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Aula 09 Abuso de Autoridade

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Direito Penal – TRE/MG 
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AULA 09: ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 
4.898/65). 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I – Do Abuso de Autoridade 02 
II – Questões para praticar 23 
III- Questões comentadas 30 
Gabarito 50 
 
Salve, meu povo! 
 
Hoje, dando sequência à nossa maratona de estudos, vamos 
estudar os crimes de abuso de autoridade, previstos na Lei 
4.898/65. 
Vamos ao trabalho! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I – DO ABUSO DE AUTORIDADE 
 
A Lei de Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65) prevê sanções de 
natureza civil, administrativa e penal: 
Art. 1º O direito de representação e o processo de 
responsabilidade administrativa civil e penal, contra as 
autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem 
abusos, são regulados pela presente lei. 
 
As sanções de natureza penal chegam a ser ridículas, eis que a 
penalidade máxima prevista é de seis meses de detenção. Coincidência ou 
não, a Lei foi editada no auge da DITADURA MILITAR (Que 
coincidência...). 
Assim, essa lei tem caráter meramente simbólico, pois as condutas 
tipificadas, quase sempre, serão absorvidas por outras condutas previstas 
na Legislação Penal, e que possuam sanção mais grave. 
O art. 2° trata do direito de representação às autoridade, de forma a 
relatar algum ato de abuso de autoridade. Vejamos: 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de 
petição: 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal 
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva 
sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência 
para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. 
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Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e 
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, 
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o 
rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
 
É pacífico na Doutrina que esse termo “representação” nada tem a 
ver com a “representação” prevista no CPP, que possui natureza 
jurídica de condição de procedibilidade da ação penal pública 
condicionada. 
Essa “representação” é apenas um meio de se comunicar a 
ocorrência do ato de abuso de autoridade, se assemelhando à delatio 
criminis, ou seja, com o ato de informar à autoridade, a ocorrência do 
crime. 
Desta forma, caso a autoridade tome conhecimento da ocorrência de 
algum ato abusivo, poderá promover a responsabilização do infrator 
independentemente da concordância do ofendido, pois não se trata de 
crime de ação penal pública condicionada. 
Os requisitos exigidos pela lei para o oferecimento da representação 
são os mínimos necessários para a instrumentalização do procedimento, 
para que se possa identificar o fato e o infrator. NÃO SE EXIGE 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA, ou seja, NÃO É NECESSÁRIA A 
PRESENÇA DE ADVOGADO. 
A lei exige, no entanto, que a petição contendo a representação seja 
confeccionada em DUAS VIAS e, se possível, a indicação de TRÊS 
TESTEMUNHAS. 
 
A) DAS CONDUTAS TIPIFICADAS 
 
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Vocês podem perceber, claramente, da leitura do art. 3°, que se 
trata de um tipo penal bastante diferente, que enumera em alíneas, uma 
série de condutas, todas bastante abstratas. Vejamos: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do 
voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
 
Essa disposição legal incriminadora é muito questionada 
(obviamente), em razão de seu alto grau de abstração, o que permitiria 
uma amplitude muito grande das condutas incriminadas, o que, ao fim e 
ao cabo, OFENDERIA O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, pois não se 
estaria definindo, claramente, quais as condutas incriminadas, deixando 
isso ao livre arbítrio do julgador, no caso concreto. 
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Esses tipos penais genéricos são doutrinariamente chamados de tipos 
penais abertos. 
Discute-se a constitucionalidade desse art. 3°, em razão dos motivos 
que acabei de falar a vocês, mas prevalece o entendimento de que ESSE 
ARTIGO É CONSTITUCIONAL. 
O objeto jurídico tutelado nessas condutas é, primeiramente, o 
correto funcionamento da administração pública, que não deve agir de 
maneira autoritária frente aos administrados. Secundariamente, tutelam-
se os direitos daqueles que foram afetados pelo ato de abuso de 
autoridade. 
Também prevê condutas que se configuram como crime de abuso de 
autoridade o art. 4° da Lei. Vejamos: 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, 
sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a 
prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção 
ilegal que lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a 
prestar fiança, permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial 
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, 
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desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à 
espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo 
de importância recebida a título de carceragem, custas, 
emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou 
jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou 
sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de 
medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno 
ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela 
Lei nº 7.960, de 21/12/89) 
 
Essas condutas previstas no art. 4° são mais voltadas paraautoridades com algum poder decisório, pois se refere à atos de decisão 
(deixar de ordenar, ordenar, etc...). 
Em todas as condutas (tanto as do art. 3° quanto as do art. 4°), o 
sujeito ativo é a AUTORIDADE. Mas quem pode ser considerado 
autoridade para os fins desta lei? Vejamos o que diz o art. 5° da Lei: 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem 
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou 
militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
 
A definição é bastante similar à do art. 327 do CP, que traz o 
conceito de funcionário público para fins penais. 
Temos aqui, portanto, UM CRIME PRÓPRIO, pois se exige do 
sujeito ativo alguma qualidade específica. 
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É POSSÍVEL, no entanto, que um PARTICULAR PRATIQUE UMA 
DESTAS CONDUTAS, desde que o faça em CONCURSO com uma das 
autoridades previstas na Lei, e CONHEÇA ESTA CONDIÇÃO DO 
comparsa, nos termos do art. 30 do CP. 
O sujeito passivo, como sabemos, divide-se em MEDIATO E 
IMEDIATO. O sujeito passivo mediato é sempre o Estado, pois a prática 
de um delito ofende, sempre, a ordem jurídica estabelecida pela 
sociedade. 
O sujeito passivo IMEDIATO é o titular do bem jurídico lesado. Nas 
condutas previstas nesta Lei, o sujeito passivo IMEDIATO, em primeiro 
lugar, é a administração pública, pois ela é lesada quando a autoridade 
pratica uma destas condutas, pois o serviço público não está sendo 
realizado do modo que deveria, já que houve ABUSO. 
O sujeito passivo imediato, em segundo lugar é o particular que 
sofre o abuso, ou seja, aquele contra quem o ato é diretamente 
praticado. 
O elemento subjetivo exigido é SEMPRE O DOLO. Não se admite 
abuso de autoridade CULPOSO. 
Assim, por exemplo, o policial que prende alguém em flagrante 
delito, por acreditar, sinceramente, que a conduta é um crime, não 
comete crime de abuso de autoridade culposo. Entretanto, se o policial 
sabe que a conduta do particular não é crime, e mesmo assim o prende 
em flagrante, comete um ato de abuso de autoridade, nos termos do art. 
3°, a da Lei. 
A discussão acerca da consumação e da tentativa das condutas 
incriminadas na Lei é irrelevante na prática, pois a mera tentativa é 
considerada crime, na medida em que a Lei considera crime qualquer 
“atentado” aos direitos ali previstos. 
Assim, nessas condutas, ocorrendo a tentativa de lesão a um dos 
direitos previstos, não teremos um crime tentado, nos moldes do art. 14, 
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II do CP, mas um crime consumado, pois o crime se consuma com a mera 
prática do ato atentatório a um desses direitos, ainda que não haja 
qualquer violação efetiva ao bem jurídico. 
 
