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Direito Administrativo

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Direito Administrativo
Aula I
Dia 05/02/2015
	O direito administrativo dicas dentro do Estado e fora do estado, ou seja, trata-se também do indivíduo. É um ramo autônomo pois tem sua legislação própria. Esse direito administrativo autônomo só é viável num determinado contexto histórico. Só é possível se falar nesse direito administrativo autônomo tratando das relações entre Estado e indivíduo após a revolução francesa de 1789. 
	Até a revolução francesa, chamava-se Estado Absolutista. Um estado ilimitado dentro de sua atuação. Era um Estado que não tinha limites, que fazia o que bem entendia. Quando surge a revolução francesa, ela torna-se uma limitadora da atuação do Estado, colocando três limites:
1º Principio da Legalidade → Surge com a Magna Carta. As leis representam a vontade popular e dizem quando o Estado poderá atuar. A população dita ao Estado o que se pode fazer. A população começa a ordenar o Estado. Se não houver lei, a administração pública não pode atuar. 
2º Principio da Separação de Poderes → Separação de funções. Cada poder exerceria um parcela de poder estatal e cada poder controlaria o outro poder. Sistema de freios e contra pesos. Ao fazer a separação de poderes, de alguma maneira limita-se o próprio Estado. 
3º Reconhecimento formal de direitos básicos do homem e do cidadão. Declaração do Homem e do Cidadão. Direitos de primeira geração, direitos de liberdade, propriedade etc. O estado passa a atuar e promover estes direitos, se não, sua atuação será ilícita. Surge por tanto neste contexto o Estado de Direito. Sai de cena o Estado absolutista, e com a revolução francesa entra em cena um novo Estado. Estado Liberal de Direito. 
Arrit Blanco de 1783 → Surge o Direito Administrativo. Surge na França e depois é transportado para outros países. Na frança temos um sistema judiciário diferente do nosso. Aqui no Brasil temos um princípio da inafastabilidade do poder judiciário, dizendo que toda lesão será resolvida pelo Poder Judiciário. Qualquer causa poderá ser submetida ao poder Judiciário. Unicidade ou unidade de jurisdição. 
Na frança é diferente. É o sistema de dualidade de jurisdição. Temos duas justiças básicas na França. 
No caso Blanco, entendeu-se que o Direito administrativo tem jurisdição sobre ele, pois era uma atividade pública, um serviço público com bases em normas diferentes dos particulares. Determinação do Tribunal de Conflitos. O grande protagonista desse sistema é a lei. 
O direito administrativo é um ramo do direito publico que tem por objeto as regras e os princípios aplicadas a atividade administrativa pre ordenada a satisfação dos direitos fundamentais. 
O direito administrativo integra o Direito público. 
Os constitucionalistas costumam dividir o Estado de direito em três tipos de Estado. Estado liberal, estado social, estado pós social → estado neoliberal, estado subsidiário, etc.. 
Estado Liberal de Direito → Surge com a revolução francesa. O estado liberal de direito surge após a revolução francesa com a derrota do estado Absolutista. A característica do Estado liberal é a não intervenção. As pessoas ainda tem medo do Estado e impedem ela de intervir. É um estado abstencionista, que em regra não faz questões na ordem econômica e na ordem social. O problema desse modelo, é que causava “a lei do mais forte.” Aquele indivíduo que teria a maior força econômica, oprime os demais. Nas relações de trabalho, isso era o que mais acontecia. E o estado, como era abstencionista, não intervia nestas relações.
Crise de 1929 → Quebra da Bolsa de NY 
Estado Social de Direito → Trata-se de um perfil de estado completamente diferente, é um Estado Intervencionista. É um estado que vai prestar serviços e executar atividades. É um Estado prestacional, que fornecerá serviços e bens para coletividade. Neste contexto de Estado prestador social, ele amplia seu tamanho, pois tem tarefas que anteriormente não desempenhava. Neste período o Estado começa a criar empresas estatais. O Estado cresce tanto, concentrando tantas atividades custosas, que o mesmo não tem mais dinheiro para prestar suas atividades e não tem mais a eficiência na prestação de tantas atividades. Surge então o terceiro Estado.
Estado de Direito/Estado Neoliberal → Passa a diminuir o seu tamanho, diminuir os custos. Começa um período de desestatização. Privatização de muitas empresas. No Brasil esse período ocorreu na década de 90. Há institucionalizado no Brasil o programa de desestatização. Período do Fernando Henrique Cardoso. Inicia-se o processo de diminuição do Estado, o Estado se retira. Ele devolve atividades econômicas para o mercado e faz delegações de serviços públicos. 
O Estado cria agências regularizados: ANATEL, ANEEL, ANP. 
