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Primeira Prova de Cálculo 2 Questão 1 (6 pontos): Determine os pontos de máximo e mínimo locais e os pontos de sela da função f(x, y) = xy − x 4 4 − y 4 4 + 15 Resposta: Observe inicialmente que Dom(f) = R2. Temos que fx(x, y) = y − x3 e fy(x, y) = x− y3 e que as derivadas parciais de f existem para todo (x, y) ∈ R2. Logo, os únicos pontos críticos de f são os pontos nos quais as duas derivadas parciais de f se anulam simultaneamente, ou seja, os pontos nos quais ∇f(x, y) = −→0 . Temos que resolver então o sistema{ y − x3 = 0 x− y3 = 0 Da primeira equação temos y = x3 e, substituindo isto na segunda equação, temos x − x9 = 0. Assim x(1− x8) = 0 e temos que x = 0 ou x = 1 ou x = −1. • Se x = 0, então y = x3 = 0. • Se x = 1, então y = x3 = 1. • Se x = −1, então y = x3 = −1. Logo, os pontos críticos de f são (0, 0), (1, 1) e (−1,−1). Vamos usar o teste da derivada de segunda ordem para tentar determinar se esses pontos são pontos de máximo local, mínimo local ou sela. Temos que D(x, y) = det [ fxx(x, y) fxy(x, y) fxy(x, y) fyy(x, y) ] = det [−3x2 1 1 −3y2 ] = 9x2y2 − 1 Temos então que • D(0, 0) = −1 < 0 e, portanto, (0, 0) é um ponto de sela. • D(1, 1) = 8 > 0 e fxx(1, 1) = −3 < 0. Logo, (1, 1) é um ponto de máximo local. • D(−1,−1) = 8 > 0 e fxx(−1,−1) = −3 < 0. Logo, (−1,−1) é um ponto de máximo local. Questão 2 (7 pontos): Determine o máximo e o mínimo global da função f(x, y) = x3 + y3 no disco x2 + y2 ≤ 2 e determine os pontos onde a função f assume estes extremos. Resposta: Vamos analizar inicialmente os pontos críticos de f que pertencem ao disco. Como as derivadas parciais de f existem para todo (x, y) ∈ R2, então os únicos pontos críticos de f são os pontos nos quais as duas derivadas parciais de f se anulam simultaneamente, ou seja, os pontos nos quais ∇f(x, y) = −→0 . Como fx(x, y) = 3x 2 e fy(x, y) = 3y 2 então ∇f(x, y) = −→0 se, e somente se, x = 0 e y = 0. Logo, (0, 0) é o único ponto crítico de f . Observamos que (0, 0) pertence ao disco x2 + y2 ≤ 2 e que • f(0, 0) = 0 Vamos analisar agora os máximo e os mínimo da função f na fronteira do disco, isto é, no círculo x2+y2 = 2. Pelo método dos multiplicadores de Lagrange, temos que resolver o sistema{ ∇f(x, y) = λ∇g(x, y) g(x, y) = 2 onde g(x, y) = x2 + y2. Como ∇f(x, y) = (3x2, 3y2) e ∇g(x, y) = (2x, 2y), então temos que resolver o sistema 3x2 = 2xλ 3y2 = 2yλ x2 + y2 = 2 Multiplicando a primeira equação por y e a segunda por x, obtemos{ 3x2y = 2xyλ 3y2x = 2yxλ Temos então que 3x2y = 3y2x ⇒ 3x2y − 3y2x = 0 ⇒ 3xy(x− y) = 0 e, portanto, x = 0, y = 0 ou x = y. • Se x = 0, então, pela terceira equação, y2 = 2 e, portanto, y = ±√2. • Se y = 0, então, pela terceira equação, x2 = 2 e, portanto, x = ±√2. • Se x = y, então, pela terceira equação, 2y2 = 2 e, portanto, y = ±1. Se y = 1, então x = y = 1. Se y = −1, então x = y = −1. Nossos candidatos a pontos de máximo e mínimo globais são os pontos (0, √ 2), (0,−√2), (√2, 0), (−√2, 0), (1, 1) e (−1,−1). Temos que • f(0,√2) = f(√2, 0) = 2√2 • f(0,−√2) = f(−√2, 0) = −2√2 • f(1, 1) = 2 • f(−1,−1) = −2 Logo, o máximo global de f é 2 √ 2 e ele é assumido nos pontos (0, √ 2) e ( √ 2, 0). O mínimo global de f é −2√2 e ele é assumido nos pontos (0,−√2) e (−√2, 0). Questão 3 (6 pontos): Considere a função f(x, y, z) = exyz ln(x2y) + cos z e o ponto P = (−1, 1, 0). (a) (2 pontos) Calcule as derivadas parciais de primeira ordem da função f . fx(x, y, z) = yze xyz ln(x2y) + exyz 2xy x2y = yzexyz ln(x2y) + 2exyz x fy(x, y, z) = xze xyz ln(x2y) + exyz x2 x2y = xzexyz ln(x2y) + exyz y fz(x, y, z) = xye xyz ln(x2y)− sen z (b) (2 pontos) Determine a direção e o sentido no qual a função f cresce mais rápido no ponto P e a direção e o sentido no qual a função f decresce mais rápido no ponto P . Temos que fx(−1, 1, 0) = −2, fy(−1, 1, 0) = 1 e fz(−1, 1, 0) = 0. Logo, ∇f(−1, 1, 0) = (−2, 1, 0). Como a função cresce mais rápido na direção e no sentido do vetor gradiente e decresce mais rápido na direção e no sentido oposto do vetor gradiente, então f cresce mais rápido na direção e no sentido