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Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 50 AULA 09: ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 4.898/65). SUMÁRIO PÁGINA Apresentação da aula e sumário 01 I – Do Abuso de Autoridade 02 II – Questões para praticar 23 III- Questões comentadas 30 Gabarito 50 Salve, meu povo! Hoje, dando sequência à nossa maratona de estudos, vamos estudar os crimes de abuso de autoridade, previstos na Lei 4.898/65. Vamos ao trabalho! Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 50 I – DO ABUSO DE AUTORIDADE A Lei de Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65) prevê sanções de natureza civil, administrativa e penal: Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. As sanções de natureza penal chegam a ser ridículas, eis que a penalidade máxima prevista é de seis meses de detenção. Coincidência ou não, a Lei foi editada no auge da DITADURA MILITAR (Que coincidência...). Assim, essa lei tem caráter meramente simbólico, pois as condutas tipificadas, quase sempre, serão absorvidas por outras condutas previstas na Legislação Penal, e que possuam sanção mais grave. O art. 2° trata do direito de representação às autoridade, de forma a relatar algum ato de abuso de autoridade. Vejamos: Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 50 Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. É pacífico na Doutrina que esse termo “representação” nada tem a ver com a “representação” prevista no CPP, que possui natureza jurídica de condição de procedibilidade da ação penal pública condicionada. Essa “representação” é apenas um meio de se comunicar a ocorrência do ato de abuso de autoridade, se assemelhando à delatio criminis, ou seja, com o ato de informar à autoridade, a ocorrência do crime. Desta forma, caso a autoridade tome conhecimento da ocorrência de algum ato abusivo, poderá promover a responsabilização do infrator independentemente da concordância do ofendido, pois não se trata de crime de ação penal pública condicionada. Os requisitos exigidos pela lei para o oferecimento da representação são os mínimos necessários para a instrumentalização do procedimento, para que se possa identificar o fato e o infrator. NÃO SE EXIGE CAPACIDADE POSTULATÓRIA, ou seja, NÃO É NECESSÁRIA A PRESENÇA DE ADVOGADO. A lei exige, no entanto, que a petição contendo a representação seja confeccionada em DUAS VIAS e, se possível, a indicação de TRÊS TESTEMUNHAS. A) DAS CONDUTAS TIPIFICADAS Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 50 Vocês podem perceber, claramente, da leitura do art. 3°, que se trata de um tipo penal bastante diferente, que enumera em alíneas, uma série de condutas, todas bastante abstratas. Vejamos: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) Essa disposição legal incriminadora é muito questionada (obviamente), em razão de seu alto grau de abstração, o que permitiria uma amplitude muito grande das condutas incriminadas, o que, ao fim e ao cabo, OFENDERIA O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pois não se estaria definindo, claramente, quais as condutas incriminadas, deixando isso ao livre arbítrio do julgador, no caso concreto. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 50 Esses tipos penais genéricos são doutrinariamente chamados de tipos penais abertos. Discute-se a constitucionalidade desse art. 3°, em razão dos motivos que acabei de falar a vocês, mas prevalece o entendimento de que ESSE ARTIGO É CONSTITUCIONAL. O objeto jurídico tutelado nessas condutas é, primeiramente, o correto funcionamento da administração pública, que não deve agir de maneira autoritária frente aos administrados. Secundariamente, tutelam- se os direitos daqueles que foram afetados pelo ato de abuso de autoridade. Também prevê condutas que se configuram como crime de abuso de autoridade o art. 4° da Lei. Vejamos: Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 50 desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89) Essas condutas previstas no art. 4° são mais voltadas paraautoridades com algum poder decisório, pois se refere à atos de decisão (deixar de ordenar, ordenar, etc...). Em todas as condutas (tanto as do art. 3° quanto as do art. 4°), o sujeito ativo é a AUTORIDADE. Mas quem pode ser considerado autoridade para os fins desta lei? Vejamos o que diz o art. 5° da Lei: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. A definição é bastante similar à do art. 327 do CP, que traz o conceito de funcionário público para fins penais. Temos aqui, portanto, UM CRIME PRÓPRIO, pois se exige do sujeito ativo alguma qualidade específica. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 50 É POSSÍVEL, no entanto, que um PARTICULAR PRATIQUE UMA DESTAS CONDUTAS, desde que o faça em CONCURSO com uma das autoridades previstas na Lei, e CONHEÇA ESTA CONDIÇÃO DO comparsa, nos termos do art. 30 do CP. O sujeito passivo, como sabemos, divide-se em MEDIATO E IMEDIATO. O sujeito passivo mediato é sempre o Estado, pois a prática de um delito ofende, sempre, a ordem jurídica estabelecida pela sociedade. O sujeito passivo IMEDIATO é o titular do bem jurídico lesado. Nas condutas previstas nesta Lei, o sujeito passivo IMEDIATO, em primeiro lugar, é a administração pública, pois ela é lesada quando a autoridade pratica uma destas condutas, pois o serviço público não está sendo realizado do modo que deveria, já que houve ABUSO. O sujeito passivo imediato, em segundo lugar é o particular que sofre o abuso, ou seja, aquele contra quem o ato é diretamente praticado. O elemento subjetivo exigido é SEMPRE O DOLO. Não se admite abuso de autoridade CULPOSO. Assim, por exemplo, o policial que prende alguém em flagrante delito, por acreditar, sinceramente, que a conduta é um crime, não comete crime de abuso de autoridade culposo. Entretanto, se o policial sabe que a conduta do particular não é crime, e mesmo assim o prende em flagrante, comete um ato de abuso de autoridade, nos