Emenda Constitucional 19/98 → Altera normas que trata do direito adm. As transformações foram tão profundas que a Doutrina toda disse que começou a mudar a legislação pública. Com esta reforma adm., sai de cena o que se chamava de adm. publica burocrática e entra adm. pública gerencial. 
Aula II 
Dia 10/02/2015
Hoje aquela noção tradicional no sentido de que o Estado só pode fazer aquilo que a lei autoriza, está passando por uma releitura. Estamos em um momento de neoconstitucionalismo, conclui-se que o Estado na sua atuação não deve respeitar apenas a lei. A atuação do Estado para ser legitima deve respeitar a lei e os demais princípios e regras consagrados na CF e na legislação infraconstitucional. A atuação do errado hoje tem que respeitar a lei e o direito como um todo. 
Juridicidade 
E a ideia de que a administração pública tem que respeitar a lei e o direito. 
STF acredita que é inconstitucional dar cargo comissionado a familiares, pois a nomeação de parentes viola os princípios constitucionais da moralidade, impessoalidade e eficiência para decidir em uma súmula vinculante que parentes ate terceiro grau não são permitidos em cargos comissionados. Ou seja, neste momento a lei não vigora, que permite que qualquer pessoa assuma cargo comissionado, mas os princípios foram usados decidindo que não é qualquer pessoa. 
As opiniões de um autor não vincula a decisão judicial. Porém, as opiniões dos autores, a doutrina, são utilizadas como argumento de autoridade. Argumento que se soma a outros argumentos numa determinada fundamentação dada pelo Estado e o Tribunal. A doutrina influencia o operador do Direito mas não vincula. 
Costumes
São práticas reiteradas de fatos em seu elemento objetivo, e no seu elemento subjetivo, os particulares acreditam na obrigatoriedade de praticar estes fatos. 
Costume preter legis → Omissão legislativa 
Precedentes administrativos → Decisões administrativas – que devem ser repetidas. 
Toda e qualquer decisão da autoridade Estatal. Quando se fala em precedentes administrativos fala-se em autovinculação administrativa. 
Interpretação
Descobrir o sentido da norma
Interpretação Lógico-Gramatical
Representa a letra fria da lei. 
Interpretação Histórica
Interpretação Sistemática → Toda e qualquer interpretação deve levar em consideração não só aquela norma específica que está sendo interpretada, mas também as demais normas jurídicas constantes do sistema que se aplicam aquela questão. Ou seja, a ideia de que você não deve fazer uma interpretação descontextualizada do sistema. A interpretação sistemática garante harmonia e coerência na interpretação jurídica. Ou é interpretação sistemática ou não é. É uma interpretação de extrema importância. 
Interpretação teológica → O intérprete busca a intenção da norma. Sai da literalidade e busca-se a intenção da norma. 
Integração do Direito Administrativo
Interpretação x integração
Na interpretação nos descobrimos o sentido da norma, e na integração é um método de superar lacunas normativas. 
Analogia legal – Analogia legis →
Analogia significa a aplicação de uma norma que trata de casos semelhantes a um outro caso que não é regido por norma específica. O operador do direito busca regras que regula casos semelhantes
e vai aplicar esta lei ao caso despido de norma. O operador busca a lei de caso semelhante e aplica essa lei em outra hipótese que não é questão de norma.
Ex: greve do servidor público → o judiciário usou analogia legis para suprir objeto de lacuna para resolver o problema de omissão. 
Analogia jurídica ou iuris →
A legislação desde a década de 90 faz a ponderação de legalidade e segurança juridica, legalidade e boa fé, e a legislação tem fixado um prazo máximo no qual o poder publico poderá anular seu ato ilegal. Caso não faça, ocorre a decadência.
Na adm publica federal tem lei que trata de lei federal e fala de decadência. Lei 9784/99. Processo adm federal. Se aplica a união federal e suas entidades. Cada estado e cada municipio terá sua própria lei. Essa lei estabelecerá o prazo máximo de 5 anos para o poder público anular seus atos ilegais. Caso não anule, os atos permanecem mesmo ilegais produzindo seus efeitos.
O município do RJ até hoje não tem lei própria. O estado só trouxe sua lei em 99. Para muitos municípios e estados a legislação não decidiu prazo máximo de decadência. 
Se olharmos para o ordenamento juridico, as leis que se preocupam com a segurança juridica e a presença do Estado, todas esta leis quando vão fixar um prazo sempre fixam prazo de 5 anos. 
As normas do ordenamento de uma maneira geral ao fixar prazos para o Estado sempre são 5 anos, e por isso aplicam aos municipios que não tem legislação própria. Faz-se assim uma analogia iuris. 
