participação no processo político, como, por 
exemplo, a suspensão e a perda dos direitos políticos (classificação de 
José Afonso da Silva). 
Espere um pouco... no Brasil é possível a suspensão e a perda dos 
direitos políticos? 
CUIDADO: A Constituição diz que é possível a perda ou 
suspensão dos direitos políticos, mas veda a cassação desses 
direitos. 
E quais seriam as hipóteses de perda ou suspensão? 
Elas estão no art. 15 da Constituição, observe: 
 cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado (veremos abaixo que o estrangeiro não pode 
realizar o alistamento); 
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 incapacidade civil absoluta (os absolutamente incapazes não 
podem exercer pessoalmente quaisquer atos da vida civil); 
 condenação criminal, a partir do momento em que da 
sentença condenatória não caiba mais recursos e perdura até 
o fim do cumprimento da pena (não é necessário sequer que 
o juiz afirme estarem suspensos os direitos políticos, esse é 
um efeito automático da sentença criminal condenatória); 
 escusa de consciência = recusa de cumprir uma obrigação 
a todos imposta ou de realizar a prestação alternativa quando 
a recusa for fundada em motivo de crença religiosa, convicção 
filosófica ou política (art. 5º, VIII, da Constituição); 
 improbidade administrativa (a Constituição prevê como 
sanção pela prática de atos de improbidade a suspensão dos 
direitos políticos). 
 
Caro aluno, até o momento abordamos conceitos básicos do direito 
constitucional relacionados ao direito eleitoral. Você deve estar se 
perguntando, isso cai em concurso público? A resposta, meu amigo, é que 
isso não cai, DESPENCA em concurso público. Você observará nas 
questões abaixo que essa introdução ao direito eleitoral e o estudo dos 
direitos políticos são cobrados com muita freqüência em concursos 
públicos. Pela análise de diversas provas da CONSULPLAN, verifiquei que 
esses pontos representam cerca de 10% das questões das provas. Por 
isso, não ignore esses conceitos e força para encarar os próximos tópicos, 
pois, ao final desta aula, cobriremos cerca de 30% das questões do do 
seu concurso! 
 
 
 
5. Princípios constitucionais relativos aos direitos políticos 
 
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5.1 Nacionalidade 
 
Nacionalidade pode ser conceituada como o vínculo político e pessoal 
que se estabelece entre o Estado e o indivíduo. É um direito humano 
fundamental. 
A nacionalidade é pré-requisito para se exercer a cidadania (definida 
acima como o atributo político daqueles que participam da vida política do 
Estado, ativa ou passivamente). Desse modo, para ser cidadão (sujeito 
titular dos direitos políticos), é preciso ser nacional e adquirir a cidadania 
por meio do alistamento eleitoral. 
Assim, inspirados na doutrina de José Afonso da Silva, apresentamos 
a seguinte sequência: 
Nacionalidade Cidadania Alistamento Cidadão 
 
Há duas espécies de nacionalidade, a originária ou primária e a 
derivada, secundária ou adquirida. 
Mas qual é a diferença entre a nacionalidade originária e a derivada? 
E os critérios para a aquisição de cada uma delas? 
A nacionalidade originária é obtida em razão do nascimento, a 
nacionalidade derivada ocorre após o nascimento, por opção do indivíduo 
que passa por um processo de naturalização para obter nova 
nacionalidade. 
Os critérios para a adoção da nacionalidade originária são: ius soli 
e ius sanguinis. 
Pelo o ius soli (tradução livre: “direito de solo”) o critério adotado é o 
local do nascimento do indivíduo. Se Beltrano nasceu no território do 
Estado B, ele é nacional do Estado B. Já pelo ius sanguinis (direito de 
sangue), o critério adotado é a origem sanguínea do indivíduo. Se Fulano 
é filho de pais nacionais do Estado F, Fulano será nacional do Estado F, 
mesmo que tenha nascido em outro país. 
 