termos do art. 3°, a da Lei. A discussão acerca da consumação e da tentativa das condutas incriminadas na Lei é irrelevante na prática, pois a mera tentativa é considerada crime, na medida em que a Lei considera crime qualquer “atentado” aos direitos ali previstos. Assim, nessas condutas, ocorrendo a tentativa de lesão a um dos direitos previstos, não teremos um crime tentado, nos moldes do art. 14, Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 50 II do CP, mas um crime consumado, pois o crime se consuma com a mera prática do ato atentatório a um desses direitos, ainda que não haja qualquer violação efetiva ao bem jurídico. Vou colocar aqui alguns pontos polêmicos: O STF entende que o art. 322 do CP NÃO FOI REVOGADO pela conduta prevista no art. 3°, i da Lei 4.898/65, persistindo sua aplicação; Se do ato atentatório à incolumidade física (art. 3°, i) resultar lesão corporal, o agente responde por ambos os crimes (o de abuso de autoridade e o de lesões corporais), em CONCURSO MATERIAL (penas são cumuladas), pois entende-se que derivam de intenções diversas (a primeira, a de extrapolar os limites que lhe são estabelecidos, e a segunda, a de lesionar a pessoa); Se o agente lesiona o particular com o intuito de torturá-lo, a Doutrina entende que o crime de tortura ABSORVE o crime de abuso de autoridade; O uso de algemas só é permitido em casos excepcionais, quando não seja possível a realização do ato sem essa prática. O descumprimento dessa norma configura ato de abuso de autoridade. Atualmente, o STF editou a súmula vinculante n° 11, que regula o uso das algemas. Vejamos sua redação: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 50 ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. A Doutrina é uníssona ao afirmar que o delito do art. 350 do CP foi COMPLETAMENTE REVOGADO pela Lei 4.898/65, através do seu art. 4°, a. Vejamos a redação do revogado art. 350 do CP: Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: Pena - detenção, de um mês a um ano. B) SANÇÕES As sanções estão previstas no art. 6° da Lei: Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 50 d) destituição de função; e) demissão; f) demissão, a bem do serviço público. § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. Assim, as sanções podem ser: Civis – Relativas à reparação civil dos danos causados; Administrativas – Relativas às penalidades funcionais a serem aplicadas ao servidor público (autoridade); Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 50 Penais – Relativas às penalidades mais graves, podendo consistir, inclusive, em prisão (de 10 dias a seis meses de detenção). Vejamos o que dispõe o art. 6° da Lei: Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazode cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; d) destituição de função; e) demissão; f) demissão, a bem do serviço público. § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 50 c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. Estas penas podem ser aplicadas de maneira autônoma (uma ou outra) ou cumulativas (todas). Não nenhum impedimento a que o agente seja penalizado nas TRÊS ESFERAS (cível, administrativa e penal). Nos termos do §4°: § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. Com relação à penalidade de multa, vocês devem estar atentos ao fato de que A LEI 7.209/84, que alterou toda a Parte Geral do CP, aboliu toda e qualquer menção ao “valor das multas”, previstos no CP ou na Legislação Especial. Assim, atualmente, o disposto nesta Lei com relação à penalidade de multa deve ser entendido apenas como “multa”, abstraindo a menção ao “valor da multa”. A multa deverá ser fixada nos moldes previstos para a aplicação da pena de multa estabelecido no art. 49 do CP. Com relação à penalidade de perda do cargo e inabilitação para o exercício de outra função pública, MUITO CUIDADO! Em regra, esta penalidade é um mero efeito extrapenal da condenação, previsto no art. 92 do CP. No entanto, no que se refere aos crimes de abuso de autoridade, esta é uma PENALIDADE PRINCIPAL, ou seja, um efeito penal principal da condenação, não um mero efeito extrapenal da condenação. MUITO, MAS MUITO CUIDADO COM ISSO! Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 50 O §5°, este sim, traz um efeito da condenação, de natureza extrapenal, específico para os crimes de abuso de autoridade praticados por autoridade policial. Vejamos: § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. C) PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. § 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. § 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). § 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 50 Sabem o que esse art. 7° diz? Absolutamente NADA de produtivo... Eehehe, calma, povo. Eu sei que dá raiva ler o artigo e depois descobrir que ele não serve pra nada. Na verdade, o que a lei diz é que, havendo prática deste ato de abuso de autoridade, o agente será punido, administrativamente, mediante o procedimento previsto na sua legislação própria. No caso dos servidores públicos federais, essa lei é a Lei 8.112/90. Lá está previsto todo o procedimento que se deve adotar para a aplicação de sanções funcionais aos servidores regidos por aquele estatuto. Assim, podemos dizer que a Lei 4.898/65 NÃO ESTABELECEU UM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES FUNCIONAIS. Gravem isto! Realizado o procedimento administrativo, e aplicada a sanção, será esta anotada na ficha funcional do infrator. Paralelo a isto, poderá a vítima ingressar com ação cível de reparação de danos, de forma completamente autônoma da representação administrativa, pois as ESFERAS SÃO INDEPENDENTES! Nos termos dos arts. 8° a 11°: Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar. Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada. Art. 10. Vetado Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 50 Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. Com relação à ação de reparação de danos civis, ela segue o disposto no CPC e no CC, de forma que não está prevista na Lei e também não se refere ao nosso estudo, bastando que vocês saibam que a própria Lei prevê a possibilidade de responsabilização civil, o que, ao fim e ao cabo, era ASBSOLUTAMENTE DESNECESSÁRIO, rsrs. D) PROCEDIMENTO CRIMINAL D.1) Competência A competência para o processo e julgamento destes crimes é dos Juizados Especiais Criminais, eis que a pena máxima cominada é de apenas seis meses, ou seja, tratam-se de infrações de menor potencial ofensivo, de competência dos JECRins, pois estes possuem competência para processar e julgar as infrações cuja pena máxima cominada seja de até dois anos de privação da liberdade. Vejamos o que dispõe o art. 61 da Lei 9.099/95: Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) Mas e se houver conexão entre um crime de abuso de autoridade e um crime de competência do Júri? Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 50 Nesse caso, pela vis atractia (força atrativa) da competência do Tribunal do Júri, ambos serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas ao crime de abuso de autoridade serão aplicados os institutos despenalizadores previstos na Lei do Juizados. Vejamos o disposto no art. 60, § único da Lei 9.099/95: Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006) D.2) Ação Penal Os arts. 12 e 13tratam da ação penal nos crimes de abuso de autoridade: Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso. Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento. § 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias. Percebam que o art. 12 fala em “instruída com a representação da vítima...”. Mais uma vez, reitero a vocês, essa representação É Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 50 DESNECESSÁRIA. Se ela existir (se a vítima foi lá e representou), deve a denúncia ser instruída com cópia desta representação. Caso o MP tenha tomado conhecimento do fato por outros meios, não tendo havido representação da vítima, A DENÚNCIA PODE SER OFERECIDA SEM ELA, não há óbice algum! Como disse a vocês anteriormente, temos aqui um crime de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, de forma que o MP não depende de representação da vítima para ajuizar a ação penal, pois esta representação não tem natureza jurídica de condição de procedibilidade da ação penal, mas apenas é um meio de se levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Com relação ao delito previsto no art. 3°, i, (atentado à incolumidade física do indivíduo), a Doutrina entende que a ação penal é pública CONDICONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, pois o art. 88 da Lei 9.099/95 estabeleceu que nos crimes de lesões corporais, a ação penal seria pública condicionada à representação. Vejamos: Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Isso não é pacífico, pois, como disse a vocês, uma coisa é o delito de abuso de autoridade (que pode ou não causar lesões corporais), outra coisa é o delito de lesões corporais propriamente dito (art. 129 do CP). Em prova objetiva, fiquem presos ao máximo ao que está na literalidade da lei, fugindo disso somente se a Banca indicar o caminho que pretende ver como resposta. É complicado, mas é Direito, não matemática, fazer o Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 50 quê, rs... Caso o MP não promova a ação penal no prazo previsto na Lei, a Lei 4.898/65 prevê a possibilidade de ajuizamento da AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA. Vejamos: Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Mas o que é isso? Nada mais é que uma ação penal promovida pelo próprio ofendido quando o MP não a ajuíza no prazo legal. Ou seja, a Lei concede ao ofendido o direito de ajuizar a ação penal privada caso o MP não ajuíze a ação penal pública no prazo correto. Mas isso somente será possível se, transcorrido o prazo previsto na Lei, o MP tiver ficado INERTE. Se o membro do MP tiver requerido o arquivamento da representação (ou do Inquérito Policial, caso instaurado, embora dispensável), NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE MANEJO DA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA, pois, nesse caso, não terá havido inércia do MP, mas simplesmente manifestação no sentido de que não há elementos para o ajuizamento da ação penal. Nos termos do art. 15 da Lei: Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 50 a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender. Vejam que o MP requer ao Juiz o arquivamento. Caso o Juiz não concorde, deverá remeter os autos ao PGJ (Chefe do MP), que decidirá a questão em definitivo. Essas duas regrinhas (ação penal subsidiária e remessa ao PGJ) já estavam previstas no CPP, motivo pelo qual também são absolutamente desnecessárias nesta Lei. D.3) Procedimento propriamente dito Embora a competência para o julgamento destes crimes seja dos JECrims, o rito a ser seguido é o previsto nesta Lei 4.898/65, e, subsidiariamente, o rito do CPP. Recebendo a ação penal, o Juiz a despachará em até 48 horas, designando data para a audiência, mandando citar o réu, por mandado sucinto. Nos termos do art. 17: Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia. § 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 50 § 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da representação e da denúncia. As testemunhas poderão ser apresentadas independentemente de terem sido intimadas, não sendo deferidos pedidos de intimação ou precatória (carta precatória) para a audiência. Também não serão deferidas diligências, salvo a hipótese de prova pericial, prevista no art. 14, b da Lei: Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de intimação. Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais providências. A verdade é que esta Lei é bastante antiga e retrógrada e, embora preze pela CELERIDADE, deixa muito a desejar no quesito AMPLA DEFESA, de forma que se admite o requerimento de diligências, intimação por carta precatória, etc. Isso é o que ocorre na prática, mas vocês devem saber o que consta na literalidade da lei. Com relação à audiência de instrução e julgamento: Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIATeoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 50 representante do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu. Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz. Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência. Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar. Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente. Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo. Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença. Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 50 Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão. Fiquem atentos a uma coisa: A menção do art. 21 à “(...) audiência será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz (...)” é completamente inconstitucional, não tendo sido recepcionada pela Constituição de 1988, que prevê, em seu art. 93, IX, a necessidade de publicidade dos atos processuais, só podendo ser restringida esta publicidade nos casos ali previstos. Vejamos: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) A audiência será realizada ainda que não tenha comparecido o autor ou o réu e, neste último, não comparecendo nem o autor nem seu defensor, deverá ser nomeado defensor dativo, ou, caso haja Defensoria Pública, ser dada vista dos autos à Defensoria para que atue no caso. Embora a Lei diga que a audiência somente não será realizada se estiver ausente o Juiz, numa interpretação sistemática, não poderá ser realizada a audiência, também, sem a presença do defensor do réu, pois isso seria violação ao contraditório e à ampla defesa. No entanto, em prova objetiva, fiquem com a LITERALIDADE DA LEI. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 50 O Juiz poderá aumentar os prazos previstos na Lei, até o dobro, nas comarcas onde o transporte seja dificultoso (art. 27). Aplicam-se, subsidiariamente a este procedimento, as regras previstas no CPP (art. 28), no que for compatível. Os recursos previstos para cada ato judicial praticado neste processo serão os previstos no CPP (art. 28, § único). Até a próxima! Bons estudos pra vocês! Um abraço, meus amigos! Prof. Renan Araujo Meus caros, chegou a hora de revisarmos e fixarmos a matéria estudada através da resolução de questões que foram cobradas em concursos recentes. Primeiro, façam uma espécie de simulado com as questões sem os comentários! Ao final, confiram o desempenho de vocês analisando os comentários colocados em cada questão. Bons estudos! 01 - (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO) II – EXERCÍCIOS PARA PRATICAR Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 50 No que concerne aos crimes de abuso de autoridade e a legislação específica que rege a matéria é correto afirmar: a) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei no 4.898/65, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente, sempre mediante remuneração. b) Não constitui abuso de autoridade o ato lesivo da honra de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com desvio de poder ou sem competência legal. c) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena, autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. d) Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de cinco dias, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade. e) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. 02 – (FCC – 2007 - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL PM SP) O crime de abuso de autoridade a) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa. b) é próprio, pois só pode ser praticado por militar. c) é próprio, admitindo, conduto, o concurso de particular. d) é próprio, pois só pode ser praticado por quem exerça cargo, emprego ou função pública de natureza civil. e) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa que exerça função pública remunerada, de natureza civil ou militar. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 50 03 - (FUNCAB - 2009 - PC-RO - DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, é correto afirmar que: a) o processo administrativo disciplinado na referida lei será sempre sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. b) a ação penal nos crimes tratados por essa lei é pública incondicionada. c) a ação penal depende de representação do ofendido, que será exercida por meio de petição dirigida à autoridade policial. d) o crime de abuso de autoridade consistente no atentado à liberdade de locomoção admite tentativa. e) considera-se autoridade, para os efeitos dessa lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública de modo definitivo e mediante remuneração. 04 - (CESPE - 2009 - TCE-ES - PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS) Em relação aos crimes de abuso de autoridade previstos na Lein.º 4.898/1965, assinale a opção correta. a) Para que o agente do fato delituoso seja punido pelo crime de abuso de autoridade, faz-se indispensável responder, em concurso material, pelos outros delitos que poderão resultar de sua ação. b) A lei de regência dos crimes de abuso de autoridade estabeleceu normas prescricionais específicas em razão das quais se afastam as regras gerais previstas no CP. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 50 c) A lei de abuso de autoridade definiu, caso a caso, as sanções de natureza administrativa, civil e penal aplicáveis, de acordo com a gravidade da violação cometida pelo agente público. A representação da vítima ou do ofendido estabelece condição de procedibilidade da ação penal. d) Pratica crime de abuso de autoridade, por atentado ao sigilo de correspondência, servidor municipal que, por culpa, viola o sigilo de correspondência dirigida ao presidente da Câmara Municipal. e) O crime de abuso de autoridade é crime próprio. O particular que não exerça função pública poderá ser responsabilizado na condição de partícipe. 