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Aula III 
Dia 24/02/2015
Pegar matéria com Sorriso completamente
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
Principio da Proporcionalidade → Não é retirado pela cláusula do devido processo legal como nos EUA, mas retirado da cláusula constitucional do Estado de Direito. A ideia de proporcionalidade é uma ideia intrínseca ao Estado de Direito sem restrições desproporcionais. 
Parcela da doutrina da jurisprudência utiliza a razoabilidade e a proporcionalidade como princípios fungíveis. Mas onde está na CF os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade?
Se você for inspirada pelos EUA, a razoabilidade foi tirada pelo Devido Processo Legal, que também está no artigo 5º da CF.
Proporcionalidade na Alemanha, do Estado de Direito e da proporcionalidade dos direitos fundamentais que também estão no art. 5º da CF.
A razoabilidade e a proporcionalidade são intrínsecos a CF. 
Lei 9784/99 
Art. 2º → Princípios Expressos da Adm. Pública
Razoabilidade/Proporcionalidade
A atuação do Estado, como conferir se a mesma foi razoável e proporcional?
O STF já tornou inconstitucionais os diplomas e atestados de capacidade para o exercício das profissões de corretor e jornalista. Para o STF estes diplomas não garantem a eficácia do profissional. 
Sub Princípios:
	Adequação → O Estado constitucional deve ser adequado para seguir o fim perseguido pelo agente público.
	Necessidade → O ato do Estado somente será considerado proporcional se não houver um outro ato que atinja o mesmo fim com menores restrições aos Direitos Fundamentais. Se o Estado for escolher entre um dos caminhos, ele deve escolher o caminho que restringe menos direitos das pessoas. Teoricamente, usa-se aquele que atinge menos pessoas. 
	Proporcionalidade em sentido estrito → É nesse terceiro teste que o intérprete vai fazer a ponderação de interesses. Qual princípio tem aplicação direta no caso concreto. 
Art. 170 CF. Princípios que são colidentes.
Principio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Interesse Privado
Principio clássico do Direito Administrativo, sempre defendido pela doutrina tradicional. 
Humberto Ávila 
Daniel Sarmento
Ricardo Shier
Alexandre Santos Aragão
Autores que criticam este princípio
Pra distinguir o interesse público do privado, chama-se interesse público primário e interesse público secundário. 
O interesse público primário tem relação direta com as finalidades do Estado. Quando o Estado promove saúde, educação, proteção ao meio ambiente, ele está respeitando a supremacia do interesse público, que é o interesse primário. 
O interesse público secundário/instrumental, envolve instrumentos. Instrumentos que são necessários para o Estado satisfazer as suas finalidades, que satisfará o interesse público primário. Interesse público secundário: servidores públicos, espaço da escola, dinheiro, pessoal, bens...
A CF coloca no mesmo patamar o interesse publico e o interesse privado. A colisão não é entre os interesses mas sim entre os direitos fundamentais. (tese minoritária) 
A supremacia do interesse público ainda é uma doutrina majoritária. 
Aula IV 
Dia 26/02
Principio da Autotutela 
O Estado tem o dever de controlar seu próprio ato, estando sempre dentro da lei. A auto tutela permite que o próprio Estado reconheça a ilegalidade do seu ato. Quando o Estado pratica um ato ilegal, ele vai retirar isso do mundo jurídico. O Estado vai anular seu ato ilegal. Anulação é a extinção do ato administrativo por ilegalidade. 
O Estado pode revogar → Extinguir ato administrativo legal que se tornou inconveniente ou inoportuno. 
Súmula 346: Adm. publica pode declarar anulidade dos seus atos. 
Adm. publica e mais participativa por conta da necessidade da intervenção do Estado. A doutrina aponta uma crise na ideia de que os representantes nos representam cada vez menos. Por conta disto, há um instrumento direto de democracia que permite a participação direta da população na decisão pública. 
Principio da Confiança Jurídica
De acordo com Canotilho, o princípio da segurança jurídica se divide em duas vertentes. 
Sentido objetivo → A segurança jurídica está preocupada com o objeto, com as pessoas. Significa estabilidade das relações jurídicas, Art. 5º Inciso XVI da CF. 
Sentido subjetivo → Proteger as pessoas. As expectativas legítimas das pessoas deve ser protegida. É nesse sentido subjetivo que se traz a ideia de confiança e de boa fé. 
Teoria dos Atos Próprios
As pessoas não podem se contradizer, voltar contra seu ato anterior. 
Esta vedação se aplica ao Poder Público para garantir segurança jurídica. 
Dia 10/03/2015
Órgãos Públicos 
O Estado prometeu para o órgão aumentar sua autonomia. A criação de órgão público é por meio de lei e por ato administrativo do órgão executivo. É a lei que diz o que o órgão pode fazer. Principio da legalidade administrativa. 
