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DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 10

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DIREITO CONSTITUCIONAL - AULA 10 (10/08/12)
Continuação do Constitucionalismo Contemporâneo
5ª característica) Fortalecimento da Jurisdição Constitucional e do Poder Judiciário
- Esta característica vem do poder norte americano.
- A Jurisdição Constitucional diz respeito aos organismos de controle do Poder Judiciário.
- A expressão “judicialização das relações políticas e sociais” define este fenômeno.
- Temas de questões políticas estão sendo levadas ao judiciário, como é o caso da constitucionalidade de algumas CPIs.
4.1) 3ª geração/dimensão dos Direitos Fundamentais
- Estes direitos estão ligados à fraternidade ou solidariedade.
- Paulo Bonavides afirma que são de 3ª geração o direito ao desenvolvimento ou progresso, direito à autodeterminação dos povos, direito ao meio ambiente, direito de comunicação e direito de propriedade sob o patrimônio histórico/cultural comum da humanidade. Este rol é exemplificativo.
- No art. 4º temos o direito ao desenvolvimento, autodeterminação dos povos. O meio ambiente está no art. 225. Então há a consagração destes direitos nos textos constitucionais.
- Também costumam ser mencionados por outros autores os direitos dos idosos e das crianças, o direito do consumidor e a justiça transnacional.
- Os direitos de 3ª dimensão são transindividuais.
4.2) 4ª geração/dimensão dos Direitos Fundamentais
- Segundo Paulo Bonavides, elas foram introduzidas nos ordenamentos jurídicos em razão da globalização política.
- Basicamente, são três direitos que compõem esta geração: direito à democracia (direta); direito à informação; direito ao pluralismo.
- A democracia direita trata da consagração de mecanismos de participação popular direta. Ex: plebiscito, referendo e iniciativa popular (art. 14, CF). Plebiscito é uma consulta prévia à população e referendo é uma consulta posterior.
- O direito à informação abrange três aspectos distintos: direito a informar (art. 220 a 224, CF), direito de se informar (buscar a informação – art. 5º, XIV, CF) e o direito de ser informado (art. 5º, XXXIII, CF e L. 12.527/11, de Acesso à Informação).
- A garantia constitucional específica para assegurar o direito à informação é o habeas data.
- O Pluralismo foi consagrado na CF/88 como fundamento da República (art. 1º, V, CF). Ou seja, ele faz parte da estrutura do direito brasileiro.
- Em sentido amplo, o Pluralismo Político abrange o pluralismo econômico (economia de mercado, distinção entre público e privado, livre iniciativa), o pluralismo político partidário (diversidade de partidos e de concepções políticas), o pluralismo ideológico, o pluralismo religioso, o pluralismo artístico e cultural.
- Em síntese, o pluralismo está ligado à idéia de diversidade.
- Segundo José Alcebíades de Oliveira Junior seriam direitos de 4ª geração os direitos relacionados à biotecnologia e à bioengenharia. Ex: direito à identificação genética do indivíduo.
4.3) 5ª geração/dimensão dos Direitos Fundamentais
- Paulo Bonavides vem sustentando que trata-se do direito à paz.
- A colocação deste direito à paz em uma dimensão nova e autônoma tem por finalidade lhe conferir o devido reconhecimento.
- Segundo Bonavides, a paz é um axioma da democracia participativa, supremo direito da humanidade. Por ser um requisito indispensável à convivência humana, o direito à paz deve ser reconhecido pelas constituições.
 - O direito à paz está consagrado no art. 4º, VI, CF.
- José Alcebíades menciona dentro da 5ª geração os direitos relacionados à cibernética, à tecnologia da informação e à comunicação de dados.
4.4) Estado Democrático de Direito
- Dentro desta fase (Constitucionalismo Contemporâneo), criou-se o Estado Democrático de Direito.
- Pode ter uma ideologia mais liberal ou mais social, dependendo dos direitos que a Constituição consagra.
OBS: Este modelo busca sintetizar as conquistas e superar as deficiências nos modelos anteriores.
- Há um equilíbrio entre o estado liberal e o estado social.
- Estado Democrático esta associado à democracia, que é a característica deste modelo de Estado. Há uma ampliação do direito de sufrágio e dos mecanismos de participação popular direta.
- Alguns autores utilizam a nomenclatura “Estado Constitucional Democrático”
- O Estado Democrático de Direito é associado à idéia de império da lei. Já o Estado Constitucional Democrático traz a idéia da supremacia da Constituição, e não da lei.
PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS
01) Terminologia
- Princípios e Regras são espécies do gênero Norma Jurídica.
- Existem algumas distinções feitas pela doutrina:
1) Distinção da Teoria Clássica: a diferença entre princípios e regras é uma diferença de grau. 
- Alguns autores afirmam ser grau de generalidade ou abstração, e para outros seria o grau de importância.
2) Distinção da Teoria Moderna: a diferença entre princípios e regras é uma diferença de estrutura, ou seja, é uma diferença qualitativa. 
- De acordo com esta estrutura, os princípios estabelecem metas, impõem a promoção de determinados fins (ex: art. 3º, CF). Na teoria clássica, o art. 3º seria uma norma programática, mas na teoria moderna é chamada de princípios.
