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RESSURREI O LEITURA ORIENTADA

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
CURSO DE LETRAS
Literatura, Leitura e Interpretação II 
Professora Lívila Pereira Maciel
RESSURREIÇÃO (MACHADO DE ASSIS): LEITURA ORIENTADA
Responda ao que se pede, considerando a “Advertência” e os capítulos I, IV, XI, XII e XXIV do primeiro romance de Machado de Assis, Ressurreição, bem como os capítulos de Ronaldes de Melo e Souza e Maurício Lemos Izolan que tratam do referido romance.
Explique por qual razão podemos dizer que a “Advertência” de Ressurreição apresenta-se como “parabática” e por qual motivo ela antecipa o tema, o tom e o principio construtivo e poético do romance.
Porque a Advertência já antecipa a estrutura dramática, pois nela já aparece a máscara do autor implícito que aparece como diretor de cena, comentando metacriticamente o romance e enunciando sua lei narrativa: contraste de caracteres.
Esclareça, analisando a construção das personagens, sobretudo do protagonista Félix, e a apresentação do enredo, o caráter irônico, dramático, tragicômico do romance Ressurreição. Diga por que o romance machadiano é um “drama de caracteres”
A obra apresenta ironia desde seu título até o nome do personagem principal. Ressurreição, nome que remete à vida, a um retorno da morte, na verdade apresenta a ressurreição que poderia ter acontecido, mas que não aconteceu. Félix, nome que remete à “feliz”, na verdade é infeliz. E é infeliz pelo o que é, não pelo que faz ou pelo o que fazem com ele. 
Explique o estatuto dramático do narrador de Ressurreição. Esclareça também o fato de se afirmar que esse narrador já antecipa, em alguns elementos, a inventividade machadiana do defunto autor Brás Cubas. 
O narrador de Ressurreição é proto-imagem do narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas porque já é a imagem e um novo e revolucionário romance: o romance dramático de Machado de Assis.
Desde de Ressurreição, o narrador machadiano já é um narrador autoconsciente, que interpreta os acontecimentos, e não apenas os relata. Assim como o defunto autor Brás Cubas, o narrador de Ressurreição interrompe narrativa para refletir sobre os fatos narrados. É um narrador irônico. Esta é, inclusive, a grande novidade da forma dramática de Machado de Assis, inaugurada já em seu primeiro romance: o narrador não faz a representação do enredo como uma trama de ações, e sim como um drama de paixões.
Comente a seguinte afirmação de Ronaldes de Melo e Souza (2006, p. 80):
No artigo publicado aos 16 de janeiro de 1866, no Diário do Rio de Janeiro, Machado de Assis enfatiza que as letras nacionais necessitam de uma nova forma de romance, que seja capaz de representar a realidade vivenciada pelos personagens, e não a realidade equacionada com o meio e com a sociedade. Propõe o romance literário em oposição ao romance preocupado com o inventário da paisagem física e com o enquadramento histórico-social dos personagens. O novo romance preconizado pelo crítico e realizado pelo romancista se distingue do romance regido pela causalidade dos acontecimentos, porque representa a motivação passional dos caracteres como suporte a que se reportam os eventos dramáticos. A originalidade do romance literário consiste em substituir a lógica das ações pela dialética das paixões:
Pelo que diz respeito às letras, o nosso intuito é ver cultivado, pelas musas brasileiras, o romance literário, o romance que reúne o estudo das paixões humanas aos toques delicados e originais da poesia, – meio único de fazer com que uma obra de imaginação, zombando do açoite do tempo, chegue inalterável e pura, aos olhos severos da posteridade (Machado de Assis, 1961a, 71).
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