 
 
Vou colocar aqui alguns pontos polêmicos: 
 O STF entende que o art. 322 do CP NÃO FOI REVOGADO pela 
conduta prevista no art. 3°, i da Lei 4.898/65, persistindo sua 
aplicação; 
 Se do ato atentatório à incolumidade física (art. 3°, i) resultar lesão 
corporal, o agente responde por ambos os crimes (o de abuso de 
autoridade e o de lesões corporais), em CONCURSO MATERIAL 
(penas são cumuladas), pois entende-se que derivam de intenções 
diversas (a primeira, a de extrapolar os limites que lhe são 
estabelecidos, e a segunda, a de lesionar a pessoa); 
 Se o agente lesiona o particular com o intuito de torturá-lo, a 
Doutrina entende que o crime de tortura ABSORVE o crime de 
abuso de autoridade; 
 O uso de algemas só é permitido em casos excepcionais, quando 
não seja possível a realização do ato sem essa prática. O 
descumprimento dessa norma configura ato de abuso de 
autoridade. Atualmente, o STF editou a súmula vinculante n° 11, 
que regula o uso das algemas. Vejamos sua redação: 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria 
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ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de 
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem 
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
 A Doutrina é uníssona ao afirmar que o delito do art. 350 do CP foi 
COMPLETAMENTE REVOGADO pela Lei 4.898/65, através do seu 
art. 4°, a. Vejamos a redação do revogado art. 350 do CP: 
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade 
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
 
 
B) SANÇÕES 
 
As sanções estão previstas no art. 6° da Lei: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a 
gravidade do abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a 
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
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d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, 
consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a 
dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos 
artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer 
outra função pública por prazo até três anos. 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser 
aplicadas autônoma ou cumulativamente. 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade 
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o 
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no 
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
Assim, as sanções podem ser: 
 Civis – Relativas à reparação civil dos danos causados; 
 Administrativas – Relativas às penalidades funcionais a 
serem aplicadas ao servidor público (autoridade); 
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 Penais – Relativas às penalidades mais graves, podendo 
consistir, inclusive, em prisão (de 10 dias a seis meses de 
detenção). 
 
Vejamos o que dispõe o art. 6° da Lei: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a 
gravidade do abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazode cinco a 
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, 
consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a 
dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos 
artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
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c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer 
outra função pública por prazo até três anos. 
Estas penas podem ser aplicadas de maneira autônoma (uma ou 
outra) ou cumulativas (todas). Não nenhum impedimento a que o agente 
seja penalizado nas TRÊS ESFERAS (cível, administrativa e penal). Nos 
termos do §4°: 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser 
aplicadas autônoma ou cumulativamente. 
 
Com relação à penalidade de multa, vocês devem estar atentos ao 
fato de que A LEI 7.209/84, que alterou toda a Parte Geral do CP, aboliu 
toda e qualquer menção ao “valor das multas”, previstos no CP ou na 
Legislação Especial. 
Assim, atualmente, o disposto nesta Lei com relação à 
penalidade de multa deve ser entendido apenas como “multa”, 
abstraindo a menção ao “valor da multa”. A multa deverá ser fixada 
nos moldes previstos para a aplicação da pena de multa estabelecido no 
art. 49 do CP. 
Com relação à penalidade de perda do cargo e inabilitação para o 
exercício de outra função pública, MUITO CUIDADO! 
Em regra, esta penalidade é um mero efeito extrapenal da 
condenação, previsto no art. 92 do CP. No entanto, no que se 
refere aos crimes de abuso de autoridade, esta é uma 
PENALIDADE PRINCIPAL, ou seja, um efeito penal principal da 
condenação, não um mero efeito extrapenal da condenação. 
MUITO, MAS MUITO CUIDADO COM ISSO! 
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O §5°, este sim, traz um efeito da condenação, de natureza 
extrapenal, específico para os crimes de abuso de autoridade praticados 
por autoridade policial. Vejamos: 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade 
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o 
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no 
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
C) PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO 
 
art. 7º recebida a representação em que for solicitada a 
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar 
competente determinará a instauração de inquérito para apurar 
o fato. 
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas 
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou 
militares, que estabeleçam o respectivo processo. 
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação 
militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão 
aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da 
Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis da União). 
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para 
o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
 
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Sabem o que esse art. 7° diz? Absolutamente NADA de 
produtivo... 
 