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Para a adoção da nacionalidade derivada, os critérios variam de país 
para país, mas em todos os casos há um procedimento de naturalização, 
em que o interessado, voluntariamente, se habilita. 
Assim, temos os seguintes critérios para saber se Fulano ou Beltrano 
são nacionais dos Estados F ou B: 
 
 ius soli: local do nascimento 
Nacionalidade originária ius sanguinis: origem sanguínea 
 
Nacionalidade derivada Procedimento de naturalização 
 
Sabendo disso, vamos adentrar no estudo da nacionalidade adotada 
pela Constituição brasileira? Vamos lá! 
Essencial, nesse ponto, a leitura do art. 12, inciso I, da Constituição, 
que trata da nacionalidade originária ou primária: 
 
 
 
 
 
 
Pela leitura atenta dos dispositivos, podemos tirar, de imediato, as 
seguintes e importantíssimas conclusões quanto à nacionalidade 
originária: 
 A nacionalidade brasileira originária pode ser fixada 
originariamente pelos critérios do ius soli e do ius sanguinis. 
 Ius soli: É brasileiro nato aquele que nasceu no Brasil, ainda 
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, 
pela nacionalidade brasileira; 
 
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serviço de seu país: Fulano tem nacionalidade brasileira apenas 
porque nasceu em território brasileiro; 
 Ius sanguinis: É brasileiro nato aquele que nasceu no 
estrangeiro, mas tem pai ou mãe brasileiro e um dos pais está 
a serviço da República Federativa do Brasil: Fulano tem 
nacionalidade brasileira porque, embora tenha nascido no 
exterior, um de seus pais é brasileiro e estava a serviço da 
República brasileira no exterior; 
 Ius sanguinis: É brasileiro nato aquele que nasceu no 
estrangeiro, mas tem pai ou mãe brasileiro e foi registrado 
em repartição brasileira competente (consulados ou 
embaixadas do Brasil no exterior): Fulano tem nacionalidade 
brasileira porque, embora tenha nascido no exterior, um de 
seus pais é brasileiro e Fulano foi registrado em consulado ou 
embaixada do Brasil no exterior; 
 Ius sanguinis: É brasileiro nato aquele que nasceu no 
estrangeiro, tem pai ou mãe brasileiro, não foi registrado em 
repartição brasileira competente, mas veio a residir no Brasil 
e optou, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, 
pela nacionalidade brasileira: Fulano tem nacionalidade 
brasileira porque, embora tenha nascido no exterior, um de 
seus pais é brasileiro e Fulano veio a residir no Brasil, optando 
pela nacionalidade brasileira após completar 18 anos. 
Com relação à nacionalidade derivada no Brasil, indispensável a 
leitura do art. 12, II, da Constituição: 
 
 
 
 
 
 
Art. 12. São brasileiros: 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto 
e idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do 
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira. 
 
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As alíneas a) e b) do dispositivo em foco prevêem duas formas de 
aquisição derivada da nacionalidade brasileira por estrangeiros: 
 Para os originários de países de língua portuguesa, basta a 
residência por um ano ininterrupto no Brasil e idoneidade 
moral: Beltrano, nascido em Portugal, por exemplo, 
conseguirá a nacionalidade derivada brasileira se residir no 
Brasil por um ano, sem se mudar do país nesse período, e 
possuir idoneidade moral; 
 Para os orinigários dos outros países, o indivíduo deve residir 
no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e não pode 
ter condenação penal: Jonh, americano, conseguirá a 
nacionalidade brasileira se residir por mais de 15 anos no 
Brasil, sem se mudar nesse período, e não pode ter incorrido 
em nenhuma condenação penal no Brasil. 
Vistas as hipóteses de aquisição da nacionalidade originária e 
derivada, apresentamos o seguinte quadro para facilitar o seu estudo: 
Aquisição da nacionalidade brasileira 
Originária ou primária = 
brasileiro nato 
Derivada, secundária ou 
adquirida = brasileiro 
naturalizado 
Nasceu no Brasil, desde que não 
tenha pais estrangeiros a serviço 
de seu país (ius soli). 
Língua portuguesa + residência por 
1 ano + ininterrupta + idoneidade 
moral. 
Nasceu no estrangeiro + pai ou 
mãe brasileiro + um dos pais está 
a serviço da República Federativa 
do Brasil (Ius sanguinis). 
Outros países + residência há mais 
de 15 anos + ininterrupta + não 
incorreu em condenação penal. 
Nasceu no estrangeiro + pai ou 
mãe brasileiro + registrado no 
consulado ou na embaixada do 
 
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Brasil no exterior (Ius sanguinis). 
Nasceu no estrangeiro + pai ou 
mãe brasileiro + não foi registrado 
em consulado ou embaixada + 
posterior residência no Brasil + 
opção pela nacionalidade + 18 anos 
(Ius sanguinis). 
 