- Robert Alexy define princípios como os mandamentos de otimização, ou seja, são normas que exigem que algo seja cumprido na maior medida possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas existentes (são cumpridos segundo a lógica do mais ou menos).
- Os princípios fornecem razões “prima facie” (provisórias), isto é, as razões fornecidas por um princípio poderão ser afastadas no caso concreto para que outras razões de peso maior possam prevalecer.
- As Regras são imediatamente descritivas, são normas que proíbem, impõem ou permitem determinadas condutas.
- Segundo Robert Alexy as regras são normas que são sempre satisfeitas ou não. Se uma regra vale, então deve ser feito exatamente aquilo que ela exige (nem mais, nem menos).
- As regras fornecem razões definitivas, isto é, razões que são decisivas para uma determinada conclusão.
- Alguns autores afirmam que os princípios fornecem razões relativas e as regras fornecem razões absolutas.
- A diferença de estrutura irá se refletir no modo de aplicação e na forma de solução de conflitos entre essas normas. Os princípios são aplicados através da ponderação e as regras são aplicadas através da subsunção. A ADPF 101 (importação de pneus usados) traz uma aplicação da ponderação no STF.
- As regras são aplicadas através da subsunção, que é a aplicação do descrito na regra ao caso concreto.
- A forma de solução de conflito entre dois princípios, que ocorre no âmbito da importância/peso/valor, um não invalida/exclui o outro. Ocorre que no caso concreto, um fornecerá uma razão mais forte do que o outro, devendo prevalecer.
- O conflito entre regras ocorre na dimensão da validade, e é resolvido através de três critérios: hierárquico; cronológico/temporal; da especialidade.
Derrotabilidade ou Superabilidade das regras:
- Em determinadas hipóteses excepcionais existe a possibilidade de que uma regra deixe de ser aplicada a um caso concreto em virtude da razões fornecidas por outras normas serem mais fortes naquela situação.
- Alguns autores como Humberto Ávila e Ana Paula de Barcellos, admitem a ponderação de regras em determinadas situações excepcionalíssimas. Outros como Robert Alexy só admitem a ponderação de princípios.
Postulado Normativo:
- São metanormas que impõem um dever de 2º grau consistente em estabelecer a estrutura de aplicação e prescrever modos de raciocínio e argumentação em relação a outras normas.
- O caso concreto é decidido através de uma regra específica ou através de uma ponderação de princípios. Estas são normas de 1º grau, que fornecem as razões para resolver o caso concreto. Já os postulados normativos são de 2º grau, e são utilizados para definir o modo de aplicação de princípios e regras. Ex: princípio da proporcionalidade, que não resolve o caso concreto, mas é utilizado para a argumentação e aplicação de outras normas.
02) Princípios Instrumentaisde Interpretação da Constituição
- Os autores responsáveis por estes princípios são Konrad Hesse Friëdrich Müller.
- São os princípios:
A) Princípio da Unidade da Constituição:
- Definição: A Constituição deve ser interpretada de forma a evitar conflitos, antagonismos e antinomias entre suas normas.
- A principal utilização deste princípio é para afastar a tese de hierarquia entre normas originárias de uma constituição.
- Ex: ADI 4.097. O art. 14, § 4º afirma que o analfabeto é inelegível (poder constituinte originário). O Partido Social Cristão afirmou que este dispositivo seria inconstitucional, por violar normas superiores da CF, que era o direito ao sufrágio universal, o princípio da isonomia e o princípio da não-discriminação. Esta ação foi extinta pela impossibilidade jurídica do pedido.
B) Princípio do Efeito Integrador:
- É uma especificação do Princípio da Unidade da Constituição.
- Definição: Nas resoluções de problemas jurídico-constitucionais deve ser dada primazia à soluções que favoreçam a integração política e social.
C) Princípio da Concordância Prática ou Harmonização:
- Definição: Cabe ao intérprete coordenar e combinar os bens jurídicos em conflito, realizando uma redução proporcional do âmbito de alcance de cada um deles.
D) Princípio da Relatividade ou da Convivência das Liberdades Públicas:
- Definição: Não existem direitos absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos (de terceiros) ou em interesses coletivos também consagrados na Constituição. Ver: AI 595.395/SP, STF; MS 23.452/RJ, STF.
OBS: Há autores que defendem que a dignidade da pessoa humana seria um direito absoluto.
- Norberto Bobbio sustenta que os direitos a não ser escravizado e a não ser torturado seriam absolutos. Estes direitos são regras que concretizam o princípio da dignidade da pessoa humana.
E) Princípio da Força Normativa da Constituição:
- Há uma obra clássica escrita por Konrad Hesse chamada “A força normativa da Constituição”, que fornece as bases teóricas para este princípio.
- Definição: na aplicação da Constituição deve ser dada preferência às soluções concretizadoras de suas normas que as tornem mais eficazes e permanentes.
- Este princípio, no STF, tem sido utilizado para afastar interpretações divergentes da jurisprudência.
- Ex: um dispositivo constitucional é interpretado pelo STF de uma maneira A, pelo TRF1 de maneira B, e pelo TRF 2 de maneira A. Esta divergência enfraquece a força normativa da CF. Com base nesse entendimento, o STF tem admitido a relativização da coisa julgada (alterada pelo entendimento adotado pelo STF).

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