Eehehe, calma, povo. Eu sei que dá raiva ler o artigo e depois 
descobrir que ele não serve pra nada. Na verdade, o que a lei diz é que, 
havendo prática deste ato de abuso de autoridade, o agente será punido, 
administrativamente, mediante o procedimento previsto na sua legislação 
própria. 
No caso dos servidores públicos federais, essa lei é a Lei 8.112/90. 
Lá está previsto todo o procedimento que se deve adotar para a aplicação 
de sanções funcionais aos servidores regidos por aquele estatuto. Assim, 
podemos dizer que a Lei 4.898/65 NÃO ESTABELECEU UM 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APLICAÇÃO DAS 
SANÇÕES FUNCIONAIS. Gravem isto! 
Realizado o procedimento administrativo, e aplicada a sanção, será 
esta anotada na ficha funcional do infrator. Paralelo a isto, poderá a 
vítima ingressar com ação cível de reparação de danos, de forma 
completamente autônoma da representação administrativa, pois as 
ESFERAS SÃO INDEPENDENTES! Nos termos dos arts. 8° a 11°: 
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da 
autoridade civil ou militar. 
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à 
autoridade administrativa ou independentemente dela, poderá 
ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou 
penal ou ambas, da autoridade culpada. 
Art. 10. Vetado 
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Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de 
Processo Civil. 
 
Com relação à ação de reparação de danos civis, ela segue o disposto 
no CPC e no CC, de forma que não está prevista na Lei e também não se 
refere ao nosso estudo, bastando que vocês saibam que a própria Lei 
prevê a possibilidade de responsabilização civil, o que, ao fim e ao cabo, 
era ASBSOLUTAMENTE DESNECESSÁRIO, rsrs. 
 
D) PROCEDIMENTO CRIMINAL 
 
D.1) Competência 
 
A competência para o processo e julgamento destes crimes é dos 
Juizados Especiais Criminais, eis que a pena máxima cominada é de 
apenas seis meses, ou seja, tratam-se de infrações de menor potencial 
ofensivo, de competência dos JECRins, pois estes possuem competência 
para processar e julgar as infrações cuja pena máxima cominada seja de 
até dois anos de privação da liberdade. 
Vejamos o que dispõe o art. 61 da Lei 9.099/95: 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os 
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) 
anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 
11.313, de 2006) 
 
Mas e se houver conexão entre um crime de abuso de 
autoridade e um crime de competência do Júri? 
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Nesse caso, pela vis atractia (força atrativa) da competência do 
Tribunal do Júri, ambos serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas ao 
crime de abuso de autoridade serão aplicados os institutos 
despenalizadores previstos na Lei do Juizados. Vejamos o disposto no art. 
60, § único da Lei 9.099/95: 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo 
comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das 
regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da 
transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela 
Lei nº 11.313, de 2006) 
 
D.2) Ação Penal 
 
Os arts. 12 e 13tratam da ação penal nos crimes de abuso de 
autoridade: 
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de 
inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério 
Público, instruída com a representação da vítima do abuso. 
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da 
vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o 
réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e 
requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de 
audiência de instrução e julgamento. 
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas 
vias. 
 
Percebam que o art. 12 fala em “instruída com a representação 
da vítima...”. Mais uma vez, reitero a vocês, essa representação É 
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DESNECESSÁRIA. Se ela existir (se a vítima foi lá e representou), deve 
a denúncia ser instruída com cópia desta representação. Caso o MP tenha 
tomado conhecimento do fato por outros meios, não tendo havido 
representação da vítima, A DENÚNCIA PODE SER OFERECIDA SEM 
ELA, não há óbice algum! 
Como disse a vocês anteriormente, temos aqui um crime de AÇÃO 
PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, de forma que o MP não depende 
de representação da vítima para ajuizar a ação penal, pois esta 
representação não tem natureza jurídica de condição de procedibilidade 
da ação penal, mas apenas é um meio de se levar o fato ao conhecimento 
da autoridade competente. 
 
Com relação ao delito previsto no art. 3°, i, (atentado à incolumidade 
física do indivíduo), a Doutrina entende que a ação penal é pública 
CONDICONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, pois o art. 88 da 
Lei 9.099/95 estabeleceu que nos crimes de lesões corporais, a ação 
penal seria pública condicionada à representação. Vejamos: 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação 
especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos 
crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
Isso não é pacífico, pois, como disse a vocês, uma coisa é o delito de 
abuso de autoridade (que pode ou não causar lesões corporais), outra 
coisa é o delito de lesões corporais propriamente dito (art. 129 do CP). 
Em prova objetiva, fiquem presos ao máximo ao que está na literalidade 
da lei, fugindo disso somente se a Banca indicar o caminho que pretende 
ver como resposta. É complicado, mas é Direito, não matemática, fazer o 
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quê, rs... 
 
Caso o MP não promova a ação penal no prazo previsto na Lei, 
a Lei 4.898/65 prevê a possibilidade de ajuizamento da AÇÃO 
PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA. Vejamos: 
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia 
no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão 
do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la 
e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos 
do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de 
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
Mas o que é isso? Nada mais é que uma ação penal promovida pelo 
próprio ofendido quando o MP não a ajuíza no prazo legal. Ou seja, a Lei 
concede ao ofendido o direito de ajuizar a ação penal privada caso o MP 
não ajuíze a ação penal pública no prazo correto. 
Mas isso somente será possível se, transcorrido o prazo previsto na 
Lei, o MP tiver ficado INERTE. Se o membro do MP tiver requerido o 
arquivamento da representação (ou do Inquérito Policial, caso instaurado, 
embora dispensável), NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE MANEJO DA AÇÃO 
PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA, pois, nesse caso, não 
terá havido inércia do MP, mas simplesmente manifestação no sentido de 
que não há elementos para o ajuizamento da ação penal. Nos termos do 
art. 15 da Lei: 
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar 
a denúncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, 
no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará 
remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá 
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a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá 
o Juiz atender. 
 
Vejam que o MP requer ao Juiz o arquivamento. Caso o Juiz não 
concorde, deverá remeter os autos ao PGJ (Chefe do MP), que decidirá a 
questão em definitivo. 
Essas duas regrinhas (ação penal subsidiária e remessa ao PGJ) já 
estavam previstas no CPP, motivo pelo qual também são absolutamente 
desnecessárias nesta Lei. 
 