 
Como se vê, aos portugueses são conferidos requisitos menos rígidos 
para a obtenção da nacionalidade derivada brasileira. 
Outro privilégio que a Constituição concede aos portugueses é o 
seguinte: se houver reciprocidade em favor de brasileiros em Portugal, 
aos portugueses com residência permanente no Brasil serão atribuídos os 
mesmos direitos inerentes ao brasileiro naturalizado. Não há, para os 
portugueses residentes, sequer a necessidade de submissão ao 
procedimento de naturalização para gozar desses direitos, a não ser que o 
português queira obter a nacionalidade brasileira derivada expressa. 
Será que isso cai em concurso? É claro que sim! E mais: já foi objeto 
de questão repetida da CONSULPLAN! Aqui você já pegou uma dica que 
vale ouro, meu amigo: a CONSULPLAN repete questões de concurso! 
 
 
 
3) (CONSULPLAN – Técnico administrativO – TRE-RS – 2008) 
Marque a alternativa INCORRETA: 
A) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do 
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que não estejam a serviço 
de seu país. 
B) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República 
Federativa do Brasil. 
Questões de 
concurso 
 
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C) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira 
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,pela 
nacionalidade brasileira. 
D) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer 
nacionalidade, residente na República Federativa do Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram 
a nacionalidade brasileira. 
E) Aos originários de países de língua estrangeira com residência 
permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, 
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos na Constituição da República. 
 
4) (CONSULPLAN – Advogado– RJ – 2010) NÃO são Brasileiros 
natos: 
A) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. 
B) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil. 
C) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que sejam registrados em repartição competente. 
D) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira 
desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, 
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade 
brasileira. 
E) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, 
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência 
por um ano ininterrupto e idoneidade moral. 
 
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Pelas definições acima apresentadas, fica fácil concluir que ambas as 
questões têm por gabarito o item E. 
SINAL DE ALERTA: Você deve estar se perguntando, qual a diferença 
entre o brasileiro nato e o naturalizado? 
Primeiramente, importante observar que somente haverá diferença 
entre os brasileiros natos e os naturalizados ou entre os natos e os 
portugueses equiparados se houver previsão expressa na Constituição. A 
lei ou um decreto não pode impor qualquer diferenciação (art. 12, § 2º, 
da Constituição). 
Na Constituição existem algumas diferenças estabelecidas. 
Essas diferenças são de suma importância para a banca da 
CONSULPLAN. Por isso, MUITA ATENÇÃO. 
1) Alguns cargos públicos só podem ser ocupados por brasileiros 
natos, são eles: 
 Presidente da República; 
 Vice-Presidente da República; 
 Presidente da Câmara dos Deputados; 
 Presidente do Senado Federal; 
 Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
 Carreira diplomática; 
 Oficial das Forças Armadas; 
 Ministro de Estado da Defesa; e 
 Cidadãos que integram o Conselho da República 
A vedação para que estrangeiros, ainda que naturalizados, ocupem 
esses cargos tem uma só razão de ser: a segurança nacional. 
DICA DE MEMORIZAÇÃO: Para que a memorização fique fácil, basta 
você pensar que nenhum cargo de função estratégica numa situação de 
guerra ou de negociação de interesses nacionais pode ser ocupado por 
naturalizado. 
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Veja que os cinco primeiros cargos são, exatamente, a ordem de 
sucessão do chefe máximo do Estado brasileiro (na falta do Presidente, 
assume o Vice, na falta de ambos, assume o Presidente da Câmara e 
assim sucessivamente até o Presidente do STF – que pode ser qualquer 
um dos 11 Ministros desse Tribunal). 
Os demais cargos relacionam-se com a negociação (carreira 
diplomática) ou com a ação militar direta (Oficial das Forças Armadas, 
Ministro da Defesa e cidadãos que compõem o Conselho da República) em 
questões de interesse nacional. Mas, CUIDADO: Ministro das Relações 
Exteriores não é cargo privativo de brasileiro nato. 
Essa é a principal diferença entre brasileiros natos e naturalizados, 
porque é a distinção que mais cai em concursos, observe: 
 
 
 
5) (CONSULPLAN – Técnico administrativo – TRE-RS – 2008) 
São privativos de brasileiro nato os seguintes cargos, EXCETO: 
A) Presidente e Vice-Presidente da República. 
B) Ministro das Relações Exteriores. 
C) Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
D) Oficial das Forças Armadas. 
E) Presidente da Câmara dos Deputados. 
 