O Estado não amplia a autonomia do indivíduo, a autonomia do indivíduo é ampla. O Estado pode restringir a autonomia do indivíduo por meio de lei. A entidade privada já tem autonomia. 
O órgão público em regra não pode celebrar contratos. 
Art. 1º § 2º I da Lei 9.784/99
Teorias
Mandato 
Representação
Órgão
Principio da Imputação Volitiva → A atuação do órgão é imputada a pessoa juridica na qual ele faz parte. O órgão não é pessoa, ele presenta pessoa jurídica. 
A União Federal impõe metas aos seus órgãos internos e o Presidente também aos seus Ministros. 
Sempre tratar a literalidade da lei em provas objetivas, e provas discursivas a literalidade e a crítica. 
Classificações dos Órgãos Públicos 
Titularidade Federativa 
Órgãos Públicos que integram o ente federativo. 
Órgãos que integram o Estado são Órgãos Estaduais (Secretaria Estadual de Segurança Pública, Meio Ambiente, Educação...) 
Órgãos de composição singular e composição colegiada. 
Presidência da República é um órgão singular que decide de maneira autônoma. 
Órgão Colegiado composto por mais de um servidor que decidem ou por unanimidade ou por maioria. 
Ex: Comissão de licitação. (Formada por três servidores que em regra preside os trabalhos de uma licitação pública). Comissão Disciplinar (Investiga faltas ilícitos cometidos por servidores públicos.). 
Quanto a hierarquia e a estatura do órgão, temos quatro espécies de órgãos públicos. 
1º Órgão Independente → Professor Eli Meireles dizia que é o órgão da mais alta hierarquia
administrativa. Não está subordinado hierarquicamente a nenhum outro órgão. Presidência da República. Órgão da cúpula executiva, Presidência. Órgão da cúpula judiciário – STF. Órgão da cúpula do legislativo Estadual → Assembleia Legislativa. Órgão da cúpula do judiciário Estadual → Tribunal Estadual. São órgãos independentes com controles recíprocos. Tem interferência dos poderes mas não há hierarquia entre eles. Órgãos que podem ir a juízo mesmo sem lei são órgãos da cúpula, órgãos independentes. Prefeitura é a cúpula do Município. 
2º Órgão Autônomo → Órgãos autônomos. Tem autonomia. Órgãos Autônomos tem autonomia administrativa e financeira. É uma autonomia limitada por que estes órgãos estão abaixo dos órgãos independentes. Por exemplo, as secretarias municipais e estaduais que são abaixo da prefeitura que são os órgãos independentes, mas são autônomos financeiramente e em sua administração. 
3º Órgão Superior → Os órgãos superiores estão subordinados aos órgãos autônomos e aos órgãos independentes. Mas apesar desta subordinação, estes órgãos superiores não teriam autonomia mas teriam alguma capacidade decisória. Apesar de não terem autonomia, teriam alguma capacidade para decidir. Ex: Delegacia de polícia. Têm os delegados de carreira como autoridade. 
4º Órgão Subalterno → Estão na base da hierarquia e estão subordinados a todos os demais órgãos. 
Dia 12/03/2015
→ Pegar matéria. 
Autarquias
Conceito
Criação
Objeto
Regime de Pessoal
Autarquia não pode criar atividade econômica. 
O Estado em alguns casos pode atuar como particular. O Estado pode ser empresário, um exemplo é a Petrobras. A CF diz que se o estado quer exercer uma atividade econômica, para que ele faça isso ele deve cumprir dois requisitos:
Art. 193 CF. 
1º→ Tem que demonstrar que a aquela atividade econômica coloca em risco a segurança nacional ou a atividade representa o interesse social relevante. 
2º → Se o Estado vai exercer uma atividade econômica como empresário por meio de empresa pública ou sociedade de economia mista. A atividade econômica é tipica do Estado? Não. É tipica dos particulares.
Dia 19/03/2015
A empresa pública pode ser limitada, SA. 
Toda e qualquer sociedade de economia mista criada no Brasil tem que ser sociedade anônima. Essa exigência é uma exigência legal que aparece no artigo 235 da lei 6.404/66. 
Foro Competente
Foro competente para julgar as demandas, há uma diferença. Começando pelas empresas públicas. No que toca as empresas públicas precisa saber como vai ser julgada tem que definir o foro competente. Se for empresa pública federal é a União Federal
Como regra, as ações das empresas públicas federais são julgadas na justiça federal. Se a empresa pública é do município, qualquer outra, as demais são julgadas na Justiça Estadual. Art. 109 inciso I da CF. 
Toda e qualquer sociedade de economia mistas, mesmo as federais, tem suas ações julgadas na Justiça dos Estados. 