D.3) Procedimento propriamente dito 
 
Embora a competência para o julgamento destes crimes seja dos 
JECrims, o rito a ser seguido é o previsto nesta Lei 4.898/65, e, 
subsidiariamente, o rito do CPP. 
Recebendo a ação penal, o Juiz a despachará em até 48 horas, 
designando data para a audiência, mandando citar o réu, por mandado 
sucinto. Nos termos do art. 17: 
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta 
e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a 
denúncia. 
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, 
desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e 
julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. 
dentro de cinco dias. 
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§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final 
e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será 
feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda 
via da representação e da denúncia. 
 
As testemunhas poderão ser apresentadas independentemente de 
terem sido intimadas, não sendo deferidos pedidos de intimação ou 
precatória (carta precatória) para a audiência. Também não serão 
deferidas diligências, salvo a hipótese de prova pericial, prevista no art. 
14, b da Lei: 
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser 
apresentada em juízo, independentemente de intimação. 
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para 
a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso 
previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização 
de diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em 
despacho motivado, considere indispensáveis tais providências. 
 
A verdade é que esta Lei é bastante antiga e retrógrada e, embora 
preze pela CELERIDADE, deixa muito a desejar no quesito AMPLA 
DEFESA, de forma que se admite o requerimento de diligências, 
intimação por carta precatória, etc. Isso é o que ocorre na prática, mas 
vocês devem saber o que consta na literalidade da lei. 
Com relação à audiência de instrução e julgamento: 
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos 
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, 
apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o 
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representante do Ministério Público ou o advogado que tenha 
subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu. 
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se 
ausente o Juiz. 
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não 
houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o 
ocorrido constar do livro de termos de audiência. 
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se 
contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, 
entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, 
excepcionalmente, no local que o Juiz designar. 
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o 
interrogatório do réu, se estiver presente. 
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o 
Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na 
audiência e nos ulteriores termos do processo. 
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz 
dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao 
advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou 
defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, 
prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. 
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a 
sentença. 
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro 
próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os 
depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os 
requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença. 
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Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do 
Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, 
o advogado ou defensor do réu e o escrivão. 
 
Fiquem atentos a uma coisa: A menção do art. 21 à “(...) audiência 
será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz (...)” é 
completamente inconstitucional, não tendo sido recepcionada pela 
Constituição de 1988, que prevê, em seu art. 93, IX, a necessidade de 
publicidade dos atos processuais, só podendo ser restringida esta 
publicidade nos casos ali previstos. Vejamos: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade 
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) 
 
A audiência será realizada ainda que não tenha comparecido o autor 
ou o réu e, neste último, não comparecendo nem o autor nem seu 
defensor, deverá ser nomeado defensor dativo, ou, caso haja Defensoria 
Pública, ser dada vista dos autos à Defensoria para que atue no caso. 
Embora a Lei diga que a audiência somente não será realizada se 
estiver ausente o Juiz, numa interpretação sistemática, não poderá ser 
realizada a audiência, também, sem a presença do defensor do réu, pois 
isso seria violação ao contraditório e à ampla defesa. No entanto, em 
prova objetiva, fiquem com a LITERALIDADE DA LEI. 
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O Juiz poderá aumentar os prazos previstos na Lei, até o dobro, nas 
comarcas onde o transporte seja dificultoso (art. 27). 
Aplicam-se, subsidiariamente a este procedimento, as regras 
previstas no CPP (art. 28), no que for compatível. Os recursos previstos 
para cada ato judicial praticado neste processo serão os previstos no CPP 
(art. 28, § único). 
 
Até a próxima! 
Bons estudos pra vocês! 
Um abraço, meus amigos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
Meus caros, chegou a hora de revisarmos e fixarmos a matéria 
estudada através da resolução de questões que foram cobradas em 
concursos recentes. Primeiro, façam uma espécie de simulado com as 
questões sem os comentários! 
Ao final, confiram o desempenho de vocês analisando os comentários 
colocados em cada questão. 
Bons estudos! 
 
 
01 - (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO) 
II – EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
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No que concerne aos crimes de abuso de autoridade e a legislação 
específica que rege a matéria é correto afirmar: 
 
a) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei no 4.898/65, quem 
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, 
ainda que transitoriamente, sempre mediante remuneração. 
b) Não constitui abuso de autoridade o ato lesivo da honra de pessoa 
natural ou jurídica, quando praticado com desvio de poder ou sem 
competência legal. 
 
c) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou 
militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena, autônoma ou 
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou 
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
d) Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, 
no prazo de cinco dias, denunciará o réu, desde que o fato narrado 
constitua abuso de autoridade. 
 e) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
 
02 – (FCC – 2007 - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL PM 
SP) 
O crime de abuso de autoridade 
 
a) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa. 
b) é próprio, pois só pode ser praticado por militar. 
c) é próprio, admitindo, conduto, o concurso de particular. 
d) é próprio, pois só pode ser praticado por quem exerça cargo, emprego 
ou função pública de natureza civil. 
e) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa que exerça 
função pública remunerada, de natureza civil ou militar. 
 
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03 - (FUNCAB - 2009 - PC-RO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
 
Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de responsabilidade 
administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade, é correto 
afirmar que: 
 
a) o processo administrativo disciplinado na referida lei será sempre 
sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
b) a ação penal nos crimes tratados por essa lei é pública incondicionada. 
c) a ação penal depende de representação do ofendido, que será exercida 
por meio de petição dirigida à autoridade policial. 
d) o crime de abuso de autoridade consistente no atentado à liberdade de 
locomoção admite tentativa. 
e) considera-se autoridade, para os efeitos dessa lei, quem exerce cargo, 
emprego ou função pública de modo definitivo e mediante remuneração. 
 