Você já sabe responder! A alternativa que deve ser marcada é a B. 
 
2) Outra diferenciação constitucional entre os natos e os 
naturalizados é a restrição destes quanto à aquisição de propriedade de 
empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens. 
Essas empresas só podem ser adquiridas por brasileiro naturalizado se ele 
houver adquirido essa condição há mais de dez anos. 
3) Por fim, a diferença de tratamento entre nato e naturalizado de 
maior importância: a que se relaciona com a extradição (entrega por um 
Questão de 
concurso 
 
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Estado de um indivíduo acusado ou já condenado criminalmente pela 
justiça de outro Estado que solicita o seu encaminhamento, sendo este 
último o competente para julgar e punir esse indivíduo). Vejamos essas 
distinções: 
 O brasileiro nato não pode ser extraditado em nenhuma 
hipótese; 
 O brasileiro naturalizado ou o portugues equiparado só 
pode ser extraditado se praticou crime comum antes da 
naturalização ou se envolveu com tráfico ilícito de 
entorpecentes antes ou depois da naturalização; 
 O estrangeiro poderá, em regra, ser extraditado; 
 O estrangeiro não será extraditado se o motivo da solicitação 
de seu encaminhamento ao outro Estado for a ocorrência de 
crime político ou de opinião (caso Cesare Battisti). 
 
Não é fácil captar tantos detalhes, eu sei. Por isso, para ajudar na 
apreensão do conteúdo, proponho o seguinte quadro resumo: 
Restrições aos brasileiros naturalizados 
Quais cargos são privativos 
de brasileiros natos? 
O naturalizado pode 
adquirir empresa 
jornalística e de 
radiodifusão sonora e de 
sons e imagens (TV)? 
Pode ser extraditado? 
 
Presidente 
Vice-Presidente 
Presidente da Câmara 
Presidente do Senado 
Ministro do STF 
Carreira diplomática 
Oficial das Forças Armadas 
Ministro de Estado da 
Defesa 
Cidadãos do Conselho da 
Somente se houver 
adquirido a condição de 
naturalizado há mais de 
dez anos. 
 
Brasileiro 
nato: 
Naturalizado 
ou o 
portugues 
equiparado: 
 
 
 
 
NÃO 
 
SIM, se 
praticou 
crime comum 
antes da 
naturalização 
ou se 
envolveu com 
tráfico ilícito 
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República 
 
 
 
 
 
 
Estrangeiro: 
 
de 
entorpecentes 
antes ou 
depois da 
naturalização; 
SIM, salvo se o 
motivo for crime 
político ou de 
opinião. 
 
Por fim, no estudo da nacionalidade, nos deparamos com hipóteses 
de perda da nacionalidade brasileira. Isso poderá ocorrer nas 
hipóteses do art. 12, § 4º, da Constituição, assim expresso: 
 
 
 
 
 
O brasileiro naturalizado perderá a sua nacionalidade brasileirase 
atentar contra o interesse nacional. Mas, para que essa perda ocorra, 
deve haver sentença judicial transitada em julgado (= da qual não caiba 
mais recurso), reconhecendo a prática de atividade nociva ao interesse 
nacional e determinando o cancelando a naturalização. 
Também perderá a nacionalidade o brasileiro nato ou naturalizado 
que, voluntariamente, adquiriu outra nacionalidade. 
Essa hipótese de perda decorre do princípio do direito internacional 
segundo o qual cada indivíduo deve ter apenas uma nacionalidade. 
Entretanto, a própria Constituição brasileira relativiza esse princípio ao 
prever duas exceções que possibilitam ao brasileiro nato ou naturalizado 
manter a sua nacionalidade, mesmo adquirindo outra. São elas: 
 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis; 
 
 
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a) a lei estrangeira reconhecer a nacionalidade originária do 
brasileiro; ou se 
b) a lei estrangeira impuser ao brasileiro, como condição para 
permanecer no território estrangeiro ou para lá exercer os 
direitos civis, a imposição da naturalização. 
Admitindo a existência de um cidadão com duas nacionalidades, a 
Constituição possibilita que os brasileiros sejam polipátridas (detentores 
de mais de uma nacionalidade). A situação oposta, em que determinado 
indivíduo não possua nacionalidade, designa-se apátrida ou heimatlos. 
Um resumo desse importante tópico para o seu concurso pode ser 
feito por meio das seguintes questões de concurso: 
 