05 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a administração pública. O Agente público que reprime a prática religiosa que, pelo exagero dos gritos e deprecações no interior do templo, perturbe o repouso e o bem- estar da coletividade, afronta a liberdade de culto e com isso pratica crime de abuso de autoridade. 06 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a administração pública. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 50 As chamadas prisões para averiguações realizadas por policiais caracterizam o crime de abuso de autoridade, quando não for caso de prisão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária. 07 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - TÉCNICO JUDICIÁRIO) Pelo disposto na Lei n. 4.898/65, dentre as penas de sanção administrativa para o autor de abuso de autoridade, NÃO está prevista a a) advertência. b) demissão, a bem do serviço público. c) multa, no máximo até 180 dias/multa. d) suspensão do cargo, função ou posto, de 5 a 180 dias, com perda de vencimentos e vantagens. 08 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - ASSISTENTE SOCIAL) É INCORRETO afirmar que constitui crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65), qualquer atentado a) à liberdade de locomoção. b) à incolumidade física do indivíduo. c) ao exercício de ideologia político partidária. d) ao sigilo da correspondência . 09 - (FUNDEC - 2003 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - JUIZ - 1ª PROVA - 2ª ETAPA) Sobre o abuso de autoridade definido na Lei 4898/65, é correto afirmar que: Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 50 I - Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. II - Havendo condenação na esfera criminal, não será cabível sanção administração, por aplicação do princípio do non bis in idem. III - Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei 4898/65, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. IV - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal. a) Estão corretas somente as alternativas I, III e IV b) Estão corretas somente as alternativas I e IV c) Estão corretas somente as alternativas II e III d) Estão corretas somente as alternativas III e IV e) Estão corretas somente as alternativas II e IV 10 - (FGV - 2008 - TCM-RJ – PROCURADOR) Assinale a afirmativa incorreta. a) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. b) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, leva à prisão quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 50 c) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, submete alguém sob sua guarda com emprego de violência a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal. d) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, pratica, com desvio de poder, ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa jurídica. e) Constitui abuso de autoridade deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada. 11 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E AGENTE DE POLÍCIA) Considerando que um cidadão, vítima de prisão abusiva, tenha apresentado sua representação, na Corregedoria da Polícia Civil, contra o delegado que a realizou, assinale a opção correta quanto ao direito de representação e ao processo de responsabilidade administrativa, civil e penal no caso de crime de abuso de autoridade. a) Eventual falha na representação obsta a instauração da ação penal. b) A ação penal é pública incondicionada. c) A representação é condição de procedibilidade para a ação penal. d) A referida representação deveria ter sido necessariamente dirigida ao Ministério Público (MP). e) Se a representação apresentar qualquer falha, a autoridade que a recebeu não poderá providenciar, por outros meios, a apuração do fato. 12 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO – DIREITO) Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 50 Julgue os itens que se seguem a respeito do direito penal. Quanto ao crime de abuso de autoridade, o atentado contra a incolumidade física do indivíduo abrange qualquer forma de violência, incluindo a moral (grave ameaça). ( )Certo ( )Errado 13 - (UESPI - 2009 - PC-PI – DELEGADO) Constitui abuso de autoridade (Lei 4.898/65): a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as formalidades legais. b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a qualquer tipo de vexame ou constrangimento. c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção legalque lhe seja comunicada. e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, não permitida em lei; 14 - (ESAF - 2003 - PGFN – PROCURADOR) Constitui abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65) qualquer atentado: a) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. b) ao direito de herança. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 50 c) à prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. d) ao direito de resposta proporcional ao agravo. e) à concessão de asilo político. 15 - (CESPE - 2009 - PREFEITURA DE IPOJUCA - PE - PROCURADOR MUNICIPAL) Em relação à Lei n.º 4.898/1965 - abuso de autoridade -, julgue o item seguinte. A conduta do agente público que conduz preso algemado, justificando o uso da algema pela existência de perigo à sua própria integridade física, não caracteriza abuso de autoridade, uma vez que está executando medida privativa de liberdade em estrita observância das formalidades legais e jurisprudenciais. III – QUESTÕES COMENTADAS 01 - (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO) No que concerne aos crimes de abuso de autoridade e a legislação específica que rege a matéria é correto afirmar: a) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei no 4.898/65, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente, sempre mediante remuneração. b) Não constitui abuso de autoridade o ato lesivo da honra de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com desvio de poder ou sem competência legal. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 50 c) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena, autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. d) Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de cinco dias, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade. e) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. COMENTÁRIOS: O §5° do art. 6° prevê um efeito EXTRAPENAL da condenação pelo ato de abuso de autoridade, consistente na impossibilidade de exercer função de natureza policial no município da culpa, pelo prazo de um a cinco anos, quando a autoridade que cometeu o abuso for agente policial de qualquer natureza. Vejamos: § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. Portanto, a alternativa correta é a letra C. 02 – (FCC – 2007 - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL PMSP) O crime de abuso de autoridade a) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa b) é próprio, pois só pode ser praticado por militar. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 50 c) é próprio, admitindo, conduto, o concurso de particular. d) é próprio, pois só pode ser praticado por quem exerça cargo, emprego ou função pública de natureza civil. e) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa que exerça função pública remunerada, de natureza civil ou militar. COMENTÁRIOS: Em todas as condutas (tanto as do art. 3° quanto as do art. 4°), o sujeito ativo é a AUTORIDADE. Mas quem pode ser considerado autoridade para os fins desta lei? Vejamos o que diz o art. 5° da Lei: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. A definição é bastante similar à do art. 327 do CP, que traz o conceito de funcionário público para fins penais. Temos aqui, portanto, UM CRIME PRÓPRIO, pois se exige do sujeito ativo alguma qualidade específica. É POSSÍVEL, no entanto, que um PARTICULAR PRATIQUE UMA DESTAS CONDUTAS, desde que o faça em CONCURSO com uma das autoridades previstas na Lei, e CONHEÇA ESTA CONDIÇÃO DO COMPARSA, nos termos do art. 30 do CP. Portanto, a alternativa correta é a letra C. 03 - (FUNCAB - 2009 - PC-RO - DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, é correto afirmar que: Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 50 a) o processo administrativo disciplinado na referida lei será sempre sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. b) a ação penal nos crimes tratados por essa lei é pública incondicionada. c) a ação penal depende de representação do ofendido, que será exercida por meio de petição dirigida à autoridade policial. d) o crime de abuso de autoridade consistente no atentado à liberdade de locomoção admite tentativa. e) considera-se autoridade, para os efeitos dessa lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública de modo definitivo e mediante remuneração. COMENTÁRIOS: O processo administrativo não fica sobrestado, pela independência das esferas (art. 7°, § 3° da Lei): § 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. A ação penal, conquanto a Lei fale em “representação”, é pública incondicionada, não possuindo esta “representação” uma condição de procedibilidade para a ação penal, mas mero meio de se noticiar a ocorrência do fato. Nenhum dos crimes de abuso de autoridade admite a forma tentada, na medida em que, a sua simples forma tentada já consuma o crime, pois todos são considerados “CRIMES DE ATENTADO”, ou seja, o mero ato atentatório aos direitos ali tutelados, já configura o crime de abuso de autoridade consumado. Portanto, a alternativa correta é a letra B. 04 - (CESPE - 2009 - TCE-ES - PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS) Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 50 Em relação aos crimes de abuso de autoridade previstos na Lei n.º 4.898/1965, assinale a opção correta. a) Para que o agente do fato delituoso seja punido pelo crime de abuso de autoridade, faz-se indispensável responder, em concurso material, pelos outros delitos que poderão resultar de sua ação. ERRADA: A punição pelo crime de abuso de autoridade é independente da punição por eventuais outros delitos que tenham sido praticados em concurso; b) A lei de regência dos crimes de abuso de autoridadeestabeleceu normas prescricionais específicas em razão das quais se afastam as regras gerais previstas no CP. ERRADA: A Lei 4.898/65 não estabelece prazos prescricionais, devendo ser aplicada a regra geral do CP; c) A lei de abuso de autoridade definiu, caso a caso, as sanções de natureza administrativa, civil e penal aplicáveis, de acordo com a gravidade da violação cometida pelo agente público. A representação da vítima ou do ofendido estabelece condição de procedibilidade da ação penal. ERRADA: O art. 2° trata do direito de representação às autoridade, de forma a relatar algum ato de abuso de autoridade. Vejamos: Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 50 Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. É pacífico na Doutrina que esse termo “representação” nada tem a ver com a “representação” prevista no CPP, que possui natureza jurídica de condição de procedibilidade da ação penal pública condicionada. Essa “representação” é apenas um meio de se comunicar a ocorrência do ato de abuso de autoridade, se assemelhando à delatio criminis, ou seja, com o ato de informar à autoridade, a ocorrência do crime. Desta forma, caso a autoridade tome conhecimento da ocorrência de algum ato abusivo, poderá promover a responsabilização do infrator independentemente da concordância do ofendido, pois não se trata de crime de ação penal pública condicionada. d) Pratica crime de abuso de autoridade, por atentado ao sigilo de correspondência, servidor municipal que, por culpa, viola o sigilo de correspondência dirigida ao presidente da Câmara Municipal. ERRADA: O elemento subjetivo exigido é SEMPRE O DOLO. Não se admite abuso de autoridade CULPOSO. Assim, por exemplo, o policial que prende alguém em flagrante delito, por acreditar, sinceramente, que a conduta é um crime, não comete crime de abuso de autoridade culposo. Entretanto, se o policial sabe que a conduta do particular não é crime, e mesmo assim o prende em flagrante, comete um ato de abuso de autoridade, nos termos do art. 3°, a da Lei. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 50 e) O crime de abuso de autoridade é crime próprio. O particular que não exerça função pública poderá ser responsabilizado na condição de partícipe. CORRETA: É possível que um particular, que não exerça nenhuma função pública, não se enquadrando, portanto, na definição do art. 5°, pratique o crime, desde que o faça em concurso com uma das autoridades, nos termos do art. 30 do CP. 05 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a administração pública. O Agente público que reprime a prática religiosa que, pelo exagero dos gritos e deprecações no interior do templo, perturbe o repouso e o bem-estar da coletividade, afronta a liberdade de culto e com isso pratica crime de abuso de autoridade. COMENTÁRIOS: O art. 3°, d da Lei 4.898/65 prevê a seguinte conduta de abuso de autoridade: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: (...) d) à liberdade de consciência e de crença; No entanto, se o agente o faz respaldado em alguma norma legal (proibição de barulho excessivo), não há crime, eis que a conduta não se configura como um ABUSO. Assim, a afirmativa está errada. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 50 06 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a administração pública. As chamadas prisões para averiguações realizadas por policiais caracterizam o crime de abuso de autoridade, quando não for caso de prisão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária. COMENTÁRIOS: As prisões para averiguações, oriundas dos Estados Totalitários, não são mais admitidas no nosso Estado Democrático de Direito, que só admite a prisão de alguma pessoa por ordem escrita e fundamentada de autoridade JUDICIÁRIA, ou em caso de flagrante delito. Portanto, há, nestes casos, ABUSOD E AUTORIDADE, por ato atentatório à liberdade de locomoção. Vejamos: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; Desta forma, a afirmativa está CORRETA. 07 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - TÉCNICO JUDICIÁRIO) Pelo disposto na Lei n. 4.898/65, dentre as penas de sanção administrativa para o autor de abuso de autoridade, NÃO está prevista a a) advertência. b) demissão, a bem do serviço público. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 50 c) multa, no máximo até 180 dias/multa. d) suspensão do cargo, função ou posto, de 5 a 180 dias, com perda de vencimentos e vantagens. COMENTÁRIOS: Vejamos as penalidades administrativas previstas na Lei: Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; d) destituição de função; e) demissão; f) demissão, a bem do serviço público. Portanto, fica claro que não há previsão de multa como pena administrativa, embora esteja prevista como sanção penal. Assim, a alternativa ERRADA é a letra C. 08 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - ASSISTENTE SOCIAL) É INCORRETO afirmar que constitui crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65), qualquer atentado Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 50 a) à liberdade de locomoção. b) à incolumidade física do indivíduo. c) ao exercício de ideologia político partidária. d) ao sigilo da correspondência. COMENTÁRIOS: Os crimes de abuso de autoridade, previstos no art. 3° da Lei 4.898/65 são: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso;f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) Visto isso, podemos concluir que o ato atentatório ao exercício da ideologia política não constitui ato de abuso de autoridade, podendo caracterizar outro crime, no entanto. Portanto, a alternativa ERRADA é a letra C. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 50 09 - (FUNDEC - 2003 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - JUIZ - 1ª PROVA - 2ª ETAPA) Sobre o abuso de autoridade definido na Lei 4898/65, é correto afirmar que: I - Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. ERRADA: O processo administrativo não pode ser sobrestado, pelo princípio da independência das esferas. Vejamos: § 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. II - Havendo condenação na esfera criminal, não será cabível sanção administração, por aplicação do princípio do non bis in idem. ERRADA: As sanções administrativa, penal e civil são autônomas e podem ser aplicadas cumulativamente. Vejamos o que diz o art. 6° da Lei: Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 50 III - Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei 4898/65, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. CORRETA: Esta é a definição de autoridade contida no art. 5° da Lei: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. IV - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal. CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 6° da Lei, literalmente: Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. a) Estão corretas somente as alternativas I, III e IV b) Estão corretas somente as alternativas I e IV c) Estão corretas somente as alternativas II e III d) Estão corretas somente as alternativas III e IV e) Estão corretas somente as alternativas II e IV 10 - (FGV - 2008 - TCM-RJ – PROCURADOR) Assinale a afirmativa incorreta. a) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 50 b) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, leva à prisão quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei. c) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, submete alguém sob sua guarda com emprego de violência a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal. d) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública que, no exercício de suas funções, pratica, com desvio de poder, ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa jurídica. e) Constitui abuso de