04 - (CESPE - 2009 - TCE-ES - PROCURADOR ESPECIAL DE 
CONTAS) 
 
Em relação aos crimes de abuso de autoridade previstos na Lein.º 
4.898/1965, assinale a opção correta. 
 
a) Para que o agente do fato delituoso seja punido pelo crime de abuso 
de autoridade, faz-se indispensável responder, em concurso material, 
pelos outros delitos que poderão resultar de sua ação. 
b) A lei de regência dos crimes de abuso de autoridade estabeleceu 
normas prescricionais específicas em razão das quais se afastam as 
regras gerais previstas no CP. 
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c) A lei de abuso de autoridade definiu, caso a caso, as sanções de 
natureza administrativa, civil e penal aplicáveis, de acordo com a 
gravidade da violação cometida pelo agente público. A representação da 
vítima ou do ofendido estabelece condição de procedibilidade da ação 
penal. 
 
d) Pratica crime de abuso de autoridade, por atentado ao sigilo de 
correspondência, servidor municipal que, por culpa, viola o sigilo de 
correspondência dirigida ao presidente da Câmara Municipal. 
e) O crime de abuso de autoridade é crime próprio. O particular que não 
exerça função pública poderá ser responsabilizado na condição de 
partícipe. 
 
05 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a 
administração pública. 
 
O Agente público que reprime a prática religiosa que, pelo exagero dos 
gritos e deprecações no interior do templo, perturbe o repouso e o bem-
estar da coletividade, afronta a liberdade de culto e com isso pratica 
crime de abuso de autoridade. 
 
06 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
 
Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a 
administração pública. 
 
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As chamadas prisões para averiguações realizadas por policiais 
caracterizam o crime de abuso de autoridade, quando não for caso de 
prisão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária. 
 
07 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
 
Pelo disposto na Lei n. 4.898/65, dentre as penas de sanção 
administrativa para o autor de abuso de autoridade, NÃO está prevista a 
 
a) advertência. 
b) demissão, a bem do serviço público. 
c) multa, no máximo até 180 dias/multa. 
d) suspensão do cargo, função ou posto, de 5 a 180 dias, com perda de 
vencimentos e vantagens. 
 
08 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - ASSISTENTE SOCIAL) 
É INCORRETO afirmar que constitui crime de abuso de autoridade (Lei n. 
4.898/65), qualquer atentado 
 
a) à liberdade de locomoção. 
b) à incolumidade física do indivíduo. 
c) ao exercício de ideologia político partidária. 
d) ao sigilo da correspondência . 
 
09 - (FUNDEC - 2003 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - JUIZ - 1ª PROVA - 
2ª ETAPA) 
Sobre o abuso de autoridade definido na Lei 4898/65, é correto afirmar 
que: 
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I - Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção 
administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a 
instauração de inquérito para apurar o fato. O processo administrativo 
poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou 
civil. 
 
II - Havendo condenação na esfera criminal, não será cabível sanção 
administração, por aplicação do princípio do non bis in idem. 
III - Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei 4898/65, quem 
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, 
ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
IV - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, 
civil e penal. 
a) Estão corretas somente as alternativas I, III e IV 
b) Estão corretas somente as alternativas I e IV 
c) Estão corretas somente as alternativas II e III 
d) Estão corretas somente as alternativas III e IV 
e) Estão corretas somente as alternativas II e IV 
 
10 - (FGV - 2008 - TCM-RJ – PROCURADOR) 
Assinale a afirmativa incorreta. 
 
a) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública 
que, no exercício de suas funções, deixar de comunicar, imediatamente, 
ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa. 
b) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública 
que, no exercício de suas funções, leva à prisão quem quer que se 
proponha a prestar fiança, permitida em lei. 
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c) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública 
que, no exercício de suas funções, submete alguém sob sua guarda com 
emprego de violência a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar 
castigo pessoal. 
 
d) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pública 
que, no exercício de suas funções, pratica, com desvio de poder, ato 
lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa jurídica. 
e) Constitui abuso de autoridade deixar o juiz de ordenar o relaxamento 
de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada. 
 
11 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E 
AGENTE DE POLÍCIA) 
Considerando que um cidadão, vítima de prisão abusiva, tenha 
apresentado sua representação, na Corregedoria da Polícia Civil, contra o 
delegado que a realizou, assinale a opção correta quanto ao direito de 
representação e ao processo de responsabilidade administrativa, civil e 
penal no caso de crime de abuso de autoridade. 
 
a) Eventual falha na representação obsta a instauração da ação penal. 
b) A ação penal é pública incondicionada. 
c) A representação é condição de procedibilidade para a ação penal. 
d) A referida representação deveria ter sido necessariamente dirigida ao 
Ministério Público (MP). 
e) Se a representação apresentar qualquer falha, a autoridade que a 
recebeu não poderá providenciar, por outros meios, a apuração do fato. 
 
12 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO – 
DIREITO) 
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Julgue os itens que se seguem a respeito do direito penal. 
 
Quanto ao crime de abuso de autoridade, o atentado contra a 
incolumidade física do indivíduo abrange qualquer forma de violência, 
incluindo a moral (grave ameaça). 
 
 ( )Certo ( )Errado 
 
13 - (UESPI - 2009 - PC-PI – DELEGADO) 
Constitui abuso de autoridade (Lei 4.898/65): 
 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as 
formalidades legais. 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a qualquer tipo de 
vexame ou constrangimento. 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa. 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção legalque lhe seja comunicada. 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar 
fiança, não permitida em lei; 
 
14 - (ESAF - 2003 - PGFN – PROCURADOR) 
Constitui abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65) qualquer atentado: 
 
a) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
b) ao direito de herança. 
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c) à prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva. 
 
d) ao direito de resposta proporcional ao agravo. 
e) à concessão de asilo político. 
 
15 - (CESPE - 2009 - PREFEITURA DE IPOJUCA - PE - 
PROCURADOR MUNICIPAL) 
Em relação à Lei n.º 4.898/1965 - abuso de autoridade -, julgue o item 
seguinte. 
 
A conduta do agente público que conduz preso algemado, justificando o uso da 
algema pela existência de perigo à sua própria integridade física, não caracteriza 
abuso de autoridade, uma vez que está executando medida privativa de 
liberdade em estrita observância das formalidades legais e jurisprudenciais. 
 