 
 
6) (CONSULPLAN – Assessor Jurídico– CODEVASF – 2008) A 
Constituição Federal assegura ao estrangeiro: 
A) O acesso a cargos públicos, na forma da lei. 
B) O alistamento eleitoral. 
C) A não extradição por prática de crime contra a vida. 
D) O ingresso na carreira diplomática. 
E) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 
 
Observe que, em regra, os cargos, empregos e funções públicas são 
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em 
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei (art. 37, I, da 
Constituição). Alguns cargos, entretanto, são privativos de brasileiro nato, 
inclusive o ingresso na carreira diplomática. 
É vedado o alistamento do estrangeiro. 
O estrangeiro pode ser extraditado por prática de crime contra a 
vida, salvo se o crime for político ou de opinião. Por essas razões é que o 
gabarito correto é o item A. 
Questão de 
concurso 
 
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É, meus amigos, a nacionalidade é um ponto muito cobrado em 
provas da justiça eleitoral. Fique atento! 
 
5.2 Elegibilidade 
 
Falamos acima dos diretos políticos ativos (direito ao sufrágio), agora 
vamos falar dos direitos políticos passivos ou da capacidade eleitoral 
passiva. Se o eleitor exerce o seu direito ao sufrágio pelo voto, ele 
exerce a sua capacidade eleitoral ativa. Por outro lado, aquele que recebe 
o voto, o candidato, está exercendo a sua capacidade eleitoral passiva. 
Nesse ponto da aula, responderemos a seguinte pergunta: Quais 
requisitos devem ser preenchidos para que uma pessoa possa receber 
votos (= ser elegível)? Ele pode ter nacionalidade não brasileira? Pode ter 
18 anos e concorrer para o cargo de Governador? Pode se candidatar sem 
partido? Pode ser analfabeto? 
Esses requisitos são chamados de condições de elegibilidade. 
As condições de elegibilidade estão previstas no art. 14, § 3º, da 
Constituição. Para a prova da CONSULPLAN, é essencial que você 
DECORE esse dispositivo, uma vez que ele foi objeto de cobrança em 
inúmeros concursos realizados por essa banca. 
Por isso, transcrevo o dispositivo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I – a nacionalidade brasileira; 
II – o pleno exercício dos direitos políticos; 
III – o alistamento eleitoral; 
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V – a filiação partidária; 
VI – a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, 
Vice-Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
 
 
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Assim, para ser elegível, o indivíduo deve: 
 Ter nacionalidade brasileira; NA 
 estar em pleno gozo dos direitos políticos; DIPOL 
 ter se alistado; AL 
 ter domicílio eleitoral na circunscrição; DOMEL 
 ser filiado a um partido político; PAPOL 
 ter idade mínima de acordo com o cargo pleiteado. IMIN 
Temos, portanto, o seguinte: 
Condições de elegibilidade = NA DIPOLAL DOMEL PAPOLIMIN 
Com relação à nacionalidade brasileira (NA), o indivíduo pode ser 
nato ou naturalizado. 
Estar em pleno gozo dos direitos políticos (DIPOL) quer dizer que o 
indivíduo não pode estar com seus direitos políticos suspensos ou perdê-
los. 
O alistamento eleitoral (AL), como vimos acima, é a inscrição do 
indivíduo como eleitor no cartório eleitoral de seu domicílio, é o ato por 
meio do qual o sujeito adquire os direitos políticos e passa a ser cidadão. 
Com o alistamento, o indivíduo obtém o título eleitoral. 
IMPORTANTE: 
Além de não ser possível o alistamento eleitoral do menor de 16 
anos, diante de sua incapacidade absoluta, conforme previsto no Código 
Civl, a Constituição veda o alistamento eleitoral dos estrangeiros e 
dos conscritos. 
Desse modo, somente o nacional brasileiro (nato ou naturalizado) 
pode alistar-se. 
Além disso, conforme dissemos linhas atrás, o alistamento e o voto, 
no Brasil, são obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para 
os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de 16 e menores 
de 18 anos, considerando a data das eleições (art. 14, § 1º, da 
Constituição). 
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Com isso, separamos as seguintes questões para você fixar bem as 
regras constitucionais do alistamento: 
 
 
 