Empresas Estatais – Características Básicas 
1º → Criação 
As empresas estatais são pessoas jurídicas criadas por processos legais com autorização legislativa. Essa lei para ser redundante autoriza a criação das estatais. Não é a lei que cria. Na autarquia quem cria é a lei. Na Autarquia a lei cria automaticamente. Na empresa estadual a lei apenas autoriza a criação. A lei que autoriza a criação do Chefe Executivo. 
Todas as pessoas públicas são criadas por lei. Criadas pelo registro, por ato constitutivo. Podemos criar pessoas privadas quando quisermos, basta criar um Ato Constitutivo e registrar. Mas nas empresas públicas, a única diferença é que o Estado precisa de uma lei que autorize. Uma lei específica, que autoriza a criação de uma Estatal específica. Cada lei autoriza a criação específica de uma Estatal. 
Art. 37 Inciso XIX da CF. → Que dá esta ordem. 
2º → Objeto
Estatais são pessoas jurídicas de objeto privado para prestar serviços públicos e atividade econômica. Pode-se criar Estatal para serviços públicos tanto para exercer atividade econômica. As autarquias não podem sofrer atividade econômica. A atividade econômica é típica do particular. Só através das Estatais que o Estado pode ser empresário e atuar como particular concorrendo com as demais particulares. 
Ex: STF julgou a famosa ADPF Nº 46, O STF diz que como forma geral, serviço postal é serviço público. Pergunta-se: Empresa de correios e telégrafos presta serviço postal, então a ECT é um exemplo de Empresa Estatal que presta serviços públicos. É uma exceção. Logo, há exemplos de empresas estatais que exploram serviços públicos e atividades econômicas. Esta distinção é fundamental para responder outras características que são colocadas nas empresas estatais. 
3º → Regime de Pessoal
Nas autarquias, vimos que são pessoas públicas, e regime de pessoal das autarquias é o Estatutário. Nas Estatais, as pessoas são pessoas privadas. Para o particular ingressar na Estatal tem que ser aprovado em concurso público. Art. 37, II CF. → Exige concurso público para pessoas públicas e pessoas privadas da administração pública. É a regra de ingresso para qualquer pessoa jurídica do Estado. Quinto CF.. O STF hoje com a doutrina majoritária diz que os empregados das empresas estatais que são contratados via concurso público só podem ser demitidos por decisão motivada. 
Ao dizer as razões, ao justificar e ao motivar, a demissão só será válida se a justificativa for verdadeira. Se a justificativa corresponder aos fatos reais. 
Teoria dos Motivos Determinantes → A demissão é motivada, considerada válida, se for uma afirmação verdadeira. Caso contrário, é um ato inválido. 
Estatal Econômica → Art. 173 
As Estatais econômicas são expressamente mencionadas no artigo a cima. A Estatal econômica vai se submeter ao mesmo regime jurídico das empresas privadas. Inclusive no que toca as obrigações civis, trabalhistas e tributárias. 
Para atuar como empresário, o Estado poderá atuar sim como empresário e o Estado se coloca no mercado frente as pessoas privadas. Para a concorrência seja possível com o Estado no mercado, o Estado deve se submeter as mesmas regras e ao mesmo tratamento. Por isso o art. 173 §1º II. O bem de uma privada qualquer pode ser penhorado? Sim. Pode penhorar bens de empresas estatais econômicas? Sim. Sem maiores problemas. Pois as duas empresas têm as mesmas regras para poderem competir de forma igual e equilibrada frente ao mercado. 
Resumindo... 
Se for uma Estatal de serviço público – Estatal é pessoa privada. Mesmo sendo Estatal de serviço público, Estatal é pessoa privada. Bens podem ser penhorados. Mas há uma exceção. O STF e o STJ e a Doutrina Majoritária dizem que não é possível a penhora de bens das Estatais afetados (vinculados) a prestação de serviços públicos. 
Quando se diz isso, diz que o bem penhorado precisa ser alienado. Se o bem é um bem vinculado a prestação de serviços públicos, não pode ser penhorado, por que se for penhorado será alienado, e não pode ser alienado por que é um bem de utilização para prestar serviços públicos.
Ex: Empresa que presta serviços públicos de passageiros estatal. Essa Estatal têm seis ônibus que fazem serviço de pessoas em um determinado território. João abre uma ação contra esta empresa, e pede a penhora de um ônibus. Se for penhorado esse ônibus, não terá ônibus para prestar serviço público de passageiro, e o resto da população não terá acesso ao transporte. (Princípio da Continuidade do Serviço Público é usado neste caso). 
Se o bem da Estatal do serviço público, não afetar o serviço público, pode penhorar? Em tese sim. Excepcionalmente não poderá ser for usado a prestação de serviço público. 