III – QUESTÕES COMENTADAS 
 
01 - (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO) 
No que concerne aos crimes de abuso de autoridade e a legislação 
específica que rege a matéria é correto afirmar: 
 
a) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei no 4.898/65, 
quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, 
ou militar, ainda que transitoriamente, sempre mediante 
remuneração. 
b) Não constitui abuso de autoridade o ato lesivo da honra de 
pessoa natural ou jurídica, quando praticado com desvio de poder 
ou sem competência legal. 
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c) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, 
civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a 
pena, autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer 
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por 
prazo de um a cinco anos. 
d) Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, 
aquele, no prazo de cinco dias, denunciará o réu, desde que o fato 
narrado constitua abuso de autoridade. 
e) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
COMENTÁRIOS: O §5° do art. 6° prevê um efeito EXTRAPENAL da 
condenação pelo ato de abuso de autoridade, consistente na 
impossibilidade de exercer função de natureza policial no município da 
culpa, pelo prazo de um a cinco anos, quando a autoridade que cometeu 
o abuso for agente policial de qualquer natureza. Vejamos: 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade 
policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o 
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no 
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
 
02 – (FCC – 2007 - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL 
PMSP) 
O crime de abuso de autoridade 
 
a) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa 
b) é próprio, pois só pode ser praticado por militar. 
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c) é próprio, admitindo, conduto, o concurso de particular. 
d) é próprio, pois só pode ser praticado por quem exerça cargo, 
emprego ou função pública de natureza civil. 
e) não é próprio, pois pode ser praticado por qualquer pessoa que 
exerça função pública remunerada, de natureza civil ou militar. 
COMENTÁRIOS: Em todas as condutas (tanto as do art. 3° quanto as do 
art. 4°), o sujeito ativo é a AUTORIDADE. Mas quem pode ser 
considerado autoridade para os fins desta lei? Vejamos o que diz o 
art. 5° da Lei: 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem 
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou 
militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
 
A definição é bastante similar à do art. 327 do CP, que traz o 
conceito de funcionário público para fins penais. 
Temos aqui, portanto, UM CRIME PRÓPRIO, pois se exige do 
sujeito ativo alguma qualidade específica. 
É POSSÍVEL, no entanto, que um PARTICULAR PRATIQUE UMA 
DESTAS CONDUTAS, desde que o faça em CONCURSO com uma das 
autoridades previstas na Lei, e CONHEÇA ESTA CONDIÇÃO DO 
COMPARSA, nos termos do art. 30 do CP. 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
03 - (FUNCAB - 2009 - PC-RO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Sobre a Lei nº 4.898/1965, que regula o processo de 
responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso 
de autoridade, é correto afirmar que: 
 
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a) o processo administrativo disciplinado na referida lei será 
sempre sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação 
penal ou civil. 
b) a ação penal nos crimes tratados por essa lei é pública 
incondicionada. 
c) a ação penal depende de representação do ofendido, que será 
exercida por meio de petição dirigida à autoridade policial. 
d) o crime de abuso de autoridade consistente no atentado à 
liberdade de locomoção admite tentativa. 
e) considera-se autoridade, para os efeitos dessa lei, quem exerce 
cargo, emprego ou função pública de modo definitivo e mediante 
remuneração. 
COMENTÁRIOS: O processo administrativo não fica sobrestado, pela 
independência das esferas (art. 7°, § 3° da Lei): 
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para 
o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
A ação penal, conquanto a Lei fale em “representação”, é pública 
incondicionada, não possuindo esta “representação” uma condição de 
procedibilidade para a ação penal, mas mero meio de se noticiar a 
ocorrência do fato. 
Nenhum dos crimes de abuso de autoridade admite a forma tentada, na 
medida em que, a sua simples forma tentada já consuma o crime, pois 
todos são considerados “CRIMES DE ATENTADO”, ou seja, o mero ato 
atentatório aos direitos ali tutelados, já configura o crime de abuso de 
autoridade consumado. 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
 
04 - (CESPE - 2009 - TCE-ES - PROCURADOR ESPECIAL DE 
CONTAS) 
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Em relação aos crimes de abuso de autoridade previstos na Lei n.º 
4.898/1965, assinale a opção correta. 
 
a) Para que o agente do fato delituoso seja punido pelo crime de 
abuso de autoridade, faz-se indispensável responder, em 
concurso material, pelos outros delitos que poderão resultar de 
sua ação. 
ERRADA: A punição pelo crime de abuso de autoridade é independente 
da punição por eventuais outros delitos que tenham sido praticados em 
concurso; 
b) A lei de regência dos crimes de abuso de autoridadeestabeleceu normas prescricionais específicas em razão das quais 
se afastam as regras gerais previstas no CP. 
ERRADA: A Lei 4.898/65 não estabelece prazos prescricionais, devendo 
ser aplicada a regra geral do CP; 
c) A lei de abuso de autoridade definiu, caso a caso, as sanções de 
natureza administrativa, civil e penal aplicáveis, de acordo com a 
gravidade da violação cometida pelo agente público. A 
representação da vítima ou do ofendido estabelece condição de 
procedibilidade da ação penal. 
ERRADA: O art. 2° trata do direito de representação às autoridade, de 
forma a relatar algum ato de abuso de autoridade. Vejamos: 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de 
petição: 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal 
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva 
sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência 
para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. 
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Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e 
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, 
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o 
rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
 