 
7) CONSULPLAN – Analista Judiciário/outras áreas – TRE-SC – 
2008) O alistamento eleitoral é vedado aos: 
A) Estrangeiros e analfabetos. 
B) Analfabetos e menores de 16 anos. 
C) Menores de 16 anos e conscritos, durante o período de serviço 
militar obrigatório. 
D) Estrangeiros e militares aspirantes a oficiais. 
E) Maiores de 70 anos e analfabetos.8) FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – TRE 
– AM – 2009) João completou 18 anos de idade; Juan é brasileiro 
naturalizado; Pedro tem 15 anos de idade e completará 16 anos na data 
do pleito; Paulo era analfabeto, mas deixou de sê-lo; e Manuel é 
português e está trabalhando numa empresa no Brasil. É facultativo o 
alistamento eleitoral de 
(A) Juan e Paulo. 
(B) Juan e Manuel. 
(C) Juan e Pedro. 
(D) Paulo. 
(E) Pedro. 
 
 
Você já percebeu, pelos ensinamentos até aqui apresentados que a 
primeira questão tem como gabarito o item C e a segunda o item E. 
Questões de 
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Diante da importância do alistamento para a banca da CONSULPLAN, 
apresento o seguinte quadro para que a matéria fique ainda mais clara: 
 
ALISTAMENTO 
Obrigatório Facultativo Vedado 
A partir de 18 anos A partir dos 16 até um 
dia antes de completar 
18, considerando a data 
da eleição. 
Estrangeiro 
Alfabetizado Analfabeto Conscrito 
Brasileiro naturalizado Maiores de 70 anos 
 
E o que são os “conscritos”? 
Os conscritos são os que estão prestando o serviço militar 
obrigatório. 
Importante observar que os conscritos que já se alistaram (com 16 
ou 17 anos, por exemplo) não podem exercer o direito ao voto enquanto 
estiverem prestando o serviço militar obrigatório. Assim, ele pode ter o 
título eleitor em mãos (adquirido quando do alistamento) e, mesmo 
assim, não poderá votar. 
O domícilio eleitoral na circunscrição (DOMEL), por sua vez, é 
condição de elegibilidade que exige que o interessado em se candidatar 
tenha residência ou moradia na circunscrição eleitoral do cargo que 
pretende ocupar, ou seja, se Fulano vai se candidatar para prefeito do 
município B, deve morar no município B. 
A filiação a um partido político (PAPOL) é outra condição de 
elegibilidade. O Brasil não admite candidatura avulsa. Tampouco admite 
dupla filiação. Desse modo, não preenche as condições de elegibilidade 
aquele que não tem partido tampouco aquele filiado a dois partidos. 
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A idade mínima (IMIN) é o último requisito de elegibilidade expresso 
na Constituição. Pode parecer uma diferenciação teórica, mas DECORE 
esse ponto, pois ele já foi objeto de cobrança da CONSULPLAN. Para 
faciltar, segue o seguinte quadro: 
Cargo Idade Mínima 
Presidente da República 
Vice-Presidente 
Senador 
35 
Governador 
Vice-Governador 
30 
Deputado Federal 
Deputado Estadual ou Distrital 
Prefeito 
Vice-Prefeito 
juiz de paz 
21 
Vereador 18 
 
Como se vê, a idade mínima mais elevada, 35 anos, é para os cargos 
mais importantes do executivo e do legislativo federal: Presidente, Vice e 
Senador. 
A idade mínima de 30 anos é para os chefes do Executivo estadual 
ou distrital: Governador e Vice. 
A menor idade mínima fica para o cargo de Vereador, 18 anos. 
Os demais cargos eletivos têm idade mínima de 21 anos (demais 
cargos do legislativo – deputado estadual, distrital e federal – chefes do 
executivo municipal – prefeito e vice – e juiz de paz). 
IMPORTANTÍSSIMO observar que todas as condições de elegibilidade 
são aferidas no momento do registro da candidatura, mas as idades 
mínimas serão verificadas tendo por referência a data da posse. 
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Para que você exercite os conhecimentos acerca das idades mínimas 
para a elegibilidade nos cargos e para que você acredite que isso 
despennca em concurso para tribunal eleitoral, veja as seguintes: 
 
 
 
9) (CONSULPLAN – Técnico Judiciário/área administrativa – TRE-
RS – 2008) NÃO é uma condição de elegibilidade a idade mínima 
de: 
A) Dezoito anos para vereador. 
B) Trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do 
Distrito Federal. 
C) Trinta e cinco anos para Senador. 
D) Vinte e um anos para juiz de paz. 
E) Trinta anos para Deputado Federal. 
 