Conclusão: Cabe penhora de bem estatal, só não caberá penhora no que toca estatal de serviço público e bem do serviço público que será necessário para sua continuidade. Bem privado pode ser usucapido? Pode. Bem estatal pode ser usucapido? Sim. Por que Empresa Estatal é pessoa privada. 
Para Usucapião pode-se usar o mesmo raciocínio que
é a regra da Penhora?
A tese que o STF vai trazer neste julgado é que cabe sempre usucapião de bem estatal. Não importa se bem Estatal presta serviço público ou não. Por que? Por que Usucapião é a posse pacífica por 15 anos. Art. 1238 do CC. 
Ex: Se João toma posse de um terreno Estatal prestador de serviço público, 60 anos depois a Estatal resolve acordar e dizer: - João, saia!. João se nega a sair e procura um defensor público. O adv. da estatal vai dizer que João não pode usucapir por que é um bem de serviço público e fundamental para sua continuidade. O Juiz diz que: Então a Estatal está confessando que o serviço público não foi prestado por 60 anos e a Estatal não cumpriu seu papel. Logo, a posse é do João. Esse período de tempo de posse não é necessário para continuidade do serviço público e por tanto não poderia a Estatal alegar que este terreno era fundamental para continuidade do serviço público. 
Responsabilidade Civil da Estatal 
Fala-se de Autarquia. Autarquia responde de maneira objetiva. Art. 37 § 6º. 
Estatais podem prestar serviço público ou atividades econômicas. A Estatal que explora atividade econômica, não se aplica o Art. 37 do § 6º por que este artigo só falam de empresas estatais e privadas que prestam serviços públicos. 
As Estatais econômicas devem se submeter o mesmo regime das Empresas Privadas. O Código civil traz a responsabilidade subjetiva, e só haverá responsabilidade objetiva se houver lei expressa. Se empresas privadas respondem de forma subjetiva, as estatais também. 
Se uma Estatal econômica travar uma relação de consumo com você, você vai responsabilizar ela de maneira objetiva. Mas só fará desta forma por que está em uma relação de consumo, e o CDC responsabiliza estas empresas de forma objetiva. Logo, as empresas estatais econômicas podem responder de maneira objetiva mas apenas quando houver lei específica ordenando isto. 
Dia 26/03/2015
Quando se fala em direito administrativo não se fala em legislativo, apenas em prerrogativas do poder executivo. O grande fundamento do poder da adm. pública aparece na Constituição Federal. Art. 84 inciso IV da CF. 
Compete privativamente ao presidente da república. Esse artigo fala do poder executivo. Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis bem como expedir decreto e regulamentos para sua fiel execução. 
Ou seja, o chefe-executivo pode expedir decretos e regulamentos para sancionar. É um poder normativo reconhecido ao executivo que tem fundamentos expressos do artigo 84 inciso IV. Dentro da adm. pública têm-se poderes normativos secundários. Dentro da adm. pública têm-se poderes normativos que podem ser exercidos pelo chefe executivo (poder regulamentar) e dentro do executivo, dentro da estrutura da adm. pública, têm-se determinadas entidades que vão também exercer também o poder normativo que têm as suas peculiaridades. Refere-se a agências reguladoras. 
Primeira premissa → Poder executivo. Art. 84 inciso IV fala que o chefe do executivo pode baixar decretos e regulamentos. A adm. pública tem como regra o poder regulamentar a sua disposição e dentro da administração pública quem vai exercer esse poder regulamentar é o chefe do executivo. 
Olhando-se para adm. pública de forma mais atenta, encontra-se categorias de autarquias que são as agências reguladoras, e dentro desta categoria específica que estas autarquias também tem recebido do ordenamento jurídico, poderes normativos, prerrogativas normativas. 
As agências reguladoras, quando forem regular os seus setores, a lei diz que elas também poderão baixar normas. E ao falar isso a lei não traz questões de regulamentos. Poder regulamentar envolve regulamentos que tem fundamentos específicos.
Quem vai exercer no Brasil poder regulamentar? Chefe Executivo. 
Dentro deste gênero tem o poder normativo da adm. pública e tem a possibilidade do poder normativo nas agências reguladoras. A doutrina quando diz destas agências regulamentadoras e seu poder normativo, diz que estas agências tem poder regulatório são espécies de poderes normativos secundários. 
Quando as agências baixam normas nos seus setores regulados, quando a ANATEL traz normas, por exemplo, para tratar de comunicações, ela exerce um poder normativo dentro do setor que a mesma regula. 
Chama-se normalmente em resolução. O ato normativo de uma agência reguladora tem caráter político ou técnico? Caráter técnico, por que a agência reguladora tem servidos concursados que tem conhecimento técnico nesta atuação regular. 