É pacífico na Doutrina que esse termo “representação” nada tem a 
ver com a “representação” prevista no CPP, que possui natureza jurídica 
de condição de procedibilidade da ação penal pública condicionada. 
Essa “representação” é apenas um meio de se comunicar a 
ocorrência do ato de abuso de autoridade, se assemelhando à delatio 
criminis, ou seja, com o ato de informar à autoridade, a ocorrência do 
crime. 
Desta forma, caso a autoridade tome conhecimento da ocorrência de 
algum ato abusivo, poderá promover a responsabilização do infrator 
independentemente da concordância do ofendido, pois não se trata de 
crime de ação penal pública condicionada. 
d) Pratica crime de abuso de autoridade, por atentado ao sigilo de 
correspondência, servidor municipal que, por culpa, viola o sigilo 
de correspondência dirigida ao presidente da Câmara Municipal. 
ERRADA: O elemento subjetivo exigido é SEMPRE O DOLO. Não se 
admite abuso de autoridade CULPOSO. 
Assim, por exemplo, o policial que prende alguém em flagrante 
delito, por acreditar, sinceramente, que a conduta é um crime, não 
comete crime de abuso de autoridade culposo. Entretanto, se o policial 
sabe que a conduta do particular não é crime, e mesmo assim o prende 
em flagrante, comete um ato de abuso de autoridade, nos termos do art. 
3°, a da Lei. 
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e) O crime de abuso de autoridade é crime próprio. O particular 
que não exerça função pública poderá ser responsabilizado na 
condição de partícipe. 
CORRETA: É possível que um particular, que não exerça nenhuma 
função pública, não se enquadrando, portanto, na definição do art. 5°, 
pratique o crime, desde que o faça em concurso com uma das 
autoridades, nos termos do art. 30 do CP. 
 
05 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a 
administração pública. 
 
O Agente público que reprime a prática religiosa que, pelo 
exagero dos gritos e deprecações no interior do templo, perturbe 
o repouso e o bem-estar da coletividade, afronta a liberdade de 
culto e com isso pratica crime de abuso de autoridade. 
COMENTÁRIOS: O art. 3°, d da Lei 4.898/65 prevê a seguinte conduta 
de abuso de autoridade: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
(...) 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
No entanto, se o agente o faz respaldado em alguma norma legal 
(proibição de barulho excessivo), não há crime, eis que a conduta não se 
configura como um ABUSO. 
Assim, a afirmativa está errada. 
 
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06 - (CESPE - 2005 - TRT-16R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
Julgue os itens a seguir, relativos aos crimes contra a 
administração pública. 
 
As chamadas prisões para averiguações realizadas por policiais 
caracterizam o crime de abuso de autoridade, quando não for caso 
de prisão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária. 
COMENTÁRIOS: As prisões para averiguações, oriundas dos Estados 
Totalitários, não são mais admitidas no nosso Estado Democrático de 
Direito, que só admite a prisão de alguma pessoa por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade JUDICIÁRIA, ou em caso de flagrante delito. 
Portanto, há, nestes casos, ABUSOD E AUTORIDADE, por ato atentatório 
à liberdade de locomoção. Vejamos: 
 Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
 
Desta forma, a afirmativa está CORRETA. 
 
 
07 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
Pelo disposto na Lei n. 4.898/65, dentre as penas de sanção 
administrativa para o autor de abuso de autoridade, NÃO está 
prevista a 
a) advertência. 
b) demissão, a bem do serviço público. 
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c) multa, no máximo até 180 dias/multa. 
d) suspensão do cargo, função ou posto, de 5 a 180 dias, com 
perda de vencimentos e vantagens. 
COMENTÁRIOS: Vejamos as penalidades administrativas previstas na 
Lei: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a 
gravidade do abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a 
cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
 
Portanto, fica claro que não há previsão de multa como pena 
administrativa, embora esteja prevista como sanção penal. 
Assim, a alternativa ERRADA é a letra C. 
 
08 - (FUNDEP - 2010 - TJ-MG - ASSISTENTE SOCIAL) 
É INCORRETO afirmar que constitui crime de abuso de autoridade 
(Lei n. 4.898/65), qualquer atentado 
 
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a) à liberdade de locomoção. 
b) à incolumidade física do indivíduo. 
c) ao exercício de ideologia político partidária. 
d) ao sigilo da correspondência. 
COMENTÁRIOS: Os crimes de abuso de autoridade, previstos no art. 3° 
da Lei 4.898/65 são: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso;f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do 
voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
Visto isso, podemos concluir que o ato atentatório ao exercício da 
ideologia política não constitui ato de abuso de autoridade, podendo 
caracterizar outro crime, no entanto. 
Portanto, a alternativa ERRADA é a letra C. 
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09 - (FUNDEC - 2003 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - JUIZ - 1ª PROVA - 
2ª ETAPA) 
Sobre o abuso de autoridade definido na Lei 4898/65, é correto 
afirmar que: 
 
I - Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de 
sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente 
determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. O 
processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
ERRADA: O processo administrativo não pode ser sobrestado, pelo 
princípio da independência das esferas. Vejamos: 
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para 
o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
 
II - Havendo condenação na esfera criminal, não será cabível 
sanção administração, por aplicação do princípio do non bis in 
idem. 
ERRADA: As sanções administrativa, penal e civil são autônomas e 
podem ser aplicadas cumulativamente. Vejamos o que diz o art. 6° da 
Lei: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
 
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III - Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei 4898/65, 
quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, 
ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
CORRETA: Esta é a definição de autoridade contida no art. 5° da Lei: 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem 
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou 
militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
 
IV - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa, civil e penal. 
CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 6° da Lei, literalmente: 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
 
a) Estão corretas somente as alternativas I, III e IV 
b) Estão corretas somente as alternativas I e IV 
c) Estão corretas somente as alternativas II e III 
d) Estão corretas somente as alternativas III e IV 
e) Estão corretas somente as alternativas II e IV 
 
10 - (FGV - 2008 - TCM-RJ – PROCURADOR) 
Assinale a afirmativa incorreta. 
a) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade 
pública que, no exercício de suas funções, deixar de comunicar, 
imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de 
qualquer pessoa. 
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b) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade 
pública que, no exercício de suas funções, leva à prisão quem 
quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei. 
c) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade 
pública que, no exercício de suas funções, submete alguém sob 
sua guarda com emprego de violência a intenso sofrimento 
mental, como forma de aplicar castigo pessoal. 
d) Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade 
pública que, no exercício de suas funções, pratica, com desvio de 
poder, ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa jurídica. 
e) Constitui abuso de autoridade deixar o juiz de ordenar o 
relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja 
comunicada. 
COMENTÁRIOS: Vejamos o que dispõe o art. 3° da Lei: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do 
voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
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j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
 