 
10) (FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – 
TRE – AP – 2011) Plínio filiado à partido político e brasileiro, de reputação 
ilibada que acabara de completar vinte anos de idade no mês de junho de 
2008, efetuou o seu alistamento eleitoral na circunscrição eleitoral do 
Município de Caju, onde mantinha seu domicilio. A sua intenção era a de 
concorrer ao cargo de Prefeito no Município de Margarida, nas eleições 
daquele mesmo ano, posto que frequentava faculdade na referida Cidade, 
e era presidente do diretório acadêmico, sendo conhecido e amado pelos 
colegas de faculdade e pela maioria dos habitantes da região, com 
grandes chances de vencer as eleições. Porém, sua candidatura ao 
referido cargo foi barrada, porque não preenchia os requisitos de 
(A) idade mínima de vinte e cinco anos de idade e domicílio eleitoral 
referente a um período de dois anos. 
Questões de 
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(B) idade mínima de vinte e um anos de idade e de domicílio eleitoral 
na circunscrição do Município de Margarida. 
(C) domicílio eleitoral na circunscrição do Município de Margarida e 
de idade mínima de trinta anos de idade. 
(D) pleno exercício dos direitos políticos e de idade mínima de trinta 
anos de idade. 
(E) pleno exercício dos direitos políticos e de idade mínima de vinte e 
cinco anos de idade. 
 
Viu só, como você tem que decorar o quadro das idades mínimas? 
Então volte e leia mais uma vez o quadro! Leu? Decorou? Se você 
decorou você acertou as questões. A primeira tem como gabarito o item E 
e a segunda o item B. 
Vamos em frente! 
Uma última condição de elegibilidade, acrescentada pelo TSE (pois 
não há dispositivo da Constituição expresso nesse sentido) é a quitação 
eleitoral (+QUELE). Desse modo, não pode se candidatar aquele que, 
por exemplo, não pagou multa aplicada pela Justiça Eleitoral ou não 
compareceu à última eleição e não justificou seu voto ou não compareceu 
à Justiça Eleitoral para regularizar a sua situação. 
Com isso, temos: Condições de elegibilidade = NA DIPOLAL DOMEL 
PAPOLIMIN +QUELE. 
Todas essas condições devem ser atendidas cumulativamente. 
Assim, será inelegível o sujeito que não possuir domicílio eleitoral na 
circunscrição, ou que não se filiar a um partido político ou, ainda, que não 
possuir a idade mínima para o cargo. 
A par das condições de elegibilidade, a Constituição prevê hipóteses 
de inelegibilidade expressas. 
As primeiras hipóteses de inelegibilidades previstas são: os 
inalistáveis e os analfabetos. 
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Se os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) sequer podem realizar 
o alistamentoeleitoral. Se o alistamento é condição de elegibilidade, a 
Constituição nem precisava falar que os inalistáveis são inelegíveis. 
Já os analfabetos precisavam sim ser mencionados para que a 
vedação existisse, uma vez que eles podem se alistar, podem votar e, 
portanto, possuem capacidade eleitoral ativa, mas não podem ser 
votados, sendo-lhes negada a capacidade eleitoral passiva. 
Diferente é a situação do semianalfabeto, que é elegível. 
DICA IMPORTANTE: Não confunda a situação do conscrito (o que 
presta serviço militar obrigatório) com a do militar. Este é alistável e 
elegível, desde que atendidas as seguintes condições (art. 14, § 8º, da 
Constituição): 
 
 
 
Outra hipótese de inelegibilidade expressa na Constituição é a dos 
parentes de chefes do Executivo. 
O § 7º do art. 14 da Constuição assim dispõe: 
 
 
 
 
A Constituição caracteriza como inelegível o cônjuge e os parentes 
consanguíneos e afins até o segundo grau do chefe do Poder Executivo ou 
de quem o haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, no 
âmbito da área de atuação da autoridade que detém o cargo eletivo. 
Alguns esclarecimentos acerca dessa hipótese de inelegibilidade: 
 Se equiparam ao cônjuge (relação de casamento): o 
concubino, o companheiro de uma união estável e de uma 
 § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de 
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular 
de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
 