Poder normativo ou regulamentar 
Classificação importante
Critério de Fundamento da Validade da norma que vai ser baixada pelo executivo. Quanto ao fundamento de validade o fundamento do Executivo pode ser autônomo ou pode ser um poder normativo que é regulamentar. Na primeira hipótese fala-se em decreto autônomo e na segunda hipótese fala-se em decreto regulamentar. 
A partir do critério de fundamento de validade da norma, pode-se dizer que a norma é autonoma, um decreto autônomo ou um decreto regulamentar. 
Não vai se classificar esse decreto como decreto autônomo por que o seu fundamento de validade não será a lei, será a própria constituição. O legislador público mesmo sem lei vai atuar. Na prática se não houve lei, o decreto vai inovar na ordem jurídica.
É um decreto que será editado sem lei de maneira autônoma que irá inovar na ordem jurídica. Em regra, não pode haver esse decreto no Brasil pelo principio da legalidade, porque a administração pública só pode atuar se a lei autorizar. 
Decreto regulamentar → Qual é o fundamento direto de validade do decreto regulamentar é própria lei. Quando o chefe-executivo baixar um decreto regulamentar ele terá que respeitar a lei. A lei por sua vez tem que respeitar a Constituição. Cabe em regra lei regulamentar? Sim. 
Decreto autônomo → Cabe controle de constitucionalidade.
Decreto regulamentar → Não cabe controle de constitucionalidade. 
O decreto regulamentar, se contrariar a lei, não tera nesse momento uma crise de legalidade. O decreto descobre se violar a lei. Então não cabe controle de constitucionalidade por causa da crise de legalidade. 
Por conta de algumas alterações recentes da CF, voltou a questão se pode ou não haver poder normativo autônomo na CF. 
Teoria dos poderes implícitos → Se a CF impõe uma série de deveres ao Estado, implicitamente reconhece os meios.. Ex: Estado tem que garantir a educação. Pergunta: Estado pode construir uma escola pública? Sim. O Estado tem objetivos constitucionais que podem ser alcançados e ela própria pode alcançar decretos autônomos, desde que esteja pré ordenada a alcançar principios constitucionais. (Tese Minoritária)
Não se pode ter decretos autônomos no Brasil por causa do principio da legalidade, por que sem lei não se atua. (Tese Majoritária)
Porém há três exceções por Emendas Constitucionais:
1º → Art. 84 Inciso VI A → Houve a substituição da palavra lei por decreto neste artigo. A própria constituição que não precisa mais de lei, simplesmente um decreto faz a organização pública. Ou seja, a CF para de exigir a lei. Não passa a ser inconstitucional. Pq a própria CF faz. Ou seja, agora o chefe executivo pode organizar a administração pública sem precisar de lei, apenas por decreto autônomo pois pelo fundamento da validade é expressamente autorizado pela CF. 
2º e 3º Exceção → Emenda da CF 45/2004 reformou as duas últimas exceções. 
2º Exceção → Art. 103-B §4º Inciso I CF — A CNJ e a CNP podem baixar resoluções sem lei. A própria CF deu esse poder normativo expressamente. 
3º Exceção → Art. 130-A §2º Inciso I CF 
Dia 05/05/2015
Quanto a liberdade do a gente, o ato administrativo vinculado quando não houver liberdade para o agente público fazer escolhas. 
Nunca jamais o agente público terá liberdade total, pois se não ocorrerá arbitrariedade e não discricionariedade.
Apenas dois elementos podem ser discricionário: motivo e ou objeto. 
Extinção dos Atos Administrativos 
Por decisão da própria administração
pública, o Estado decide extinguir o ato por alguma razão, fala-se em extinção por manifestação de vontade da administração pública. 
Caducidade → Na caducidade o ato vai ser extinto por que se tornou incompatível com a nova legislação. Na caducidade existe uma ilegalidade superveniente. Extinção do ato administrativo que se tornou ilegal pela incompatibilidade com a nova legislação. 
Anulação → Extinção de um ato administrativo que foi editado em contrariedade com a lei. Na anulação, o ato já nasce ilegal. 
Na caducidade o ato nasce legal e se torna ilegal, na cassação o ato também nasce legal porém se torna ilegal por que o indivíduo começa a praticar ilegalidades. 
Na anulação o ato é ilegal desde seu nascimento. Se Adm. pública não anula o ato ilegal na autotutela, o judiciário poderia anular. 
Ilegalidade: Caducidade, cassação e anulação. 
Revogação → É a extinção de um ato legal que se tornou conveniente e inoportuno. Não tem conexão com a ilegalidade. 