do vetor (−2, 1, 0) e decresce mais rápido na direção e no sentido do vetor (2,−1, 0). (c) (2 pontos) Calcule a derivada direcional de f na direção e no sentido do vetor −→v = (1, 0, 5) no ponto P . Observe que o vetor −→v não é um vetor unitário. Vamos normalizá-lo. Observe que o vetor −→u = 1||−→v || −→v = 1√ 26 (1, 0, 5) = ( 1√ 26 , 0, 5√ 26 ) é o vetor unitário na direção e no sentido do vetor −→v . Logo, a derivada direcional de f na direção e no sentido do vetor −→v = (1, 0, 5) no ponto P é( df ds ) −→u ,P = ∇fP • −→u = (−2, 1, 0) • ( 1√ 26 , 0, 5√ 26 ) = − 2√ 26 Questão 4 (6 pontos): Determine o ponto sobre a curva de interseção do plano 2x−y = 1 com o cilindro z2 + y2 = 1 mais próximo da origem e o ponto mais distante da origem. Observe que queremos maximizar e minimizar a função distância de um ponto a origem d(x, y, z) = √ x2 + y2 + z2 quando nos restringimos à curva de interseção do plano 2x − y = 1 com o cilindro z2 + y2 = 1. Observe ainda que maximizar e minimizar a função d é o mesmo que maximizar ou minimizar a função f(x, y, z) = x2 + y2 + z2 Se considerarmos as funções g(x, y, z) = 2x− y e h(x, y, z) = z2 + y2, então o que queremos é determinar os extremos da função f dadas as duas restrições g(x, y, z) = 1 e h(x, y, z) = 1. Pelo método dos multiplicadores de Lagrange com duas restrições, temos que determinar todos os valores x, y, z, λ, µ que satisfazem ∇f(x, y, z) = λ∇g(x, y, z) + µ∇h(x, y, z) g(x, y, z) = 1 h(x, y, z) = 1 onde g(x, y, z) = 2x − y e h(x, y, z) = z2 + y2. Como ∇f(x, y, z) = (2x, 2y, 2z), ∇g(x, y, z) = (2,−1, 0) e ∇h(x, y, z) = (0, 2y, 2z), temos que resolver o sistema 2x = 2λ 2y = −λ+ 2yµ 2z = 2zµ 2x− y = 1 z2 + y2 = 1 Da terceira equação, obtemos 2z(1− µ) = 0 ⇒ z = 0 ou µ = 1 • Se µ = 1, então (substituindo este valor na segunda equação) obtemos 2y = −λ + 2y e, portanto, λ = 0. Da primeira equação, obtemos x = 0. Logo, da quarta equação, y = −1 e da quinta equação z = 0. Obtemos assim o ponto (0,−1, 0). • Se z = 0, então (da quinta equação) obtemos y2 = 1, e, portanto, y = ±1. Da quarta equação, temos que se y = 1, então x = 1 e se y = −1, então x = 0. Logo, obtemos os pontos (2, 1, 0) e (0,−1, 0). Logo, os dois únicos candidatos a pontos de máximo e mínimo globais são (2, 1, 0) e (0,−1, 0). Temos que • f(1, 1, 0) = 2 • f(0,−1, 0) = 1. Concluímos que o ponto mais próximo da origem é o ponto (0,−1, 0) e o ponto mais distante da origem é o ponto (1, 1, 0). Questão 5 (4 pontos): Considere a função f(x, y, z) = x2 + 2y2 x2 + y2 + z2 (a) (1 ponto) Calcule o limite de f quando (x, y, z) tende a (0, 0, 0) pelo eixo x. Os pontos do eixo x possuem coordenadas y = 0 e z = 0, e, portanto, são da foma (x, 0, 0). Como f(x, 0, 0) = 1 para todo x 6= 0, então o limite de f é 1 quando (x, y, z) tende a (0, 0, 0) pelo eixo x. (b) (1 ponto) Calcule o limite de f quando (x, y, z) tende a (0, 0, 0) pelo eixo z. Os pontos do eixo z possuem coordenadas x = 0 e y = 0, e, portanto, são da foma (0, 0, z). Como f(0, 0, z) = 0 para todo z 6= 0, então o limite de f é 0 quando (x, y, z) tende a (0, 0, 0) pelo eixo x. (c) (2 pontos) A função g(x, y, z) = x2 + 2y2 x2 + y2 + z2 se (x, y, z) 6= (0, 0, 0) 0 se (x, y, z) = (0, 0, 0) é contínua na origem? Justifique a sua resposta. Como os limites obtidos nas letras (a) e (b) são diferentes, então o limite lim (x,y,z)→(0,0,0) f(x, y, z) não existe. Como o limite da função na origem não existe, então a função não é contínua na origem. Questão 6 (4 pontos): Determine uma equação para o plano tangente ao cone z2 = 4x2 +4y2 no ponto (0, 1, 2).Seja f(x, y, z) = z2 − 4x2 − 4y2. O que queremos é determinar o plano tangente à superfície de nível f(x, y, z) = 0. Temos que fx(x, y, z) = −8x, fy(x, y, z) = −8y e fz(x, y, z) = 2z Logo, ∇f(0, 1, 2) = (0,−8, 4). Como o vetor gradiente em um ponto é normal ao plano tangente neste ponto, então o vetor (0,−8, 4) é um vetor normal ao plano cuja equação queremos determinar. Como o plano passa pelo ponto (0, 1, 2), então sua equação é 0(x− 0)− 8(y − 1) + 4(z − 2) = 0 ou seja, −2y + z = 0
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