Os atos de abuso de autoridade estão previstos, além do art. 3°, também 
no art. 4° da Lei, sendo que nestes casos, referem-se a condutas 
praticadas por agentes, geralmente, com algum grau de poder de 
direção. Vejamos: 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, 
sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a 
prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção 
ilegal que lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a 
prestar fiança, permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial 
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, 
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à 
espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo 
de importância recebida a título de carceragem, custas, 
emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
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h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou 
jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou 
sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de 
medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno 
ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela 
Lei nº 7.960, de 21/12/89) 
 
Vejam que são condutas relacionadas à liberdade de locomoção e 
formalização da prisão de acordo com os parâmetros legais. 
Dentre as condutas previstas na questão, não é considerada crime de 
abuso de autoridade a de “submeter alguém sob sua guarda com 
emprego de violência a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar 
castigo pessoal.”. 
Esta conduta configura o crime de TORTURA, e não o crime de abuso de 
autoridade. 
Portanto, a alternativa ERRADA é a letra C. 
 
 
11 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E 
AGENTE DE POLÍCIA) 
Considerando que um cidadão, vítima de prisão abusiva, tenha 
apresentado sua representação, na Corregedoria da Polícia Civil, 
contra o delegado quea realizou, assinale a opção correta quanto 
ao direito de representação e ao processo de responsabilidade 
administrativa, civil e penal no caso de crime de abuso de 
autoridade. 
 
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a) Eventual falha na representação obsta a instauração da ação 
penal. 
b) A ação penal é pública incondicionada. 
c) A representação é condição de procedibilidade para a ação 
penal. 
d) A referida representação deveria ter sido necessariamente 
dirigida ao Ministério Público (MP). 
e) Se a representação apresentar qualquer falha, a autoridade que 
a recebeu não poderá providenciar, por outros meios, a apuração 
do fato. 
COMENTÁRIOS: A representação, prevista no art. 2°, conquanto leve 
esse nome, não é condição de procedibilidade da ação penal, que é 
pública incondicionada, ou seja, pode ser ajuizada pelo MP ainda que o 
ofendido não deseje representar contra o infrator. 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
 
12 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO – 
DIREITO) 
Julgue os itens que se seguem a respeito do direito penal. 
Quanto ao crime de abuso de autoridade, o atentado contra a 
incolumidade física do indivíduo abrange qualquer forma de 
violência, incluindo a moral (grave ameaça). 
COMENTÁRIOS: O ato atentatório à incolumidade física não abrange a 
violência moral, apenas a violência física, embora a violência moral possa 
configurar outro crime. 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
13 - (UESPI - 2009 - PC-PI – DELEGADO) 
Constitui abuso de autoridade (Lei 4.898/65): 
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a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, 
com as formalidades legais. 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a qualquer tipo de 
vexame ou constrangimento. 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a 
prisão ou detenção de qualquer pessoa. 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção 
legal que lhe seja comunicada. 
 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a 
prestar fiança, não permitida em lei; 
COMENTÁRIOS: Esta questão é bastante tranquila. Apenas a alternativa 
C apresenta um ato considerado de abuso de autoridade, dentre os 
estabelecidos pelos arts. 3° e 4° da Lei, eis que fala em “deixar de 
comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de 
qualquer pessoa.” 
Ora, essa frase se amolda perfeitamente ao disposto no art. 4°, c da Lei: 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
(...) 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a 
prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
14 - (ESAF - 2003 - PGFN – PROCURADOR) 
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Constitui abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65) qualquer 
atentado: 
 
a) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. 
b) ao direito de herança. 
c) à prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva. 
d) ao direito de resposta proporcional ao agravo. 
e) à concessão de asilo político. 
COMENTÁRIOS: Esta questão também é bastante tranquila, pois 
enumera quatro condutas que, nitidamente não constituem abuso de 
autoridade, narrando apenas um que o é. A alternativa A, ao trazer a 
conduta de ato atentatório “aos direitos e garantias legais assegurados ao 
exercício profissional.”, traz uma conduta prevista no art. 3°, j da Lei: 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
(...) 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
Assim, a alternativa correta é a letra A. 
 
15 - (CESPE - 2009 - PREFEITURA DE IPOJUCA - PE - 
PROCURADOR MUNICIPAL) 
 
Em relação à Lei n.º 4.898/1965 - abuso de autoridade -, julgue o 
item seguinte. 
 
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A conduta do agente público que conduz preso algemado, 
justificando o uso da algema pela existência de perigo à sua 
própria integridade física, não caracteriza abuso de autoridade, 
uma vez que está executando medida privativa de liberdade em 
estrita observância das formalidades legais e jurisprudenciais. 
COMENTÁRIOS: O uso de algemas só é permitido em casos 
excepcionais, quando não seja possível a realização do ato sem essa 
prática. O descumprimento dessa norma configura ato de abuso de 
autoridade. Atualmente, o STF editou a súmula vinculante n° 11, que 
regula o uso das algemas. Vejamos sua redação: 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física 
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da 
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que 
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
Portanto, esta conduta NÃO CONFIGURA ABUSO DE AUTORIDADE, motivo 
pelo qual a afirmativa está CORRETA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) ALTERNATIVA C 
2) ALTERNATIVA C 
3) ALTERNATIVA B 
4) ALTERNATIVA E 
5) ERRADA 
6) CORRETA 
7) ALTERNATIVA C 
8) ALTERNATIVA C 
9) ALTERNATIVA D 
10) ALTERNATIVA C 
11) ALTERNATIVA B 
12) ERRADA 
13) ALTERNATIVA C 
14) ALTERNATIVA A 
15) CORRETA

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