autoridade deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada. COMENTÁRIOS: Vejamos o que dispõe o art. 3° da Lei: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 50 j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) Os atos de abuso de autoridade estão previstos, além do art. 3°, também no art. 4° da Lei, sendo que nestes casos, referem-se a condutas praticadas por agentes, geralmente, com algum grau de poder de direção. Vejamos: Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 50 h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89) Vejam que são condutas relacionadas à liberdade de locomoção e formalização da prisão de acordo com os parâmetros legais. Dentre as condutas previstas na questão, não é considerada crime de abuso de autoridade a de “submeter alguém sob sua guarda com emprego de violência a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal.”. Esta conduta configura o crime de TORTURA, e não o crime de abuso de autoridade. Portanto, a alternativa ERRADA é a letra C. 11 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E AGENTE DE POLÍCIA) Considerando que um cidadão, vítima de prisão abusiva, tenha apresentado sua representação, na Corregedoria da Polícia Civil, contra o delegado quea realizou, assinale a opção correta quanto ao direito de representação e ao processo de responsabilidade administrativa, civil e penal no caso de crime de abuso de autoridade. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 50 a) Eventual falha na representação obsta a instauração da ação penal. b) A ação penal é pública incondicionada. c) A representação é condição de procedibilidade para a ação penal. d) A referida representação deveria ter sido necessariamente dirigida ao Ministério Público (MP). e) Se a representação apresentar qualquer falha, a autoridade que a recebeu não poderá providenciar, por outros meios, a apuração do fato. COMENTÁRIOS: A representação, prevista no art. 2°, conquanto leve esse nome, não é condição de procedibilidade da ação penal, que é pública incondicionada, ou seja, pode ser ajuizada pelo MP ainda que o ofendido não deseje representar contra o infrator. Portanto, a alternativa correta é a letra B. 12 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO – DIREITO) Julgue os itens que se seguem a respeito do direito penal. Quanto ao crime de abuso de autoridade, o atentado contra a incolumidade física do indivíduo abrange qualquer forma de violência, incluindo a moral (grave ameaça). COMENTÁRIOS: O ato atentatório à incolumidade física não abrange a violência moral, apenas a violência física, embora a violência moral possa configurar outro crime. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 13 - (UESPI - 2009 - PC-PI – DELEGADO) Constitui abuso de autoridade (Lei 4.898/65): Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 50 a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as formalidades legais. b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a qualquer tipo de vexame ou constrangimento. c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção legal que lhe seja comunicada. e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, não permitida em lei; COMENTÁRIOS: Esta questão é bastante tranquila. Apenas a alternativa C apresenta um ato considerado de abuso de autoridade, dentre os estabelecidos pelos arts. 3° e 4° da Lei, eis que fala em “deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa.” Ora, essa frase se amolda perfeitamente ao disposto no art. 4°, c da Lei: Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: (...) c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; Portanto, a alternativa correta é a letra C. 14 - (ESAF - 2003 - PGFN – PROCURADOR) Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 50 Constitui abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65) qualquer atentado: a) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. b) ao direito de herança. c) à prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. d) ao direito de resposta proporcional ao agravo. e) à concessão de asilo político. COMENTÁRIOS: Esta questão também é bastante tranquila, pois enumera quatro condutas que, nitidamente não constituem abuso de autoridade, narrando apenas um que o é. A alternativa A, ao trazer a conduta de ato atentatório “aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.”, traz uma conduta prevista no art. 3°, j da Lei: Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: (...) j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) Assim, a alternativa correta é a letra A. 15 - (CESPE - 2009 - PREFEITURA DE IPOJUCA - PE - PROCURADOR MUNICIPAL) Em relação à Lei n.º 4.898/1965 - abuso de autoridade -, julgue o item seguinte. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 50 A conduta do agente público que conduz preso algemado, justificando o uso da algema pela existência de perigo à sua própria integridade física, não caracteriza abuso de autoridade, uma vez que está executando medida privativa de liberdade em estrita observância das formalidades legais e jurisprudenciais. COMENTÁRIOS: O uso de algemas só é permitido em casos excepcionais, quando não seja possível a realização do ato sem essa prática. O descumprimento dessa norma configura ato de abuso de autoridade. Atualmente, o STF editou a súmula vinculante n° 11, que regula o uso das algemas. Vejamos sua redação: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Portanto, esta conduta NÃO CONFIGURA ABUSO DE AUTORIDADE, motivo pelo qual a afirmativa está CORRETA. Direito Penal – TRE/MG ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula 09 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 50 1) ALTERNATIVA C 2) ALTERNATIVA C 3) ALTERNATIVA B 4) ALTERNATIVA E 5) ERRADA 6) CORRETA 7) ALTERNATIVA C 8) ALTERNATIVA C 9) ALTERNATIVA D 10) ALTERNATIVA C 11) ALTERNATIVA B 12) ERRADA 13) ALTERNATIVA C 14) ALTERNATIVA A 15) CORRETA
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