 
 
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, 
se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
 
 
 
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união homoafetiva. Importante observar que a dissolução do 
vínculo conjugal no curso do mandato não derruba a proibição. 
 Parentes consaguíneos e afins até o segundo grau são: filho, 
pai, mãe, irmão, avô, avó, neto, sogro, sogra, padastro, 
madastra, genro, nora e cunhado, adotivos ou não. 
Para que a situação do texto constitucional fique mais clara, 
apresento as seguintes situações: (I) a esposa do Governador do Estado 
de São Paulo é inelegível para ocupar quelquer cargo eletivo no Estado de 
São Paulo e em todos os municípios do Estado, mas pode concorrer a 
cargo eletivo no Estado de Goiás; (II) a filha da Presidenta da República é 
inelegível para ocupar qualquer cargo eletivo no país. 
O próprio dispositivo constitucional apresenta uma exceção a essa 
inelegibilidade: se o cônjuge ou parente já era titular de mandato eletivo 
e é candidato à reeleição. 
No exemplo (II), a filha da Presidenta será elegível se estiver 
concorrendo à reeleição, ou seja, ela ingressou no cargo eletivo quando 
não havia qualquer impedimento (a Presidenta ainda não ocupava esse 
cargo) e agora se candidata à reeleição. 
Além das hipóteses de inelegibilidades expressas no texto 
constitucional, a Constituição faculta à lei complementar estabelecer 
outros casos de inelegibilidade. Os nortes que essa lei deve perseguir são: 
 A proteção da probidade administrativa; 
 A proteção da moralidade para exercício de mandato; 
 Levando em conta a vida pregressa do candidato; 
 Afastando a influência do poder econômico; 
 Afastando o abuso do exercício de função, cargo ou emprego 
na administração pública. 
A lei complementar que trata das hipóteses de inelegibildade é a LC 
nº 64/90, recentemente alterada pela LC nº 135/2010 (Lei da Ficha 
Limpa). 
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Não abordaremos as hipóteses de inelegibilidade previstas na lei, 
apenas as previstas na Constituição. 
Partimos agora para a reta final desse ponto de nossa aula. Com 
toda certeza, até o presente momento já cobrimos mais de 30% das 
questões de direito eleitoral de sua prova! 
Vamos em frente! 
Falemos agora de um tema interessante, a reeleição. 
A Constituição autoriza a reeleição – para o mesmo cargo – dos 
chefes do Poder Executivo e de quem os houver sucedido, ou substituído 
no curso dos mandatos, para um único período subseqüente. 
A regra de uma única reeleição se aplica ao titular do Poder 
Executivo bem como ao Vice e, até mesmo, ao Presidente do Legislativo 
que eventualmente tenha assumido o cargo de chefe do Executivo no 
curso do mandato. 
Para deixar claro, o Vice só pode ser Vice por duas vezes 
consecutivas (uma reeleição). 
IMPORTANTE deixar claro também que a reeleição é para concorrer 
ao mesmo cargo. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos 
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito 
(desincompatibilização). 
A reeleição dos membros do Poder Legislativo é permitida e não há 
limitação de mandatos consecutivos nem necessidade de 
desincompatibilização. Nem mesmo para concorrerem a outros cargos os 
membros do Poder Legislativo precisam se desincompatibilizar. 
Como se vê, via de regra, somente o chefe do Executivo precisa se 
desincompatibilizar para se candidatar a outro cargo. 
Mais uma vez, para mostrar que o que falo aqui cai em concurso 
para tribunal eleitoral, apresento as seguintes: 
 
 
Questões de 
concurso 
 
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11) CONSULPLAN – Técnico Judiciário/área administrativa – TRE-
RS – 2008) Marque a alternativa INCORRETA: 
A) Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o 
serviço militar obrigatório, os conscritos. 
B) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil a 
lei que alterar o processo eleitoral só poderá entrar em vigor após um ano 
de sua publicação. 
C) São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e 
os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, 
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. 
D) Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem 
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 
E) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
 
A questão revisa alguns dos principais pontos até aqui comentados. 
Alerta você, concursando, para o fato de que o princípio da anualidade 
informa que a lei que altera o processo eleitoral entrará em vigor na data 
de sua publicação, mas só será aplicada à eleição que ocorra até um ano 
da data de sua vigência. 
Relembra, também, que para a reeleição não

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