Qual ato administrativo que é editado por liberdade pelo poder público? No ato discricionário temos o mérito administrativo que é a liberdade inerente ao ato discricionário, liberdade e oportunidade do motivo e do objeto. 
Revogação é a extinção do ato legal que se tornou inconveniente ou inoportuno, por isso só ato discricionário pode ser revogado, se a revogação é uma extinção do ato por conveniência ou oportunidade, por razões de mérito, e se só o ato discricionário tem conveniência ou oportunidade, só pode revogar ato com mérito. Como regra, não cabe revogação de ato vinculado. 
Há uma exceção: De acordo com STF existe um caso, único caso de revogação de ato vinculado: 
Não cabe revogação de ato vinculado em nenhuma hipótese pela opinião do professor, mas pelo STF pode ter a revogação de apenas um ato vinculado, revogação da licença para construir. 
Na prova de adm é pra colocar o que o STF diz, da revogação do ato vinculado apenas em licença para construir. 
Se um ato é editado de maneira irregular, ilegal, o poder público tem o dever de anular o ato ilegal. Princípio da legalidade. Há colisão entre princípios constitucionais, e resolve-se isto com a ponderação. Principio da segurança jurídica, da boa fé objetiva, e etc.. Principios que protegem a legalidade do ato que se anula, e na ponderação de interesses, se a autoridade entender que a anulação vai gerar prejuízos relevantes, a autoridade pode dar uma primazia ao princípio da segurança jurídica, ao princípio da boa fé em detrimento da lei. Logo, a administração pública pode decidir em não anular o ato, salvando assim o ato administrativo ilegal, chamando-se este ato de convalidação/sanatória. 
Dia 12/05/2015
Analisa-se a pessoa jurídica é pessoa jurídica. 
Princípios que se aplicam as licitações públicas — O primeiro princípio que é específico para as licitações é o princípio da competitividade. 
Princípio da Competitividade → A licitação é um processo que garante a escolha pessoal e isonômica, mais vantajosa. Só fala em licitação se houver competição. Imagine um exemplo que o Estado vai celebrar um contrato e você tem no Brasil um prestador exclusivo, por exemplo a empresa ABC que presta bens e serviços. Ou seja, tem sentido fazer homologação? Fazendo ou não homologação quem irá se contar? A ABC. Por isso não há licitação sem concorrência, pois a concorrência traz as opções para as melhores escolhas.
Quanto maior for a competição, quanto mais concorrentes e interessados existirem, mais chances o poder público terá para obtenção da opção mais vantajosa. 
O poder público tem que permitir a participação do maior número possível de interessados, e ao permitir o maior número de interessados, teremos teoricamente mais competição. O edital de licitação que traz as regras do jogo, as condições de julgamento para a melhor empresa e etc, não poderá trazer obstáculos desproporcionais que impeçam a participação de interessados. 
Os tribunais superiores informaram que seria uma violação ao princípio da competitividade, a exigência em edital de licitação para aquisição de veículos que restringisse a participação das empresas sediadas naquele território especificamente. 
Quando falamos em isonomia, fala-se em igualdade e isonomia material. Isonomia é dar o mesmo tratamento a pessoas iguais e desigualmente pessoas que estão em situações desiguais. 
O edital de acordo com a doutrina é a lei interna da licitação. Se o edital traz as regras do jogo, a lei interna da licitação, todos os atos praticados na licitação deverão estar de acordo com edital, afinal de contas ele é a lei interna. 
Ao contrário das relações privadas onde vale o princípio da liberdade das formas, na adm. pública é a solenidade das formas. Em qualquer atuação administrativa temos a solenidade maior. Lei 8666/93. 
A regra é que se um ato for praticado de maneira ilegal na licitação e se a ilegalidade praticada envolver uma formalidade, se o vício for de forma, o adm. público poderá convalidar e concertar o vício de forma, aproveitando tudo aquilo que já foi praticado na licitação. 
Princípio do Julgamento Objetivo → Poder público vai escolher o melhor na licitação através de critérios impessoais e objetivos. 
Dia 14/05/2015
Licitação – Rol taxativo – Por que a regra tradicional é a licitação pública, ou ele traz a exceção. Para você aplicar a licitação, tem que ser mencionada no art. 17, pois a licitação tem seu rol taxativo de aplicação. 
Em casos de licitação dispensada, por conta do nome utilizado, a atuação do agente público seria vinculada e não discricionária. 
Se o agente público no caso concreto se deparar com uma situação que se encaixe nas alíneas do artigo 17, para doutrina majoritária o agente público obrigatoriamente vai alienar o bem sem licitação. 
Se a hipótese concreta se encaixar em uma das hipóteses da lei, ele é obrigado a dispensar a licitação e contratar diretamente.

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